Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONCURSO:
CAPÍTULO 1.....................................................................................................................................01
Estado, governo e Administração Pública. Conceitos. Elementos. Direito administrativo. Conceito. Objeto.Fontes.
CAPÍTULO 2.....................................................................................................................................16
Organização administrativa. Centralização, descentralização, concentração e desconcentração. Administração
ÍNDICE direta e indireta. Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Entidades
paraestatais e terceiro setor: serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais, organizações
da sociedade civil de interesse público.
CAPÍTULO 3.....................................................................................................................................49
Regime jurídico-administrativo. Conceito. Princípios expressos e implícitos da Administração Pública.
Capítulo 1:
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. NOÇÕES DE ESTADO
Conceituar Estado (composto pelos elementos povo, território e governo e para alguns também o elemento finalidade) é
uma das mais difíceis tarefas do Direito e da Teoria Geral do Estado. No entanto, respaldado na teoria do Contrato Social de
Rousseau, pode-se afirmar, que as pessoas resolveram abdicar um pouco da sua liberdade, para poder viver em sociedade
sob o governo de uma determinada entidade, que, conhecemos, hodiernamente como Estado.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 1
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
Federal) e também administra suas próprias casas, quando por exemplo faz concurso público ou licitação (CF- artigo 37, II e
XXI).
ANÁLISE TEMÁTICA
FUNÇÃO FUNÇÃO
POVO TÍPICA ATÍPICA
* Há divergências doutrinas sobre a possibilidade ou não do Executivo desenvolver a função de julgar, mas para a banca
prevalece o entendimento que ele não julga.
** Há divergências doutrinas sobre a possibilidade ou não do Judiciário desenvolver a função de legislar, mas para a banca
prevalece o entendimento que ele legisla.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros
de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com
aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei,
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 2
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso
Nacional.
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e
administrativos;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente
vinculados;
LEI Nº 9.503/1997- CTB
Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e entidades:
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos
normativos, consultivos e coordenadores;
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
V - a Polícia Rodoviária Federal;
VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.
(...)
Art. 17. Compete às JARI:
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores;
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações complementares relativas
aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida;
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações sobre problemas
observados nas autuações e apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente.
LEI Nº 8.112/90- ESTATUTO DO SERVIDOR FEDERAL
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao
respectivo Poder, órgão, ou entidade;
JURISPRUDÊNCIA
1) STF- SÚMULA Nº 339
NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES
PÚBLICOS SOB FUNDAMENTO DE ISONOMIA.
2) SÚMULA VINCULANTE 37
NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES
PÚBLICOS SOB O FUNDAMENTO DE ISONOMIA.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 3
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: é o ramo do Direito Público que estuda as normas e princípios que regulam a
atuação dos órgãos, entidades e agentes públicos no desempenho das atividades-fim e das atividades-meio da
Administração Pública.
O Direito Administrativo disciplina as relações entre os diversos entes e órgãos estatais, assim como a relação destes com os
particulares, sempre buscando a realização do interesse público. Na relação com os particulares, o Estado sempre terá
prerrogativas, posto que sempre busca a realização do interesse público e, muitas vezes, para realizá-lo, terá que restringir a
esfera individual dos particulares. Ex.: multa de trânsito aplicada em decorrência do poder de polícia do Estado, fechamento
de estabelecimentos comerciais que desobedecem as normas sanitárias, concessão de licenças para construir,
desapropriação, dentre outras.
Hely Lopes Meireles afirma que o Direito Administrativo Brasileiro “sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos
que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins
desejados pelo Estado”(Direito Administrativo Brasileiro, 28ª ed., São Paulo: Editora Malheiros, 2003, p. 38).
Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que: Direito Administrativo é “o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos,
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que
exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.” (Direito Administrativo, 19º ed, São
Paulo: Editora Atlas, 2006, p. 66).
José dos Santos Carvalho Filho afirma que o Direito Administrativo é “o conjunto de normas e princípios que, visando sempre
ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que
devem servir.” (Manual de Direito Administrativo, 15ª ed., Rio de Janeiro: Lúmen Júris Editora, 2006, p. 07).
Celso Antônio Bandeira de Mello define o Direito Administrativo como “o ramo do direito público que disciplina a função
administrativa e os órgãos que a exercem.” (Curso de Direito Administrativo, 20ª ed., São Paulo, Editora Malheiros, 2006,
p. 37).
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 4
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 5
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
UNIÃO
DIRETA ESTADOS E DF
ADMINISTRAÇÃO MUNICÍPIOS
PÚBLICA
AUTARQUIAS
INDIRETA
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
SOCIEDADES DE ECON. MISTA
EMPRESAS PÚBLICAS
- SERVIÇO PÚBLICO
- POLÍCIA ADMINISTRATIVA
- FOMENTO
- INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA: NA PROPRIEDADE
NO DOMÍNIO ECONÔMICO
2) Polícia administrativa
3) Fomento
4) Intervenção administrativa ( na propriedade ou o domínio econômico)
1) PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: é toda atividade concreta e imediata que a Administração exerce, por
si ou por meio de terceiros, com a finalidade de satisfazer as mais variadas necessidades coletivas, sob regime exclusiva ou
preponderantemente de Direito Público. Exemplos: saúde, educação, saneamento, transporte etc. De acordo com a CF, a
referida atividade pode ser desenvolvida pela Administração Pública (direta e indireta) e pelo particular (por delegação, em
uma de suas formas: concessão, permissão ou autorização).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 21. Compete à União:
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos
da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
Art. 30. Compete aos Municípios:
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local,
incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através
de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
LEI Nº 13.303/2016
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias,
abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda
que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 7
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos
limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária,
sem abuso ou desvio de poder.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público,
no caso de encerramento de suas atividades.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por
instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
4) INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA:
4.1 – NA PROPRIEDADE- consiste em atividades de intervenção na propriedade privada, mediante atos concretos
incidentes sobre destinatários específicos. Ex.: desapropriação, servidão, ocupação temporária, tombamento etc.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao
proprietário indenização ulterior, se houver dano;
4.2- NO DOMÍNIO ECONÔMICO- a intervenção no domínio econômico pode ser dividida em intervenção direta
(artigo 173 da CF) e intervenção indireta (artigo 174 da CF).
- Intervenção direta (artigo 173 da CF): consiste na atuação direta do Estado no domínio econômico (desenvolvendo
atividade de natureza econômica), dentro dos permissivos constitucionais, por meio de empresas públicas, sociedades de
economia mista e suas subsidiárias. Um dos objetivos é competir com a iniciativa privada, para balancear o mercado e evitar
formação de cartel.
Alguns doutrinadores entendem que essa atuação não é considerada como atividade ou função administrativa. Outros
entendem que a atividade se encaixa na função administrativa de intervenção, em decorrência da atuação do estado na
atividade econômica em sentido estrito, em regime de concorrência com o setor privado, ocorrendo sempre de forma
excepcional. O Estado assume a característica de Estado Empresário. Exemplos: Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, a
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 8
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
primeira, como empresa pública federal, e o segundo, como sociedade de economia mista, atuam em regime de
concorrência com as demais entidades bancárias do país.
- Intervenção indireta (artigo 174 da CF): consiste na atuação do Estado como agente normativo, desenvolvendo a
função de regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza privada. Exemplos: BACEN, Agências
Reguladoras etc.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
(...)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;
(...)
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
LEI Nº 13.303/2016
Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias.
LEI Nº 9.784/99
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 9
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Art. 31. § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
Art. 37. XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação;
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete: (...)
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 10
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
AGENTE POLÍTICO
AGENTE ADMINISTRATIVO
AGENTES
PÚBLICOS AGENTE HONORÍFICO
AGENTE DELEGADO
AGENTE CREDENCIADO
• Agentes Políticos: São agentes políticos são os que decidem a vontade soberana do Estado com atribuições
constitucionais sem subordinação hierárquica; são os titulares dos Poderes do Estado. (Exemplos: Presidente,
Governador, Deputado, Senador, membros do Poder Judiciário, membros do Ministério Público e membros do Tribunal
de Contas etc.)
