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DOMICÍLIO
Domicílio: segundo o art. 70º do Código Civil, o domicílio da pessoa natural é o lugar onde
ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Ou seja, é o local onde se fixa uma
residência com intencionalidade de fixação ou permanência.
Residência: local onde a pessoa física se estabelece com habitualidade (Exemplo: casa de
praia).
Obs) Há a possibilidade de residências, podendo qualquer uma delas ser o domicílio do
indivíduo.
Exemplo: Jovens que estudam em Niterói durante a semana em mas que retornam às suas
casas, Em Friburgo, nos fins de semana.
TIPOS DE DOMICÍLIOS
● Por eleição: domicílio estipulado pelas partes no contrato (art. 78 do Código Civil:
“Nos contratos escritos, poderão os contratante especificar domicílio onde se
exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes”).
Obs) O princípio de autonomia de vontade não é absoluta, pois está submetida a
função social, boa fé, etc;
● Legal: domicílio determinado por lei (art. 76º do Código Civil: “Têm domicílio
necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso - onde se
cumpre a pena”).
BENS DE FAMÍLIA
Bem de família voluntário (art. 1711 do Código Civil) / imóvel residencial próprio: é
instituído pelo ato de vontade dos cônjuges (ou da entidade familiar) com o registro no
cartório de imóveis; ou seja precisa de uma manifestação de vontade +
testamento/registro/escritura pública. Não há a possibilidade de ser penhorado (regras da
impenhorabilidade e da inalienabilidade).
Há exceções!
- Art. 3º (casos em que não há impenhorabilidade; ou seja, os bens podem ser
penhorados).
- inciso II: não se pode aplicar a regra da impenhorabilidade contra o agente financeiro;
- inciso III: não se pode aplicar a regra da impenhorabilidade contra o credor da pensão
alimentícia;
- inciso IV: não se pode aplicar a regra da impenhorabilidade contra o cobrador de
impostos ou das taxas de condomínio;
- inciso V: não se pode aplicar a regra da impenhorabilidade em casos de contrato de
empréstimo voluntário com hipoteca;
- inciso VI: não se pode aplicar a regra da impenhorabilidade em casos de efeito civil
de uma sentença penal condenatória (indenização);
- inciso VII: não se pode aplicar a regra da impenhorabilidade em casos de fiança
concedida em contrato de locação (fiador de contrato locatício).
BEM JURÍDICO
É um bem imóvel, por força de lei, que possui utilidade física ou ideal; são os valores
materiais ou imateriais que podem ser objetos de uma relação de direito subjetivo
(propriedade intelectual,, direito autoral, etc).
BEM x COISA
- Orlando Gomes (mais usado pela doutrina): bem pode ser considerado um
gênero, no qual a coisa é a sua espécie.
- W. Barros Monteiro: bem e coisa são sinônimos, a mesma coisa/genérica.
- M.H. Diniz: a noção de coisa é mais abrangente que a noção de bem.
- Bem jurídico: genérico (caráter mais amplo)
- Coisa: específico (caráter mais restrito)
Bem imóvel por força de lei (Art. 80º do Còdigo Civil): todo direito real incidente pelo
imóvel, por lei, possui uma natureza imobiliária. Consideram-se imóveis para os efeitos
legais: os direitos reais sobre imóveis, as ações que os asseguram e o direito à sucessão
aberta.
Exemplo: Hipoteca - direito real sobre o imóvel
Bem móvel por força de lei (Art. 83º do Código Civil): energia tem valor econômico é
considerado bem móvel (ela pode sofrer gato; caráter móvel do bem), direitos reais sobre
bens móveis, direitos pessoais de caráter patrimonial.
Obs) Navios e aeronaves são bens móveis especiais pois admitem hipoteca sobre eles,
a qual é direcionada a bens imóveis.
Obs²) Art. 84º: materiais destinados à construção são móveis enquanto não forem
empregados. Se forem demolidos, voltam a ser móveis, mas serão imóveis se forem
reutilizados.
Bem Consumível: bens móveis que comportam sua destruição imediata ou em curto prazo.
X
Bem Inconsumível: bens que suportam o uso continuado.
Bem Divisível: possível de ser repartido e formar um todo perfeito com cada fragmento.
X
Bem Indivisível: quando não se forma um todo perfeito com os fragmentos.
