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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

| Profa. Lidiane Coutinho


OS- 011/7/23-Gil

CONCURSO:

CAPÍTULO 1.....................................................................................................................................01
Estado, governo e Administração Pública. Conceitos. Elementos. Direito administrativo. Conceito. Objeto.Fontes.

CAPÍTULO 2.....................................................................................................................................16
Organização administrativa. Centralização, descentralização, concentração e desconcentração. Administração
ÍNDICE direta e indireta. Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Entidades
paraestatais e terceiro setor: serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais, organizações
da sociedade civil de interesse público.

CAPÍTULO 3.....................................................................................................................................49
Regime jurídico-administrativo. Conceito. Princípios expressos e implícitos da Administração Pública.

Capítulo 1:
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. NOÇÕES DE ESTADO
Conceituar Estado (composto pelos elementos povo, território e governo e para alguns também o elemento finalidade) é
uma das mais difíceis tarefas do Direito e da Teoria Geral do Estado. No entanto, respaldado na teoria do Contrato Social de
Rousseau, pode-se afirmar, que as pessoas resolveram abdicar um pouco da sua liberdade, para poder viver em sociedade
sob o governo de uma determinada entidade, que, conhecemos, hodiernamente como Estado.

1.1 NOÇÕES DE PODERES DO ESTADO


Foi o filósofo grego Aristóteles, em sua obra “Política”, quem primeiro vislumbrou o exercício de três funções estatais
distintas: a função de editar normas gerais, a função de aplicar essas normas ao caso concreto e a função de administrar.
Aristóteles, no entanto, dada a época em que viveu, concentrou essas três funções na mão de um único órgão, o soberano,
cujo poder de mando era “inconstratável”.
Posteriormente, Montesquieu, em sua obra “O espírito das leis”, aprimorou a teoria aristotélica e inovou atribuindo cada
uma das três funções a órgãos estatais distintos, autônomos e independentes entre si, que deviam exercer funções típicas
inerentes à sua natureza.
A teoria de tripartição de poderes de Montesquieu foi adotada pela maioria dos Estados modernos, inclusive no Brasil. A
Constituição de 1988 traz vários dispositivos com mecanismos desse tipo, autorizando a interpenetração de poderes de
forma a estabelecer um equilíbrio entre ele e evitar abusos.
Prevista no art. 2º da Constituição Federal Brasileira de 1988 e elencada como cláusula pétrea em seu art. 60, § 4º , a
Separação de Poderes, atualmente, não é mais vista como uma separação absoluta.
O Poder Executivo, que desenvolve a função típica de administrar, também desenvolve funções de outro Poder. Exemplo
para a doutrina ocorre quando o Presidente da República edita Medida Provisória (CF- art. 62), em que estaria na função
atípica de legislar. Não há consenso na doutrina sobre o Executivo poder desenvolver a função de julgar. Uma corrente
doutrinária entende que o Executivo não julga, porque não está autorizado pela Constituição Federal, enquanto outra
corrente entende que essa autorização está prevista nas leis infraconstitucionais, a exemplo do CTB (Código de Trânsito
Brasileiro), em seu artigo 17, que dar à JARE a competência para julgamento das infrações de trêansito.
O Poder Judiciário tem como função tipica julgar, aplicando a Constituição e a lei ao caso concreto, porém, ele também
desenvolve função legislativa, quando por exemplo, ( segundo a doutrina marjoritária, embora não haja consenso) elabora
seu Regimento Interno (CF- ART. 96, I, a) e como algumas das funções administrativas, quando dar férias e licenças aos seus
membros e servidores(CF- ART. 96, I, f).
Assim também ocorre em relação ao Poder Legislativo, cuja função típica é legislar, porém, excepcionalmente ele julga,
conforme art. 52, I da CF. (Ex.: Julgamento dos ex-presidentes Collor e Dilma por crimes de responsabilidade pelo Senado

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Federal) e também administra suas próprias casas, quando por exemplo faz concurso público ou licitação (CF- artigo 37, II e
XXI).
ANÁLISE TEMÁTICA

FUNÇÃO FUNÇÃO
POVO TÍPICA ATÍPICA

PODER ADMINISTRAR ART. 62, CF.


ESTADO TERRITÓRIO EXECUTIVO Lei infranconstitucional- CTB*

PODER LEGISLAR E ART. 52, CF


LEGISLATIVO FISCALIZAR ART. 37, XXI, CF
GOVERNO PODER JULGAR ART 96,I, a. CF**
JUDICIÁRIO ART 96,I, f. CF

* Há divergências doutrinas sobre a possibilidade ou não do Executivo desenvolver a função de julgar, mas para a banca
prevalece o entendimento que ele não julga.
** Há divergências doutrinas sobre a possibilidade ou não do Judiciário desenvolver a função de legislar, mas para a banca
prevalece o entendimento que ele legisla.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros
de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com
aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei,
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

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Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso
Nacional.
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e
administrativos;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente
vinculados;
LEI Nº 9.503/1997- CTB
Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e entidades:
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos
normativos, consultivos e coordenadores;
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
V - a Polícia Rodoviária Federal;
VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.
(...)
Art. 17. Compete às JARI:
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores;
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações complementares relativas
aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida;
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações sobre problemas
observados nas autuações e apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente.
LEI Nº 8.112/90- ESTATUTO DO SERVIDOR FEDERAL
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao
respectivo Poder, órgão, ou entidade;

JURISPRUDÊNCIA
1) STF- SÚMULA Nº 339
NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES
PÚBLICOS SOB FUNDAMENTO DE ISONOMIA.
2) SÚMULA VINCULANTE 37
NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES
PÚBLICOS SOB O FUNDAMENTO DE ISONOMIA.

1.2 O ESTUDO DO DIREITO ADMINISTRATIVO.


1.2.1 CONCEITO E OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO

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CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: é o ramo do Direito Público que estuda as normas e princípios que regulam a
atuação dos órgãos, entidades e agentes públicos no desempenho das atividades-fim e das atividades-meio da
Administração Pública.

O Direito Administrativo disciplina as relações entre os diversos entes e órgãos estatais, assim como a relação destes com os
particulares, sempre buscando a realização do interesse público. Na relação com os particulares, o Estado sempre terá
prerrogativas, posto que sempre busca a realização do interesse público e, muitas vezes, para realizá-lo, terá que restringir a
esfera individual dos particulares. Ex.: multa de trânsito aplicada em decorrência do poder de polícia do Estado, fechamento
de estabelecimentos comerciais que desobedecem as normas sanitárias, concessão de licenças para construir,
desapropriação, dentre outras.
Hely Lopes Meireles afirma que o Direito Administrativo Brasileiro “sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos
que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins
desejados pelo Estado”(Direito Administrativo Brasileiro, 28ª ed., São Paulo: Editora Malheiros, 2003, p. 38).
Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que: Direito Administrativo é “o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos,
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que
exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.” (Direito Administrativo, 19º ed, São
Paulo: Editora Atlas, 2006, p. 66).
José dos Santos Carvalho Filho afirma que o Direito Administrativo é “o conjunto de normas e princípios que, visando sempre
ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que
devem servir.” (Manual de Direito Administrativo, 15ª ed., Rio de Janeiro: Lúmen Júris Editora, 2006, p. 07).
Celso Antônio Bandeira de Mello define o Direito Administrativo como “o ramo do direito público que disciplina a função
administrativa e os órgãos que a exercem.” (Curso de Direito Administrativo, 20ª ed., São Paulo, Editora Malheiros, 2006,
p. 37).

1.3 FONTES E OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO

1.3.1 FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO


A Constituição Federal apresenta-se como a fonte primordial do Direito Administrativo, porque nela estão disciplinadas as
principais regras e princípios que estruturam e disciplinam o Estado. A Lei aparece como uma das principais fontes, posto que
no Direito Administrativo o Princípio da Legalidade tem uma presença muito forte, na medida em que o agente público só
pode fazer aquilo que a lei previamente lhe autoriza que o faça.
A doutrina, a jurisprudência e os costumes diários são outras fontes do Direito Administrativo na aplicação e interpretação
dos diversos atos praticados pelo Estado, exercendo a função administrativa.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

É a fonte primária do direito administrativo, abrangendo esta expressão desde a


LEI Constituição até os regulamentos executivos**.
É fonte secundária do direito administrativo; formam o sistema teórico de princípios
aplicáveis ao direito positivo, é elemento construtivo da Ciência Jurídica à qual pertence a
DOUTRINA disciplina em causa. Influi não só na elaboração da lei como nas decisões contenciosas e
não contenciosas.
É fonte secundária do direito administrativo;
Traduz-se na reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influencia poderosamente a
JURISPRUDÊNCIA construção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo. Tem um caráter mais
prático que a doutrina e a lei. Outra característica é seu nacionalismo.
É fonte secundária do direito administrativo;
COSTUMES Corresponde a prática administrativa; para Hely Lopes a praxe burocrática passa a suprir a
lei, ou atua como elemento informativo da doutrina.

* Há divergências doutrinas sobre a possibilidade ou não do Executivo desenvolver a função de julgar.


** Há divergências doutrinárias sobre a os atos normativos serem apenas a CF as leis em sentido estrito.

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1.4 O ESTADO NA SUA FUNÇÃO DE ADMINISTRAR- A IDEIA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


A função administrativa não é exclusiva do Poder Executivo. Os outros poderes (Judiciário e Legislativo) também exercem
função administrativa. Quando um Tribunal de Justiça promove um juiz de uma comarca para outra, pratica ato
administrativo, e, não, função jurisdicional. Quando a Câmara dos Deputados realiza uma licitação pratica inúmeros atos
administrativos. O exercício de funções administrativas pelos Poderes Legislativo e Judiciário é essencial para que preservem
maior independência no exercício de suas funções típicas de legislar e de julgar.
Sendo assim, não se deve restringir a função administrativa apenas ao Poder Executivo, posto que os Poderes Legislativo e
Judiciário também exercem função administrativa.
E o estudo do Estado na função administrativa nos leva à ideia de Administração Pública.
A Administração Pública é o Estado na sua função de administrar.

1.4.1 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Entende-se como Administração Pública o conjunto de entidades (pessoas jurídicas- quem podem ser dividas em pessoas
políticas e pessoas administrativas), órgãos e agentes públicos no desempenho da função administrativa.
A Administração Pública pode ser vista sob duas análises:
1ª análise: Administração Pública em sentido amplo ou sentido estrito.
2ª análise: Administração Pública em sentido subjetivo (formal ou orgânico) ou sentido objetivo (material ou funcional).

1ª ANÁLISE: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO OU SENTIDO ESTRITO.


- Administração Pública em sentido amplo corresponde as funções políticas e funções administrativas desenvolvidas pelo
órgãos governamentais e órgãos administrativos, ou seja, abarcaria as funções de planejamento, comando e direção da
atividade administrativa, bem como a sua execução.
- Administração Pública em sentido estrito corresponde às funções administrativas desenvolvidas pelos órgãos
administrativos. Ficam fora de seu alcance, portanto, os órgãos governamentais e as funções de cunho político que os
mesmos exercem.

2ª ANÁLISE: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO (FORMAL OU ORGÂNICO) OU


SENTIDO OBJETIVO (MATERIAL OU FUNCIONAL).
• Administração Pública em sentido subjetivo, formal ou orgânico, compreende as entidades (políticas e administrativas)
componentes da Administração Pública, os órgãos e os agentes públicos.
- Entidades políticas (art. 18 da CF): União, Estados, DF e Municípios- formam a Administração Direta.
- Entidades administrativas (art.37, XIX da CF): Autarquia, Fundação Pública, Sociedade de Economia Mista e Empresa
Pública- formam a Administração Indireta.
- Órgãos: compartimentos internos, unidades integrantes da Administração Direta e Indireta. Exemplos: Ministérios,
Secretarias, Departamentos, Coordenadorias, Divisões, Gabinetes, Setores e Seções.
- Agentes públicos: pessoas físicas que desenvolvem as funções do Estado.
• Administração Pública em sentido objetivo, material ou funcional, a Administração Pública corresponde às diversas
atividades finalísticas exercidas pelo Estado, por meio de seus agentes, órgãos e entidades, no desempenho da função
administrativa.

ANÁLISE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


SENTIDO AMPLO - FUNÇÕES POLÍTICAS
ADMINISTRAÇÃO (ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS)
1ª ANÁLISE PÚBLICA - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
(ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS)
SENTIDO ESTRITO - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
(ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS)

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SENTIDO ANALISA A ESTRUTURA:


SUBJETIVO, ENTIDADES
FORMAL OU ÓRGÃOS
2ª ANÁLISE ADMNISTRAÇÃO ORGÂNICO AGENTES PÚBLICOS
PÚBLICA SENTIDO ANALISA A ATIVIDADE
OBJETIVO, (ATIVIDADE- FIM):
MATERIAL OU - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
- POLÍCIA ADMINISTRATIVA
FUNCIONAL - FOMENTO
- INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

UNIÃO

DIRETA ESTADOS E DF
ADMINISTRAÇÃO MUNICÍPIOS
PÚBLICA
AUTARQUIAS
INDIRETA
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
SOCIEDADES DE ECON. MISTA
EMPRESAS PÚBLICAS
- SERVIÇO PÚBLICO
- POLÍCIA ADMINISTRATIVA
- FOMENTO
- INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA: NA PROPRIEDADE
NO DOMÍNIO ECONÔMICO

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO OBJETIVO (MATERIAL OU FUNCIONAL)


-ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA-
Administração Pública em sentido objetivo, material ou funcional corresponde às diversas atividades finalísticas exercidas
pelo Estado, por meio de seus agentes, órgãos e entidades, no desempenho da função administrativa. São elas:
1) Prestação de serviços públicos
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2) Polícia administrativa
3) Fomento
4) Intervenção administrativa ( na propriedade ou o domínio econômico)

1) PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: é toda atividade concreta e imediata que a Administração exerce, por
si ou por meio de terceiros, com a finalidade de satisfazer as mais variadas necessidades coletivas, sob regime exclusiva ou
preponderantemente de Direito Público. Exemplos: saúde, educação, saneamento, transporte etc. De acordo com a CF, a
referida atividade pode ser desenvolvida pela Administração Pública (direta e indireta) e pelo particular (por delegação, em
uma de suas formas: concessão, permissão ou autorização).

