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Diogo Durigon
AULA 04. DIREITO DAS COISAS
SUMÁRIO
01. DIREITO DAS COISAS ................................................................................................................................. 3
02. AÇÕES DE PROTEÇÃO POSSESSÓRIA ........................................................................................ 19
03. AÇÃO DE DIVISÃO E DEMARCAÇÃO DE TERRAS.................................................................22
04. AÇÃO REIVINDICATÓRIA..................................................................................................................... 24
05. AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE ...........................................................................................................27
06. PROPRIEDADE.............................................................................................................................................31
07. AÇÃO DE USUCAPIÃO........................................................................................................................... 42
08. DIREITO DE VIZINHANÇA ................................................................................................................... 44
09. NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA .......................................................................................................... 45
10. CONDOMÍNIO .............................................................................................................................................. 46
11. CONDOMÍNIO DE LOTES .........................................................................................................................51
12.CONDOMÍNIO EM MULTIPROPRIEDADE......................................................................................51
13. FUNDO DE INVESTIMENTO................................................................................................................. 62
14. PROPRIEDADE RESOLÚVEL .............................................................................................................. 63
15. SERVIDÕES .................................................................................................................................................... 64
16. AÇÃO CONFESSÓRIA .............................................................................................................................. 67
17. AÇÃO NEGATÓRIA .................................................................................................................................... 68
18. USUFRUTO ..................................................................................................................................................... 69
19. DIREITO DE USO ........................................................................................................................................ 74
20. DIREITO DE SUPERFICIE ..................................................................................................................... 77
21. DIREITO DE LAGE ...................................................................................................................................... 79
22. DIREITO REAL DE HABITAÇÃO ......................................................................................................... 81
23. PROMESSA DE COMPRA E VENDA............................................................................................... 82
24. AÇÃO DE AJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA ................................................................................... 82
25. DIREITO DE AUTOR ................................................................................................................................. 84
26. DIREITOS REAIS DE GARANTIA ....................................................................................................... 85
27. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA ........................................................................................................ 97
28. PARCELAMENTO DO SOLO URBANO......................................................................................... 98
29. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO DE COISAS ......................................................................... 99
01. DIREITO DAS COISAS
b) Privilégio
O crédito real não se submete à divisão, tendo em vista a existência de ordem
entre os credores. Aquele que primeiro apresentar o crédito será o credor
privilegiado.
c) Prescrição aquisitiva
Somente no direito real a passagem do tempo poderá gerar aquisição de
direitos.
2. SITUAÇÃO DE FATO:
2.1 Posse
2.2 Detenção
DOMÍNIO
É espécie do gênero propriedade.
É a titularidade somente de coisas corpóreas.
Relação com registro.
DISTINÇÃO: POSSE X DETENÇÃO
POSSE
Art.1196 do CC.
Relação de fato entre o sujeito e a coisa .
Estado de aparência com efeitos jurídicos.
Exteriorização do domínio.
DETENÇÃO
Art. 1198 do CC.
Relação de fato entre o sujeito e a coisa.
Estado de aparência sem efeitos jurídicos.
Conservação da posse em nome de outrem ou em cumprimento de ordens ou
instruções. Ex. Caseiro.
1
Propriedade 2 Posse; 3 Detenção.
ou domínio;
1.14 Posse
Posse: exercício de fato sobre determinado bem;
Propriedade: situação jurídica envolvendo determinado bem;
Objetivamente, não se enquadra nem como direito pessoal, nem como direito
real.
TEORIA TRÍPTICA
Estabelece a posse como um direito ‘misto’, mescla, de direito real, direito
obrigacional e fato jurídico. A posse é exercida tanto em razão de direito real, direito
obrigacional e de fato jurídico:
Art. 1196 Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno
ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a
propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.
b) Aquisição derivada:
Conceito: requer existência de posse anterior, ou seja, transmitida ao adquirente.
Ex: herança ou compra e venda.
MODOS:
Tradição
Pressupõe um acordo de vontades, um negócio jurídico de alienação, quer a
título gratuito, como na doação, quer a título oneroso, como na compra e venda.
- Real: quando envolve a entrega efetiva e material da coisa.
- Simbólica: quando representada por ato que traduz a alienação, como a
entrega das chaves do apartamento vendido.
- Ficta: no caso do constituo possessório, que ocorre, por ex., quando o vendedor,
transferindo a outrem o domínio da coisa, conserva-a, todavia em seu poder, mas
agora na qualidade de locatário.
Posse por tradição traditio brevi manu: possuidor tem posse do bem alheio que
passa a ser seu (v.g. locação seguida de compra do imóvel)
Apreensão
a) Apropriação unilateral de coisa “sem dono” (foi abandonada ou não tem
proprietário);
b) Coisa retirada de outrem sem permissão;
Exercício de direito
Ex: servidão. Se constituída pela passagem de um aqueduto por terreno alheio,
p. ex. adquire o agente a sua posse se o dono do prédio serviente permanece inerte
pelo prazo de um ano e dia. (vide art. 1.379).
Acessão
Através da qual a posse pode ser continuada pela soma do tempo do atual
possuidor com o de seus antecessores.
- Sucessão: O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os
mesmos caracteres.
- União: sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os
efeitos legais.
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e
reintegrado em caso de esbulho.
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a
perda da posse, na ação de reintegração.
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e
reintegrado em caso de esbulho.
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a
perda da posse, na ação de reintegração.
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem
ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de
reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o
alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida
a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos
representantes judiciais.
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado
de manutenção ou de reintegração.
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de
reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do
réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias.
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para
contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida
liminar.
Além dos requisitos do art. 319 do CPC, é necessário apontar, no caso do interdito
proibitório, a existência de justo receio de ser o autor molestado na posse, conforme
art. 567 do CPC.
Novamente aqui a proteção é da posse e não da propriedade do bem.
03. AÇÃO DE DIVISÃO E DEMARCAÇÃO DE TERRAS
A ação de divisão e a demarcação de terras tem por objetivo primordial
estabelecer a divisão e a individualização (demarcar) dos limites de bens
contiguamente situados.
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer
modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a
proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos
apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se
proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
§ 1o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas,
cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova
em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes
obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em
partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação.
§ 2o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco
divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre
proprietários.
§ 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais
de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a
necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as
despesas.
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão
de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno
contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível
a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro.
247.
Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos do inciso III do art. 259.
Art. 577. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de 15 (quinze) dias para
contestar.
Na ação de divisão, a inicial terá por base também o art. 588 e 589 do CPC:
A ação de imissão de posse tem lugar, assim, conforme Ovídio, nos seguintes
casos:
a) o adquirente tem ação de imissão de posse em face do alienante, para obter
desse a posse dos bens adquiridos, se diferenciando da reivindicatória por que será
legitimado passivo o próprio alienante (e por isso se aplica a imissão de posse);
b) aquele que, não sendo adquirente, tiver obtido o direito a haver a posse de
certo bem, contra quem se obrigara a transferir este, também poderá propor a ação
de imissão de posse.
Cite-se, aqui, como exemplo, a seguinte situação: promessa de compra e venda,
onde promitente vendedor compromete a entrega do bem imóvel em até 15 dias
após assinatura da promessa. Findo o prazo, diante da não transferência da posse,
terá o promitente comprador ação de imissão de posse para obter a mesma junto
ao promitente vendedor.
Também é importante distinguir o direito real da imissão de posse e pretensões
decorrentes de vínculo obrigacional. A ação de imissão de posse (ação real) tem
direito à (posse da) coisa, e não apenas direito obrigacional de posse sobre a coisa.