• Agentes Administrativos: são os agentes que exercem uma atividade pública remunerada, sujeitos a uma hierarquia
funcional e ao regime juriído próprio da entidade. Os agentes administrativos se subdividem em três subcategorias:
servidores públicos, empregado públicos e servidores temporários. Exercem as funções comuns da Administração.
(Exemplos: servidores do INSS, dos Tribunais, empregados da Petrobrás, do Banco do Brasil, professores substitutos das
universidades públicas, recenseador do IBGE etc).
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 11
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
• Agente Honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoriamente , determinados
serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica, honorabilidade ou notória capacidade profissional, sem qualquer
vínculo empregatício e normalmente sem remuneração. (Exemplos: função de jurado do Tribunal do Juri, mesário
eleitoral etc.).
• Agentes Delegados: são os particulares que exercem função pública por delegação. (Exemplos: os concessionários,
permissionários, cartorários, leiloeiros etc).
• Agentes Credenciados: são os particulares que recebem a incumbência da administração de representa-la em
determinado ato ou praticar certa atividade. (Exemplos: jurista representando o Brasil num Evento Internacional etc).
1.5.3 Classificação dos Agentes Públicos (Doutrina Moderna)
MILITARES
AGENTE
PÚBLICO SERVIDOR PÚBLICO
PARTICULARES EM COLABORAÇÃO
COM O PODER PÚBLICO
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 12
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
os permissionários de serviços públicos, os delegados de função ou ofício público, os que praticam atos que são de
competência do Estado e têm força jurídica oficial.
1.5.4 QUADRO COMPARATIVO:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
TEXTO ORIGINAL- CF/88 TEXTO ATUAL – EMENDA CONSTITUCIONAL 18/98
Art. 42. São servidores militares federais os Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
integrantes das Forças Armadas e servidores Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina,
militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
os integrantes de suas polícias militares e de seus Art. 142., § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados
corpos de bombeiros militares. militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei,
as seguintes disposições:
STF:
1) SÚMULA VINCULANTE 13
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
política. Por fim, no que se refere ao pedido formulado pelo agravante no sentido de se impedir o exercício pelo reclamante
do cargo de responsável pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA, autarquia estadual, considerou-se o
fato de não se estar a analisar o mérito da presente reclamação, devendo o julgamento ficar restrito apenas à aferição da
fumaça do bom direito. Vencido o Min. Marco Aurélio, que dava provimento ao recurso, ao fundamento de que não seria
possível empolgar o que decidido no RE 579951/RN para se ter base para a reclamação, por se tratar de processo subjetivo, e
porque o Verbete Vinculante 13 não versaria expressamente a possibilidade da nomeação verificada. Rcl 6650 MC-AgR/PR,
rel. Min. Ellen Gracie, 16.10.2008. (Rcl-6650)”
QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (CESPE/CEBRASPE - MS - Analista Técnico - Administrativo) Acerca de Estado, governo e administração, julgue os
itens a seguir.
A tripartição de funções é absoluta no âmbito do aparelho do Estado.
( ☺ ) Certo ( ) Errado
02. (CESPE/CEBRASPE - TCE-PE - Analista de Gestão - Administração) No que tange a regime jurídico-
administrativo, organização administrativa e teoria do direito administrativo brasileiro, julgue o item a seguir.
No Brasil, as fontes do direito administrativo são, exclusivamente, a Constituição Federal de 1988 (CF), as leis e os
regulamentos.
( ☺ ) Certo ( ) Errado
03. (CESPE/CEBRASPE- TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal) Tendo como
referência a doutrina jurídica majoritária, julgue o item a seguir, a respeito de conceitos, princípios e classificações do
direito administrativo.
O conceito de administração pública, em seu aspecto orgânico, designa a própria função administrativa que é exercida
pelo Poder Executivo.
( ☺ ) Certo ( ) Errado
05. (FGV- SEGEP-MA - Agente) A doutrina administrativista aponta a existência de uma diferença entre a função de
governo e a função administrativa. Diante dessa diferenciação, analise as afirmativas a seguir.
I. As funções de governo estão mais próximas ao objeto do direito constitucional, enquanto a função administrativa é
objeto do direito administrativo.
II. A função de governo tem como um de seus objetivos estabelecer diretrizes políticas, enquanto a função administrativa
se volta para a tarefa de executar essas diretrizes.
III. A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo, engloba as funções administrativas e as funções
de governo.
Assinale:
____________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
Capítulo 2
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
DESCENTRALIZAÇÃO:
DIRETA UNIÃO
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 15
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
INSS
INDIRETA FUNAI
BANCO DO BRASIL
Na descentralização administrativa ocorre distribuição externa de competência. Um ente político (U, E, DF e M) distribui
externamente uma parcela de sua competência administrativa para um ente administrativo (A, FP, SEM e EP).
📢 ATENÇÃO:
De acordo com a Profa. Di Pietro, a descentralização relacionada à Administração Indireta é classificada com
descentratização técnica, funcional ou de serviços.
- DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇOS (funcional ou técnica) - é a que se verifica quando o Poder Público (União, Estados, DF
ou Municípios) institui uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execução de
determinado serviço público. Estamos falando das entidades da Administração Indireta.
- DESCENTRALIZAÇÃO POR COLABORAÇÃO (ou delegação) - é a que se verifica quando, por meio de contrato ou ato, se
transfere a execução de determinado serviço público à pessoa (jurídica ou física), conservando a titularidade com o Poder
Público.
- DESCENTRALIZAÇÃO TERRITORIAL (ou geográfica)- é a que se verifica quando uma entidade local, geograficamente
delimitada, é dotada de pers. jurídica de direito público, com capacidade administrativa genérica.
DESCONCENTRAÇÃO:
UNIÃO
Presidência da República
Ministério da
Justiça Ministério da
Fazenda
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DIRETA UNIÃO Poder Executivo
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 16
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
Presidência da República
Ministério da Justiça
Setor de Atendimento
Na desconcentração ocorre distribuição interna de competência. Uma entidade (pessoa jurídica) distribui internametne
competência administrativa dentro do próprio corpo, com a criação de órgãos.
2.2.1 CONCEITO
CONCEITO DOUTRINÁRIO:
- São centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais,
ÓRGÃO
através de seus agentes, cuja atuação é imputada a pessoa jurídica a que
PÚBLICO
pertence (Hely Lopes Meirelles).
- Pode-se definir o órgão público como uma unidade que congrega atribuições
exercidas pelos agentes públicos que o integram com o objetivo de expressar a
vontade do Estado ( Maria Sylva Zanella Di Pietro)
ÓRGÃO Características:
PÚBLICO -são criados e extintos por lei;
- não têm personalidade jurídica;
- são resultado da desconcentração;
- não possuem patrimônio próprio;
- expressam a vontade das entidades a que pertencem (União, Estado,
Município)- TEORIA DO ÓRGÃO OU DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA;
- não têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que
integram;
- alguns têm capacidade processual(ou personalidade judiciária) para
defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais;
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 17
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
2.2.2 CARACTERÍSTICAS:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts.
49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84,
VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II- disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
📢 Não esqueça que alguns órgãos têm CNPJ e que isso não está relacionado à personalidade jurídica.
De acordo com a professora Fernanda Marinela, "(…) apesar de não possuírem personalidade jurídica, os órgãos públicos que
recebem recursos públicos têm CNPJ. A Receita Federal cria os CNPJs devido a preocupação com a fiscalização do fluxo de
dinheiro público."
"Os órgãos públicos de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que se
constituam em UNIDADES GESTORAS DE ORÇAMENTO, devem fazer seu cadastro no CNPJ. Isso se dá não só pela
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 18
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
preocupação com a necessidade da transparência da administração de recursos públicos como também de se fazer um
melhor controle no tocante à responsabilidade dos gestores pela administração orçamentária."