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 21. Compete à União:
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos
da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
Art. 30. Compete aos Municípios:
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local,
incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através
de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.

LEI Nº 13.303/2016
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias,
abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda
que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.

ANÁLISE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS


A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PODE
CENTRALIZADA - ADM. DIRETA (U,E,DF e M)
SER DESENVOLVIDA NA FORMA - ADM. INDIRETA
CENTRALIZADA OU DESCENTRALIZADA (A, FP,SEM e EP)
DESCENTRALIZADA - PARTICULAR
(CONCESSÃO, PERMISSÃO OU AUTORIZAÇÃO)

2) POLÍCIA ADMINISTRATIVA: corresponde à atividade pela qual a Administração impõe limitações e


condicionamentos ao gozo de bens e ao exercício de atividades e direitos individuais em prol do interesse coletivo. Ex:
fiscalização, multas de trânsito, licença para dirigir, autorização para porte de arma, apreensão de bens, interdição de
estabelecimentos etc.

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CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (CTN)


Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene,
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos
limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária,
sem abuso ou desvio de poder.

3) ATIVIDADE DE FOMENTO: consiste na atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse público,.


Exemplos: benefícios e privilégios fiscais, auxílios financeiros ou subvenções, financiamentos a juros facilitados, recursos
orçamentários, entre outros instrumentos de estímulo, repasse de recursos financeiros ao Terceiro Setor (Organizações
Sociais, OSCIP, Organizações da Sociedade Civil (OSC) etc.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público,
no caso de encerramento de suas atividades.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por
instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

4) INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA:
4.1 – NA PROPRIEDADE- consiste em atividades de intervenção na propriedade privada, mediante atos concretos
incidentes sobre destinatários específicos. Ex.: desapropriação, servidão, ocupação temporária, tombamento etc.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao
proprietário indenização ulterior, se houver dano;

4.2- NO DOMÍNIO ECONÔMICO- a intervenção no domínio econômico pode ser dividida em intervenção direta
(artigo 173 da CF) e intervenção indireta (artigo 174 da CF).
- Intervenção direta (artigo 173 da CF): consiste na atuação direta do Estado no domínio econômico (desenvolvendo
atividade de natureza econômica), dentro dos permissivos constitucionais, por meio de empresas públicas, sociedades de
economia mista e suas subsidiárias. Um dos objetivos é competir com a iniciativa privada, para balancear o mercado e evitar
formação de cartel.
Alguns doutrinadores entendem que essa atuação não é considerada como atividade ou função administrativa. Outros
entendem que a atividade se encaixa na função administrativa de intervenção, em decorrência da atuação do estado na
atividade econômica em sentido estrito, em regime de concorrência com o setor privado, ocorrendo sempre de forma
excepcional. O Estado assume a característica de Estado Empresário. Exemplos: Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, a

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primeira, como empresa pública federal, e o segundo, como sociedade de economia mista, atuam em regime de
concorrência com as demais entidades bancárias do país.
- Intervenção indireta (artigo 174 da CF): consiste na atuação do Estado como agente normativo, desenvolvendo a
função de regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza privada. Exemplos: BACEN, Agências
Reguladoras etc.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
(...)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;
(...)
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

LEI Nº 13.303/2016
Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO:


ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA : ENTIDADES, ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS
- Administração Pública em sentido subjetivo, formal ou orgânico, compreende as entidades políticas(U, E,DF E M) e
administrativas (A, FP. SEM E EP) componentes da Administração Pública, os órgãos (compartimentos internos das entidades)
e os agentes públicos (pessoas físicas).

LEI Nº 9.784/99

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Artigo 1º § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:


I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

ANÁLISE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO


(ENTIDADE, ÓRGÃO E AGENTE PÚBLICO)

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Art. 31. § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
Art. 37. XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação;
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete: (...)
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

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Art. 128. O Ministério Público abrange:


I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
Art. 134. § 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e
prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante
concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da
advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, §
2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.

1.5 AGENTES PÚBLICOS: CLASSIFICAÇÃO E REGRAS CONSTITUCIONAIS


1.5.1 CONCEITO: AGENTES PÚBLICOS: são PESSOAS FÍSICAS incumbidas de uma função estatal, de maneira
transitória ou definitiva, com ou sem remuneração.
O conceito é amplo – abrange todas as pessoas que de uma maneira ou de outra prestam um serviço público – estão
abrangidos por esse conceito desde os titulares dos poderes do Estado até pessoas que se vinculam contratualmente com o
Poder Público como é o caso dos delegatários de serviços públicos.
A doutrina clássica divide o Agente Público (que até a Constituição de 1988 era chamado de funcionário público) em cinco
categorias: agente político, agente administrativo, agente honorífico, agente delegado e agente credenciado. Veja:

1.5.2. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS (DOUTRINA CLÁSSICA):


CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS (DOUTRINA CLÁSSICA):

AGENTE POLÍTICO

AGENTE ADMINISTRATIVO
AGENTES
PÚBLICOS AGENTE HONORÍFICO

AGENTE DELEGADO

AGENTE CREDENCIADO

• Agentes Políticos: São agentes políticos são os que decidem a vontade soberana do Estado com atribuições
constitucionais sem subordinação hierárquica; são os titulares dos Poderes do Estado. (Exemplos: Presidente,
Governador, Deputado, Senador, membros do Poder Judiciário, membros do Ministério Público e membros do Tribunal
de Contas etc.)
• Agentes Administrativos: são os agentes que exercem uma atividade pública remunerada, sujeitos a uma hierarquia
funcional e ao regime juriído próprio da entidade. Os agentes administrativos se subdividem em três subcategorias:
servidores públicos, empregado públicos e servidores temporários. Exercem as funções comuns da Administração.
(Exemplos: servidores do INSS, dos Tribunais, empregados da Petrobrás, do Banco do Brasil, professores substitutos das
universidades públicas, recenseador do IBGE etc).

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• Agente Honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoriamente , determinados
serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica, honorabilidade ou notória capacidade profissional, sem qualquer
vínculo empregatício e normalmente sem remuneração. (Exemplos: função de jurado do Tribunal do Juri, mesário
eleitoral etc.).
• Agentes Delegados: são os particulares que exercem função pública por delegação. (Exemplos: os concessionários,
permissionários, cartorários, leiloeiros etc).
• Agentes Credenciados: são os particulares que recebem a incumbência da administração de representa-la em
determinado ato ou praticar certa atividade. (Exemplos: jurista representando o Brasil num Evento Internacional etc).
1.5.3 Classificação dos Agentes Públicos (Doutrina Moderna)

AGENTES PÚBLICOS (CONFORME POSIÇÃO DA DOUTRINA MODERNA)


Ao longo dos anos, passamos por situações fáticas e jurídicas, que irão alterar essa classificação. A doutrina moderna então
passa a dividir o Agente Público em quatro categorias: agente político, militar, servidor público (lao sensu) e particular em
colaboração com o Poder Público.
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS
(DOUTRINA MODERNA):
AGENTE POLÍTICO

MILITARES
AGENTE
PÚBLICO SERVIDOR PÚBLICO

PARTICULARES EM COLABORAÇÃO
COM O PODER PÚBLICO

Espécies de Agentes Públicos (Doutrina moderna):


• Agentes Políticos: Agentes políticos são os titulares dos cargos estruturais à organização política do Estado, isto é, são os
ocupantes dos cargos que compõem o arcabouço constitucional do Estado. São agentes políticos os Chefes dos Poderes
executivos de todas as esferas de governo e seus auxiliares, além dos Senadores, Deputados e Vereadores. Existe uma
tendência de se reconhecer também como agentes políticos os membros da Magistratura e do Ministério Público.
• Militares: são militares as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), e às
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios, com vínculo estatutário
sujeito a regime jurídico próprio, mediante remuneração paga pelo Governo. A EC18/98 alterou os atigos 42 e 142,
retirando o militar da categoria de servidor público.
• Servidores Públicos (lato sensu): servidor público em sentido amplo, são as pessoas físicas que prestam serviços ao
Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres
públicos. Estatutários ou servidor público em sentido estrito, são os titulares de cargo público efetivo e em comissão, com
regime jurídico estatutário geral ou peculiar definidos em lei, integrantes da Administração Direta, autarquias e
fundações públicas com personalidade jurídica de Direito Público. Empregados Públicos são os titulares de emprego
público da Administração Direta e Indireta, regidos pela CLT, não ocupam cargo público e não possuem estabilidade.
Embora regidos pela CLT, submetem-se às normas constitucionais referentes a requisitos iminentes do cargo, investidura,
acumulação, vencimentos entre outros. Enquadram-se no regime geral da previdência tais como comissionados e
temporários. Com exceção das funções de direção e de confiança das pessoas jurídicas da Administração Indireta, os
empregados públicos são admitidos mediante concurso público ou processo seletivo. Temporários, exercem função sem
vinculação a cargo ou emprego público e são submetidos a regime jurídico especial a ser disciplinado em lei de cada
unidade da federação. Atualmente, esse tipo de contratação só poderá ocorrer com a finalidade de atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público.
• Particulares em Colaboração com o Poder Público: os particulares em colaboração com o Poder Público não fazem parte
do Estado, eles exercem função pública, entretanto, não deixam de ser particulares. Exemplos: os jurados e os que
trabalham nos cartórios eleitorais, quando das eleições; os gestores de negócios públicos que assumem a gestão da coisa
pública livremente, em situações anormais e urgentes; os contratados por locação civil de serviços; os concessionários e

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os permissionários de serviços públicos, os delegados de função ou ofício público, os que praticam atos que são de
competência do Estado e têm força jurídica oficial.
1.5.4 QUADRO COMPARATIVO:

AGENTES PÚBLICOS- ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS- EMENDA CONSTITUCIONAL 18/98

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
TEXTO ORIGINAL- CF/88 TEXTO ATUAL – EMENDA CONSTITUCIONAL 18/98
Art. 42. São servidores militares federais os Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
integrantes das Forças Armadas e servidores Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina,
militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
os integrantes de suas polícias militares e de seus Art. 142., § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados
corpos de bombeiros militares. militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei,
as seguintes disposições:

JURISPRUDÊNCIA- AGENTES PÚBLICOS

STF:
1) SÚMULA VINCULANTE 13
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

2) Súmula Vinculante 13 e Agente Político


STF- Rcl 6650- MC-Agr/PR
Relator: Ellen Gracie
”O Tribunal, por maioria, negou provimento a agravo regimental interposto contra decisão que deferira pedido de liminar em
reclamação, na qual se impugna, sob alegação de afronta à Sumula Vinculante 13, decisão proferida em ação popular que
suspendera o ato de nomeação do reclamante, irmão do Governador do Paraná, para o cargo de Secretário Estadual de
Transportes (Decreto estadual 3.3.48/2008). Entendeu-se irretocável a decisão recorrida. Reportando-se ao que decidido no
RE 579951/RN (DJE de 12.9.2008), asseverou-se que a nomeação de parentes para cargos políticos não implica ofensa aos
princípios que regem a Administração Pública, em face de sua natureza eminentemente política, e que, nos termos da
Súmula Vinculante 13, as nomeações para cargos políticos não estão compreendidas nas hipóteses nela elencadas. Dessa
forma, não seria possível submeter o caso do reclamante - nomeação para o cargo de Secretário Estadual de Transporte,
agente político - à vedação imposta pela referida Súmula Vinculante, por se tratar de cargo de natureza eminentemente
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política. Por fim, no que se refere ao pedido formulado pelo agravante no sentido de se impedir o exercício pelo reclamante
do cargo de responsável pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA, autarquia estadual, considerou-se o
fato de não se estar a analisar o mérito da presente reclamação, devendo o julgamento ficar restrito apenas à aferição da
fumaça do bom direito. Vencido o Min. Marco Aurélio, que dava provimento ao recurso, ao fundamento de que não seria
possível empolgar o que decidido no RE 579951/RN para se ter base para a reclamação, por se tratar de processo subjetivo, e
porque o Verbete Vinculante 13 não versaria expressamente a possibilidade da nomeação verificada. Rcl 6650 MC-AgR/PR,
rel. Min. Ellen Gracie, 16.10.2008. (Rcl-6650)”

QUESTÕES DE CONCURSOS

01. (CESPE/CEBRASPE - MS - Analista Técnico - Administrativo) Acerca de Estado, governo e administração, julgue os
itens a seguir.
A tripartição de funções é absoluta no âmbito do aparelho do Estado.
( ☺ ) Certo (  ) Errado

02. (CESPE/CEBRASPE - TCE-PE - Analista de Gestão - Administração) No que tange a regime jurídico-
administrativo, organização administrativa e teoria do direito administrativo brasileiro, julgue o item a seguir.
No Brasil, as fontes do direito administrativo são, exclusivamente, a Constituição Federal de 1988 (CF), as leis e os
regulamentos.
( ☺ ) Certo (  ) Errado

03. (CESPE/CEBRASPE- TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal) Tendo como
referência a doutrina jurídica majoritária, julgue o item a seguir, a respeito de conceitos, princípios e classificações do
direito administrativo.
O conceito de administração pública, em seu aspecto orgânico, designa a própria função administrativa que é exercida
pelo Poder Executivo.
( ☺ ) Certo (  ) Errado

04. (CESPE/CEBRASPE / CEBRASPE- TC-DF - Procurador) Acerca de sistemas administrativos, de administração


pública e de organização administrativa do Estado, julgue o item a seguir.
Em sentido estrito, a administração pública compreende os órgãos administrativos e governamentais que
desempenhem as funções administrativa e política.
( ☺ ) Certo (  ) Errado

05. (FGV- SEGEP-MA - Agente) A doutrina administrativista aponta a existência de uma diferença entre a função de
governo e a função administrativa. Diante dessa diferenciação, analise as afirmativas a seguir.