Na imissão de posse, o autor deverá provar que tem direito à posse (como no
caso da promessa de compra e venda com posse imediata) e não que o réu deve
cumprir obrigação de entrega de coisa (como quando há contrato de comodato,
porém sem data de entrega do bem pelo comodante ao comodatário).
Aliás, vale aqui um exemplo: se, em uma locação, o contrato prever que o imóvel
será entregue na data XX, a não entrega gera direito de imissão de posse, pois já
está caracterizado o direito à posse, no entanto, se o contrato não prever a data em
que o locatário deva ingressar no imóvel, haverá necessidade de buscar o
cumprimento de obrigação de entrega da coisa, ainda não fixado – nesse caso, em
que há apenas obrigação de dar, será adequada a obrigação de dar coisa certa
(vínculo obrigacional). (Ovídio Baptista da Silva, Curso de Processo Civil.v.1. t.1. 6.ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2008, pg. 156 e 157).
Acerca do cabimento, segue excerto jurisprudencial:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. POSSE. BENS
IMÓVEIS. AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE. PROCEDÊNCIA QUE MERECE SER
RATIFICADA. A ação de imissão de posse tem por fundamento a propriedade,
mas de quem nunca teve a posse. Caso dos autos em que a parte autora
comprovou a propriedade, a ausência da sua posse, e a ocupação indevida pela
parte ré. Indenização por benfeitorias. Descabimento no caso. Ausência de
comprovação da realização e gastos com benfeitorias necessárias. Ademais, os
réus sempre estiveram cientes da sua condição de não proprietários e
admitiram ter interrompido o pagamento das parcelas de financiamento que
havia assumido, de modo que, a realização de eventuais benfeitorias ocorreu por
conta e risco dos apelantes Condenação ao pagamento de alugueis desde a
citação até a efetiva desocupação. Manutenção. Alegação de inexistência de
ocupação indevida em razão da desocupação no ato do cumprimento do
mandado de citação e imissão na posse que apenas torna inócua referida
condenação. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70071878938,
Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Heleno
Tregnago Saraiva, Julgado em 12/12/2016)
06. PROPRIEDADE
Considera-se propriedade o direito que pessoa, física ou jurídica, detém quanto
ao uso, gozo e disposição de bem, corpóreo ou incorpóreo. Gera direito à proteção
e reivindicação do bem, junto à quem o detenha.
Questões históricas:
Roma: propriedade envolvia terras e escravos – direito de uso, gozo e destruição;
Lei das doze tábuas: uso da propriedade de acordo com o direito;
Idade média: directum + utile;
Directum: senhores feudais; utile – vassalos;
Final da idade média: concentração da propriedade no monarca – cobrança de
tributos (motivação revolução francesa);
Rev. Francesa + Locke: propriedade como direito natural = caráter individualista;
Proudhon: propriedade originalmente pertence ao estado;
Marx: extinção da propriedade privada como fator de igualdade;
Contemporaneidade: manutenção da propriedade privada, mas com
preservação de sua função social;
Aplicação das disposições contidas nos art. 937 e 186, ambos do CC:
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem
de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse
manifesta.
B. Aquisição derivada
Aquisição por transmissão: Causa mortis (sucessão) ou inter vivos (transmissão).
Anulação do registro:
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado
reclamar que se retifique ou anule. Parágrafo único. Cancelado o registro,
poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do
título do terceiro adquirente.
Art. 216 - O registro poderá também ser retificado ou anulado por sentença em
processo contencioso, ou por efeito do julgado em ação de anulação ou de
declaração de nulidade de ato jurídico, ou de julgado sobre fraude à execução
REQUISITOS
a) Pessoais: animus domini
b) Reais: bem usucapível (exclusão dos não sujeitos a usucapião)
c) Formais: elementos do instituto (posse mansa, pacífica e contínua; lapso de
tempo; justo título e boa-fé; e sentença judicial ou ato de cunho judicial;
8. Desapropriação judicial
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou
detenha.
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado
consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco
anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em
conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de
interesse social e econômico relevante.
Art. 1260: Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e
incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Requer:
a) Justo título e boa-fé
b) Decurso de prazo: 3 anos
c) Sentença declaratória de aquisição do domínio e Registro cartorário
imobiliário da sentença
3. Ocupação:
Apropriação por conta de inexistência de dono ou abandono.
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a
propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.
Ocorre mediante:
a) Res nullius – aquisição original
b) Res derelictae – coisa abandonada por outrem (v.g. animal bravio
4. Achado de tesouro
5. Tradição
Modos involuntários
▪ Perda
▪ Perecimento
▪ Requisição
▪ Desapropriação
Repita-se, por fim, que além dos requisitos do art. 319 do CPC, é necessário
apontar os requisitos específicos da espécie de usucapião que está sendo abordado
Considerando que já houve pedido de peça de consignação, vamos trabalhar
com a elaboração da peça do XVII Exame da OAB:
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o
foro de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o
litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
Assim a base legislativa para a presente ação será a própria referência de direito
material, podendo, assim, encaixar-se no código civil, plano diretor da cidade,
código de obras.
No caso do CC, podemos ter por base, v.g., os art. 1299 e ss:
Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe
aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.
Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje
águas, diretamente, sobre o prédio vizinho.
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de
metro e meio do terreno vizinho.
É importante ter em mente que essa ação visa suspender a execução de obra
irregular, forçando a correção da obra ou o atendimento á norma específica, dando
ao lindeiro a prerrogativa de agir.
Como requisitos, deve conter: a) A demonstração da correlação do autor para
com a obra; b) A irregularidade da obra; c) A citação do dono do imóvel (é possível
postular a intimação do construtor para suspender/paralisar a obra); A
irregularidade da obra; d) O pedido final de ordem de suspensão até ajuste ou
mesmo desfazimento se impossível o ajuste.
10. CONDOMÍNIO
Segundo Caio Mário da Silva Pereira, condomínio ocorre quando a mesma coisa
pertence a mais de uma pessoa, cabendo a cada uma delas igual direito
idealmente sobre o todo e cada uma de suas partes.
Ou seja, trata-se de propriedade conjunta sobre o mesmo bem, seja ele móvel
ou imóvel, de tal modo que cada consorte é proprietário da coisa toda, delimitado
pelos iguais direitos dos demais condôminos, na medida de suas cotas
O condomínio pode ser estabelecido por modo voluntário, lei ou decisão judicial,
vinculando os condôminos à co-propriedade e co-responsabilidade pelo bem
objeto de propriedade fracionada.
A figura jurídica do condomínio sofre algumas classificações, quanto a origem,
necessidade, forma. Sua classificação representa, portanto, formas distintas de sua
gênese, bem como aplicação e manutenção.
Quanto a origem:
a) Convencional: resultante de acordo entre as partes. Exemplo: compra
conjunta de imóvel;
b) Incidente ou eventual: Quando ocorrer em razão de causa alheia à vontade
dos condôminos. Exemplo: herança deixada a vários herdeiros;
c) Forçado ou legal: quando ocorrer em razão de determinação legal. Exemplo:
compáscuo (comunhão de pastos – vários donos de terrenos contíguos que
ajustam que seus animais irão ‘compartilhar’ os pastos)
Quanto ao objeto:
a) Universal: Se compreender a totalidade do bem, inclusive frutos e
rendimentos.
b) Particular: Se restringir-se a determinadas coisas ou efeitos, ficando livres os
demais.
Quanto à forma:
a) Pro diviso: A comunhão existe juridicamente mas não de fato (condomínio
em edifícios de apartamentos);
b) Pro indiviso: a comunhão perdura de fato e de direito .
EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO
O condomínio poderá ser extinto pela divisão da coisa, ou então pela sua venda.
a) Divisão: Tratando-se de condomínio ordinário, as partes podem exigir, a
qualquer tempo, a sua divisão – art. 1320 e 1321.
Divisão amigável: efetivada por escritura pública, quando todos os condôminos
forem maiores e capazes
Divisão judicial: quando não houver acordo ou houver incapaz
b) Venda:
Amigável: necessita de unanimidade de intenção de venda entre os condôminos
– art. 1322, 1ª parte.
Judicial: quando não há consenso e há interesse na venda – art. 1322, fine, 1113 e
1118 do CC.
CONDOMÍNIOS ESPECIAIS
São quatro, iniciando-se pelo CONDOMÍNIO NECESSÁRIO:
Condomínio em paredes: envolve a divisão de cercas, muros e valas. Art. 1327,
1297, § 1º, 1328, 1329 e 1330 CC.
CONDOMÍNIO EDILÍCIO
Segunda espécie de condomínio especial.
Origem: tem sua origem a partir da segunda guerra mundial, em razão da crise
de habitação pelo desenvolvimento das cidades – melhorar aproveitamento do
solo. Art. 1331 ao 1358
Natureza Jurídica: tem por característica a justaposição de propriedades
distintas e exclusivas ao lado de condomínio de partes que necessariamente são
comuns – art. 1331, § 1º ao 5º
12.CONDOMÍNIO EM MULTIPROPRIEDADE
Criado pela lei federal nº 13.777/2018, o condomínio em multipropriedade
compreende propriedade onde cada um dos co proprietários de um mesmo
imóvel poderá utilizá-lo (na totalidade) por determinado período de tempo – art.
1.358-C.
Neste condomínio, em que há 2 ou mais proprietários sobre um mesmo bem
imóvel, cada condômino poderá fruir do bem, alternadamente com os demais, por
determinados períodos de tempo. É o caso de partição em imóvel na praia ou serra,
por exemplo, em que os condôminos ajustam a divisão da propriedade e o uso do
bem. A propriedade do bem será indivisível – art. 1.358-D.
A base legislativa está nos art. 1.358-B a 1.538-U, bem como na lei 4.591/64 e
Código de Defesa do Consumidor, conforme art. 1.358-B
Durante o período de uso, conforme estabelecido entre as partes, apenas o
respectivo condômino poderá fruir do mesmo, com mínimo de 07 dias, podendo
ser fruído em data fixa ou flutuante, conforme art. 1.358-E.
A instituição do condomínio se dá na forma regular (testamento, escritura, etc.),
sendo regido por convenção de condomínio (art. 1.358-F e 1.358-G)
Quanto à manutenção, administração, direitos e deveres, despesas e
responsabilidades, são aplicadas para todos os condôminos em forma semelhante
ao condomínio voluntário, conforme estabelece o art. 1.358-I, 1.358-J e 1.358-M.
Um detalhe especial é quanto à transferência da cota parte, pois, conforme o art.
1.358-L, não há necessidade de notificação dos condôminos, nem direito de
preferência (exceto se previsto tal em convenção ou pacto firmado pelas partes).
Por fim, ficou estabelecido pelo art. 1.358-O e ss., a possibilidade de
transformação (ou constituição) em multipropriedade em unidades de
condomínios edilícios. Tal segue as normas de ambos os institutos, com as
peculiaridades dos citados neste.
DO CONDOMÍNIO EM MULTIPROPRIEDADE
Seção I
(Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Disposições Gerais
Art. 1.358-B. A multipropriedade reger-se-á pelo disposto neste Capítulo e, de
forma supletiva e subsidiária, pelas demais disposições deste Código e pelas
disposições das Leis nºs 4.591, de 16 de dezembro de 1964 , e 8.078, de 11 de
setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) . (Incluído pela Lei nº
13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-C. Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada um dos
proprietários de um mesmo imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual
corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade, da totalidade do
imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada. (Incluído pela Lei
nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. A multipropriedade não se extinguirá automaticamente se
todas as frações de tempo forem do mesmo multiproprietário. (Incluído pela Lei
nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-D. O imóvel objeto da multipropriedade: (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
I - é indivisível, não se sujeitando a ação de divisão ou de extinção de
condomínio; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
II - inclui as instalações, os equipamentos e o mobiliário destinados a seu uso e
gozo. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-E. Cada fração de tempo é indivisível. (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
§ 1º O período correspondente a cada fração de tempo será de, no mínimo, 7
(sete) dias, seguidos ou intercalados, e poderá ser: (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
I - fixo e determinado, no mesmo período de cada ano; (Incluído pela Lei nº
13.777, de 2018) (Vigência)
II - flutuante, caso em que a determinação do período será realizada de forma
periódica, mediante procedimento objetivo que respeite, em relação a todos os
multiproprietários, o princípio da isonomia, devendo ser previamente divulgado;
ou (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
III - misto, combinando os sistemas fixo e flutuante. (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
§ 2º Todos os multiproprietários terão direito a uma mesma quantidade mínima
de dias seguidos durante o ano, podendo haver a aquisição de frações maiores
que a mínima, com o correspondente direito ao uso por períodos também
maiores. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Seção II
(Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Da Instituição da Multipropriedade
Art. 1.358-F. Institui-se a multipropriedade por ato entre vivos ou testamento,
registrado no competente cartório de registro de imóveis, devendo constar
daquele ato a duração dos períodos correspondentes a cada fração de
tempo. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-G. Além das cláusulas que os multiproprietários decidirem estipular, a
convenção de condomínio em multipropriedade determinará: (Incluído pela Lei
nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - os poderes e deveres dos multiproprietários, especialmente em matéria de
instalações, equipamentos e mobiliário do imóvel, de manutenção ordinária e
extraordinária, de conservação e limpeza e de pagamento da contribuição
condominial; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
II - o número máximo de pessoas que podem ocupar simultaneamente o imóvel
no período correspondente a cada fração de tempo; (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
III - as regras de acesso do administrador condominial ao imóvel para
cumprimento do dever de manutenção, conservação e limpeza; (Incluído pela
Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
IV - a criação de fundo de reserva para reposição e manutenção dos
equipamentos, instalações e mobiliário; (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
V - o regime aplicável em caso de perda ou destruição parcial ou total do imóvel,
inclusive para efeitos de participação no risco ou no valor do seguro, da
indenização ou da parte restante; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
VI - as multas aplicáveis ao multiproprietário nas hipóteses de descumprimento
de deveres. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-H. O instrumento de instituição da multipropriedade ou a convenção
de condomínio em multipropriedade poderá estabelecer o limite máximo de
frações de tempo no mesmo imóvel que poderão ser detidas pela mesma
pessoa natural ou jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. Em caso de instituição da multipropriedade para posterior
venda das frações de tempo a terceiros, o atendimento a eventual limite de
frações de tempo por titular estabelecido no instrumento de instituição será
obrigatório somente após a venda das frações. (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
Seção III
(Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Dos Direitos e das Obrigações do Multiproprietário
Art. 1.358-I. São direitos do multiproprietário, além daqueles previstos no
instrumento de instituição e na convenção de condomínio em
multipropriedade: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - usar e gozar, durante o período correspondente à sua fração de tempo, do
imóvel e de suas instalações, equipamentos e mobiliário; (Incluído pela Lei nº
13.777, de 2018) (Vigência)
II - ceder a fração de tempo em locação ou comodato; (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
III - alienar a fração de tempo, por ato entre vivos ou por causa de morte, a título
oneroso ou gratuito, ou onerá-la, devendo a alienação e a qualificação do
sucessor, ou a oneração, ser informadas ao administrador; (Incluído pela Lei nº
13.777, de 2018) (Vigência)
IV - participar e votar, pessoalmente ou por intermédio de representante ou
procurador, desde que esteja quite com as obrigações condominiais,
em: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
a) assembleia geral do condomínio em multipropriedade, e o voto do
multiproprietário corresponderá à quota de sua fração de tempo no
imóvel; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
b) assembleia geral do condomínio edilício, quando for o caso, e o voto do