5) EXPRESSAM A VONTADE DAS ENTIDADES A QUE PERTENCEM (UNIÃO, ESTADO, DF OU MUNICÍPIO) - TEORIA
DO ÓRGÃO OU DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA
Teoria adotada pelo direito brasileiro. Criada pelo alemão Otto Gierke, para essa teoria a atuação do agente público, que está
no órgão, é imputada à pessoa juridica (Estado). Essa teoria serve de fundamento para a responsabilidade civil objetiva do
Estado, prevista no artigo 37, §6º da CF. Antes dela, tivemos duas teorias (teoria do mandato e teoria da representação), que
não foram aceitas.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
6) NÃO TÊM CAPACIDADE PARA REPRESENTAR EM JUÍZO A PESSOA JURÍDICA QUE INTEGRAM
Regra geral os órgãos não têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que integram, SALVO aqueles órgãos
que foram criados para terem essa capacidade de representação, a exemplo da AGU (Advocacia Geral da União), que
representa a União judicial e extrajudicialmente, a PGE (Procuradoria Geral do Estado), que faz a representação judicial e
extrajudicial dos Estados e a PGM (Procuradoria Geral do Município), que tem a mesma função nos Muncípios (onde foram
criados). Essa análise faz com que os outros órgãos não tenham essa capacidade de representação judicial, via de regra.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a
União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e
funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da
República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 19
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso
público de provas e títulos.
§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de
concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,
exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício,
mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
7) ALGUNS TÊM CAPACIDADE PROCESSUAL (OU PERSONALIDADE JUDICIÁRIA) PARA DEFESA EM JUÍZO DE SUAS
PRERROGATIVAS FUNCIONAIS
Ter personalidade judiciaria é ter capacidade para estar em juízo (ação judicial). Segundo a doutrina majoritaria e a
jurispridencia majoritária, os órgãos independentes, apesar de não terem personalidade jurídica, têm personalidade
judiciária (capacidade para estar em juízo) em defesa de suas prerrogativas funcionais. Perceba que aqui eles não estão
representando em juízo o ente que integram, eles estão em juízo em defessa de suas prerrogativas institucionais. O STF
também tem entendido que o órgãos autônomos também têm essa capacidade.
LEI Nº 8. 078/90
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de
21.3.1995)
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica,
especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
JURISPRUDÊNCIA
STJ- SÚMULA nº 525
A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar
em juízo para defender os seus direitos institucionais.
ORGÃOS
(classificação)
Subalternos
Autônomos
Superiores
Composto
Colegiado
Singular
Simples
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 20
Presidência Ministérios Gabinetes Protocolo Portaria Sec. de Presidência Câmara dos
Senado Secretarias Sec. Gerais Portaria Educação da República Deputados
STF
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
ORGÃOS
(classificação)
Quanto à
Quanto Quanto Quanto sua esfera
à posição à Estrutura à Composição de ação
Estatal
Independentes
Subalternos
Autônomos
Superiores
Composto
Coletivo
Singular
Simples
Locais
Centrais
CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGAOS
SEGUNDO HELY LOPES E SEGUNDO DI PIETRO
1) DE ACORDO COM À POSIÇÃO ESTATAL:
1.1- ÓRGÃOS INDEPENDENTES: “são os originários da Constituição e representativos dos três poderes de Estado, sem qualquer
subordinação hierárquica ou funcional; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica”. Exemplos: Presidência
da República, Senado, Câmara dos Deputados, Tribunais Superiores etc .
1.2- ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: “são os localizados na cúpula da Administração, subordinados diretamente à chefia dos órgãos
independentes; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica e participam das decisões governamentais”. Ex.:
Ministérios, AGU, Secretarias de Estado e Município etc.
1.3- ÓRGÃOS SUPERIORES: “são órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação e ao controle
hierárquico de uma chefia; não gozam de autonomia administrativa nem financeira”. Exemplos: Departamentos,
Coordenadorias, Divisões, Gabinetes etc .
1.4- ÓRGÃOS SUBALTERNOS: “são os que se acham subordinados hierarquicamente à órgãos superiores de decisão;
exercem funções de execução”. Ex.: Seções, Setor etc.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 21
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
ORGÃOS
(classificação)
Quanto Quanto
à função à Estrutura
Consultiv
Colegiais
Controle
Simples
Ativos
De
os
ORGÃOS
(classificação)
Quanto Quanto
à função à Estrutura
Burocráti
Controle
Consulti
Colegia
Ativos
vos
dos
cos
De
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 22
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGÃOS
SEGUNDO CELSO ANTÔNIO E SEGUNDO RENATO ALESSI
1) DE ACORDO COM A FUNÇÃO:
1.1)ÓRGÃOS ATIVOS: “os que expressam decisões estatais para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica”. Ex.: Conselho
Monetário Nacional, que edita resoluções obrigatórias para todo o sistema financeiro nacional.
1.2)ÓRGÃOS CONSULTIVOS: “os de aconselhamento e elucidação (pareceres) para que sejam tomadas as providências
pertinentes pelos órgãos ativos”. Ex.: Advocacia-Geral da União, que expede pareceres para a resolução de problemas
jurídicos.
1.3)ÓRGÃOS DE CONTROLE: “são os prepostos a fiscalizar e controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Ex.: Tribunal de
Contas da União, que controla (fiscaliza e revisa) as despesas governamentais.
SEGUNDO CELSO ANTÔNIO SEGUNDO RENATO ALESSI
2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA: 2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA:
2.1) ÓRGÃOS SIMPLES: “são aqueles cujas decisões são -2.1)ÓRGÃOS BUROCRÁTICOS: “são aqueles que estão a cargo
formadas e manifestadas por uma só pessoa ”. Ex.: de uma só pessoa física ou de várias pessoas ordenadas
Presidência da República VERTICALMENTE ”. Ex.: Diretoria
2.2)ÓRGÃOS COLEGIAIS: “são aqueles cujas decisões são 2.2) ÓRGÃOS COLEGIADOS: “são aqueles formados por uma
formadas e manifestadas por um grupo de pessoas”. coletividade de pessoas físicas ordenadas
Ex.:Plenário. HORIZONTALMENTE, com base em uma relação de
coligação ou coordenação”.
2.3.1 CONCEITO
A administração indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o
objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as atividades administrativas.
2.3.2 CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODAS AS ENTIDADES:
- São pessoas jurídicas, de direito público ou privado, instituídas por determinada entidade política para exercer uma parcela
de sua capacidade de autoadministração.
- Capacidade de autoadministração: segundo a qual exercem com autonomia a atividade que lhe foi transferida pela entidade
política, nos termos e limites da lei.
- Não possuem capacidade de autogoverno nem de autoconstituição, nem mesmo de autolegislação.
- São resultado do fenômeno da descentralização.
- Têm patrimônio próprio, receitas e orçamentos próprios.
1) CONCEITO:
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 24
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
- AUTARQUIA é pessoa jurídica de direito público, criada por lei, para desenvolver atividades típicas(da função de
administrar) e próprias (que não visam lucro) da Administração Pública.
- FUNDAÇÃO PÚBLICA é pessoa jurídica de direito público (entendimento jurisprudencial) ou de direito privado que nascem
em razão do cumprimento de uma finalidade: desenvolver atividades com um fim social. Atividade que atende um fim social
é atividade que visa as justiças sociais, visa diminuir as desigualdades sociais. Tais atividades estão previstas, por exemplo, no
artigo 6º e Título VIII da CF (previdência social, assistência social, saúde, educação, cultura, desporto, ciência, tecnologia,
inovação, comunicação social, meio ambiente, família, criança, adolescente, jovem, idoso e índios).
A Fundação Pública, de todas as entidades, foi a que mais sofreu com mudanças de governos. Na atualidade, temos dois
tipos de fundações públicas: a de direito público (sengundo o STF) e a de direito privado.
- SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E EMPRESA PÚBLICA: as empresas estatais (empresas do governo) são pessoas jurídicas
de direito privado, destinadas a atividades econômicas (Intervenção do domínio econômico na forma direta - art. 173, CF),
para balancear o mercado e evitar formação de cartel ou prestação de serviços (art. 175, CF) industriais ou comerciais, em
que o Estado tenha interesse próprio ou considere convenientes à coletividade.
A análise do conceito das entidades administrativas data da década de 60 (Decreto- Lei nº 200/67), de lá para cá tivemos
uma evolução nesse conceito, mas se faz necessário o conhecimento do dispositivo legal.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 25
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a
exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude
de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito
público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento
custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade fôr submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá
apenas à União, em caráter permanente.
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas categorias constantes dêste artigo.
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública
de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil
concernentes às fundações. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação; (Redação dada pela EC nº 19/98)
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração
pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através
de licitação, a prestação de serviços públicos.
Há também o conceito das empresas do governo na Lei das Estatais.
LEI Nº 13.303/2016
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias,
abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda
que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e
com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 26
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
TEXTO ORIGINAL- ART. 37, XIX TEXTO ALTERADO- EC 19/98- ART. 37, XIX
Art. 37. XIX - somente por lei específica poderão Art. 37. XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
ser criadas empresa pública , sociedade de autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia
economia mista, autarquia ou fundação pública mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela EC nº 19/98)
- É necessário uma observação com relação à Fundação Pública. Embora o texto alterado do artigo 37, XIX, determine que
elas são autorizadas por lei (trazendo a ideia de pessoas jurídica de direito privado), O STF (Supremo Tribunal Federal)
entendeu, fazendo uma análise sistêmica da CF, que existem os dois tipos de fundações públicas: a de direito público e a de
direito privado.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 40 (ANTIGA REDAÇÃO). Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 27
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que
se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
JURISPRUDÊNCIA
O Supremo Tribunal Federal admite a existência de fundações públicas com personalidade de direito público, e fundações
públicas com personalidade jurídica de direito privado.
STF- ADI 191 / RS - RIO GRANDE DO SUL - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA
Julgamento: 29/11/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ART. 28 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES DE FUNDAÇÕES INSTITUÍDAS OU MANTIDAS PELO ESTADO E SERVIDORES DAS
FUNDAÇÕES PÚBLICAS: INCONSTITUCIONALIDADE. 1. A distinção entre fundações públicas e privadas decorre da forma como
foram criadas, da opção legal pelo regime jurídico a que se submetem, da titularidade de poderes e também da natureza dos
serviços por elas prestados. 2. A norma questionada aponta para a possibilidade de serem equiparados os servidores de toda
e qualquer fundação privada, instituída ou mantida pelo Estado, aos das fundações públicas. 3. Sendo diversos os regimes
jurídicos, diferentes são os direitos e os deveres que se combinam e formam os fundamentos da relação empregatícia
firmada. A equiparação de regime, inclusive o remuneratório, que se aperfeiçoa pela equiparação de vencimentos, é prática
vedada pelo art. 37, inc. XIII, da Constituição brasileira e contrária à Súmula 339 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes.
4. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente.
JURISPRUDÊNCIA
Quando a lei instituidora de uma entidade da Administração Indireta já prevê a criação de subsidiárias não é necessário
autorização legislativa para a criação destas subsidiárias.
ADI 1649 / DF - DISTRITO FEDERAL -AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA
Julgamento: 24/03/2004 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 9478/97. AUTORIZAÇÃO À PETROBRÁS PARA CONSTITUIR
SUBSIDIÁRIAS. OFENSA AOS ARTIGOS 2º E 37, XIX E XX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO
IMPROCEDENTE. 1. A Lei 9478/97 não autorizou a instituição de empresa de economia mista, mas sim a criação de
subsidiárias distintas da sociedade-matriz, em consonância com o inciso XX, e não com o XIX do artigo 37 da Constituição
Federal. 2. É dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse
fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida
autorizadora. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 28
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
Não existe subordinação entre um ente político e um ente administrativo. O que existe é uma relação de vinculação ou
coordenação, também conhecida como controle finalístico (o ente político fica controlando o ente administrativo para saber
se ele vai atingir a finalidade para qual foi criado), e ainda tutela administrativa. Na esfera federal esse controle normalmente
é feito pelos ministérios, por esse motivo é conhecido com supervisão ministerial. Essa análise está prevista no artigo 4º, §
único do Decreto-lei nº 200/67.
públicas se submetem a regime híbrido nas suas relações (incidência de regras de direito público e direito privado). Isso
porque são pessoas jurídicas de direito privado (por isso as incidência do direito privado, a exemplo do Direito do Trabalho,
Civil etc), mas por desenvolverem funções de Estado também se submetem às regras de direito público (como concurso
público, licitações, regras de acumulação de cargos etc).
Cumpre ressaltar que as sociedades de economia mistas e empresas públicas que desenvolvem atividade de natureza
econômica (art. 173 da CF), têm regime híbrido, com predominância do direito privado; já as sociedades de economia mistas
e empresas públicas que desenvolvem atividades de prestação de serviços públicos (art. 175 da CF), estão cada vez mais
protegidas pelas regras de direito público. Mas cuidado!!! Isso acontece em decorrência da atividade que elas desenvolvem.
E para que elas tenham a incidência das regras de direito público, o bem, renda ou serviço tem que está vinculado à atividade
essencial, segundo a jurisprudência dos Tribunais.
Em se tratando de relação de ‘trabalho’, a doutrina e jurisprudência majoritárias vem entendendo que todas as entidades
para admissão de pessoal precisam fazer concurso público, salvo os cargos em comissão, que são de livre nomeação e
exoneração (conforme artigo 37, II da CF), mas as autarquias e fundações públicas de direito público se submetem à relação
estatutária (Lei Administrativa- Estatuto do Servidor Público), seus servidores ocupam cargos públicos efetivos e adquirem
estabilidade após três anos de efetivo exercício (conforme artigo 41 da CF). Já as fundações públicas de direito privado,
sociedades de economia mistas e empresas públicas se submetem à relação celetista (CLT), apesar de concurso público, seus
empregados ocupam empregos públicos e não adquirem estabilidade.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas
minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado.
JURISPRUDÊNCIA
1) EMPRESAS PÚBLICAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS, OS BENS SÃO CONSIDERADOS IMPENHORÁVEIS
STF- RE 230051- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
RELATOR:Maurício Correa.
Julgamento: 11/06/2003. Órgão Julgado: Tribunal Pleno.
Ementa:
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS.
IMPENHORABILIDADE DE SEUS BENS, RENDAS E SERVIÇOS. RECEPÇÃO DO ARTIGO 12 DO DECRETO-LEI Nº 509/69. 1. À
empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, é aplicável o privilégio da
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 30
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços. Recepção do artigo 12 do Decreto-Lei nº 509/69 e não-incidência da
restrição contida no artigo 173, § 1º, da Constituição Federal, que submete a empresa pública, a sociedade de economia
mista e outras entidades que explorem atividade econômica ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às
obrigações trabalhistas e tributárias. 2. Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta serviço público da
competência da União Federal e por ela mantido. Execução. Observância ao regime de precatório, sob pena de vulneração do
disposto no artigo 100 da Constituição Federal. Vícios no julgamento. Embargos de declaração rejeitados.
2)EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO BENEFICIA-SE DA IMUNIDADE RECÍPROCA TRIBUTÁRIA
ACO N. 765-RJ
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
Ementa.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. ART. 102, I, “F”, DA
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - EBCT. EMPRESA PÚBLICA. PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO POSTAL E CORREIO AÉREO NACIONAL. SERVIÇO PÚBLICO. ART. 21, X, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.