I. As funções de governo estão mais próximas ao objeto do direito constitucional, enquanto a função administrativa é
objeto do direito administrativo.
II. A função de governo tem como um de seus objetivos estabelecer diretrizes políticas, enquanto a função administrativa
se volta para a tarefa de executar essas diretrizes.
III. A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo, engloba as funções administrativas e as funções
de governo.

Assinale:

A) se todas as afirmativas estiverem corretas.


B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretos.
C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretos.
D) se somente a afirmativa II estiver correta.
E) se somente a afirmativa III estiver correta.
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Capítulo 2
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

2.1 A IDEIA DE CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO


O Estado exerce a função administrativa através das pessoas jurídicas (entidades políticas e entidades administrativas),
órgãos e agentes públicos. As formas de realização das função administrativa são centralização, descentralização,
concentração e desconcentração.

CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO

OCORRE A OCORRE OCORRE QUANDO OCORRE QUANDO


CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO UMA DETERMINADA UMA DETERMINADA
QUANDO O ESTADO QUANDO O ESTADO PESSOA JURÍDICA PESSOA JURÍDICA
EXECUTA SUAS EXECUTA ALGUMAS DE DISTRIBUI INTEGRANTE DA
TAREFAS SUAS ATRIBUIÇÕES POR
COMPETÊNCIAS NO ADMISTRAÇÃO
DIRETAMENTE, PELAS MEIO DE OUTRAS
ENTIDADES POLÍTICAS PESSOAS, QUE NÃO AS
ÂMBITO DE SUA PÚBLICA, EXTINGUE
(U, E, DF E M), POR PESSOAS DA ADMINIST. PRÓPRIA ESTRUTURA ÓRGÃOS ANTES DA
MEIO DE SEUS ÓRGÃOS DIRETA. É O QUE A FIM DE TORNAR SUA ESTRUTURA,
E AGENTES. NESSA OCORRE NA MAIS ÁGIL E REUNINDO EM UM
FORMA DE REALIZAÇÃO INSTITUIÇÃO DAS EFICIENTE A FUNÇÃO NÚMERO MENOR DE
DA FUNÇÃO ENTIDADES ADMINISTRATIVA. UNIDADES AS
ADMINISTRATIVA, ADMINISTRATIVAS QUE RESPECTIVAS
TEMOS A COMPÕEM A COMPETÊNCIAS.
ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO
DIRETA. INDIRETA.

ANÁLISE DO FENÔMENO DA DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

DESCENTRALIZAÇÃO:

U, E, D.F, M A, F.P, S.E.M, E.P

DIRETA UNIÃO
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ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
INSS
INDIRETA FUNAI
BANCO DO BRASIL

CAIXA ECONOMICA FEDERAL

Na descentralização administrativa ocorre distribuição externa de competência. Um ente político (U, E, DF e M) distribui
externamente uma parcela de sua competência administrativa para um ente administrativo (A, FP, SEM e EP).

📢 ATENÇÃO:
De acordo com a Profa. Di Pietro, a descentralização relacionada à Administração Indireta é classificada com
descentratização técnica, funcional ou de serviços.

Mas temos outras formas de descentralização administrativa. Vejamos:

MODALIDADES DE DESCENTRALIZAÇÃO (SEGUNDO DI PIETRO):


• DESCENTRALIZAÇÃO POR TÉCNICA (FUNCIONAL OU SERVIÇOS)
• DESCENTRALIZAÇÃO POR COLABORAÇÃO (OU DELEGAÇÃO)
• DESCENTRALIZAÇÃO TERRITORIAL (OU GEOGRÁFICA)

- DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇOS (funcional ou técnica) - é a que se verifica quando o Poder Público (União, Estados, DF
ou Municípios) institui uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execução de
determinado serviço público. Estamos falando das entidades da Administração Indireta.

- DESCENTRALIZAÇÃO POR COLABORAÇÃO (ou delegação) - é a que se verifica quando, por meio de contrato ou ato, se
transfere a execução de determinado serviço público à pessoa (jurídica ou física), conservando a titularidade com o Poder
Público.

- DESCENTRALIZAÇÃO TERRITORIAL (ou geográfica)- é a que se verifica quando uma entidade local, geograficamente
delimitada, é dotada de pers. jurídica de direito público, com capacidade administrativa genérica.

DESCONCENTRAÇÃO:
UNIÃO

Presidência da República

Ministério da
Justiça Ministério da
Fazenda

Ministério da Ministério da Educação


Saúde

ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DIRETA UNIÃO Poder Executivo

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Presidência da República

Ministério da Justiça

Departamento da Polícia Federal

Setor de Atendimento

Na desconcentração ocorre distribuição interna de competência. Uma entidade (pessoa jurídica) distribui internametne
competência administrativa dentro do próprio corpo, com a criação de órgãos.

2.2 ÓRGÃOS PÚBLICOS

2.2.1 CONCEITO

CONCEITO DOUTRINÁRIO:
- São centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais,
ÓRGÃO
através de seus agentes, cuja atuação é imputada a pessoa jurídica a que
PÚBLICO
pertence (Hely Lopes Meirelles).

- Pode-se definir o órgão público como uma unidade que congrega atribuições
exercidas pelos agentes públicos que o integram com o objetivo de expressar a
vontade do Estado ( Maria Sylva Zanella Di Pietro)

- São círculos de atribuições, os feixes individuais de poderes funcionais repartidos


no interior da personalidade estatal e expressados através dos agentes neles
providos (Celso Antônio Bandeira de Mello)

- O compartimento da estrutura estatal a que são cometidas funções


determinadas, sendo integrado por agentes que, quando as executam,
manifestam a própria vontade do Estado ( José dos Santos Carvalho Filho)

CONCEITO LEGAL- LEI Nº 9.784/99


Art. 1o § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e
da estrutura da Administração indireta.

ÓRGÃO Características:
PÚBLICO -são criados e extintos por lei;
- não têm personalidade jurídica;
- são resultado da desconcentração;
- não possuem patrimônio próprio;
- expressam a vontade das entidades a que pertencem (União, Estado,
Município)- TEORIA DO ÓRGÃO OU DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA;
- não têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que
integram;
- alguns têm capacidade processual(ou personalidade judiciária) para
defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais;

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2.2.2 CARACTERÍSTICAS:

1) SÃO CRIADOS E EXTINTOS POR LEI


Órgãos são criados e extintos por lei. Quando falamos lei, estamos falando de lei em sentido formal (aquela que precisa
passar por um processo legislativo). Muito cuidado para não confundir com a análise de cargos públicos. Estes são criados
por lei, mas podem ser extintos por lei ou por decreto (quando vagos, conforme artigo 84, VI, b da CF). Decreto é ato
administrativo exclusivo do Chefe do Executivo.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts.
49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84,
VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II- disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

2) NÃO TÊM PERSONALIDADE JURÍDICA


Órgãos não são pessoas jurídicas, com direitos e obrigações. Órgãos são compartimentos dentro das pessoas.
LEI Nº 9.784/99
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e
indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
Administração.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

📢 Não esqueça que alguns órgãos têm CNPJ e que isso não está relacionado à personalidade jurídica.
De acordo com a professora Fernanda Marinela, "(…) apesar de não possuírem personalidade jurídica, os órgãos públicos que
recebem recursos públicos têm CNPJ. A Receita Federal cria os CNPJs devido a preocupação com a fiscalização do fluxo de
dinheiro público."
"Os órgãos públicos de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que se
constituam em UNIDADES GESTORAS DE ORÇAMENTO, devem fazer seu cadastro no CNPJ. Isso se dá não só pela

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preocupação com a necessidade da transparência da administração de recursos públicos como também de se fazer um
melhor controle no tocante à responsabilidade dos gestores pela administração orçamentária."

3) SÃO RESULTADO DA DESCONCENTRAÇÃO


Na desconcentração ocorre distribuição interna de competência. Uma entidade (pessoa jurídica) distribui internametne
competência administrativa dentro do próprio corpo, com a criação de órgãos.
Lembre-se que essa distribuição interna traz a característica da hierarquia e que ela tb pode acontecer em razão da matéria,
territorial etc.

4) NÃO POSSUEM PATRIMÔNIO PRÓPRIO


O patrimônio não é do órgão, o patrimônio é da entidade.

5) EXPRESSAM A VONTADE DAS ENTIDADES A QUE PERTENCEM (UNIÃO, ESTADO, DF OU MUNICÍPIO) - TEORIA
DO ÓRGÃO OU DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA
Teoria adotada pelo direito brasileiro. Criada pelo alemão Otto Gierke, para essa teoria a atuação do agente público, que está
no órgão, é imputada à pessoa juridica (Estado). Essa teoria serve de fundamento para a responsabilidade civil objetiva do
Estado, prevista no artigo 37, §6º da CF. Antes dela, tivemos duas teorias (teoria do mandato e teoria da representação), que
não foram aceitas.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 37, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.

6) NÃO TÊM CAPACIDADE PARA REPRESENTAR EM JUÍZO A PESSOA JURÍDICA QUE INTEGRAM
Regra geral os órgãos não têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que integram, SALVO aqueles órgãos
que foram criados para terem essa capacidade de representação, a exemplo da AGU (Advocacia Geral da União), que
representa a União judicial e extrajudicialmente, a PGE (Procuradoria Geral do Estado), que faz a representação judicial e
extrajudicial dos Estados e a PGM (Procuradoria Geral do Município), que tem a mesma função nos Muncípios (onde foram
criados). Essa análise faz com que os outros órgãos não tenham essa capacidade de representação judicial, via de regra.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a
União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e
funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da
República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

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§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso
público de provas e títulos.
§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de
concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,
exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício,
mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

7) ALGUNS TÊM CAPACIDADE PROCESSUAL (OU PERSONALIDADE JUDICIÁRIA) PARA DEFESA EM JUÍZO DE SUAS
PRERROGATIVAS FUNCIONAIS
Ter personalidade judiciaria é ter capacidade para estar em juízo (ação judicial). Segundo a doutrina majoritaria e a
jurispridencia majoritária, os órgãos independentes, apesar de não terem personalidade jurídica, têm personalidade
judiciária (capacidade para estar em juízo) em defesa de suas prerrogativas funcionais. Perceba que aqui eles não estão
representando em juízo o ente que integram, eles estão em juízo em defessa de suas prerrogativas institucionais. O STF
também tem entendido que o órgãos autônomos também têm essa capacidade.

LEI Nº 8. 078/90
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de
21.3.1995)
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica,
especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;

JURISPRUDÊNCIA
STJ- SÚMULA nº 525
A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar
em juízo para defender os seus direitos institucionais.

2.2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS


1) SEGUNDO HELY LOPES MEIRELLES:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto Quanto Quanto


à posição à Estrutura à Atuação
Estatal Funcional
Independentes

Subalternos
Autônomos

Superiores

Composto

Colegiado
Singular
Simples

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Presidência Ministérios Gabinetes Protocolo Portaria Sec. de Presidência Câmara dos
Senado Secretarias Sec. Gerais Portaria Educação da República Deputados
STF
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2) SEGUNDO MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto à
Quanto Quanto Quanto sua esfera
à posição à Estrutura à Composição de ação
Estatal
Independentes

Subalternos
Autônomos

Superiores

Composto

Coletivo
Singular
Simples

Locais
Centrais

CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGAOS
SEGUNDO HELY LOPES E SEGUNDO DI PIETRO
1) DE ACORDO COM À POSIÇÃO ESTATAL:
1.1- ÓRGÃOS INDEPENDENTES: “são os originários da Constituição e representativos dos três poderes de Estado, sem qualquer
subordinação hierárquica ou funcional; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica”. Exemplos: Presidência
da República, Senado, Câmara dos Deputados, Tribunais Superiores etc .
1.2- ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: “são os localizados na cúpula da Administração, subordinados diretamente à chefia dos órgãos
independentes; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica e participam das decisões governamentais”. Ex.:
Ministérios, AGU, Secretarias de Estado e Município etc.
1.3- ÓRGÃOS SUPERIORES: “são órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação e ao controle
hierárquico de uma chefia; não gozam de autonomia administrativa nem financeira”. Exemplos: Departamentos,
Coordenadorias, Divisões, Gabinetes etc .
1.4- ÓRGÃOS SUBALTERNOS: “são os que se acham subordinados hierarquicamente à órgãos superiores de decisão;
exercem funções de execução”. Ex.: Seções, Setor etc.