multiproprietário corresponderá à quota de sua fração de tempo em relação à
quota de poder político atribuído à unidade autônoma na respectiva convenção
de condomínio edilício. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-J. São obrigações do multiproprietário, além daquelas previstas no
instrumento de instituição e na convenção de condomínio em
multipropriedade: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - pagar a contribuição condominial do condomínio em multipropriedade e,
quando for o caso, do condomínio edilício, ainda que renuncie ao uso e gozo,
total ou parcial, do imóvel, das áreas comuns ou das respectivas instalações,
equipamentos e mobiliário; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
II - responder por danos causados ao imóvel, às instalações, aos equipamentos
e ao mobiliário por si, por qualquer de seus acompanhantes, convidados ou
prepostos ou por pessoas por ele autorizadas; (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
III - comunicar imediatamente ao administrador os defeitos, avarias e vícios no
imóvel dos quais tiver ciência durante a utilização; (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
IV - não modificar, alterar ou substituir o mobiliário, os equipamentos e as
instalações do imóvel; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
V - manter o imóvel em estado de conservação e limpeza condizente com os
fins a que se destina e com a natureza da respectiva construção; (Incluído pela
Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
VI - usar o imóvel, bem como suas instalações, equipamentos e mobiliário,
conforme seu destino e natureza; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
VII - usar o imóvel exclusivamente durante o período correspondente à sua
fração de tempo; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
VIII - desocupar o imóvel, impreterivelmente, até o dia e hora fixados no
instrumento de instituição ou na convenção de condomínio em
multipropriedade, sob pena de multa diária, conforme convencionado no
instrumento pertinente; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
IX - permitir a realização de obras ou reparos urgentes. (Incluído pela Lei nº
13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º Conforme previsão que deverá constar da respectiva convenção de
condomínio em multipropriedade, o multiproprietário estará sujeito a: (Incluído
pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - multa, no caso de descumprimento de qualquer de seus deveres; (Incluído
pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
II - multa progressiva e perda temporária do direito de utilização do imóvel no
período correspondente à sua fração de tempo, no caso de descumprimento
reiterado de deveres. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º A responsabilidade pelas despesas referentes a reparos no imóvel, bem
como suas instalações, equipamentos e mobiliário, será: (Incluído pela Lei nº
13.777, de 2018) (Vigência)
I - de todos os multiproprietários, quando decorrentes do uso normal e do
desgaste natural do imóvel; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
II - exclusivamente do multiproprietário responsável pelo uso anormal, sem
prejuízo de multa, quando decorrentes de uso anormal do imóvel. (Incluído pela
Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-K. Para os efeitos do disposto nesta Seção, são equiparados aos
multiproprietários os promitentes compradores e os cessionários de direitos
relativos a cada fração de tempo. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Seção IV
(Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Da Transferência da Multipropriedade
Art. 1.358-L. A transferência do direito de multipropriedade e a sua produção de
efeitos perante terceiros dar-se-ão na forma da lei civil e não dependerão da
anuência ou cientificação dos demais multiproprietários. (Incluído pela Lei nº
13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º Não haverá direito de preferência na alienação de fração de tempo, salvo se
estabelecido no instrumento de instituição ou na convenção do condomínio em
multipropriedade em favor dos demais multiproprietários ou do instituidor do
condomínio em multipropriedade. (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
§ 2º O adquirente será solidariamente responsável com o alienante pelas
obrigações de que trata o § 5º do art. 1.358-J deste Código caso não obtenha a
declaração de inexistência de débitos referente à fração de tempo no momento
de sua aquisição. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Seção V
(Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018)
Da Administração da Multipropriedade
Art. 1.358-M. A administração do imóvel e de suas instalações, equipamentos e
mobiliário será de responsabilidade da pessoa indicada no instrumento de
instituição ou na convenção de condomínio em multipropriedade, ou, na falta
de indicação, de pessoa escolhida em assembleia geral dos
condôminos. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º O administrador exercerá, além daquelas previstas no instrumento de
instituição e na convenção de condomínio em multipropriedade, as seguintes
atribuições: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - coordenação da utilização do imóvel pelos multiproprietários durante o
período correspondente a suas respectivas frações de tempo; (Incluído pela Lei
nº 13.777, de 2018) (Vigência)
II - determinação, no caso dos sistemas flutuante ou misto, dos períodos
concretos de uso e gozo exclusivos de cada multiproprietário em cada
ano; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
III - manutenção, conservação e limpeza do imóvel; (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
IV - troca ou substituição de instalações, equipamentos ou mobiliário,
inclusive: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
a) determinar a necessidade da troca ou substituição; (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
b) providenciar os orçamentos necessários para a troca ou
substituição; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
c) submeter os orçamentos à aprovação pela maioria simples dos condôminos
em assembleia; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
V - elaboração do orçamento anual, com previsão das receitas e
despesas; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
VI - cobrança das quotas de custeio de responsabilidade dos
multiproprietários; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
VII - pagamento, por conta do condomínio edilício ou voluntário, com os fundos
comuns arrecadados, de todas as despesas comuns. (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
§ 2º A convenção de condomínio em multipropriedade poderá regrar de forma
diversa a atribuição prevista no inciso IV do § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº
13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-N. O instrumento de instituição poderá prever fração de tempo
destinada à realização, no imóvel e em suas instalações, em seus equipamentos
e em seu mobiliário, de reparos indispensáveis ao exercício normal do direito de
multipropriedade. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º A fração de tempo de que trata o caput deste artigo poderá ser
atribuída: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - ao instituidor da multipropriedade; ou (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
II - aos multiproprietários, proporcionalmente às respectivas frações. (Incluído
pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º Em caso de emergência, os reparos de que trata o caput deste artigo
poderão ser feitos durante o período correspondente à fração de tempo de um
dos multiproprietários. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Seção VI
(Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Disposições Específicas Relativas às Unidades Autônomas de Condomínios
Edilícios
Art. 1.358-O. O condomínio edilício poderá adotar o regime de multipropriedade
em parte ou na totalidade de suas unidades autônomas, mediante: (Incluído
pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - previsão no instrumento de instituição; ou (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
II - deliberação da maioria absoluta dos condôminos. (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. No caso previsto no inciso I do caput deste artigo, a iniciativa e
a responsabilidade para a instituição do regime da multipropriedade serão
atribuídas às mesmas pessoas e observarão os mesmos requisitos indicados
nas alíneas a , b e c e no § 1º do art. 31 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de
1964 . (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-P. Na hipótese do art. 1.358-O, a convenção de condomínio edilício
deve prever, além das matérias elencadas nos arts. 1.332, 1.334 e, se for o caso,
1.358-G deste Código: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - a identificação das unidades sujeitas ao regime da multipropriedade, no caso
de empreendimentos mistos; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
II - a indicação da duração das frações de tempo de cada unidade autônoma
sujeita ao regime da multipropriedade; (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
III - a forma de rateio, entre os multiproprietários de uma mesma unidade