● Considerados indivisíveis pela sua própria natureza: seres vivos (cachorro);
● Considerados indivisíveis por sua determinação legal, ou seja determinados por lei
(terra rural);
● Bem por convenção: estabelecido pelas partes.
Bem Particular: definem-se por exclusão; os que não pertencem ao domínio público.
X
Bem Público: pertencentes à União, à municípios, etc
A. uso comum do povo, como praça, sua, estrada, praia, etc
B. de uso especial (como os prédios, nos quais funcionam escolas públicas, que não
podem ser alienados)
C. bens dominicais pertencentes ao poder público que não foram afetados pelo uso do
povo (terras devolutas)
FATO JURÍDICO
● Fato Jurídico em sentido estrito: todo acontecimento natural que for relevante para
o direito; fatos da natureza que independem da vontade do homem.
A) Ordinários: comuns; fazem parte da natureza do homem e da mulher como
decursos de tempo, o nascimento, a morte natural etc
B) Extraordinários: carregam aspectos relacionados à imprevisibilidade (ligada
ao caso fortuito*) e a inevitabilidade (ligada a força maior); como um furacão,
que independe da vontade humana.
*caso fortuito: evento proveniente de ato humano, imprevisível e inevitável que
impede o cumprimento de uma obrigação.
*força maior: p revisível mas ainda inevitável, geralmente associada a forças
naturais.
É necessário estudar três planos de análise para entender o que é o negócio jurídico: plano da
existência, de validade e de eficácia.
VÍCIOS DE CONSENTIMENTO
1.1. Erro sobre o objeto: o indivíduo compra algo de marfim mas, na verdade, era de
osso.
1.2. Erro sobre o negócio: o indivíduo empresta um bem mas a pessoa que o recebeu
entende que foi doação.
1.3. Erro sobre a pessoa: o indivíduo quer estabelecer um contrato com outro
indivíduo mas, na verdade, estabelece com o gêmeo dele.
Obs) O art. 144º do Código Civil prevê a possibilidade de convalescimento do ato
(consertar o erro) a partir do momento que o erro é identificado.
Classificações de dolo:
- Dolo Negativo (art. 147º CC): incide na queixa de boa fé pelo
descumprimento do dever anexo de informar; omite uma informação essencial
para a realização do negócio jurídico;
- Dolo Bilateral (art. 150º CC): havendo dolo recíproco (bilateral), o negócio
jurídico permanece em seu atual estado pois não há como alegar dolo do outro
sendo que o primeiro também cometeu. O contrato não é anulável;
- Dolo de Terceiro (art. 148º CC): um terceiro engana as partes envolvidas no
negócio jurídico. Nesse caso, o contrato do negócio jurídico precisa ser
anulado.
Exemplo: um corretor de imóveis engana o vendedor e o comprador.
● Lesão: possui maior conexão com o abuso do poder econômico - quando uma das
partes impõe uma obrigação excessivamente onerosa e desequilibra a balança
contratual.
Exemplo: quando um vendedor realiza um negócio com um deficiente mental, por
exemplo, e cobra mais que o devido por um determinado produto.
Lesão: desproporção nasce com o próprio negócio que foi estabelecido; ele é
invalidado logo no seu surgimento.
Teoria da Imprevisão: o negócio nasce válido mas ele se desequilibra depois devido
a um acontecimento superveniente (que não era esperado). Além disso, não se
invalida, há a possibilidade de revisar o negócio ou encerrá-lo ali.
Exemplo: celebra um contrato e estabelece o pagamento em dez prestações em dólar,
mas, nesse período, ocorre uma crise que aumenta o valor da moeda. Dessa forma,
como não era uma situação prevista, este contrato pode ser desfeito, finalizado
(resolver a situação) ou revisado.
Simulação: negócio jurídico aparentemente normal, mas não produz o efeito que deveria
produzir. Nesse caso, duas partes se unem para prejudicar outra parte ou para burlar a lei
(conchavo/conluio das partes). Gera nulidade do negócio jurídico, segundo o art. 167º do
Código Civil.
● Absoluta: o negócio celebrado é destinado a não gerar efeito algum. É como se ele
não tivesse sido celebrado.
Exemplo: em um divórcio, um deles pode simular que tem uma dívida com um
amigo só para não dividir certa parte do patrimônio durante a separação.