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2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA:


- ÓRGÃOS SIMPLES(OU UNITÁRIOS): “são constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas”. Exemplos:
Setor de Protocolo, Portaria etc.
- ÓRGÃOS COMPOSTOS: “são constituídos por vários outros órgãos”. Ex.: Ministérios, Secretarias de Estado, Secretarias de
Município etc.
(SEGUNDO HELY LOPES) (SEGUNDO DI PIETRO)
3) QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL: 3) QUANTO À COMPOSIÇÃO
- ÓRGÃOS SINGULARES (OU UNIPESSOAIS): “são os que - ÓRGÃOS SINGULARES: “quando integrados por um único
atuam e decidem através de um único agente,”. agente”. Exemplos: Presidência da República, Diretoria de
Exemplos: Presidência, Governadoria, Prefeituras etc. uma escola etc.
- ÓRGÃOS COLEGIADOS ( OU PLURIPESSOAIS): “são todos - ÓRGÃOS COLETIVOS: “quando integrados por vários agentes”.
aqueles que atuam e decidem pela manifestação Ex.: Tribunais etc.
conjunta e majoritária da vontade de seus membros”.
Ex.: Corporações Legislativas, Tribunais etc.
4) QUANTO À ESFERA DE AÇÃO (SEGUNDO DI PIETRO):
------- - ÓRGÃOS CENTRAIS: “são aqueles que exercem atribuições em
todo o território de competência da entidade (seja nacional,
estadual ou municipal)”. Exemplos: Ministérios, Secretarias
Estaduais ou Municipais etc.
- ÓRGÃOS LOCAIS: “são aqueles que atuam sobre uma parte do
território”. Ex.: Delegacias Regionais da Receita Federal,
Delegacias de Polícia, Postos de Saúde etc.

3) SEGUNDO CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto Quanto
à função à Estrutura
Consultiv

Colegiais
Controle

Simples
Ativos

De

os

4) SEGUNDO RENATO ALESSI:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto Quanto
à função à Estrutura
Burocráti
Controle

Consulti

Colegia
Ativos

vos

dos
cos
De

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CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGÃOS
SEGUNDO CELSO ANTÔNIO E SEGUNDO RENATO ALESSI
1) DE ACORDO COM A FUNÇÃO:
1.1)ÓRGÃOS ATIVOS: “os que expressam decisões estatais para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica”. Ex.: Conselho
Monetário Nacional, que edita resoluções obrigatórias para todo o sistema financeiro nacional.
1.2)ÓRGÃOS CONSULTIVOS: “os de aconselhamento e elucidação (pareceres) para que sejam tomadas as providências
pertinentes pelos órgãos ativos”. Ex.: Advocacia-Geral da União, que expede pareceres para a resolução de problemas
jurídicos.
1.3)ÓRGÃOS DE CONTROLE: “são os prepostos a fiscalizar e controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Ex.: Tribunal de
Contas da União, que controla (fiscaliza e revisa) as despesas governamentais.
SEGUNDO CELSO ANTÔNIO SEGUNDO RENATO ALESSI
2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA: 2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA:
2.1) ÓRGÃOS SIMPLES: “são aqueles cujas decisões são -2.1)ÓRGÃOS BUROCRÁTICOS: “são aqueles que estão a cargo
formadas e manifestadas por uma só pessoa ”. Ex.: de uma só pessoa física ou de várias pessoas ordenadas
Presidência da República VERTICALMENTE ”. Ex.: Diretoria
2.2)ÓRGÃOS COLEGIAIS: “são aqueles cujas decisões são 2.2) ÓRGÃOS COLEGIADOS: “são aqueles formados por uma
formadas e manifestadas por um grupo de pessoas”. coletividade de pessoas físicas ordenadas
Ex.:Plenário. HORIZONTALMENTE, com base em uma relação de
coligação ou coordenação”.

2.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

2.3.1 CONCEITO
A administração indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o
objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as atividades administrativas.
2.3.2 CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODAS AS ENTIDADES:
- São pessoas jurídicas, de direito público ou privado, instituídas por determinada entidade política para exercer uma parcela
de sua capacidade de autoadministração.
- Capacidade de autoadministração: segundo a qual exercem com autonomia a atividade que lhe foi transferida pela entidade
política, nos termos e limites da lei.
- Não possuem capacidade de autogoverno nem de autoconstituição, nem mesmo de autolegislação.
- São resultado do fenômeno da descentralização.
- Têm patrimônio próprio, receitas e orçamentos próprios.

ANÁLISE DAS ENTIDADES ADMINISTRATIVAS


FUND. PUB. (PUBLICO) E FUNDAÇÃO SOC. ECON. MISTA E
AUTARQUIA
PUB (PRIVADO) EMPRESA PÚBLICA
Pessoa jurídica de direito público Pessoas jurídicas de
Pessoa jurídica de direito
(entendimento jurisprudencial) ou de direito privado, destinadas
público, criada por lei, para
direito privado; as fundações são à atividades
CONCEITO desenvolver atividades
pessoas jurídicas que nascem em razão econômicas(art. 173, CF)
típicas e próprias da
da existência de um patrimônio ou prestação de
Administração.
vinculado ao cumprimento de uma serviços(art. 175, CF)
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finalidade: desenvolver atividades com industriais ou comerciais,


um fim social. em que o Estado tenha
interesse próprio ou
considere convenientes à
coletividade.
Fund. Pub. (Publico) - criada por lei
CRIAÇÃO Criada por lei Fundação Pub (Privado) - autorizada Autorizadas por lei.
por lei
PERSONALIDADE
Direito Público Direito Público ou Privado Direito Privado
JURÍDICA
Vinculação Vinculação Vinculação
RELAÇÃO COM O (controle finalístico; (controle finalístico; (controle finalístico;
ENTE POLÍTICO supervisão ministerial; tutela supervisão ministerial; tutela supervisão ministerial;
administrativa) administrativa) tutela administrativa)
Fund. Pub. (Publico)- Reg. Jur. Direito
Regime Jurídico de Direito Público
REGIME JURÍDICO Regime Híbrido
Público Fundação Pub (Privado)- Regime
Híbrido
Fund. Pub. (Publico) – Estatutária.
Estatutária
(Obs.: o STF suspendeu o uso do
RELAÇÃO DE (Obs.: o STF suspendeu o
regime celetista através da ADI- Celetista
TRABALHO uso do regime celetista MC 2135).
através da ADI-MC 2135).
Fundação Pub (Privado) – Celetista.
LICITAÇÃO E Realizados através de Realizados através de
Realizados através de LICITAÇÃO
CONTRATOS LICITAÇÃO LICITAÇÃO
CONTROLE
Controle feito pelo Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas
EXTERNO
RESPONSABILI- Art. 173: subjetiva
Objetiva Objetiva
DADE CIVIL Art. 175: objetiva
FALÊNCIA NÃO
Na forma que a lei ou
o estatuto estabe-
lecer; a nomeação do
Na forma que a lei ou o estatuto estabelecer; a nomeação do dirigente compete ao
NOMEAÇÃO DOS
dirigente compete ao Chefe do Executivo com prévia aprovação Chefe do Executivo,
DIRIGENTES do Poder Legislativo. mas não é válida a
exigência prévia
aprovação do Poder
Legislativo.
• Empresas Públicas:
UFC, INSS, Conselho Federal Correios, CEF, CASA DA
de Farmácia (Aut. Reg. Esp), MOEDA,SERPRO,
FNS, UECE, UVA, URCA, IBGE, FUNAI
Banco Central (Aut. Reg. EMBRAPA etc.
EXEMPLOS etc.
Esp.), ARCE, SEMACE, JUCEC, • Soc. Economia Mista:
ISSEC, DER, DETRAN, IJF, Banco do Brasil S/A,
IPM, AMC, etc. Petrobrás S/A, Cagece
S/A, Docas S/A etc.

2.3.3 CARACTERÍSTICAS DAS ENTIDADES ADMINISTRATIVAS:

1) CONCEITO:

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FUND. PUB. (PUBLICO) E FUNDAÇÃO SOC. ECON. MISTA E


AUTARQUIA
PUB (PRIVADO) EMPRESA PÚBLICA
Pessoas jurídicas de
Pessoa jurídica de direito direito privado, destinadas
público, criada por lei, para Pessoa jurídica de direito público à atividades
desenvolver atividades (entendimento jurisprudencial) ou de econômicas(art. 173, CF)
típicas e próprias da direito privado que nascem em razão ou prestação de
CONCEITO Administração. do cumprimento de uma finalidade: serviços(art. 175, CF)
desenvolver atividades com um fim industriais ou comerciais,
social. em que o Estado tenha
interesse próprio ou
considere convenientes à
coletividade.

- AUTARQUIA é pessoa jurídica de direito público, criada por lei, para desenvolver atividades típicas(da função de
administrar) e próprias (que não visam lucro) da Administração Pública.
- FUNDAÇÃO PÚBLICA é pessoa jurídica de direito público (entendimento jurisprudencial) ou de direito privado que nascem
em razão do cumprimento de uma finalidade: desenvolver atividades com um fim social. Atividade que atende um fim social
é atividade que visa as justiças sociais, visa diminuir as desigualdades sociais. Tais atividades estão previstas, por exemplo, no
artigo 6º e Título VIII da CF (previdência social, assistência social, saúde, educação, cultura, desporto, ciência, tecnologia,
inovação, comunicação social, meio ambiente, família, criança, adolescente, jovem, idoso e índios).
A Fundação Pública, de todas as entidades, foi a que mais sofreu com mudanças de governos. Na atualidade, temos dois
tipos de fundações públicas: a de direito público (sengundo o STF) e a de direito privado.
- SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E EMPRESA PÚBLICA: as empresas estatais (empresas do governo) são pessoas jurídicas
de direito privado, destinadas a atividades econômicas (Intervenção do domínio econômico na forma direta - art. 173, CF),
para balancear o mercado e evitar formação de cartel ou prestação de serviços (art. 175, CF) industriais ou comerciais, em
que o Estado tenha interesse próprio ou considere convenientes à coletividade.
A análise do conceito das entidades administrativas data da década de 60 (Decreto- Lei nº 200/67), de lá para cá tivemos
uma evolução nesse conceito, mas se faz necessário o conhecimento do dispositivo legal.

DECRETO- LEI Nº 200/67


Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e
dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica
própria:
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de
competência estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado do § 1º pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 2 º (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 3 º (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987)
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.
II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital
exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de

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contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a
exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude
de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito
público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento
custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade fôr submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá
apenas à União, em caráter permanente.
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas categorias constantes dêste artigo.
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública
de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil
concernentes às fundações. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação; (Redação dada pela EC nº 19/98)
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração
pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através
de licitação, a prestação de serviços públicos.
Há também o conceito das empresas do governo na Lei das Estatais.

LEI Nº 13.303/2016
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias,
abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda
que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e
com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios.

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Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.

2) CRIAÇÃO E PERSONALIDADE JURÍDICA DAS ENTIDADES ADMINSITRATIVAS


Fund. Pub. (Publico) - criada por lei
CRIAÇÃO Criada por lei Autorizadas por lei.
Fundação Pub (Privado) - autorizada por lei
PERSONALIDADE
Direito Público Direito Público ou Privado Direito Privado
JURÍDICA

FUND. PUB. (PUBLICO) E FUNDAÇÃO SOC. ECON. MISTA E


AUTARQUIA
PUB (PRIVADO) EMPRESA PÚBLICA
Hoje se faz necessário entendermos a ideia de personalidade jurídica, que é a aptidão genérica para se adquirir direitos e
obrigações. As pessoas jurídicas adquirem essa capacidade de duas formas: por lei ou por registro (que pode ser em um
Cartório -também conhecido como RCPJ- ou na Junta Comercial). As pessoas que adquirem a capacidade por lei passam a ser
conhecidas como pessoas jurídicas de direito público e as que adquirem por registro passam a ser conhecidas como pessoas
jurídicas de direito privado.
Com relação à Administração Indireta, as autarquias (e as fundações públicas de direito público- segundo o STF) são pessoas
jurídicas de direito público, pois adquirem a personalidade por lei, já as fundações públicas de direito privado, as sociedades
de economia mistas e as empresas públicas adquirem essa capacidade após o registro, consequentemente são pessoas
jurídicas de direito privado.
Em se tratando dessas entidades adminsitrativas, com o advento da EC nº 19/98, o legislador constituinte entendeu que as
pessoas que adquirem personalidade com a lei são consideradas criadas por ela e as que adquirem por registro são
autorizadas por lei.
Nem sempre foi assim. O texto original trazia a ideia de que todas eram criadas, somente após a EC 19/98 tivemos essa
alteração de nomenclatura.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
TEXTO ORIGINAL- ART. 37, XIX TEXTO ALTERADO- EC 19/98- ART. 37, XIX
Art. 37. XIX - somente por lei específica poderão Art. 37. XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
ser criadas empresa pública , sociedade de autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia
economia mista, autarquia ou fundação pública mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela EC nº 19/98)

- É necessário uma observação com relação à Fundação Pública. Embora o texto alterado do artigo 37, XIX, determine que
elas são autorizadas por lei (trazendo a ideia de pessoas jurídica de direito privado), O STF (Supremo Tribunal Federal)
entendeu, fazendo uma análise sistêmica da CF, que existem os dois tipos de fundações públicas: a de direito público e a de
direito privado.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 40 (ANTIGA REDAÇÃO). Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

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§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que
se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

JURISPRUDÊNCIA
O Supremo Tribunal Federal admite a existência de fundações públicas com personalidade de direito público, e fundações
públicas com personalidade jurídica de direito privado.
STF- ADI 191 / RS - RIO GRANDE DO SUL - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA
Julgamento: 29/11/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ART. 28 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES DE FUNDAÇÕES INSTITUÍDAS OU MANTIDAS PELO ESTADO E SERVIDORES DAS
FUNDAÇÕES PÚBLICAS: INCONSTITUCIONALIDADE. 1. A distinção entre fundações públicas e privadas decorre da forma como
foram criadas, da opção legal pelo regime jurídico a que se submetem, da titularidade de poderes e também da natureza dos
serviços por elas prestados. 2. A norma questionada aponta para a possibilidade de serem equiparados os servidores de toda
e qualquer fundação privada, instituída ou mantida pelo Estado, aos das fundações públicas. 3. Sendo diversos os regimes
jurídicos, diferentes são os direitos e os deveres que se combinam e formam os fundamentos da relação empregatícia
firmada. A equiparação de regime, inclusive o remuneratório, que se aperfeiçoa pela equiparação de vencimentos, é prática
vedada pelo art. 37, inc. XIII, da Constituição brasileira e contrária à Súmula 339 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes.
4. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente.