1. A prestação do serviço postal consubstancia serviço público [art. 175 da CB/88]. A Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos é uma empresa pública, entidade da Administração Indireta da União, como tal tendo sido criada pelo decreto-lei
nº 509, de 10 de março de 1969. 2. O Pleno do Supremo Tribunal Federal declarou, quando do julgamento do RE 220.906,
Relator o Ministro MAURÍCIO CORRÊA, DJ 14.11.2002, à vista do disposto no artigo 6o do decreto-lei nº 509/69, que a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é “pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, que explora serviço de
competência da União (CF, artigo 21, X)”. 3. Impossibilidade de tributação de bens públicos federais por Estado-membro, em
razão da garantia constitucional de imunidade recíproca. 4. O fato jurídico que deu ensejo à causa é a tributação de bem
público federal. A imunidade recíproca, por sua vez, assenta-se basicamente no princípio da Federação. Configurado conflito
federativo entre empresa pública que presta serviço público de competência da União e Estado-membro, é competente o
Supremo Tribunal Federal para o julgamento da ação cível originária, nos termos do disposto no artigo 102, I, “f”, da
Constituição. 5. Questão de ordem que se resolve pelo reconhecimento da competência do Supremo Tribunal Federal para
julgamento da ação.
3) NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA DISPENSA PARA EMPRESAS ESTATAIS PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO
STF- RE 589998 / PI - PIAUÍ
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 20/03/2013 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT. DEMISSÃO IMOTIVADA DE SEUS EMPREGADOS.
IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA DISPENSA. RE PARCIALEMENTE PROVIDO.
I - Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da CF, salvo aqueles admitidos em período
anterior ao advento da EC nº 19/1998. Precedentes.
II - Em atenção, no entanto, aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por concurso publico, a
dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser
motivada, assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela admissão, sejam também respeitados
por ocasião da dispensa.
III – A motivação do ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado de uma possível quebra do postulado da
impessoalidade por parte do agente estatal investido do poder de demitir.
IV - Recurso extraordinário parcialmente provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF, exigindo-se, entretanto, a
motivação para legitimar a rescisão unilateral do contrato de trabalho.
5) LICITAÇÕES E CONTRATOS
FUND. PUB. (PUBLICO) E FUNDAÇÃO SOC. ECON. MISTA E
AUTARQUIA
PUB (PRIVADO) EMPRESA PÚBLICA
Contratam, regra geral, Contratam, regra geral,
Contratam, regra geral, através de
LICITAÇÃO E através de LICITAÇÃO as através de LICITAÇÃO as
LICITAÇÃO as obras, serviços, compras
CONTRATOS obras, serviços, compras e obras, serviços, compras e
e alienações.
alienações. alienações.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 31
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
As entidades administrativas, assim como as entidades políticas contratam, regra geral, através de LICITAÇÃO as obras,
serviços, compras e alienações. Essa é a previsão constitucional.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração
pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
O artigo 173 §1º, III da Constituição Federal determina que o Estatuto Jurídico das Estatais vai dispor sobre licitações e
contratos. Esse estatuto é a Lei nº 13.303/2016, que trata do assunto no seu Título II. A Lei nº 8.666/93 tem aplicação
subsidiária.
Lei nº 13.303/2016
Art. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do
respectivo patrimônio ou à execução de obras a serem integradas a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus
real sobre tais bens, serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29 e 30.
O controle financeiro (da prestação de contas) atinge toda a Administração Pública, inclusive as entidades da Administração
Indireta. Tal controle é feito pelo Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas. Na esfera federal, o controle é feito pelo
Congresso Nacional com o auxílio do TCU (Tribunal de Contas da União). Na esfera estadual, o controle é feito pela
Assembléia Legislativa com o auxílio do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Já na esfera municipal o controle é feito pela
Câmara Municipal com o auxílio do TCE (Tribunal de Contas do Estado) ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios, onde houver.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos
sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 32
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado
em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta
e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
JURISPRUDÊNCIA
Sociedade de economia mista se submete a fiscalização por parte do Tribunal de Contas
STF- MS 25092 ED / DF - DISTRITO FEDERAL
EMB.DECL.NO MANDADO DE SEGURANÇA
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 28/08/2008 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE CONTAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: FISCALIZAÇÃO
PELO TRIBUNAL DE CONTAS. ADVOGADO EMPREGADO DA EMPRESA QUE DEIXA DE APRESENTAR APELAÇÃO EM QUESTÃO
RUMOROSA. I. - Ao Tribunal de Contas da União compete julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da Administração Direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I). II. - As empresas públicas e as sociedades de economia
mista, integrantes da administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os seus
servidores estarem sujeitos ao regime celetista. III. - Numa ação promovida contra a CHESF, o responsável pelo seu
acompanhamento em juízo deixa de apelar. O argumento de que a não-interposição do recurso ocorreu em virtude de não
ter havido adequada comunicação da publicação da sentença constitui matéria de fato dependente de dilação probatória, o
que não é possível no processo do mandado de segurança, que pressupõe fatos incontroversos. IV. - Mandado de segurança
indeferido.
A responsabilidade civil do Estado é a obrigação de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento
imputável aos seus agentes.
Com relação às entidades da Administração Indireta, a regra constitucional estatui que as pessoas jurídicas de direito público
e as pessoas jurídicas de direito privados prestadoras de serviços públicos respondem pelos danos que seus agentes causem
a terceiros, aplicando a regra do artigo 37, § 6º (que adota a responsabilidade objetiva; o que siginifca dizer que a vítima,
para ter o dano reparado, precisa demonstrar 3 elementos, quais sejam, conduta, resultado (dano) e nexo causal (ligação que
existe entre a conduta e o resultado). Essa regra atinge, portanto, as autarquias, as fundações públicas (de direito público e
privado) e as sociedades de economia mistas e empresas públicas que prestam serviços públicos (artigo 175 da CF).
Já as empresas públicas e sociedades de economia mistas que desenvolvem atividades econômicas (artigo 173 da CF),
respondem pelo dano que seus agentes causem a terceiros, adotando a regra da responsabilidade subjetiva, prevista no
artigo 173 §1º, II, na análise das obrigações civis (nesse caso, a vítima precisa demonstrar 4 elementos, para ter o dano
reparado, quais sejam, conduta, resultado (dano), nexo causal (ligação que existe entre a conduta e o resultado) e prova de
culpa (comprovação de dolo (intenção) ou culpa (em uma de suas modalidades, negligência, imprudência ou imperícia).
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 33
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
LEI Nº 11.101/2005
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
*** ATENÇÃO***
TEMOS NOVIDADE JURISPRUDENCIAL:
STF- REPERCUSSÃO GERAL - ADMINISSIBILIDADE
TEMA 1101 - APLICAÇÃO DO REGIME DE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL, PREVISTO NA LEI Nº 11.101/05,
ÀS EMPRESAS ESTATAIS.
PROCESSO: RE 1249945
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO
Julgamento: 27/08/2020 Publicação: 27/11/2020
Ementa
Ementa: Direito Administrativo e Constitucional. Recurso extraordinário. Constitucionalidade da incidência do
regime de falência e recuperação judicial às empresas estatais. Presença de repercussão geral. 1. Constitui
questão constitucional saber se as empresas estatais podem se submeter ao regime de falência e recuperação
judicial da Lei nº 11.101/2005, com fundamento no art. 173, §1º, II, da Constituição. 2. Repercussão geral
reconhecida.
9) INDICAÇÃO E NOMEAÇÃO DOS DIRIGENTES
FUND. PUB. (PUBLICO) E FUNDAÇÃO SOC. ECON. MISTA E
AUTARQUIA
PUB (PRIVADO) EMPRESA PÚBLICA
NOMEAÇÃO DOS Na forma que a lei ou o estatuto estabelecer; a nomeação do Na forma que a lei ou
DIRIGENTES dirigente compete ao Chefe do Executivo com prévia aprovação o estatuto estabe-
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 34
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
JURISPRUDÊNCIA
PROVIMENTO DE CARGOS DIRETIVOS DAS ENTIDADES DA ADM. INDIRETA
STF- ADI 1642 / MG - MINAS GERAIS
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. EROS GRAU
Julgamento: 03/04/2008 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Publicação: 19-09-2008
Ementa
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ALÍNEA "d" DO INCISO XXIII DO ARTIGO 62 DA CONSTITUIÇÃO DO
ESTADO DE MINAS GERAIS. APROVAÇÃO DO PROVIMENTO, PELO EXECUTIVO, DOS CARGOS DE PRESIDENTE DAS
ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA ESTADUAL PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO
DO DISPOSTO NO ARTIGO 173, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. DISTINÇÃO ENTRE EMPRESAS ESTATAIS PRESTADORAS DE
SERVIÇO PÚBLICO E EMPRESAS ESTATAIS QUE DESENVOLVEM ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO. REGIME
JURÍDICO ESTRUTURAL E REGIME JURÍDICO FUNCIONAL DAS EMPRESAS ESTATAIS. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL.
INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO. 1. Esta Corte em oportunidades anteriores definiu que a aprovação, pelo
Legislativo, da indicação dos Presidentes das entidades da Administração Pública Indireta restringe-se às autarquias e
fundações públicas, dela excluídas as sociedades de economia mista e as empresas públicas. Precedentes. 2. As sociedades
de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade econômica em sentido estrito estão sujeitas, nos termos
do disposto no § 1º do artigo 173 da Constituição do Brasil, ao regime jurídico próprio das empresas privadas. 3. Distinção
entre empresas estatais que prestam serviço público e empresas estatais que empreendem atividade econômica em sentido
estrito 4. O § 1º do artigo 173 da Constituição do Brasil não se aplica às empresas públicas, sociedades de economia mista e
entidades (estatais) que prestam serviço público. 5. A intromissão do Poder Legislativo no processo de provimento das
diretorias das empresas estatais colide com o princípio da harmonia e interdependência entre os poderes. A escolha dos
dirigentes dessas empresas é matéria inserida no âmbito do regime estrutural de cada uma delas. 6. Pedido julgado
parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição à alínea "d" do inciso XXIII do artigo 62 da
Constituição do Estado de Minas Gerais, para restringir sua aplicação às autarquias e fundações públicas, dela excluídas as
empresas estatais, todas elas.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 35
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
JURISPRUDÊNCIA
STF- SÚMULA Nº 508
COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL, EM AMBAS AS INSTÂNCIAS, PROCESSAR E JULGAR AS CAUSAS EM QUE FOR PARTE O BANCO
DO BRASIL S.A.
STF- SÚMULA Nº 517
AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA SÓ TÊM FORO NA JUSTIÇA FEDERAL, QUANDO A UNIÃO INTERVÉM COMO ASSISTENTE
OU OPOENTE.
STF- SÚMULA Nº 556
É COMPETENTE A JUSTIÇA COMUM PARA JULGAR AS CAUSAS EM QUE É PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras,
rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho;
LEI Nº 13.303/2016
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 36
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias,
abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda
que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.
Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias.
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e
com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal
ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público
interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.
§ 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista
controlador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e deverá exercer o poder de controle no interesse
da companhia, respeitado o interesse público que justificou sua criação.
§ 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários
sujeita-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 .
Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de sociedade anônima e, ressalvado o disposto nesta Lei,
estará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 .
Já estudamos as características das autarquias (ordinárias ou comuns) e das fundações públicas de direito público.
Agora passaremos a estudar as demais espécies.
AGÊNCIAS REGULADORAS
1) Estão sendo criadas como autarquias em regime especial;
2) Objetivo (artigo 174 da CF): Agente Normativo- NORMATIZAR, REGULAMENTAR, FISCALIZAR, CONTROLAR AS DIVERSAS
ATIVIDADES- para exercer este papel, ela acaba tendo mais autonomia e liberdade que as demais autarquias;
3) Não tem função legislativa, POIS NÃO TEM CAPACIDADE POLÍTICA;
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 37
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
4) SOBRE OS DIRIGENTES:
4.1) Nomeação do Executivo com a aprovação do Legislativo.
4.2) Mandado fixo com estabilidade
4.3) Período de quarentena: 6 meses* (*quando a lei específica expressamente não mencionar, aplica-se a Lei nº 9986/2000,
art. 8º)
5) Das decisões não cabe recurso hierárquico impróprio para o órgão revisor.
6) Exemplos: ANEEL, ANATEL, ANVISA, ANS, ANA,ANTT, ANTAQ, ANP(Monopólio do Petróleo), ANCINE.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
LEI Nº 13.848/2019
Art. 2º Consideram-se agências reguladoras, para os fins desta Lei e para os fins da LEI Nº 9.986, DE 18 DE JULHO DE 2000:
I - a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);
II - a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP);
III - a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel);
IV - a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
V - a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
VI - a Agência Nacional de Águas (ANA);
VII - a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq);
VIII - a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
IX - a Agência Nacional do Cinema (Ancine);
X - a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac);
XI - a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Parágrafo único. Ressalvado o que dispuser a legislação específica, aplica-se o disposto nesta Lei às autarquias especiais
caracterizadas, nos termos desta Lei, como agências reguladoras e criadas a partir de sua vigência.
Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação
hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e
estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à
sua implementação.
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
- É UMA AUTARQUIA OU FUNDAÇÃO PÚBLICA, QUE VISANDO MELHORAR, TORNAR-SE EFICIENTE assina um contrato de
gestão com seu órgão supervisor. dessa forma ela se qualifica como agência executiva.
Exemplos: INMETRO, ADA (Ag. de Des. Da Amazônia, velha SUDAM), ADENE (velha SUDENE).
- Cuidado, amanhã pode deixar de ser agência executiva, se acabar o contrato.
- Dispostivos: Art. 37, §8º da CF e Lei 9.649/1998.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 38
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
LEI Nº 9. 649/98
Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os
seguintes requisitos:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
§ 1o A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República.
§ 2o O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando
assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o
cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 39
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
§ 4º Aplicam-se aos convênios de cooperação, no que couber, as disposições desta Lei relativas aos consórcios públicos.
(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
Art. 2o Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da Federação que se consorciarem, observados
os limites constitucionais.
§ 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou
econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover desapropriações e instituir servidões nos termos de
declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação.
§ 2o Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros
preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou,
mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado.
§ 3o Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos mediante
autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão,
permissão ou autorização e as condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor.
Art. 3o O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de
intenções.
Art. 4o São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam:
I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio;
II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
III – a indicação da área de atuação do consórcio;
IV – a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos;
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio público a representar os entes da Federação
consorciados perante outras esferas de governo;
VI – as normas de convocação e funcionamento da assembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e modificação
dos estatutos do consórcio público;
VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância máxima do consórcio público e o número de votos para as suas
deliberações;
VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio público que, obrigatoriamente, deverá
ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado;
IX – o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem como os casos de contratação por
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
X – as condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de parceria;
XI – a autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando:
a) as competências cujo exercício se transferiu ao consórcio público;
b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área em que serão prestados;
c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação dos serviços;
d) as condições a que deve obedecer o contrato de programa, no caso de a gestão associada envolver também a prestação
de serviços por órgão ou entidade de um dos entes da Federação consorciados;
e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão; e
XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumprimento das
cláusulas do contrato de consórcio público.
§ 1o Para os fins do inciso III do caput deste artigo, considera-se como área de atuação do consórcio público,
independentemente de figurar a União como consorciada, a que corresponde à soma dos territórios:
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 40
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
I – dos Municípios, quando o consórcio público for constituído somente por Municípios ou por um Estado e Municípios com
territórios nele contidos;
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando o consórcio público for, respectivamente, constituído por mais
de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o Distrito Federal;
III – (VETADO)
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e
V – (VETADO)
§ 2o O protocolo de intenções deve definir o número de votos que cada ente da Federação consorciado possui na assembléia
geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente consorciado.
§ 3o É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadas contribuições financeiras ou econômicas de ente
da Federação ao consórcio público, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as
transferências ou cessões de direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos.
§ 4o Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma e condições
da legislação de cada um.