autônoma, das contribuições condominiais relativas à unidade, que, salvo se
disciplinada de forma diversa no instrumento de instituição ou na convenção de
condomínio em multipropriedade, será proporcional à fração de tempo de cada
multiproprietário; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
IV - a especificação das despesas ordinárias, cujo custeio será obrigatório,
independentemente do uso e gozo do imóvel e das áreas comuns; (Incluído pela
Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
V - os órgãos de administração da multipropriedade; (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
VI - a indicação, se for o caso, de que o empreendimento conta com sistema de
administração de intercâmbio, na forma prevista no § 2º do art. 23 da Lei nº 11.771,
de 17 de setembro de 2008 , seja do período de fruição da fração de tempo, seja
do local de fruição, caso em que a responsabilidade e as obrigações da
companhia de intercâmbio limitam-se ao contido na documentação de sua
contratação; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
VII - a competência para a imposição de sanções e o respectivo procedimento,
especialmente nos casos de mora no cumprimento das obrigações de custeio e
nos casos de descumprimento da obrigação de desocupar o imóvel até o dia e
hora previstos; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
VIII - o quórum exigido para a deliberação de adjudicação da fração de tempo
na hipótese de inadimplemento do respectivo multiproprietário; (Incluído pela
Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
IX - o quórum exigido para a deliberação de alienação, pelo condomínio edilício,
da fração de tempo adjudicada em virtude do inadimplemento do respectivo
multiproprietário. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-Q. Na hipótese do art. 1.358-O deste Código, o regimento interno do
condomínio edilício deve prever: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - os direitos dos multiproprietários sobre as partes comuns do condomínio
edilício; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
II - os direitos e obrigações do administrador, inclusive quanto ao acesso ao
imóvel para cumprimento do dever de manutenção, conservação e
limpeza; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
III - as condições e regras para uso das áreas comuns; (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
IV - os procedimentos a serem observados para uso e gozo dos imóveis e das
instalações, equipamentos e mobiliário destinados ao regime da
multipropriedade; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
V - o número máximo de pessoas que podem ocupar simultaneamente o imóvel
no período correspondente a cada fração de tempo; (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
VI - as regras de convivência entre os multiproprietários e os ocupantes de
unidades autônomas não sujeitas ao regime da multipropriedade, quando se
tratar de empreendimentos mistos; (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
VII - a forma de contribuição, destinação e gestão do fundo de reserva específico
para cada imóvel, para reposição e manutenção dos equipamentos, instalações
e mobiliário, sem prejuízo do fundo de reserva do condomínio edilício; (Incluído
pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
VIII - a possibilidade de realização de assembleias não presenciais, inclusive por
meio eletrônico; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
IX - os mecanismos de participação e representação dos titulares; (Incluído pela
Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
X - o funcionamento do sistema de reserva, os meios de confirmação e os
requisitos a serem cumpridos pelo multiproprietário quando não exercer
diretamente sua faculdade de uso; (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
XI - a descrição dos serviços adicionais, se existentes, e as regras para seu uso e
custeio. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. O regimento interno poderá ser instituído por escritura pública
ou por instrumento particular. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-R. O condomínio edilício em que tenha sido instituído o regime de
multipropriedade em parte ou na totalidade de suas unidades autônomas terá
necessariamente um administrador profissional. (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
§ 1º O prazo de duração do contrato de administração será livremente
convencionado. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º O administrador do condomínio referido no caput deste artigo será
também o administrador de todos os condomínios em multipropriedade de
suas unidades autônomas. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 3º O administrador será mandatário legal de todos os multiproprietários,
exclusivamente para a realização dos atos de gestão ordinária da
multipropriedade, incluindo manutenção, conservação e limpeza do imóvel e
de suas instalações, equipamentos e mobiliário. (Incluído pela Lei nº 13.777, de
2018) (Vigência)
§ 4º O administrador poderá modificar o regimento interno quanto aos
aspectos estritamente operacionais da gestão da multipropriedade no
condomínio edilício. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 5º O administrador pode ser ou não um prestador de serviços de
hospedagem. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-S. Na hipótese de inadimplemento, por parte do multiproprietário, da
obrigação de custeio das despesas ordinárias ou extraordinárias, é cabível, na
forma da lei processual civil, a adjudicação ao condomínio edilício da fração de
tempo correspondente. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. Na hipótese de o imóvel objeto da multipropriedade ser parte
integrante de empreendimento em que haja sistema de locação das frações de
tempo no qual os titulares possam ou sejam obrigados a locar suas frações de
tempo exclusivamente por meio de uma administração única, repartindo entre
si as receitas das locações independentemente da efetiva ocupação de cada
unidade autônoma, poderá a convenção do condomínio edilício regrar que em
caso de inadimplência: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - o inadimplente fique proibido de utilizar o imóvel até a integral quitação da
dívida; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
II - a fração de tempo do inadimplente passe a integrar o pool da
administradora; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
III - a administradora do sistema de locação fique automaticamente munida de
poderes e obrigada a, por conta e ordem do inadimplente, utilizar a
integralidade dos valores líquidos a que o inadimplente tiver direito para
amortizar suas dívidas condominiais, seja do condomínio edilício, seja do
condomínio em multipropriedade, até sua integral quitação, devendo eventual
saldo ser imediatamente repassado ao multiproprietário. (Incluído pela Lei nº
13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-T. O multiproprietário somente poderá renunciar de forma translativa
a seu direito de multipropriedade em favor do condomínio edilício. (Incluído
pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. A renúncia de que trata o caput deste artigo só é admitida se o
multiproprietário estiver em dia com as contribuições condominiais, com os
tributos imobiliários e, se houver, com o foro ou a taxa de ocupação. (Incluído
pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-U. As convenções dos condomínios edilícios, os memoriais de
loteamentos e os instrumentos de venda dos lotes em loteamentos urbanos
poderão limitar ou impedir a instituição da multipropriedade nos respectivos
imóveis, vedação que somente poderá ser alterada no mínimo pela maioria
absoluta dos condôminos. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
15. SERVIDÕES
São direitos de gozo sobre imóveis que, em virtude de lei ou vontade das partes,
se impõem sobre o prédio serviente em benefício do dominante.
Tem por finalidade proporcionar uma valorização do prédio dominante,
tornando-o mais útil, agradável ou cômodo, implicando, por outro lado, uma
desvalorização econômica do prédio serviente, levando-se em consideração que as
servidões prediais são perpétuas, acompanhando sempre os imóveis quando
transferidos.
Modos de constituição
▪ Ato jurídico inter vivos ou causa mortis (CC, art. 1.378; Dec.-lei n. 1000/69, art. 167,
X).
▪ Sentença judicial (CPC, arts. 596, II, e 597, § 4º, III).
▪ Usucapião (CC, art. 1379, parágrafo único; CPC, art. 259).
▪ Destinação do proprietário.
Classificação
▪ Quanto à natureza: rústicas e urbanas.
▪ Quanto ao modo de exercício:
▪ Contínuas e Descontínuas.
▪ Positivas e Negativas.
▪ Ativas e Passivas.
▪ Quanto à exteriorização: aparentes e não-aparentes.
▪ Quanto à origem:
▪ Legais.
▪ Naturais.
▪ Convencionais.
Direitos e deveres do proprietário do prédio dominante
Direito - Usar e gozar da servidão.
▪ Realizar obras necessárias à sua conservação e uso (CC, art. 1380; Cód. de Águas,
art. 128).
▪ Exigir ampliação da servidão para facilitar a exploração do prédio dominante (CC,
art. 1385, § 3º).
Renunciar a servidão (CC, art. 1388, I) e removê-la (CC, art. 1384, in fine).
Deveres - Pagar todas as obras feitas para uso e conservação da servidão (CC, art.
1381).
▪ Exercer a servidão civiliter modo (CC, art. 1385).