CRIAÇÃO DAS SUBSIDIÁRIAS


E para finalizarmos esse ponto, vamos tratar das subisdiárias. A CF determina que depende de autorização legislativa a
criação de subsidiárias das entidades da Administração Indireta e a participação delas em empresas privadas.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso
anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
Mas o STF (Supremo Tribunal Federal) tem entendido que se a lei que institui a empresa matriz, já mencionar a criação da
subisidária, não é necessário uma nova autorização legislativa.

JURISPRUDÊNCIA
Quando a lei instituidora de uma entidade da Administração Indireta já prevê a criação de subsidiárias não é necessário
autorização legislativa para a criação destas subsidiárias.
ADI 1649 / DF - DISTRITO FEDERAL -AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA
Julgamento: 24/03/2004 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 9478/97. AUTORIZAÇÃO À PETROBRÁS PARA CONSTITUIR
SUBSIDIÁRIAS. OFENSA AOS ARTIGOS 2º E 37, XIX E XX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO
IMPROCEDENTE. 1. A Lei 9478/97 não autorizou a instituição de empresa de economia mista, mas sim a criação de
subsidiárias distintas da sociedade-matriz, em consonância com o inciso XX, e não com o XIX do artigo 37 da Constituição
Federal. 2. É dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse
fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida
autorizadora. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.

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3) RELAÇÃO COM O ENTE POLÍTICO

FUND. PUB. (PUBLICO) E FUNDAÇÃO SOC. ECON. MISTA E


AUTARQUIA
PUB (PRIVADO) EMPRESA PÚBLICA

Vinculação Vinculação Vinculação


RELAÇÃO COM O (controle finalístico; (controle finalístico; (controle finalístico;
ENTE POLÍTICO supervisão ministerial; tutela supervisão ministerial;
supervisão ministerial; tutela
administrativa) administrativa) tutela administrativa)

Não existe subordinação entre um ente político e um ente administrativo. O que existe é uma relação de vinculação ou
coordenação, também conhecida como controle finalístico (o ente político fica controlando o ente administrativo para saber
se ele vai atingir a finalidade para qual foi criado), e ainda tutela administrativa. Na esfera federal esse controle normalmente
é feito pelos ministérios, por esse motivo é conhecido com supervisão ministerial. Essa análise está prevista no artigo 4º, §
único do Decreto-lei nº 200/67.

DECRETO- LEI Nº 200/67


Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e
dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica
própria:
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de
competência estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado do § 1º pela Lei nº 7.596, de 1987)

4) REGIME JURÍDICO E RELAÇÃO DE TRABALHO


Fund. Pub. (Publico)- Reg. Jur. Direito
Regime Jurídico de Direito Público
REGIME JURÍDICO Regime Híbrido
Público Fundação Pub (Privado)- Regime
Híbrido
Fund. Pub. (Publico) – Estatutária.
Estatutária
(Obs.: o STF suspendeu o uso do
RELAÇÃO DE (Obs.: o STF suspendeu o regime celetista através da ADI- Celetista
TRABALHO uso do regime celetista MC 2135).
através da ADI-MC 2135).
Fundação Pub (Privado) – Celetista.
FUND. PUB. (PUBLICO) E FUNDAÇÃO SOC. ECON. MISTA E
AUTARQUIA
PUB (PRIVADO) EMPRESA PÚBLICA

Regime jurídico é o estudo das regras e princípios que regem as relações.


O regime jurídico das entidades administrativas trata das regras e princípios que serão usados nas relações entre a entidade
e o administrado. As autarquias e as fundações públicas de direito público se sbmetem ao regime jurídico de direito público,
ou seja, suas relações são regidas por regras de direito público, a exemplo do Direito Constitucional, Administrativo, Penal,
Tributário, Processual etc. Já as fundações públicas de direito privado, as sociedades de economia mistas e as empresas
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públicas se submetem a regime híbrido nas suas relações (incidência de regras de direito público e direito privado). Isso
porque são pessoas jurídicas de direito privado (por isso as incidência do direito privado, a exemplo do Direito do Trabalho,
Civil etc), mas por desenvolverem funções de Estado também se submetem às regras de direito público (como concurso
público, licitações, regras de acumulação de cargos etc).
Cumpre ressaltar que as sociedades de economia mistas e empresas públicas que desenvolvem atividade de natureza
econômica (art. 173 da CF), têm regime híbrido, com predominância do direito privado; já as sociedades de economia mistas
e empresas públicas que desenvolvem atividades de prestação de serviços públicos (art. 175 da CF), estão cada vez mais
protegidas pelas regras de direito público. Mas cuidado!!! Isso acontece em decorrência da atividade que elas desenvolvem.
E para que elas tenham a incidência das regras de direito público, o bem, renda ou serviço tem que está vinculado à atividade
essencial, segundo a jurisprudência dos Tribunais.
Em se tratando de relação de ‘trabalho’, a doutrina e jurisprudência majoritárias vem entendendo que todas as entidades
para admissão de pessoal precisam fazer concurso público, salvo os cargos em comissão, que são de livre nomeação e
exoneração (conforme artigo 37, II da CF), mas as autarquias e fundações públicas de direito público se submetem à relação
estatutária (Lei Administrativa- Estatuto do Servidor Público), seus servidores ocupam cargos públicos efetivos e adquirem
estabilidade após três anos de efetivo exercício (conforme artigo 41 da CF). Já as fundações públicas de direito privado,
sociedades de economia mistas e empresas públicas se submetem à relação celetista (CLT), apesar de concurso público, seus
empregados ocupam empregos públicos e não adquirem estabilidade.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas
minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado.

JURISPRUDÊNCIA
1) EMPRESAS PÚBLICAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS, OS BENS SÃO CONSIDERADOS IMPENHORÁVEIS
STF- RE 230051- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
RELATOR:Maurício Correa.
Julgamento: 11/06/2003. Órgão Julgado: Tribunal Pleno.
Ementa:
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS.
IMPENHORABILIDADE DE SEUS BENS, RENDAS E SERVIÇOS. RECEPÇÃO DO ARTIGO 12 DO DECRETO-LEI Nº 509/69. 1. À
empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, é aplicável o privilégio da
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impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços. Recepção do artigo 12 do Decreto-Lei nº 509/69 e não-incidência da
restrição contida no artigo 173, § 1º, da Constituição Federal, que submete a empresa pública, a sociedade de economia
mista e outras entidades que explorem atividade econômica ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às
obrigações trabalhistas e tributárias. 2. Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta serviço público da
competência da União Federal e por ela mantido. Execução. Observância ao regime de precatório, sob pena de vulneração do
disposto no artigo 100 da Constituição Federal. Vícios no julgamento. Embargos de declaração rejeitados.
2)EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO BENEFICIA-SE DA IMUNIDADE RECÍPROCA TRIBUTÁRIA
ACO N. 765-RJ
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
Ementa.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. ART. 102, I, “F”, DA
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - EBCT. EMPRESA PÚBLICA. PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO POSTAL E CORREIO AÉREO NACIONAL. SERVIÇO PÚBLICO. ART. 21, X, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.
1. A prestação do serviço postal consubstancia serviço público [art. 175 da CB/88]. A Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos é uma empresa pública, entidade da Administração Indireta da União, como tal tendo sido criada pelo decreto-lei
nº 509, de 10 de março de 1969. 2. O Pleno do Supremo Tribunal Federal declarou, quando do julgamento do RE 220.906,
Relator o Ministro MAURÍCIO CORRÊA, DJ 14.11.2002, à vista do disposto no artigo 6o do decreto-lei nº 509/69, que a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é “pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, que explora serviço de
competência da União (CF, artigo 21, X)”. 3. Impossibilidade de tributação de bens públicos federais por Estado-membro, em
razão da garantia constitucional de imunidade recíproca. 4. O fato jurídico que deu ensejo à causa é a tributação de bem
público federal. A imunidade recíproca, por sua vez, assenta-se basicamente no princípio da Federação. Configurado conflito
federativo entre empresa pública que presta serviço público de competência da União e Estado-membro, é competente o
Supremo Tribunal Federal para o julgamento da ação cível originária, nos termos do disposto no artigo 102, I, “f”, da
Constituição. 5. Questão de ordem que se resolve pelo reconhecimento da competência do Supremo Tribunal Federal para
julgamento da ação.
3) NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA DISPENSA PARA EMPRESAS ESTATAIS PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO
STF- RE 589998 / PI - PIAUÍ
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 20/03/2013 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT. DEMISSÃO IMOTIVADA DE SEUS EMPREGADOS.
IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA DISPENSA. RE PARCIALEMENTE PROVIDO.
I - Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da CF, salvo aqueles admitidos em período
anterior ao advento da EC nº 19/1998. Precedentes.
II - Em atenção, no entanto, aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por concurso publico, a
dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser
motivada, assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela admissão, sejam também respeitados
por ocasião da dispensa.
III – A motivação do ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado de uma possível quebra do postulado da
impessoalidade por parte do agente estatal investido do poder de demitir.
IV - Recurso extraordinário parcialmente provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF, exigindo-se, entretanto, a
motivação para legitimar a rescisão unilateral do contrato de trabalho.

5) LICITAÇÕES E CONTRATOS
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Contratam, regra geral, Contratam, regra geral,
Contratam, regra geral, através de
LICITAÇÃO E através de LICITAÇÃO as através de LICITAÇÃO as
LICITAÇÃO as obras, serviços, compras
CONTRATOS obras, serviços, compras e obras, serviços, compras e
e alienações.
alienações. alienações.

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As entidades administrativas, assim como as entidades políticas contratam, regra geral, através de LICITAÇÃO as obras,
serviços, compras e alienações. Essa é a previsão constitucional.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração
pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
O artigo 173 §1º, III da Constituição Federal determina que o Estatuto Jurídico das Estatais vai dispor sobre licitações e
contratos. Esse estatuto é a Lei nº 13.303/2016, que trata do assunto no seu Título II. A Lei nº 8.666/93 tem aplicação
subsidiária.

Lei nº 13.303/2016
Art. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do
respectivo patrimônio ou à execução de obras a serem integradas a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus
real sobre tais bens, serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29 e 30.

6) CONTROLE EXTERNO (CONTROLE FINANCEIRO)


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CONTROLE
EXTERNO Controle feito pelo Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas
(FINANCEIRO)

O controle financeiro (da prestação de contas) atinge toda a Administração Pública, inclusive as entidades da Administração
Indireta. Tal controle é feito pelo Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas. Na esfera federal, o controle é feito pelo
Congresso Nacional com o auxílio do TCU (Tribunal de Contas da União). Na esfera estadual, o controle é feito pela
Assembléia Legislativa com o auxílio do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Já na esfera municipal o controle é feito pela
Câmara Municipal com o auxílio do TCE (Tribunal de Contas do Estado) ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios, onde houver.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos
sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

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§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado
em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta
e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

JURISPRUDÊNCIA
Sociedade de economia mista se submete a fiscalização por parte do Tribunal de Contas
STF- MS 25092 ED / DF - DISTRITO FEDERAL
EMB.DECL.NO MANDADO DE SEGURANÇA
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 28/08/2008 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE CONTAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: FISCALIZAÇÃO
PELO TRIBUNAL DE CONTAS. ADVOGADO EMPREGADO DA EMPRESA QUE DEIXA DE APRESENTAR APELAÇÃO EM QUESTÃO
RUMOROSA. I. - Ao Tribunal de Contas da União compete julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da Administração Direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I). II. - As empresas públicas e as sociedades de economia
mista, integrantes da administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os seus
servidores estarem sujeitos ao regime celetista. III. - Numa ação promovida contra a CHESF, o responsável pelo seu
acompanhamento em juízo deixa de apelar. O argumento de que a não-interposição do recurso ocorreu em virtude de não
ter havido adequada comunicação da publicação da sentença constitui matéria de fato dependente de dilação probatória, o
que não é possível no processo do mandado de segurança, que pressupõe fatos incontroversos. IV. - Mandado de segurança
indeferido.

7) RESPONSABILIDADE CIVIL DAS ENTIDADES


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RESPONSABILIDADE ATIVIDADES:
CIVIL DAS OBJETIVA OBJETIVA - ART.173- CF: SUBJETIVA
ENTIDADES - ART. 175-CF: OBJETIVA

A responsabilidade civil do Estado é a obrigação de reparar os danos causados a terceiros em face de comportamento
imputável aos seus agentes.
Com relação às entidades da Administração Indireta, a regra constitucional estatui que as pessoas jurídicas de direito público
e as pessoas jurídicas de direito privados prestadoras de serviços públicos respondem pelos danos que seus agentes causem
a terceiros, aplicando a regra do artigo 37, § 6º (que adota a responsabilidade objetiva; o que siginifca dizer que a vítima,
para ter o dano reparado, precisa demonstrar 3 elementos, quais sejam, conduta, resultado (dano) e nexo causal (ligação que
existe entre a conduta e o resultado). Essa regra atinge, portanto, as autarquias, as fundações públicas (de direito público e
privado) e as sociedades de economia mistas e empresas públicas que prestam serviços públicos (artigo 175 da CF).
Já as empresas públicas e sociedades de economia mistas que desenvolvem atividades econômicas (artigo 173 da CF),
respondem pelo dano que seus agentes causem a terceiros, adotando a regra da responsabilidade subjetiva, prevista no
artigo 173 §1º, II, na análise das obrigações civis (nesse caso, a vítima precisa demonstrar 4 elementos, para ter o dano
reparado, quais sejam, conduta, resultado (dano), nexo causal (ligação que existe entre a conduta e o resultado) e prova de
culpa (comprovação de dolo (intenção) ou culpa (em uma de suas modalidades, negligência, imprudência ou imperícia).

