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➢ O devedor não tem relação com prestações pecuniárias, mas com quem
deverá prestar um serviço ou entregar um objeto. Devedor dá o objeto ou
presta o serviço e o credor recebe o objeto/serviço.
➢ Direitos reais:
○ Os direitos reais são taxativos e estão previstos em lei (art. 1.225), não
sendo possível que as partes os criem.
Transição Histórica
➢ Passagem da responsabilidade pessoal para a responsabilidade patrimonial:
➢ Objeto: deve-se haver uma prestação ser cumprida, que pode ser de dar, de
fazer ou de não fazer
Conceito de obrigação
➢ A obrigação é a cooperação entre o credor e o devedor, que buscam o
adimplemento da obrigação da forma mais proveitosa ao credor e menos
onerosa ao devedor.
➢ Dívidas de água, esgoto, etc. não são consideradas obrigações propter rem,
são obrigações pessoais do usuário do serviço
Obrigação civil:
➢ A obrigação civil é aquela que esta de acordo com os requisitos legais de
validade (agente capaz, objeto lícito, possível e determinado/determinável,
forma prevista ou não proibida em lei e vínculo)
Obrigação natural:
➢ As obrigações naturais não possuem respaldo legal, e, por conta disso, não
podem ser exigidas judicialmente.
Em função do objeto:
➢ As obrigações em função do objeto dividem-se em: obrigação de dar,
obrigação de fazer e obrigação de não fazer
I. Obrigação de dar:
■ Bens acessórios:
○ Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não
abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da
manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
I. Perecimento:
II. Deterioração:
➢ Sem culpa:
○ Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa
do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a
obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da
perda.
➢ Com culpa:
II. Deterioração
➢ Sem culpa:
○ Possuidor de boa-fé
○ Possuidor de má-fé:
➢ No caso da locação de imóveis urbanos, não se aplica o art. 1.219, mas a lei
de locação
➢ Ponto de mutação:
Classificação:
➢ Infungível:
Inadimplemento
I. Inadimplemento da obrigação infungível:
➢ No caso de recusa:
➢ No caso de impossibilidade:
Art. 249 CC Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao
credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou
mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Art. 817 CPC Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito
ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que aquele a satisfaça
à custa do executado.
➢ As obrigações de fazer não podem ser genéricas, elas devem ser restritas a
determinada atividade. Exemplo: obrigação de não comprar na loja X - não é
uma obrigação de não comprar em nenhuma loja, apenas naquela específica;
ou obrigação de não compartilhar um segredo industrial - não é a obrigação
de não compartilhar nada, apenas a fórmula específica.
Inadimplemento
➢ Sem culpa do devedor: caso a obrigação de não fazer seja descumprida sem
culpa do devedor, a obrigação se extingue. Art. 250 CC
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do
devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não
praticar.
➢ Com culpa do devedor: caso haja culpa do devedor, o credor poderá exigir
que seja desfeita a obrigação que o credor havia se obrigado a não fazer com
direito a indenização por perdas e danos. Caso haja urgência, o credor
poderá por conta própria desfazer
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor
pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa,
ressarcindo o culpado perdas e danos.
Obrigações cumulativas
➢ A característica principal das obrigações cumulativas é a adição de
prestações, ou seja, o devedor tem o dever de prestar mais do que uma
obrigação.
➢ Para que o devedor não reste inadimplente, ele deve cumprir com ambas as
obrigações com as quais se comprometeu.
Obrigações alternativas
➢ As obrigações alternativas consistem em uma junção de prestações, pelas
quais esta obrigado o devedor a apenas uma delas.
Inadimplemento:
➢ No caso de inadimplemento de obrigação variável, distingue-se entre:
➢ Com culpa do devedor: caso haja culpa do devedor e não haja estipulação no
contrato sobre quem deveria realizar a escolha, o devedor deve apenas
entregar/fazer a obrigação restante, além das perdas e danos. No entanto,
caso coubesse ao credor fazer a escolha, este pode optar por receber a
obrigação restante ou exigir o equivalente pela obrigação que pereceu, além
de perdas e danos, se houver dano emergente/lucro cessante.