▪ Indenizar o dono do prédio servientes pelo excesso do uso da servidão em caso
de necessidade (CC, art. 1385, § 3º ).
▪ Exonerar-se de pagar as despesas com o uso e conservação da servidão, desde
que abandone total ou parcial a propriedade em favor do dono do prédio
dominante (CC, art. 1382, parágrafo único).
▪ Remover a servidão de um local para o outro.
▪ Impedir que o proprietário do dominante efetive qualquer mudança na forma de
utilização da servidão, pois este de manter sua destinação (CC, art. 1385, § 3º).
▪ Cancelar a servidão nos casos dos arts. 1388 e 1389 do Código Civil.
Obrigações:
▪ Permitir que o dono do prédio dominante realize obras necessárias à conservação
e utilização da servidão (CC, art. 1380).
▪ Respeitar o uso normal e legítimo da servidão (CC, art. 1383).
▪ Pagar despesas com a remoção da servidão e não prejudicar ou diminuir as
vantagens do prédio dominante, que decorrerem dessa mudança (CC, art. 1384) –
desde que realizada em razão do prédio serviente.
Proteção Jurídica
A proteção do direito real de servidão se dá através dos instrumentos disponíveis
para proteção de outros direitos reais, como ação de manutenção e reintegração.
Importante destacar que tal direito segue a mesma lógica de instituição e
proteção de outros direitos reais.
Quanto às ações, enumeram-se:
▪ Ação confessória
▪ Ação negatória
▪ Ação de manutenção de posse ou de reintegração de posse e interdito
proibitório.
▪ Nunciação de obra nova (CPC, art. 259).
▪ Ação usucapião.
Extinção
A extinção da servidão é o meio pelo qual a mesma deixa de ser fruída ou
usufruída pelo prédio dominante, podendo ocorrer por meio voluntário ou
involuntário, senão vejamos:
▪ Renúncia do titular (CC, art. 1388, I).
▪ Cessação de sua utilidade (CC, art. 1388, II).
▪ Resgate (CC, art. 1388, III).
▪ Confusão (CC, art. 1389, I).
▪ Supressão das respectivas obras (CC, art. 1389, II).
▪ Desuso (CC, art. 1389, III).
▪ Perecimento do objeto.
▪ Decurso do prazo ou implemento da condição.
▪ Desapropriação.
▪ Convenção.
▪ Preclusão do direito da servidão.
▪ Resolução do domínio do prédio serviente.
Art. 1.383. O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o
exercício legítimo da servidão.
18. USUFRUTO
Trata-se de um direito real sobre coisa alheia, em que o nu proprietário (assim
chamado por conta do próprio usufruto) deixa de ter a possibilidade de uso e
fruição do bem em favor do usufrutuário.
O usufruto condiciona o exercício da propriedade, na medida em que a posse
direta concentra-se na figura do usufrutuário, pelo período do usufruto
(determinado ou indeterminado), permanecendo a posse indireta, contudo, com o
nu proprietário.
Durante o usufruto o nu proprietário detém os direitos de dispor e de proteção
da propriedade, respeitado, porém, o usufruto.
Objeto
▪ Móveis infungíveis e inconsumíveis (CC, art. 1392, § 1º).
▪ Imóveis (CC, arts. 1391 e 1392).
▪ Patrimônio (CC, art. 1405).
▪ Direitos, desde que transmissíveis.
Caracteres jurídicos:
▪ Direito real sobre a coisa alheia.
▪ É temporário.
▪ É intransmissível e inalienável.
▪ É impenhorável.
Espécies:
▪ Quanto à origem: legal e convencional.
▪ Quanto ao objeto: próprio e impróprio.
▪ Quanto a extensão: - universal ou particular e pleno ou restrito.
▪ Quanto à duração: temporário, vitalício e simultâneo.
Modos constitutivos:
▪ Por lei.
▪ Por ato jurídico inter vivos ou causa mortis.
▪ Por sub-rogação real.
▪ Por usucapião.
▪ Por sentença (CPC, arts. 867 a 869).
Deveres:
- Não obstar o uso da coisa usufruída nem lhe diminuir a utilidade.
- Entregar ao usufrutuário mediante caução o rendimento dos bens frutuários
que estiverem sob sua administração, deduzidas as despesas dessa administração
(CC, art. 1401).
- Fazer as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico
necessárias à conservação da coisa dada em usufruto (CC, art. 1404, § 2º).
- Respeitar o usufruto estabelecido devido ao fato de prédio usufruído ter sido
reconstruído com a indenização do seguro (CC, art. 1408).
- Respeitar a sub-rogação de indenização de danos causados por terceiros ou do
valor da desapropriação no ônus do usufruto (CC, art. 1409).
Caracteres:
▪ É direito real sobre a coisa alheia.
▪ É temporário.
▪ É indivisível.
▪ É intransmissível.
▪ É personalíssimo.
Modos de constituição:
▪ Ato jurídico inter vivos e causa mortis.
▪ Sentença judicial.
▪ Usucapião.
Objeto:
▪ Bens móveis (infungíveis e inconsumíveis) e imóveis.
▪ Bens corpóreos e incorpóreos.
Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem
as necessidades suas e de sua família.
§ 1o Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário conforme a sua condição
social e o lugar onde viver.
§ 2o As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge,
dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico.
Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que não for contrário à sua natureza, as
disposições relativas ao usufruto.
Deveres:
- Conservar a coisa.
- Não retirar rendimentos ou utilidades que excedam à prevista em lei.
- Proteger o bem com os remédios possessórios.
- Não dificultar ou impedir o exercício dos direitos do proprietário.
- Restituir a coisa, pois só detém a sua posse direta, a título precário, uma vez que
o uso é temporário.
Extinção:
- Morte do usuário.
- Advento do prazo final.
- Perecimento do objeto.
- Consolidação.
- Renúncia.
Jurisprudência:
Ementa: APELAÇÕES CÍVEIS. AGRAVO RETIDO. AÇÃO DECLARATÓRIA DO
DIREITO DE HABITAÇÃO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. 1. AGRAVO
RETIDO. CERCEAMENTO DE DEFESA INOCORRENTE. CONEXÃO. INSTRUÇÃO E
JULGAMENTO CONJUNTOS DE AMBOS OS FEITOS. 2. PRIMEIRA APELAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO NÃO VERIFICADA. USUFRUTO
VITALICIO. EXTINÇÃO. NU-PROPRIETÁRIO. POSSE INDIRETA. LEGITIMIDADE
PARA A PRETENSÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. EXCEÇÃO DE USUCAPIÃO.
IMPROCEDENTE. COABITAÇÃO. ATO DE MERA CONCESSÃO DE USO. NÃO
CONFIGURAÇÃO DO ANIMUS DOMINI. MÉRITO. PRETENSÃO DE DECLARAÇÃO
DE DIREITOREAL DE HABITAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. "FILHA DE CRIAÇÃO".
AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. REQUISITOS
PREENCHIDOS. LOCATIVOS PELO USODO IMÓVEL. DEVIDOS. COMPENSAÇÃO
PELA INDISPONIBILIZAÇÃO DO BEM. 3. SEGUNDA APELAÇÃO. NÃO
CONHECIMENTO. PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE OU
UNIRRECORRIBILIDADE. REJEITADA A PRELIMINAR. NEGADO PROVIMENTO
AO AGRAVO RETIDO. SEGUNDA APELAÇÃO NÃO CONHECIDA. NEGADO
PROVIMENTO À PRIMEIRA APELAÇÃO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº
70046106597, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Nara Leonor Castro Garcia, Julgado em 16/02/2012)
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ASSOCIAÇÃO
HOSPITALAR DE NOVO HAMBURGO. CRIAÇÃO, PELA LEI Nº 469/2001, DE
AUTARQUIA MUNICIPAL. ILEGITIMIDADE PASSIVA. EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
REAL DE USO. A Associação Hospitalar de Novo Hamburgo é parte ilegítima
para figurar no polo passivo de demanda visando à indenização por suposto erro
médico após a criação, pela Lei nº 469/2001, de autarquia municipal que se
responsabilizou pela administração do nosocômio. Com a extinção da
concessão real de uso do Hospital Geral, por parte da Associação, não há como
responsabilizar a parte agravada por evento ocorrido após a regulamentação da
lei municipal, com a edição de decreto regulamentando a gestão da autarquia.