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

8) FALÊNCIA DAS EMPRESAS ESTATAIS


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FALÊNCIA -- -- NÃO
Pelas regras atuais, prevista na Lei de Falência, as empresas públicas e sociedades de economia mistas não podem falir.

LEI Nº 11.101/2005
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;

*** ATENÇÃO***
TEMOS NOVIDADE JURISPRUDENCIAL:
STF- REPERCUSSÃO GERAL - ADMINISSIBILIDADE
TEMA 1101 - APLICAÇÃO DO REGIME DE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL, PREVISTO NA LEI Nº 11.101/05,
ÀS EMPRESAS ESTATAIS.
PROCESSO: RE 1249945
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO
Julgamento: 27/08/2020 Publicação: 27/11/2020
Ementa
Ementa: Direito Administrativo e Constitucional. Recurso extraordinário. Constitucionalidade da incidência do
regime de falência e recuperação judicial às empresas estatais. Presença de repercussão geral. 1. Constitui
questão constitucional saber se as empresas estatais podem se submeter ao regime de falência e recuperação
judicial da Lei nº 11.101/2005, com fundamento no art. 173, §1º, II, da Constituição. 2. Repercussão geral
reconhecida.
9) INDICAÇÃO E NOMEAÇÃO DOS DIRIGENTES
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NOMEAÇÃO DOS Na forma que a lei ou o estatuto estabelecer; a nomeação do Na forma que a lei ou
DIRIGENTES dirigente compete ao Chefe do Executivo com prévia aprovação o estatuto estabe-
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do Poder Legislativo. lecer; a nomeação do


dirigente compete ao
Chefe do Executivo,
mas não é válida a
exigência prévia
aprovação do Poder
Legislativo.

JURISPRUDÊNCIA
PROVIMENTO DE CARGOS DIRETIVOS DAS ENTIDADES DA ADM. INDIRETA
STF- ADI 1642 / MG - MINAS GERAIS
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. EROS GRAU
Julgamento: 03/04/2008 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Publicação: 19-09-2008
Ementa
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ALÍNEA "d" DO INCISO XXIII DO ARTIGO 62 DA CONSTITUIÇÃO DO
ESTADO DE MINAS GERAIS. APROVAÇÃO DO PROVIMENTO, PELO EXECUTIVO, DOS CARGOS DE PRESIDENTE DAS
ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA ESTADUAL PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO
DO DISPOSTO NO ARTIGO 173, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. DISTINÇÃO ENTRE EMPRESAS ESTATAIS PRESTADORAS DE
SERVIÇO PÚBLICO E EMPRESAS ESTATAIS QUE DESENVOLVEM ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO. REGIME
JURÍDICO ESTRUTURAL E REGIME JURÍDICO FUNCIONAL DAS EMPRESAS ESTATAIS. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL.
INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO. 1. Esta Corte em oportunidades anteriores definiu que a aprovação, pelo
Legislativo, da indicação dos Presidentes das entidades da Administração Pública Indireta restringe-se às autarquias e
fundações públicas, dela excluídas as sociedades de economia mista e as empresas públicas. Precedentes. 2. As sociedades
de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade econômica em sentido estrito estão sujeitas, nos termos
do disposto no § 1º do artigo 173 da Constituição do Brasil, ao regime jurídico próprio das empresas privadas. 3. Distinção
entre empresas estatais que prestam serviço público e empresas estatais que empreendem atividade econômica em sentido
estrito 4. O § 1º do artigo 173 da Constituição do Brasil não se aplica às empresas públicas, sociedades de economia mista e
entidades (estatais) que prestam serviço público. 5. A intromissão do Poder Legislativo no processo de provimento das
diretorias das empresas estatais colide com o princípio da harmonia e interdependência entre os poderes. A escolha dos
dirigentes dessas empresas é matéria inserida no âmbito do regime estrutural de cada uma delas. 6. Pedido julgado
parcialmente procedente para dar interpretação conforme à Constituição à alínea "d" do inciso XXIII do artigo 62 da
Constituição do Estado de Minas Gerais, para restringir sua aplicação às autarquias e fundações públicas, dela excluídas as
empresas estatais, todas elas.

2.3.4. DISTINÇÃO ENTRE AS EMPRESAS PÚBLICAS E AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTAS


Agora, trataremos das diferenças entre as sociedades de economia mistas e empresas públicas. Existem basicamente três
diferenças entre elas: capital, forma jurídica e foro processual (em matéria comum).
A primeira diferença é o capital. A sociedade de economia mista deve ter capital público e capital privado e o capital público
deve ser o acionista majoritário. Esse capital pode ser de um ente politico ou de um ente administrativo. Já a empresa
pública deve ter capital 100% público (e ela pode ser unipessoal- capital de um só ente (político)- ou pluripessoal- várias
pessoas da Adminsitração Pública, tendo com acionista majoritário o ente político).
A segunda diferença é a forma jurídica. Toda sociedade de economia mista tem que ter a forma de S/A, já a empresa pública
pode ter qualquer forma admitida em direito.
A terceira diferença é o foro processual em matéria comum. A sociedade de economia mista federal, em regra, tem foro na
justiça estadual e a empresa pública federal tem foro na justiça federal.
DISTINÇÕES ENTRE EMPRESA PÚBLIC A E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

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COMPOSIÇÃO DO É obrigatoriamente formado pela conjugação de É integralmente público
CAPITAL capital público e privado
(ela pode ser unipessoal ou pluripessoal).
(e o controle acionário deve ser da Adm. Pública)
FORMA JURÍDICA Devem ter a forma de S/A Podem revestir qualquer das formas
admitidas no direito
(sendo reguladas basicamente pela Lei das Soc.
por Ações -Lei nº 6.404/76)
FORO Em matéria comum, não foram contempladas Em matéria comum, as causas serão
PROCESSUAL com o foro na Justiça Federal. ¹ contempladas na Justiça Federal.
PARA ENTIDADES
(art. 109, I, CF)
FEDERAIS
1. Súmulas 508, 517 e 556 do STF.

JURISPRUDÊNCIA
STF- SÚMULA Nº 508
COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL, EM AMBAS AS INSTÂNCIAS, PROCESSAR E JULGAR AS CAUSAS EM QUE FOR PARTE O BANCO
DO BRASIL S.A.
STF- SÚMULA Nº 517
AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA SÓ TÊM FORO NA JUSTIÇA FEDERAL, QUANDO A UNIÃO INTERVÉM COMO ASSISTENTE
OU OPOENTE.
STF- SÚMULA Nº 556
É COMPETENTE A JUSTIÇA COMUM PARA JULGAR AS CAUSAS EM QUE É PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras,
rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho;

DECRETO- LEI Nº 200/67


Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital
exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de
contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a
exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade fôr submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá
apenas à União, em caráter permanente.

DECRETO- LEI Nº 900/69


Art . 5º Desde que a maioria do capital votante permaneça de propriedade da União, será admitida, no capital da Emprêsa
Pública (artigo 5º inciso II, do Decreto-lei número 200, de 25 de fevereiro de 1967), a participação de outras pessoas jurídicas
de direito público interno bem como de entidades da Administração Indireta da União, dos Estados, Distrito Federal e
Municípios.

LEI Nº 13.303/2016
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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias,
abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda
que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.
Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias.
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e
com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal
ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público
interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.
§ 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista
controlador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e deverá exercer o poder de controle no interesse
da companhia, respeitado o interesse público que justificou sua criação.
§ 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários
sujeita-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 .

Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de sociedade anônima e, ressalvado o disposto nesta Lei,
estará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 .

2.3.4 CLASSIFICAÇÃO DE AUTARQUIA


As mudanças jurídicas e políticas fizeram com que autarquia se tornasse gênero de várias espécies. Nos dias atuais, autarquia
é gênero de cinco espécies: ordinárias (ou comuns), em regime especial (dentre elas as agencias reguladoras e executivas), as
fundações pública de direito público (fundações autárquicas ou autarquias fundacionais), consórcios públicos de direito
público e territórios.
CLASSIFICAÇÃO DE AUTARQUIA
1. ORDINÁRIAS OU COMUNS
2. FUNDAÇÕES PÚBLICAS (COM PERSONALIDADE DE DIR. PÚB)
3. AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL → (LATO SENSU)
CLASSIFICAÇÃO AGÊNCIAS REGULADORAS
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
4. CONSÓRCIOS PÚBLICOS (COM PERSONALIDADE DE DIREITO PUB).
5. TERRITÓRIOS

Já estudamos as características das autarquias (ordinárias ou comuns) e das fundações públicas de direito público.
Agora passaremos a estudar as demais espécies.

- AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL:


Autarquias em regime especial são aquelas que possuem uma ou algumas características próprias, que as tornam "especiais",
se comparadas com as Autarquias comuns, como por exemplo, maior autonomia administrativa, técnica ou financeira.

AGÊNCIAS REGULADORAS
1) Estão sendo criadas como autarquias em regime especial;
2) Objetivo (artigo 174 da CF): Agente Normativo- NORMATIZAR, REGULAMENTAR, FISCALIZAR, CONTROLAR AS DIVERSAS
ATIVIDADES- para exercer este papel, ela acaba tendo mais autonomia e liberdade que as demais autarquias;
3) Não tem função legislativa, POIS NÃO TEM CAPACIDADE POLÍTICA;

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4) SOBRE OS DIRIGENTES:
4.1) Nomeação do Executivo com a aprovação do Legislativo.
4.2) Mandado fixo com estabilidade
4.3) Período de quarentena: 6 meses* (*quando a lei específica expressamente não mencionar, aplica-se a Lei nº 9986/2000,
art. 8º)
5) Das decisões não cabe recurso hierárquico impróprio para o órgão revisor.
6) Exemplos: ANEEL, ANATEL, ANVISA, ANS, ANA,ANTT, ANTAQ, ANP(Monopólio do Petróleo), ANCINE.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

LEI Nº 13.848/2019
Art. 2º Consideram-se agências reguladoras, para os fins desta Lei e para os fins da LEI Nº 9.986, DE 18 DE JULHO DE 2000:
I - a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);
II - a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP);
III - a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel);
IV - a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
V - a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
VI - a Agência Nacional de Águas (ANA);
VII - a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq);
VIII - a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
IX - a Agência Nacional do Cinema (Ancine);
X - a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac);
XI - a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Parágrafo único. Ressalvado o que dispuser a legislação específica, aplica-se o disposto nesta Lei às autarquias especiais
caracterizadas, nos termos desta Lei, como agências reguladoras e criadas a partir de sua vigência.
Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação
hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e
estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à
sua implementação.

AGÊNCIAS EXECUTIVAS
- É UMA AUTARQUIA OU FUNDAÇÃO PÚBLICA, QUE VISANDO MELHORAR, TORNAR-SE EFICIENTE assina um contrato de
gestão com seu órgão supervisor. dessa forma ela se qualifica como agência executiva.
Exemplos: INMETRO, ADA (Ag. de Des. Da Amazônia, velha SUDAM), ADENE (velha SUDENE).
- Cuidado, amanhã pode deixar de ser agência executiva, se acabar o contrato.
- Dispostivos: Art. 37, §8º da CF e Lei 9.649/1998.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a

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fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."

LEI Nº 9. 649/98
Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os
seguintes requisitos:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
§ 1o A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República.
§ 2o O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando
assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o
cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.

CONSÓRCIOS PÚBLICOS- LEI Nº 11.107/2005


1) São pessoas jurídicas que surgem a partir do ajuste de vontade entre entes políticos.
2) Finalidade: realização de objetivos de interesse comum.
3) PERSONALIDADE JURÍDICA: os consórcios públicos têm personalidade jurídica, que pode ser (art. 6º, §1º da lei): I – de
direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de
intenções; ou II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
4) PROTOCOLO DE INTENÇÕES:
→ Nos consórcios públicos, para que seja possível a sua formação, é necessária a realização de um protocolo de intenções
(art. 3º e 4º);
→ No protocolo de intenções define-se a finalidade do consórcio, qual o prazo do consórcio, a sede do consórcio, quem são
os consorciados, que vai administrar o consórcio (a administração será feita através de uma assembléia geral).
-Em regra, é necessária a ratificação por lei desse protocolo. Mas há exceção, dispensando a ratificação (prevista no §4º do
artigo 5º da lei), que ocorre quando a entidade que quer celebrar o consórcio público já tem a matéria disciplinada em lei
(nesse caso não há que se falar em ratificação).
5) CONTRATO DE PROGRAMA- refere-se à obrigação que se estabelece o ente da administração para o consórcio (o §2º do
art. 13) e define quais as cláusulas deve haver nesse contrato de programa. O objetivo desse contrato de programa é evitar
que o ente se aventure a participar do consórcio, não cumprindo com suas obrigações.
6) CONTRATO DE RATEIO - é o pressuposto para os entes consorciados transferirem recursos ao consórcio público com base
na Lei Complementar 101/2000.
7) Exemplos: Policlínicas no Ceará (atuam na área de saúde).
LEI Nº 11.107/2005
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem
consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.
§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.
§ 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios
estejam situados os Municípios consorciados.
§ 3o Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o Sistema
Único de Saúde – SUS.