➢ Com culpa do devedor: caso a escolha fosse do credor, este poderá optar
pelo valor equivalente a qualquer das obrigações, além de perdas e danos.
Caso a escolha fosse do devedor, este deverá ressarcir o valor da obrigação
que se perdeu por último, além de perdas e danos. No entanto, caso as duas
se percam ao mesmo tempo e o devedor fosse responsável pela escolha,
não há previsão no código civil.
Aula 14/07 - Obrigações divisíveis e
indivisíveis
➢ As obrigações divisíveis e indivisíveis possuem como característica comum a
multiplicidade de sujeitos, seja no polo passivo seja no polo ativo da ação, ou
ainda em ambos
➢ Natureza:
➢ Ordem econômica:
Art. 830. Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma sob
sua responsabilidade, caso em que não será por mais obrigado.
○ Caso um dos credores não aceite receber sua parte de forma dividida,
exigindo recebê-la integralmente, o devedor não tem o dever de
entregá-lo no todo, pois caso o fizesse não estaria se desobrigando
em relação aos demais credores. Nesse caso, se o credor não aceitar,
ele será responsável pela mora na prestação
○ Ex: caso um pai seja o credor de seu filho, menor de idade e de três
de seus amigos, a suspensão da prescrição por conta do poder
familiar só beneficia o filho e não seus amigos.
Obrigação indivisível
➢ A obrigação indivisível ocorre quando a prestação negociada não pode ser
dividida, seja por motivos naturais, seja por motivos de ordem econômica ou
pela razão determinante do negócio (art. 258)
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível,
cada um será obrigado pela dívida toda.
➢ Exemplo: caso haja uma prestação de entregar um carro com dois devedores
e um credor, o credor poderá exigir que qualquer um dos devedores entregue
o carro
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a
dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
➢ Exemplo: caso haja três credores que iriam receber um carro no valor de R$
90.000 de um devedor. Se o credor X receber o carro sozinho, ele deverá
pagar R$ 30.000 para cada um dos outros dois devedores.
Remissão de dívida
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta
para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do
credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação,
novação, compensação ou confusão.
Perda da indivisibilidade
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em
perdas e danos.
○ Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos
co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar
diferente, para o outro.
Características
➢ Pluralidade de sujeitos: mais do que um devedor ou mais do que um credor
Solidariedade ativa
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o
cumprimento da prestação por inteiro.
Características
○ Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o
devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
➢ Os herdeiros dos credores após sua morte podem cobrar a dívida apenas no
montante que lhes diz respeito. Exemplo: se três credores tinham uma dívida
de 30.000 a receber de um devedor, enquanto estiverem vivos, todos podem
cobrar os 30.000. No entanto, após a morte, os herdeiros que quiserem
cobrar a dívida somente poderão cobrar 10.000, pois este é o valor referente
a cada credor.
○ Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções
pessoais oponíveis aos outros.
Solidariedade passiva
○ Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos
devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido
parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo
resto.
➢ O devedor solidário que foi escolhido para integrar o polo passivo da ação
poderá ou aguardar a sentença, para então entrar com ação regressiva em
face dos outros devedores, caso o pedido seja deferido, ou utilizar do instituto
processual do chamamento, ou seja, poderá chamar os outros devedores
para integrar o processo.
Aditamentos
○ Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada
entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição
dos outros sem consentimento destes
Inadimplemento
○ Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores
solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas
perdas e danos só responde o culpado.
○ Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a
ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos
outros pela obrigação acrescida.
Exonerados da solidariedade
○ Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os
exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação
incumbia ao insolvente.
➢ Espécies de transmissão:
○ Cessão de crédito;
○ Cessão de contrato
Cessão de crédito
➢ A cessão de crédito consiste na transmissão dos direitos do credor a um
terceiro. Não há nenhuma alteração na obrigação em si, apenas o sujeito que
poderá cobrar a prestação que mudará
➢ O código civil não exige a anuência do devedor para que haja a cessão do
crédito. No entanto, ele deverá ser cientificado sobre a transferência para que
ela seja eficaz. A necessidade de notificação se faz necessária até mesmo
para que o devedor saiba a quem pagar.