Não se aplica ao caso concreto o art. 1.115 do CC, referente à transformação das
sociedades. Suporte fático que não possui relação com a situação do caso
concreto. Hipótese de concessão real de uso, prevista como direito real no art.
1225, XII, CC. Precedentes. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. (Agravo
de Instrumento Nº 70039730056, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Leonel Pires Ohlweiler, Julgado em 26/01/2011)
DA LAJE
(Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Art. 1.510-A. O proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície
superior ou inferior de sua construção a fim de que o titular da laje mantenha
unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo. (Incluído pela
Lei nº 13.465, de 2017)
§ 1 o O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos
públicos ou privados, tomados em projeção vertical, como unidade imobiliária
autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou não pertencentes
ao proprietário da construção-base. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2 o O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que
incidirem sobre a sua unidade. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 3 o Os titulares da laje, unidade imobiliária autônoma constituída em matrícula
própria, poderão dela usar, gozar e dispor. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 4 o A instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração ideal
de terreno ao titular da laje ou a participação proporcional em áreas já
edificadas. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 5 o Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas edilícias e
urbanísticas associadas ao direito real de laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de
2017)
§ 6 o O titular da laje poderá ceder a superfície de sua construção para a
instituição de um sucessivo direito real de laje, desde que haja autorização
expressa dos titulares da construção-base e das demais lajes, respeitadas as
posturas edilícias e urbanísticas vigentes. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Art. 1.510-B. É expressamente vedado ao titular da laje prejudicar com obras
novas ou com falta de reparação a segurança, a linha arquitetônica ou o arranjo
estético do edifício, observadas as posturas previstas em legislação
local. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Art. 1.510-C. Sem prejuízo, no que couber, das normas aplicáveis aos
condomínios edilícios, para fins do direito real de laje, as despesas necessárias à
conservação e fruição das partes que sirvam a todo o edifício e ao pagamento
de serviços de interesse comum serão partilhadas entre o proprietário da
construção-base e o titular da laje, na proporção que venha a ser estipulada em
contrato. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 1 o São partes que servem a todo o edifício: (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
I - os alicerces, colunas, pilares, paredes-mestras e todas as partes restantes que
constituam a estrutura do prédio; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
II - o telhado ou os terraços de cobertura, ainda que destinados ao uso exclusivo
do titular da laje; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
III - as instalações gerais de água, esgoto, eletricidade, aquecimento, ar
condicionado, gás, comunicações e semelhantes que sirvam a todo o edifício;
e (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
IV - em geral, as coisas que sejam afetadas ao uso de todo o edifício. (Incluído
pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2 o É assegurado, em qualquer caso, o direito de qualquer interessado em
promover reparações urgentes na construção na forma do parágrafo único do
art. 249 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Art. 1.510-D. Em caso de alienação de qualquer das unidades sobrepostas, terão
direito de preferência, em igualdade de condições com terceiros, os titulares da
construção-base e da laje, nessa ordem, que serão cientificados por escrito para
que se manifestem no prazo de trinta dias, salvo se o contrato dispuser de modo
diverso. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 1 o O titular da construção-base ou da laje a quem não se der conhecimento
da alienação poderá, mediante depósito do respectivo preço, haver para si a
parte alienada a terceiros, se o requerer no prazo decadencial de cento e oitenta
dias, contado da data de alienação. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2 o Se houver mais de uma laje, terá preferência, sucessivamente, o titular das
lajes ascendentes e o titular das lajes descendentes, assegurada a prioridade
para a laje mais próxima à unidade sobreposta a ser alienada. (Incluído pela Lei
nº 13.465, de 2017)
Art. 1.510-E. A ruína da construção-base implica extinção do direito real de laje,
salvo: (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
I - se este tiver sido instituído sobre o subsolo; (Incluído pela Lei nº 13.465, de
2017)
II - se a construção-base não for reconstruída no prazo de cinco anos. (Incluído
pela Lei nº 13.465, de 2017)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta o direito a eventual
reparação civil contra o culpado pela ruína. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 3 º Das sentenças proferidas nos casos deste artigo, caberá apelação. (Redação
dada pela Lei nº 6.014, de 1973)
§ 4º Das sentenças proferidas nos casos dêste artigo caberá o recurso de agravo
de petição.
§ 5º Estando a propriedade hipotecada, cumprido o dispositivo do § 3º, do art. 1º,
será o credor citado para, no caso dêste artigo, autorizar o cancelamento parcial
da inscrição, quanto aos lotes comprometidos.
Art. 17. Pagas todas as prestações do preço, é lícito ao compromitente requerer
a intimação judicial do compromissário para, no prazo de trinta dias, que correrá
em cartório, receber a escritura de compra e venda.
Parágrafo único. Não sendo assinada a escritura nesse prazo, depositar-se-á o
lote comprometido por conta e risco do compromissário, respondendo este
pelas despesas judiciais e custas do depósito.
26.1 PENHOR
É um direito real que consiste na tradição de uma coisa móvel ou imobilizável,
suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro ao credor, a fim de
garantir o pagamento do débito (CC, art. 1431).
Caracteres: é um direito real de garantia; é direito acessório, depende da
tradição (exceto nos casos do art. 1431, parágrafo único, do CC; Lei n. 2666/55, art. 1º;
Dec.-lei n. 413/69, art. 28); recai sobre coisa móvel; exige alienabilidade do objeto; o
bem empenhado deve ser da propriedade do devedor (salvo o disposto nos arts.
1420, § 1º, e 1427 do CC); não admite pacto comissório; é direito real uno e indivisível;
é temporário.
Deveres:
Não usar a coisa empenhada.
Custódia.
Ressarcir a perda ou deterioração de que for culpado.
Restituir o bem gravado, uma vez paga a dívida, com os respectivos frutos e
acessões.
Entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga por excussão judicial
ou venda amigável.
Defender a posse do bem empenhado (CC, art. 1435, II).
Imputar o valor dos frutos nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no
capital da obrigação garantida (CC, art. 1435, III).
Obrigações:
Pagar despesas feitas pelo credor com a guarda, conservação e defesa do bem
gravado.
Indenizar o credor de todos os prejuízos causados por vícios ou defeitos ocultos
da coisa empenhada.
Reforçar o ônus real, nos casos em que for necessário.
Obter licença do credor para alienar bem onerado, sob pena de sofrer a sanção
do art. 171, § 2º, III, do Código Penal.
Pagar a dívida e exigir todos os bens empenhados na execução do penhor sob
pena de sujeitar-se à prisão administrativa.
ESPÉCIES DE PENHOR
Penhor legal:
1 – CC, arts. 1467, I, 1468, 1469, 1470 e 1471; CPC, arts. 703 a 706; CP, art. 176.
2 – CC, arts. 1467, II, 964, VI, 1471 e 1472.
3 – Lei n. 6533/78, art. 31.
4 – Decreto-lei n. 4191/42; Decreto-lei n. 413/69, art. 46; Lei n. 6015/73, art. 167, I, n. 4.