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§ 4º Aplicam-se aos convênios de cooperação, no que couber, as disposições desta Lei relativas aos consórcios públicos.
(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
Art. 2o Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da Federação que se consorciarem, observados
os limites constitucionais.
§ 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou
econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover desapropriações e instituir servidões nos termos de
declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação.
§ 2o Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros
preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou,
mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado.
§ 3o Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos mediante
autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão,
permissão ou autorização e as condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor.
Art. 3o O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de
intenções.
Art. 4o São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam:
I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio;
II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
III – a indicação da área de atuação do consórcio;
IV – a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos;
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio público a representar os entes da Federação
consorciados perante outras esferas de governo;
VI – as normas de convocação e funcionamento da assembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e modificação
dos estatutos do consórcio público;
VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância máxima do consórcio público e o número de votos para as suas
deliberações;
VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio público que, obrigatoriamente, deverá
ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado;
IX – o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem como os casos de contratação por
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
X – as condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de parceria;
XI – a autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando:
a) as competências cujo exercício se transferiu ao consórcio público;
b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área em que serão prestados;
c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação dos serviços;
d) as condições a que deve obedecer o contrato de programa, no caso de a gestão associada envolver também a prestação
de serviços por órgão ou entidade de um dos entes da Federação consorciados;
e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão; e
XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumprimento das
cláusulas do contrato de consórcio público.
§ 1o Para os fins do inciso III do caput deste artigo, considera-se como área de atuação do consórcio público,
independentemente de figurar a União como consorciada, a que corresponde à soma dos territórios:
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I – dos Municípios, quando o consórcio público for constituído somente por Municípios ou por um Estado e Municípios com
territórios nele contidos;
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando o consórcio público for, respectivamente, constituído por mais
de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o Distrito Federal;
III – (VETADO)
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e
V – (VETADO)
§ 2o O protocolo de intenções deve definir o número de votos que cada ente da Federação consorciado possui na assembléia
geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente consorciado.
§ 3o É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadas contribuições financeiras ou econômicas de ente
da Federação ao consórcio público, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as
transferências ou cessões de direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos.
§ 4o Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma e condições
da legislação de cada um.
§ 5o O protocolo de intenções deverá ser publicado na imprensa oficial.
Art. 5o O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.
§ 1o O contrato de consórcio público, caso assim preveja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela dos entes
da Federação que subscreveram o protocolo de intenções.
§ 2o A ratificação pode ser realizada com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorciamento
parcial ou condicional.
§ 3o A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscrição do protocolo de intenções dependerá de homologação da
assembléia geral do consórcio público.
§ 4o É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo de
intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.
Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de
intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
§ 1o O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da
Federação consorciados.
§ 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as normas de direito público no
que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal, que será
regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. (Redação
dada pela Lei nº 13.822, de 2019)
Art. 7o Os estatutos disporão sobre a organização e o funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio
público.
Art. 8o Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio.
§ 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro, e seu prazo de vigência não será superior ao das
dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em
programas e ações contemplados em plano plurianual. (Redação dada pela Lei nº 14.026, de 2020)
§ 2o É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de contrato de rateio para o atendimento de despesas genéricas,
inclusive transferências ou operações de crédito.
§ 3o Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são partes legítimas para exigir o
cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.
§ 4o Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispositivos da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, o
consórcio público deve fornecer as informações necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos entes consorciados,

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todas as despesas realizadas com os recursos entregues em virtude de contrato de rateio, de forma que possam ser
contabilizadas nas contas de cada ente da Federação na conformidade dos elementos econômicos e das atividades ou
projetos atendidos.
§ 5o Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua lei
orçamentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para suportar as despesas assumidas por meio de contrato
de rateio.
Art. 9o A execução das receitas e despesas do consórcio público deverá obedecer às normas de direito financeiro aplicáveis às
entidades públicas.
Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de Contas
competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à
legalidade, legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do controle
externo a ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.
Art. 10. (VETADO)
Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da gestão de consórcio não responderão pessoalmente pelas obrigações
contraídas pelo consórcio público, mas responderão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou com as
disposições dos respectivos estatutos.
Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio público dependerá de ato formal de seu representante na assembléia
geral, na forma previamente disciplinada por lei.
§ 1o Os bens destinados ao consórcio público pelo consorciado que se retira somente serão revertidos ou retrocedidos no
caso de expressa previsão no contrato de consórcio público ou no instrumento de transferência ou de alienação.
§ 2º A retirada ou a extinção de consórcio público ou convênio de cooperação não prejudicará as obrigações já constituídas,
inclusive os contratos, cuja extinção dependerá do pagamento das indenizações eventualmente devidas. (Redação dada
pela Lei nº 14.026, de 2020)
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela assembléia
geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados.
§ 1o (Revogado pela Lei nº 14.026, de 2020).
§ 2o Até que haja decisão que indique os responsáveis por cada obrigação, os entes consorciados responderão
solidariamente pelas obrigações remanescentes, garantindo o direito de regresso em face dos entes beneficiados ou dos que
deram causa à obrigação.
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição de sua validade, as obrigações que
um ente da Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão
associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou
de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos.
§ 1o O contrato de programa deverá:
I – atender à legislação de concessões e permissões de serviços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo de
tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos serviços a serem prestados; e
II – prever procedimentos que garantam a transparência da gestão econômica e financeira de cada serviço em relação a cada
um de seus titulares.
§ 2o No caso de a gestão associada originar a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos, o contrato de programa, sob pena de nulidade, deverá conter cláusulas que
estabeleçam:
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsidiária da entidade que os transferiu;
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação aos encargos transferidos;
III – o momento de transferência dos serviços e os deveres relativos a sua continuidade;
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passivos do pessoal transferido;
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua gestão e administração transferidas e o preço dos que sejam
efetivamente alienados ao contratado;

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VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados mediante
receitas de tarifas ou outras emergentes da prestação dos serviços.
§ 3o É nula a cláusula de contrato de programa que atribuir ao contratado o exercício dos poderes de planejamento,
regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.
§ 4o O contrato de programa continuará vigente mesmo quando extinto o consórcio público ou o convênio de cooperação
que autorizou a gestão associada de serviços públicos.
§ 5o Mediante previsão do contrato de consórcio público, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa poderá ser
celebrado por entidades de direito público ou privado que integrem a administração indireta de qualquer dos entes da
Federação consorciados ou conveniados.
§ 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.026, de 2020).
§ 7o Excluem-se do previsto no caput deste artigo as obrigações cujo descumprimento não acarrete qualquer ônus, inclusive
financeiro, a ente da Federação ou a consórcio público.
§ 8º Os contratos de prestação de serviços públicos de saneamento básico deverão observar o art. 175 da Constituição
Federal, vedada a formalização de novos contratos de programa para esse fim. (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os consórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentralização e a
prestação de políticas públicas em escalas adequadas.
Parágrafo único. Para a celebração dos convênios de que trata o caput deste artigo, as exigências legais de regularidade
aplicar-se-ão ao próprio consórcio público envolvido, e não aos entes federativos nele consorciados. (Incluído pela Lei nº
13.821, de 2019)
Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados pela
legislação que rege as associações civis.

JURISPRUDÊNCIA(STF E STJ) - ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA


1) OAB não integra a Administração Pública Indireta da União
STF- ADI 3026 / DF - DISTRITO FEDERAL - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. EROS GRAU
Julgamento: 08/06/2006
Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA
ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA
DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER
JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS
PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO
DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906,
artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista.
Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a OAB
sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma entidade da Administração
Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas
existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como
"autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não
consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer
das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de atividades
atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente pr ivilegiada, na medida em que são indispensáveis à
administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de
advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do
Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de
fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8.
Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a
entidade, que é autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação

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conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do
regime trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o
regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da
moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema.
Desvio de poder ou de finalidade.

2) NATUREZA AUTÁRQUICA DOS CONSELHOS DE PROFISSÃO


STJ- RECURSO ESPECIAL Nº 507.536 - DF (2003/0037798-3)
RELATOR : MINISTRO JORGE MUSSI
EMENTA
DIREITO ADMINISTRATIVO. CONSELHOS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. NATUREZA JURÍDICA. AUTARQUIAS
CORPORATIVAS. REGIME DE CONTRATAÇÃO DE SEUS EMPREGADOS. INCIDÊNCIA DA LEI N. 8.112/90.
1. A atividade de fiscalização do exercício profissional é estatal, nos termos dos arts. 5º, XIII, 21, XXIV, e 22, XIV, da
Constituição Federal, motivo pelo qual as entidades que exercem esse controle têm função tipicamente pública e,
por isso, possuem natureza jurídica de autarquia, sujeitando-se ao regime jurídico de direito público. Precedentes do
STJ e do STF.

3) CONTRATAÇÃO DE EMPREGADOS DE CONSELHOS PROFISSIONAIS PELA CLT É CONSTITUCIONAL


STF- JULGAMENTO CONJUNTO DAS ADC 36, ADI 5367 e a ADPF 367
Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou procedente o pedido formulado na ação para declarar a constitucionalidade do art. 58, §
3º, da Lei nº 9.649/1998, bem como da legislação que permite a contratação no âmbito dos Conselhos Profissionais sob o regime
celetista, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Cármen Lúcia
(Relatora), Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e o Ministro Celso de Mello, que não participou deste julgamento, por motivo de
licença médica, mas proferiu voto em assentada anterior, e, parcialmente, o Ministro Edson Fachin. Plenário, Sessão Virtual de
28.8.2020 a 4.9.2020.

4) FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO– COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL


STF- RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 215741/SE
Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA
Julgamento: 30/03/1999 Órgão Julgador: Segunda Turma
Ementa
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE A JUSTIÇA
FEDERAL E A JUSTIÇA COMUM. NATUREZA JURÍDICA DAS FUNDAÇÕES INSTITUÍDAS PELO PODER PÚBLICO. 1. A Fundação
Nacional de Saúde, que é mantida por recursos orçamentários oficiais da União e por ela instituída, é entidade de direito
público. 2. Conflito de competência entre a Justiça Comum e a Federal. Artigo 109, I da Constituição Federal. Compete à
Justiça Federal processar e julgar ação em que figura como parte fundação pública, tendo em vista sua situação jurídica
conceitual assemelhar- se, em sua origem, às autarquias. 3. Ainda que o artigo 109, I da Constituição Federal, não se refira
expressamente às fundações, o entendimento desta Corte é o de que a finalidade, a origem dos recursos e o regime
administrativo de tutela absoluta a que, por lei, estão sujeitas, fazem delas espécie do gênero autarquia. 4. Recurso
extraordinário conhecido e provido para declarar a competência da Justiça Federal.

5) ATO PRATICADO EM PROCEDIMENTO LICITATÓRIO POR DIRIGENTE DE SOCIEDADE DE ECONOMIA FEDERAL, A


COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
CC 200602110313- CC - CONFLITO DE COMPETENCIA – 71843
Relator(a): ELIANA CALMON
Sigla do Órgão: STJ

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Órgão Julgador: PRIMEIRA SEÇÃO


Data: 17/11/2008
Ementa
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.
MANDADO DE SEGURANÇA.ATO PRATICADO EM PROCEDIMENTO LICITATÓRIO POR DIRIGENTE DE SOCIEDADE DE
ECONOMIA MISTA FEDERAL. AUTORIDADE FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Conforme o art. 109, VIII, da
Constituição, compete à Justiça Federal processar e julgar "os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
autoridade federal". Para fixar a competência, portanto, a norma constitucional leva em consideração a posição da
autoridade impetrada (se federal ou não), atenta ao princípio federativo por força do qual a autoridade federal não está
sujeita à Justiça dos Estados federados. 2. Ao estabelecer que "cabe mandado de segurança contra ato praticado em
licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública", a súmula 333/STJ parte do pressuposto
necessário que o ato praticado em processo licitatório é ato de autoridade. Não fosse assim, não
caberia mandado de segurança. 3. Ora, em se tratando de ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia
mista federal, a autoridade que o pratica é federal (e não estadual, distrital ou municipal). Ainda que houvesse dúvida sobre
o cabimento da impetração ou sobre a natureza da autoridade ou do ato por ela praticado, a decisão a respeito não se
comporta no âmbito do conflito de competência, devendo ser tomada pelo Juiz Federal (Súmula 60/TFR). 4. No caso, o ato
atacado foi praticado pelo Superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU (sociedade de economia
mista federal) e consistiu em declarar a empresa Prisma - Consultoria e Serviços Ltda. vencedora de processo licitatório.
Tratando-se (a) de ato praticado em licitação (b) por autoridade federal, a competência é da Justiça Federal. Precedentes: CC
46035/AC, 1ª S., Min. José Delgado, DJ de 01.02.2006; CC 54140/PB; 1ª S., Min. Eliana Calmon, DJ de 02.05.2006; CC
46740/CE, 1ª S., Min. Luiz Fux, DJ de 17.04.2006; CC 54854/SP, 1ª S., Min. José Delgado, DJ de 13.03.2006. 5. Conflito
conhecido para declarar competente a Justiça Federal.

6) SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA – CABÍVEL MANDADO DE SEGURANÇA QUANDO A AUTORIDADE EXERCE ATO
INVESTIDO EM FUNÇÃO DELEGADA PELO PODER PÚBLICO
Processo: RESP 201000550784- RESP - RECURSO ESPECIAL - 1186517
Relator(a): BENEDITO GONÇALVES
Órgão Julgador: xPRIMEIRA TURMA
Ementa
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. PETROBRÁS.
EXCLUSÃO DE CANDIDATOS DO CERTAME EM RAZÃO DE NÃO ATENDER A NORMA EDITALÍCIA. ART. 1º DA LEI 1.533/51.
ILEGITIMIDADE PASSIVA DA RECORRENTE NÃO CONFIGURADA. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 2º CAPUT, DA LEI N. 9.784/99 E 41 DA
LEI. N. 8.666/91 QUE NÃO SE VERIFICA. EDITAL. EXIGÊNCIA DE CERTIFICADO DE RESERVISTA DE 1ª CATEGORIA. REQUISITO
QUE NÃO ATENDE AOS PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE E DA RAZOABILIDADE.
2. A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de que cabe mandado de segurança contra ato de dirigente
de sociedade de economia mista quando investido em função delegada pelo Poder Público. Precedentes: AgRg no REsp
1.067.107/RN, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 17/6/2009 e AgRg no CC 101.260/SP, Rel. Ministro
Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 9/3/2009.
3. A Constituição Federal, ao determinar a realização de concurso público como forma de investidura em cargo ou emprego
público (art. 37, II, da CF/88), estabelece que os atos emanados pela Administração devem estar em conformidade com os
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, estando tais princípios cristalizados no texto do art. 2º,
caput, da Lei n. 9784/99.
4. A exigência de apresentação do certificado de reservista de primeira categoria não guarda pertinência com os princípios da
impessoalidade e da razoabilidade que norteiam a Administração Pública, porque, na espécie, a dispensa dos candidatos do
serviço militar obrigatório se dá de acordo com a discricionariedade e a conveniência da Administração, que,
unilateralmente, estabelece o número do efetivo das Forças Armadas, não podendo os recorridos, reservistas de 2ª
categoria, serem penalizados com a exclusão do certame pelo fato de o próprio Poder Público os terem dispensados de
prestar o serviço militar obrigatório.
5. Recurso especial não provido.

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QUESTÕES DE CONCURSOS

01. (CESPE/CEBRASPE / CEBRASPE - Prefeitura de Pires do Rio - GO - Procurador Jurídico do Município) No tocante
à concentração e à desconcentração administrativas, julgue o item a seguir.
Ocorre desconcentração administrativa quando a administração direta transfere a execução do serviço a
terceiros, mediante outorga ou delegação.
( ☺ ) Certo (  ) Errado
02. (CESPE/CEBRASPE- PGE-PE - Assistente de Procuradoria) A respeito da administração pública brasileira, julgue
o item a seguir.
A descentralização por colaboração ocorre, por exemplo, quando a administração pública, por meio de ato
administrativo, transfere a execução de um serviço a uma pessoa jurídica, mas mantém a titularidade do
serviço.
( ☺ ) Certo (  ) Errado

03. (CESPE/CEBRASPE / CEBRASPE- PRF - Policial Rodoviário Federal) Determinado órgão público firmou contrato
administrativo com uma empresa de reconhecida especialização no mercado, para a prestação de serviços
de treinamento de pessoal de natureza singular aos seus servidores. Durante a execução do contrato, a
empresa descumpriu uma das cláusulas contratuais. A administração pública, então, aplicou multa por
inexecução parcial do acordado. Insatisfeita, a empresa impetrou mandado de segurança no Poder Judiciário
em face do ato administrativo que aplicara a penalidade sem prévia oitiva. Considerando essa situação
hipotética, julgue o item que se segue.
Órgão público é ente descentralizado da administração indireta que possui personalidade jurídica de direito
público.
( ☺ ) Certo (  ) Errado

04. (CESPE/CEBRASPE / CEBRASPE - PG-DF - Técnico Jurídico - Apoio Administrativo) No que concerne à
organização administrativa, julgue o próximo item.
A Secretaria da Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional são órgãos integrantes da
administração pública federal indireta
( ☺ ) Certo (  ) Errado

05. (CESPE/CEBRASPE / CEBRASPE- CODEVASF - Analista em Desenvolvimento Regional - Administração ) Julgue o


item que se segue, a respeito do Estado brasileiro e da sua organização.
São exemplos de entidades integrantes da administração pública indireta as agências reguladoras, as
sociedades de economia mista e as organizações sociais.
( ☺ ) Certo (  ) Errado

06. (CESPE/CEBRASPE- PGE-PE - Conhecimentos Básicos) Com relação à organização administrativa e à


administração pública direta e indireta, julgue o item a seguir.
Diferentemente das empresas públicas, que podem ser constituídas sob qualquer forma empresarial
admitida em direito, as sociedades de economia mista somente podem constituir-se sob a forma de
sociedade anônima.
( ☺ ) Certo (  ) Errado

07. (CESPE/CEBRASPE / CEBRASPE- Prefeitura de Manaus - AM - Procurador do Município) Acerca dos


instrumentos jurídicos que podem ser celebrados pela administração pública para a realização de serviços
públicos, julgue o item a seguir.
A União poderá celebrar convênio com consórcio público constituído por municípios para viabilizar a
descentralização e a prestação de políticas públicas em escalas adequadas na área da educação fundamental.
( ☺ ) Certo (  ) Errado

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08. (FGV/TCE-PI/ Assistente de Administração) O Chefe do Poder Executivo do Estado Gama consultou a
assessoria jurídica sobre sua intenção de criar um ente da Administração Pública indireta, com personalidade
jurídica de direito público, incumbido da execução de atividades típicas da Administração Pública. A
assessoria respondeu, corretamente, que o ente com essas características é a:

A) subsidiária integral, devendo ser criada a partir de autorização legal;


B) empresa pública, devendo ser criada a partir de autorização legal;
C) sociedade de economia mista, devendo ser criada por lei;
D) fundação pública, devendo ser criada por decreto;
E) autarquia, devendo ser criada por lei.

09. (FGV/CODEBA/Técnico Portuário - Apoio Administrativo) No Brasil, a Administração Pública é composta por
órgãos que se dividem entre a administração direta e indireta. A administração indireta exerce, de forma
descentralizada, atividades administrativas e explora atividades econômicas, vinculadas ou não, a um órgão
da administração direta. Assinale a opção que apresenta a entidade que corresponde a uma forma de
administração pública indireta.

A) Ministério.
B) Autarquia.
C) Secretaria.
D) Órgão Público.
E) Organização Social.

10. (FGV/ Câmara de Aracaju - SE - Analista Administrativo) Analise as afirmações abaixo e assinale V para a(s)
afirmativa(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).

( ) Agência executiva é uma qualificação concedida por decreto presidencial, para que o ente obtenha maior
flexibilidade e autonomia.
( ) Agências reguladoras são autarquias especiais que, embora sob supervisão ministerial, não compõem a
hierarquia administrativa e fora da influência política, exercendo funções de regulação e fiscalização.
( ) Consórcios públicos são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, cujo capital é
exclusivamente do ente estatal.

A sequência correta é:

A) V, V, V;
B) V, V, F;
C) V, F, V;
D) F, F, F;
E) F, V, F.

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Capítulo 3
REGIME JURÍDICO E PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

3.1 Conceito
Princípios administrativos são valores, diretrizes, os mandamentos mais gerais que orientam a elaboração das leis
administrativas, direcionam a atuação da Administração Pública e condicionam a validade de todos os atos por ela praticado ;
em sua essência, valores de observância obrigatória no quotidiano administrativo, diretrizes que devem nortear todo e
qualquer ato produzido pela Administração.

3.2 Características dos Princípios:


- São de observância obrigatória;
- Não existe hierarquia entre os princípios;
- Podem ser expressos, quando estão previstos taxativamente em uma norma jurídica de caráter geral;
ou implícitos, quando não constam taxativamente em uma norma jurídica, decorrendo de outros princípios, da
jurisprudência ou doutrina ou da interpretação lógica de vários princípios e, ainda, outros por serem implicações
do próprio Estado de Direito e do sistema constitucional como um todo.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS OUTROS PRINCÍPIOS


(INFORMATIVOS)

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3.3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS :
L.I.M.P.E
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (...)

• LEGALIDADE: esse princípio determina que, em qualquer atividade, a Administração Pública está estritamente vinculada à
lei. O agente publico só pode fazer o que a lei autoriza ou permite.

ato normativo que passa pelo processo legislativo.

ato normativo, que dita a regra, quanto ao conteúdo, inovando ou não na ordem jurídica.

• IMPESSOALIDADE: a conduta admnistrativa deve acontecer para atender um fim, previsto explicita ou implicitamente
em lei, e esse fim deve atender o interesse público.
A primeira vertente da impessoalidade está relacionada ao agente púbçico. Qualquer agente público, seja ele eleito,
concursado, indicado etc, está ocupando seu posto para servir aos interesses do povo. Assim, seus atos obrigatoriamente
deverão ter como finalidade o interesse público, e não próprio ou de um conjunto pequeno de pessoas amigas. Ou seja,
deve ser impessoal. Uma conduta do agente não pode visar promoção pessoal; os atos não serão imputados a quem os
pratica, mas sim à entidade à qual está vinculado.
Outra vertente está direcionada ao administrado. E está relacionada ao princípio da isonomia (ou igualdade). O princípio
da isonomia, ou igualdade, pode ser considerado como um instrumento regulador das normas, para que todos os
destinatários de determinada lei recebam tratamento parificado. Atenção para a igualdade formal e material. É possível

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estabelecer que a isonomia formal é a igualdade presente no texto da lei, enquanto a isonomia material são os
mecanismos que a lei cria para diminuir ao máximo as desigualdades entre as pessoas.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37, §1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
LEI Nº 9.784/99
Art. 2º, § único, inc. III nos processos administrativos, serão observados os critérios de objetividade no atendimento do
interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades.

• MORALIDADE: deve o administrador, além de seguir o que a lei determina, pautar sua conduta na moral administrativa,
fazendo o que for melhor e mais útil ao interesse público. Tem que separar, além do bem do mal, legal do ilegal, justo do
injusto, conveniente do inconveniente, também o honesto do desonesto. É a moral interna da instituição, que condiciona o
exercício de qualquer dos poderes, mesmo o discricionário.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 37, 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível.

• PUBLICIDADE: diz respeito à obrigação de dar publicidade, levar ao conhecimento de todos os seus atos, contratos ou
instrumentos jurídicos como um todo. Isso dá transparência e confere a possibilidade de qualquer pessoa questionar e
controlar toda a atividade administrativa. Claro que em determinados casos pode ser relativizado esse princípio, quando o
interesse público ou segurança o justificarem. A própria CF/88 prevê exceções.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5º XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Art. 5º LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem;

• EFICIÊNCIA: esse princípio revela dois aspectos distintos, um em relação à atuação do agente público, outro em relação à
organização, estrutura, disciplina da Administração Pública. Os agentes públicos devem agir com rapidez, presteza,
perfeição, rendimento.A Administração Pública deve estar atenta às suas estruturas e organizações, evitando a
manutenção de órgãos/entidades sub utilizados, ou que não atendam às necessidades da população.

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3.4 OUTROS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

OUTROS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

LEI Nº 9.784/99
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização
em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos
administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;

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XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;


XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige,
vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios
oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos
de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das
decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo
escrito.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

• PRINCIPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PARTICULAR: Os interesses públicos têm
supremacia sobre os interesses individuais; é a essência do regime jurídico administrativo. A administração pública deve
vincular e direcionar seus atos de modo a garantir que interesses privados não prevaleçam nem sucumbam aos interesses
e necessidades da sociedade como um todo. Ex. Desapropriação.
• PRINCIPIO DA INDISPONIBILDIADE DO INTERESSE PÚBLICO: Limita a supremacia, o interesse público não pode ser
livremente disposto pelo administrador que, necessariamente, deve atuar nos limites da lei.
• PRINCIPIO DA FINALIDADE: Este princípio orienta que as normas administrativas têm que ter sempre como objetivo o
interesse público.

• PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE: Embora alguns autores e a própria jurisprudência tratem


razoabilidade e proporcionalidade como um único princípio, a doutrina majoritária tem entendido que a razoabilidade é
gênero e a proporcionalidade é espécie. A proporcionalidade é uma das vertentes da razoabilidade. O princípio da
razoabilidade está associado às análises de adequação, necessidade e a própria proporcionalidade. A adequação obriga o
administrado a perquirir se o ato por ele praticado mostra-se efetivamente apto a atingir os objetivos pretendido; já a
necessidade está ligado à exigibilidade ou não da adoção de medidas restritivas. A proporcionalidade (também conhecida
como princípio da proibição de excesso), fundamenta-se na ideia que a administração não pode restringir os direitos do
particular além do que for necessário, pois impor medidas com intensidade ou extensão supérfluas, desnecessárias; induz
à ilegalidade do ato, por abuso de poder.
• PRINCIPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA: Tal princípio, que ultrapassa as fronteiras do Direito Administrativo, consiste na
verdade em um princípio geral do direito e tem por função assegurar estabilidade às situações jurídicas já consolidadas
frente à inevitável evolução do Direito, tanto a nível legislativo como jurisprudencial.
• PRINCIPIO DA AUTOTUTELA: De acordo com o princípio da autotutela, a Administração Pública exerce controle sobre
seus próprios atos, tendo a possibilidade de anular os ilegais e de revogar os inoportunos.

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LEI Nº 9.784/99
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

• PRINCIPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO: consiste na proibição da interrupção total do desempenho de


atividades do serviço público prestadas a população e seus usuários. Para Celso Antônio Bandeira de Mello o princípio da
continuidade do serviço
• público significa “a impossibilidade de sua interrupção e
• o pleno direito dos administrados a que não seja suspenso ou interrompido”

LEI Nº 14.133/2021

Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, as prerrogativas
de:
V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato nas
hipóteses de:
a) risco à prestação de serviços essenciais;

LEI Nº 8.078/90

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos”.

LEI Nº 8.987/95
Art. 28. Nos contratos de financiamento, as concessionárias poderão oferecer em garantia os direitos emergentes da
concessão, até o limite que não comprometa a operacionalização e a continuidade da prestação do serviço.

JURISPRUDÊNCIA- PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SÚMULAS
STF- Súmula vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens
para admissibilidade de recurso administrativo.
STF - Súmula n. 346: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
STF- Súmula n. 473: A administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 53

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