§ 5o O protocolo de intenções deverá ser publicado na imprensa oficial.
Art. 5o O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.
§ 1o O contrato de consórcio público, caso assim preveja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela dos entes
da Federação que subscreveram o protocolo de intenções.
§ 2o A ratificação pode ser realizada com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorciamento
parcial ou condicional.
§ 3o A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscrição do protocolo de intenções dependerá de homologação da
assembléia geral do consórcio público.
§ 4o É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo de
intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.
Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de
intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da
Federação consorciados.
§ 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as normas de direito público no
que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal, que será
regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. (Redação
dada pela Lei nº 13.822, de 2019)
Art. 7o Os estatutos disporão sobre a organização e o funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio
público.
Art. 8o Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio.
§ 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro, e seu prazo de vigência não será superior ao das
dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em
programas e ações contemplados em plano plurianual. (Redação dada pela Lei nº 14.026, de 2020)
§ 2o É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de contrato de rateio para o atendimento de despesas genéricas,
inclusive transferências ou operações de crédito.
§ 3o Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são partes legítimas para exigir o
cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.
§ 4o Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispositivos da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, o
consórcio público deve fornecer as informações necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos entes consorciados,
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 41
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
todas as despesas realizadas com os recursos entregues em virtude de contrato de rateio, de forma que possam ser
contabilizadas nas contas de cada ente da Federação na conformidade dos elementos econômicos e das atividades ou
projetos atendidos.
§ 5o Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua lei
orçamentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para suportar as despesas assumidas por meio de contrato
de rateio.
Art. 9o A execução das receitas e despesas do consórcio público deverá obedecer às normas de direito financeiro aplicáveis às
entidades públicas.
Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de Contas
competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à
legalidade, legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do controle
externo a ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.
Art. 10. (VETADO)
Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da gestão de consórcio não responderão pessoalmente pelas obrigações
contraídas pelo consórcio público, mas responderão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou com as
disposições dos respectivos estatutos.
Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio público dependerá de ato formal de seu representante na assembléia
geral, na forma previamente disciplinada por lei.
§ 1o Os bens destinados ao consórcio público pelo consorciado que se retira somente serão revertidos ou retrocedidos no
caso de expressa previsão no contrato de consórcio público ou no instrumento de transferência ou de alienação.
§ 2º A retirada ou a extinção de consórcio público ou convênio de cooperação não prejudicará as obrigações já constituídas,
inclusive os contratos, cuja extinção dependerá do pagamento das indenizações eventualmente devidas. (Redação dada
pela Lei nº 14.026, de 2020)
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela assembléia
geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados.
§ 1o (Revogado pela Lei nº 14.026, de 2020).
§ 2o Até que haja decisão que indique os responsáveis por cada obrigação, os entes consorciados responderão
solidariamente pelas obrigações remanescentes, garantindo o direito de regresso em face dos entes beneficiados ou dos que
deram causa à obrigação.
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição de sua validade, as obrigações que
um ente da Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão
associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou
de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos.
§ 1o O contrato de programa deverá:
I – atender à legislação de concessões e permissões de serviços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo de
tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos serviços a serem prestados; e
II – prever procedimentos que garantam a transparência da gestão econômica e financeira de cada serviço em relação a cada
um de seus titulares.
§ 2o No caso de a gestão associada originar a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos, o contrato de programa, sob pena de nulidade, deverá conter cláusulas que
estabeleçam:
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsidiária da entidade que os transferiu;
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação aos encargos transferidos;
III – o momento de transferência dos serviços e os deveres relativos a sua continuidade;
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passivos do pessoal transferido;
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua gestão e administração transferidas e o preço dos que sejam
efetivamente alienados ao contratado;
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 42
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados mediante
receitas de tarifas ou outras emergentes da prestação dos serviços.
§ 3o É nula a cláusula de contrato de programa que atribuir ao contratado o exercício dos poderes de planejamento,
regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.
§ 4o O contrato de programa continuará vigente mesmo quando extinto o consórcio público ou o convênio de cooperação
que autorizou a gestão associada de serviços públicos.
§ 5o Mediante previsão do contrato de consórcio público, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa poderá ser
celebrado por entidades de direito público ou privado que integrem a administração indireta de qualquer dos entes da
Federação consorciados ou conveniados.
§ 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.026, de 2020).
§ 7o Excluem-se do previsto no caput deste artigo as obrigações cujo descumprimento não acarrete qualquer ônus, inclusive
financeiro, a ente da Federação ou a consórcio público.
§ 8º Os contratos de prestação de serviços públicos de saneamento básico deverão observar o art. 175 da Constituição
Federal, vedada a formalização de novos contratos de programa para esse fim. (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os consórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentralização e a
prestação de políticas públicas em escalas adequadas.
Parágrafo único. Para a celebração dos convênios de que trata o caput deste artigo, as exigências legais de regularidade
aplicar-se-ão ao próprio consórcio público envolvido, e não aos entes federativos nele consorciados. (Incluído pela Lei nº
13.821, de 2019)
Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados pela
legislação que rege as associações civis.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 43
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do
regime trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o
regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da
moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema.
Desvio de poder ou de finalidade.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 44
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
6) SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA – CABÍVEL MANDADO DE SEGURANÇA QUANDO A AUTORIDADE EXERCE ATO
INVESTIDO EM FUNÇÃO DELEGADA PELO PODER PÚBLICO
Processo: RESP 201000550784- RESP - RECURSO ESPECIAL - 1186517
Relator(a): BENEDITO GONÇALVES
Órgão Julgador: xPRIMEIRA TURMA
Ementa
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. PETROBRÁS.
EXCLUSÃO DE CANDIDATOS DO CERTAME EM RAZÃO DE NÃO ATENDER A NORMA EDITALÍCIA. ART. 1º DA LEI 1.533/51.
ILEGITIMIDADE PASSIVA DA RECORRENTE NÃO CONFIGURADA. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 2º CAPUT, DA LEI N. 9.784/99 E 41 DA
LEI. N. 8.666/91 QUE NÃO SE VERIFICA. EDITAL. EXIGÊNCIA DE CERTIFICADO DE RESERVISTA DE 1ª CATEGORIA. REQUISITO
QUE NÃO ATENDE AOS PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE E DA RAZOABILIDADE.
2. A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de que cabe mandado de segurança contra ato de dirigente
de sociedade de economia mista quando investido em função delegada pelo Poder Público. Precedentes: AgRg no REsp
1.067.107/RN, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 17/6/2009 e AgRg no CC 101.260/SP, Rel. Ministro
Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 9/3/2009.
3. A Constituição Federal, ao determinar a realização de concurso público como forma de investidura em cargo ou emprego
público (art. 37, II, da CF/88), estabelece que os atos emanados pela Administração devem estar em conformidade com os
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, estando tais princípios cristalizados no texto do art. 2º,
caput, da Lei n. 9784/99.
4. A exigência de apresentação do certificado de reservista de primeira categoria não guarda pertinência com os princípios da
impessoalidade e da razoabilidade que norteiam a Administração Pública, porque, na espécie, a dispensa dos candidatos do
serviço militar obrigatório se dá de acordo com a discricionariedade e a conveniência da Administração, que,
unilateralmente, estabelece o número do efetivo das Forças Armadas, não podendo os recorridos, reservistas de 2ª
categoria, serem penalizados com a exclusão do certame pelo fato de o próprio Poder Público os terem dispensados de
prestar o serviço militar obrigatório.
5. Recurso especial não provido.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 45
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
QUESTÕES DE CONCURSOS
01. (CESPE/CEBRASPE / CEBRASPE - Prefeitura de Pires do Rio - GO - Procurador Jurídico do Município) No tocante
à concentração e à desconcentração administrativas, julgue o item a seguir.
Ocorre desconcentração administrativa quando a administração direta transfere a execução do serviço a
terceiros, mediante outorga ou delegação.