Penhor rural:
Penhor agrícola – arts. 1442 e 1443 do CC.
Penhor pecuário – arts. 1444 a 1446 do CC.
▪ Objeto: móveis ou imóveis por acessão física ou intelectual.
▪ Dispensa tradição
▪ Posse direta (devedor) e indireta (credor).
▪ Registro: Lei n. 6015, art. 167, I, n. 15; Lei n. 492, arts. 2º e 10, parágrafo único;
Decreto-lei n. 2612/40; Lei n. 492, arts. 15, 16, 18, 19, 20 e 22, Decreto-lei n. 167/67,
arts. 30 a 38.
▪ Prazo = Penhor agrícola e pecuário (CC, art. 1439).
▪ Excussão judicial – Lei n. 492, arts. 22 e s.
Penhor Industrial:
CC, arts. 1447, 1431, parágrafo único, 1448, 1449 e 1450.
Penhor mercantil:
Decreto n. 1102/1903; CC, arts. 1447 a 1450.
Caracteres: recai sobre coisa móvel; requer tradição; é contrato acessório; é
indivisível; deve constar de instrumento público ou particular; independente de
registro.
Penhor de direitos:
CC, arts. 1451 a 1457; Lei n. 6404/76, art. 9º; Decreto-lei n. 2063/40, art. 13; Decreto-
lei n. 36/66; Decreto-lei n. 3182/41; Patente de invenção; direito autoral, direito de
crédito.
Penhor de veículos:
CC, arts. 1461 a 1466 e Decreto-lei n. 413/69.
EXTINÇÃO DO PENHOR
O penhor se extingue a partir de:
▪ Extinção da dívida (CC, art. 1436, I).
▪ Perecimento do objeto empenhado (CC, art. 1436, II).
▪ Renúncia do credor (CC, arts. 1436, III e § 1º, e 386).
▪ Confusão (CC, art. 1436, IV e § 2º).
▪ Adjudicação judicial, remição ou venda do penhor feita ou autorizada pelo credor
(CC, art. 1436, V; Lei de Falências, art. 22, III, m; CPC, arts. 835, 854).
▪ Resolução da propriedade.
▪ Nulidade da obrigação principal.
▪ Prescrição da obrigação principal.
▪ Escoamento do prazo.
▪ Reivindicação do bem gravado.
▪ Remissão da dívida.
26.2 ANTICRESE
Conceito: Para Clóvis, é o direito real sobre imóvel alheio, em virtude do qual o
credor obtém a posse da coisa a fim de perceber-lhe os frutos e imputá-los no
pagamento da dívida, juros e capital, sendo, porém, permitido estipular que os
frutos sejam, na sua totalidade, percebidos à conta de juros.
Caracteres: é o direito real de garantia; requer capacidade das partes; não
confere preferência ao anticresista no pagamento do crédito com a importância
obtida na excussão do bem onerado, pois só lhe é conferido o direito de retenção;
o credor anticrético só poderá aplicar as rendas que auferir com a retenção do bem
de raiz, no pagamento da obrigação garantida; requer para sua constituição:
escritura pública e registro no cartório imobiliário.
Lei n. 6015/73, art. 167, I, n. 11; incide sobre a coisa imóvel alienável; requer tradição
real do imóvel.
Deveres:
Guardar e conservar o imóvel como se fosse seu.
Responder pelas deteriorações que, por culpa sua, o imóvel vier a sofrer, bem
como pelos frutos que deixar de perceber por negligência, desde que ultrapassem,
no valor, o montante do seu crédito (CC, art. 1508).
Prestar contas de sua administração.
Restituir o imóvel, findo o prazo contratado ou quando o débito for liquidado.
Obrigações:
Transferir a posse do imóvel ao anticresista.
Solver o débito, deixando que o imóvel anticrético permaneça com o seu credor
até que se lhe complete o pagamento.
Ceder ao credor o direito de perceber os frutos e rendimentos do imóvel que lhe
pertence.
Respeitar o contrato até o final.
EXTINÇÃO
Pelo pagamento da dívida
Pelo término do prazo legal (CC, art. 1423).
Pelo perecimento do bem anticrético (CC, art. 1509, § 2º).
Pela desapropriação (CC, art. 1509, § 2º).
Pela renuncia do anticresista.
Pela excussão de outros credores quando o anticrético não opuser seu direito de
retenção (CC, art. 1509, § 1º, e CPC, arts. 854 e 843).
Pelo resgate feito pelo adquirente do imóvel gravado (CC, art. 1510; CPC, art. 826).
26.3 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
Conceito: É quando o adquirente de um bem transfere o domínio do mesmo ao
credor que emprestou o dinheiro até pagar-lhe o preço, continuando o devedor
com a posse do bem, confirmando-se a propriedade para o adquirente quando do
pagamento da totalidade do preço.
26.4 HIPOTECA
Se a coisa dada em garantia é imóvel, cuja posse foi transmitida ao credor para
que este a explore e se pague com a renda produzida pelo prédio, há a ANTICRESE.
Se a coisa que garante a dívida é imóvel, e este continua na posse do devedor,
embora respondendo precipuamente pelo pagamento do débito, há a HIPOTECA
ou ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BEM IMÓVEL.
HIPOTECA X ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE IMÓVEL
Em ambos o bem fica na posse e propriedade do devedor e/ou garantidor
Na hipoteca se houver inadimplemento o bem é penhorado e levado a
praceamento e na alienação fiduciária o bem é apreendido liminarmente e vendido
sem execução judicial.
PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO
A incorporação pode ser submetida ao regime de afetação, quando todo o
patrimônio da incorporação (terreno, acessões e demais bens) ficam separados do
patrimônio do incorporador, constituindo um patrimônio de afetação, o que dá
maior segurança ao adquirente de unidade autônoma em caso de falência do
incorporador.
INCORPORADOR
É a pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que, embora não efetue a
construção, compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno
objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas em edificações a
serem construídas ou em construção.
Mas nem toda pessoa física poderá ser incorporada porque a atividade de
promoção e venda do empreendimento é exclusiva do corretor de imóveis, ou
responsabilizar-se pela edificação, que é exclusiva de engenheiro civil, habilitado
pelo CREA.
O artigo 31 relaciona quem pode ser incorporador:
a) o proprietário do terreno ou promitente comprador, o cessionário deste ou
promitente cessionário
b) o construtor, como tal engenheiro civil, ou corretor de imóveis.
LOTEAMENTO
É a subdivisão de glebas em lotes, destinados à edificação, com abertura de
novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação
ou ampliação das vias existentes, tudo por conta do loteador.
É um processo de urbanização que envolve aspectos urbanísticos,
administrativos, civis e penais.
O plano é previamente aprovado pela PM assumindo o loteador o compromisso
da execução das obras de infra-estrutura, dentro do prazo de dois anos (art. 18, item
V), garantindo a sua execução por instrumento definido em Lei Municipal.
Não executando as obras, o loteador sofrerá as conseqüências de ordem civil e
penal previstas em lei.
DESMEMBRAMENTO
É a subdivisão de glebas em lotes destinados à edificação, com aproveitamento
do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas ruas e
logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação das já
existentes.
É um processo sem ato de urbanização e sem qualquer transferência de área ao
domínio público, com aproveitamento do sistema viário local e existência de todo
equipamento urbano, tais como rede de água, luz, esgoto, guias e sarjetas (art. 5o.
Par. único e art. 11 da Lei).
No mais, a ação deverá atender aos requisitos da inicial (art. 319), bem como as
demais disposições relativas à execução para cumprimento de obrigações de fazer
ou não fazer.