- Hipóteses legais
● (Art. 158º) Negócio de transição gratuita de bens: é o mais grave de todos,
pois a pessoa devedora insolvente (que não tem condições de pagar) está
devendo 50 mil (por exemplo) para a pessoa X mas começa a passar bens para
a pessoa Y.
● (Art. 158º) Perdão fraudulento de dívidas: s ituação de remissão, na qual uma
pessoa está devendo a X mas nega o pagamento (perdoa) de Y - quando, na
verdade, esse dinheiro que Y pagaria a primeira pessoa, deveria ser repassado
para X.
● Negócio oneroso fraudulento: é mais difícil de ser provado. É aquele em que
há ônus para ambas as partes, ou seja, há uma prestação e uma
contraprestação; ou seja, é o fraude ao credor em uma compra e venda. Vão
existir custos, taxas, abertura de crédito, não vai ser gratuito.
- Ação Pauliana: ação pessoal movida por credores com intenção de anular negócio
jurídico feito por devedores insolventes com bens que seriam usados para pagamento
da dívida numa ação de execução (fraudes). A ação pauliana pode ser ajuizada sem a
necessidade de uma ação de execução anterior. Possui prazo decadencial para a
identificação e evidência da fraude de 4 anos; findo esse tempo, não há como entrar
com tal ação.
Obs) Na fraude execução é mais grave, pois ela viola normas de ordem pública
(sistema de justiça), pois já há um processo ocorrendo contra o fraudador.
Não há relação contratual entre as partes Há relação contratual entre as partes
3. PLANO DE EFICÁCIA
A) Condição suspensiva (suspende): enquanto o evento não acontecer (ou não for
verificado), o início da eficácia do negócio jurídico é suspendido.
Exemplo: No caso do casamento acima, assim que Juliana casar, a eficácia do
negócio jurídico terá início; ou seja, ela ganhará o carro.
Obs) Se a condição suspensiva for impossível de acontecer, o negócio jurídico será
invalidado.
● Nulidade Absoluta: negócio jurídico nulo pois viola norma de ordem pública
cogente, isto é, aquela que constrange à quem se aplica, tornando seu cumprimento
obrigatório de maneira coercitiva.
● Nulidade Relativa (Anulabilidade): viola norma meramente dispositiva, ou seja, que
interfere no interesse particular das partes.
Obs) Em razão do princípio de conservação do negócio jurídico, o juiz deve tentar ao
máximo preservá-lo.
Art. 184. “Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não
o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal
implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.” =>
Ou seja, não é necessário invalidar todo o negócio jurídico, apenas a parte problemática ou
prejudicial para consertá-lo.
Forma X Prova
B) Documento: papel útil que prova o ato jurídico (traz a prova, não é um papel
em branco).
Exemplo: Pedro escreve, em um guardanapo, que 20% dos lucros de sua
empresa seriam destinados a Paulo e isso de fato ocorreu -> o guardanapo
serve como prova do negócio jurídico.
Obs) documentos escritos em língua estrangeira devem ser traduzidos por um
tradutor público juramentado para que eles tenham efeito legal.
Código Civil de 2002: nem toda responsabilidade civil (objetiva) é decorrente de um ato
ilícito, pois é impossível identificá-la mesmo sem culpa ou dolo.
Obs) A teoria do ato ilícito e abuso de direito é abordada quando se fala de ilicitude civil.
● Efeitos: podem ter variadas dimensões; geralmente são indicados na própria norma
jurídica.
A) Efeito indenizante: obrigação de reparar um dano.
Exemplo: carro causa acidente na contramão; o motorista causador do
acidente deve indenizar os prejuízos nos demais veículos.
● Espécies
A) Ato ilícito subjetivo: nasce e morre ilícito, traz o conceito amplo de culpa e
possui quatro pressupostos: dano, nexo causal, conduta comissiva ou omissiva,
noção ampla de culpa e dolo.
Obs) Apesar de dano ser pressuposto de ilicitude, nem todo dano é
indenizável.
Exemplo: dano afetivo, como quando o pai ou a mãe abandona seu filho.
B) Ato ilícito objetivo: nasce lícito e morre ilícito; corresponde ao novo modelo
de ilicitude, sendo um modelo comportamental desatrelado do sentido de
culpa lato sensu. Ocorre quando o exercício do direito excede os seus limites
(abuso de direito)