( ☺ ) Certo ( ) Errado
02. (CESPE/CEBRASPE- PGE-PE - Assistente de Procuradoria) A respeito da administração pública brasileira, julgue
o item a seguir.
A descentralização por colaboração ocorre, por exemplo, quando a administração pública, por meio de ato
administrativo, transfere a execução de um serviço a uma pessoa jurídica, mas mantém a titularidade do
serviço.
( ☺ ) Certo ( ) Errado
03. (CESPE/CEBRASPE / CEBRASPE- PRF - Policial Rodoviário Federal) Determinado órgão público firmou contrato
administrativo com uma empresa de reconhecida especialização no mercado, para a prestação de serviços
de treinamento de pessoal de natureza singular aos seus servidores. Durante a execução do contrato, a
empresa descumpriu uma das cláusulas contratuais. A administração pública, então, aplicou multa por
inexecução parcial do acordado. Insatisfeita, a empresa impetrou mandado de segurança no Poder Judiciário
em face do ato administrativo que aplicara a penalidade sem prévia oitiva. Considerando essa situação
hipotética, julgue o item que se segue.
Órgão público é ente descentralizado da administração indireta que possui personalidade jurídica de direito
público.
( ☺ ) Certo ( ) Errado
04. (CESPE/CEBRASPE / CEBRASPE - PG-DF - Técnico Jurídico - Apoio Administrativo) No que concerne à
organização administrativa, julgue o próximo item.
A Secretaria da Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional são órgãos integrantes da
administração pública federal indireta
( ☺ ) Certo ( ) Errado
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 46
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
08. (FGV/TCE-PI/ Assistente de Administração) O Chefe do Poder Executivo do Estado Gama consultou a
assessoria jurídica sobre sua intenção de criar um ente da Administração Pública indireta, com personalidade
jurídica de direito público, incumbido da execução de atividades típicas da Administração Pública. A
assessoria respondeu, corretamente, que o ente com essas características é a:
09. (FGV/CODEBA/Técnico Portuário - Apoio Administrativo) No Brasil, a Administração Pública é composta por
órgãos que se dividem entre a administração direta e indireta. A administração indireta exerce, de forma
descentralizada, atividades administrativas e explora atividades econômicas, vinculadas ou não, a um órgão
da administração direta. Assinale a opção que apresenta a entidade que corresponde a uma forma de
administração pública indireta.
A) Ministério.
B) Autarquia.
C) Secretaria.
D) Órgão Público.
E) Organização Social.
10. (FGV/ Câmara de Aracaju - SE - Analista Administrativo) Analise as afirmações abaixo e assinale V para a(s)
afirmativa(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
( ) Agência executiva é uma qualificação concedida por decreto presidencial, para que o ente obtenha maior
flexibilidade e autonomia.
( ) Agências reguladoras são autarquias especiais que, embora sob supervisão ministerial, não compõem a
hierarquia administrativa e fora da influência política, exercendo funções de regulação e fiscalização.
( ) Consórcios públicos são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, cujo capital é
exclusivamente do ente estatal.
A sequência correta é:
A) V, V, V;
B) V, V, F;
C) V, F, V;
D) F, F, F;
E) F, V, F.
____________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 47
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
Capítulo 3
REGIME JURÍDICO E PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
3.1 Conceito
Princípios administrativos são valores, diretrizes, os mandamentos mais gerais que orientam a elaboração das leis
administrativas, direcionam a atuação da Administração Pública e condicionam a validade de todos os atos por ela praticado ;
em sua essência, valores de observância obrigatória no quotidiano administrativo, diretrizes que devem nortear todo e
qualquer ato produzido pela Administração.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 48
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
• LEGALIDADE: esse princípio determina que, em qualquer atividade, a Administração Pública está estritamente vinculada à
lei. O agente publico só pode fazer o que a lei autoriza ou permite.
ato normativo, que dita a regra, quanto ao conteúdo, inovando ou não na ordem jurídica.
• IMPESSOALIDADE: a conduta admnistrativa deve acontecer para atender um fim, previsto explicita ou implicitamente
em lei, e esse fim deve atender o interesse público.
A primeira vertente da impessoalidade está relacionada ao agente púbçico. Qualquer agente público, seja ele eleito,
concursado, indicado etc, está ocupando seu posto para servir aos interesses do povo. Assim, seus atos obrigatoriamente
deverão ter como finalidade o interesse público, e não próprio ou de um conjunto pequeno de pessoas amigas. Ou seja,
deve ser impessoal. Uma conduta do agente não pode visar promoção pessoal; os atos não serão imputados a quem os
pratica, mas sim à entidade à qual está vinculado.
Outra vertente está direcionada ao administrado. E está relacionada ao princípio da isonomia (ou igualdade). O princípio
da isonomia, ou igualdade, pode ser considerado como um instrumento regulador das normas, para que todos os
destinatários de determinada lei recebam tratamento parificado. Atenção para a igualdade formal e material. É possível
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 49
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
estabelecer que a isonomia formal é a igualdade presente no texto da lei, enquanto a isonomia material são os
mecanismos que a lei cria para diminuir ao máximo as desigualdades entre as pessoas.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37, §1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
LEI Nº 9.784/99
Art. 2º, § único, inc. III nos processos administrativos, serão observados os critérios de objetividade no atendimento do
interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades.
• MORALIDADE: deve o administrador, além de seguir o que a lei determina, pautar sua conduta na moral administrativa,
fazendo o que for melhor e mais útil ao interesse público. Tem que separar, além do bem do mal, legal do ilegal, justo do
injusto, conveniente do inconveniente, também o honesto do desonesto. É a moral interna da instituição, que condiciona o
exercício de qualquer dos poderes, mesmo o discricionário.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37, 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível.
• PUBLICIDADE: diz respeito à obrigação de dar publicidade, levar ao conhecimento de todos os seus atos, contratos ou
instrumentos jurídicos como um todo. Isso dá transparência e confere a possibilidade de qualquer pessoa questionar e
controlar toda a atividade administrativa. Claro que em determinados casos pode ser relativizado esse princípio, quando o
interesse público ou segurança o justificarem. A própria CF/88 prevê exceções.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5º XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Art. 5º LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem;
• EFICIÊNCIA: esse princípio revela dois aspectos distintos, um em relação à atuação do agente público, outro em relação à
organização, estrutura, disciplina da Administração Pública. Os agentes públicos devem agir com rapidez, presteza,
perfeição, rendimento.A Administração Pública deve estar atenta às suas estruturas e organizações, evitando a
manutenção de órgãos/entidades sub utilizados, ou que não atendam às necessidades da população.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 50
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
LEI Nº 9.784/99
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização
em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos
administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 51
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
• PRINCIPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PARTICULAR: Os interesses públicos têm
supremacia sobre os interesses individuais; é a essência do regime jurídico administrativo. A administração pública deve
vincular e direcionar seus atos de modo a garantir que interesses privados não prevaleçam nem sucumbam aos interesses
e necessidades da sociedade como um todo. Ex. Desapropriação.
• PRINCIPIO DA INDISPONIBILDIADE DO INTERESSE PÚBLICO: Limita a supremacia, o interesse público não pode ser
livremente disposto pelo administrador que, necessariamente, deve atuar nos limites da lei.
• PRINCIPIO DA FINALIDADE: Este princípio orienta que as normas administrativas têm que ter sempre como objetivo o
interesse público.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 52
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| Profa. Lidiane Coutinho
OS- 011/7/23-Gil
LEI Nº 9.784/99
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
LEI Nº 14.133/2021
Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, as prerrogativas
de:
V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato nas
hipóteses de:
a) risco à prestação de serviços essenciais;
LEI Nº 8.078/90
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos”.
LEI Nº 8.987/95
Art. 28. Nos contratos de financiamento, as concessionárias poderão oferecer em garantia os direitos emergentes da
concessão, até o limite que não comprometa a operacionalização e a continuidade da prestação do serviço.
SÚMULAS
STF- Súmula vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.
STF - Súmula n. 346: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
STF- Súmula n. 473: A administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 53