Transmissões sucessivas
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se
completar com a tradição do título do crédito cedido.
Objeto
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a
natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula
proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não
constar do instrumento da obrigação
➢ Qualquer obrigação pode ser objeto de cessão, exceto aquelas que, por
motivos de natureza, lei ou convenção expressão não o puderem ser.
Forma
○ Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se
não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular
revestido das solenidades do § 1 o do art. 654 .
➢ Para que a cessão possua eficácia em relação a terceiros ela deve se dar
através de instrumento público ou particular, desde que siga o disposto no
art. 654, parágrafo 1.
Modalidades da cessão
Total ou parcial
Gratuita ou onerosa
➢ Onerosa
○ A cessão onerosa é aquela que ocorre por exemplo quando uma
construtora "compra" o crédito de um comprador, pagando um valor
inferior ao que será pago pelo comprador, mas fazendo-o à vista.
Assim, a construtora obtêm certo lucro, sendo então onerosa a cessão
para a cessionária.
➢ Gratuita
Cessão de débito
➢ Na cessão de débito há a transferência de uma obrigação de um devedor
para outro. Nesse caso, apesar de a pessoa ter que cumprir com a
prestação, ela não tem direito à contraprestação, ou seja, ela só assume o
ônus.
Modalidades
➢ Delegação: quando o devedor, com o consentimento do credor, transfere a
obrigação para terceiro
Cessão de contrato
➢ Na cessão de contrato, a parte que recebe o contrato assume não somente a
dívida ou o crédito, mas ambas as partes.
Pagamento
➢ O pagamento da obrigação não possui sentido apenas pecuniário, incluindo
qualquer tipo de adimplemento da obrigação.
➢ Os terceiros não interessados são aqueles que, mesmo que desejem que a
obrigação seja adimplida, o fazem meramente por uma questão sentimental,
não possuindo interesses jurídicos.
○ Art. 346, III, CC. Sub-rogar significa ocupar o lugar do outro. Por isso,
a sub-rogação transfere todos os direitos, ações, privilégios, e
garantias do primitivo credor, em relação à dívida, contra o devedor
principal e fiadores (art. 349, CC)
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio
nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga
nos direitos do credor.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda que
provado depois que não era credor.
➢ Credor putativo é o credor aparente, é quem o devedor acredita ser o credor.
Pode ser que o devedor não conheça a pessoa com a qual ele negociou.
Nesse caso, o pagamento é válido, mesmo que a pessoa não seja a credora.
➢ Art. 316 trata de cláusulas de escala móvel, que podem ter prestações
maiores ou que aumentam conforme certo índice.
➢ Art. 317 trata de cláusula geral, devendo ser analisada caso a caso.
➢ O devedor que paga a sua dívida, tem direito a exigir do credor a quitação
(prova do pagamento), estando autorizado a reter o pagamento, em caso de
recusa (art. 319, CC).
➢ Porém, nos casos exigidos, que são a regra, a quitação deve conter os
requisitos dispostos no art. 320 do CC.
○ A quitação deve ser dada pelo credor por escrito, por meio de
documento público ou particular.
Do lugar do pagamento
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da
obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre
eles
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar
determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do
credor relativamente ao previsto no contrato.
➢ Por derradeiro, prevê o art. 329 do CC que no caso de ocorrer motivo grave,
poderá o devedor efetuar o pagamento em outro local, sem prejuízo para o
credor. Se o motivo de descumprimento ocorrer sem culpa, não cabe perdas
e danos.
Do tempo do pagamento
➢ Se nada foi convencionado, a obrigação deve ser cumprida na data de
vencimento.
➢ Pelo artigo 331 do CC, pode o credor cobrar de imediato a dívida, salvo se
outra coisa tiver sido estipulada no contrato.
Dívidas de dinheiro
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer,
com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou
dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição
devidos;
Requisitos de validade
➢ Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister
concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os
requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
Competência
➢ A consignação deve ser realizada no local onde a obrigação deveria ser
cumprida. Se for uma obrigação portável, ocorrerá na sede do devedor e se
for quesível, na sede do credor.
Levantamento
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o
impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas
despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito.
Revisão contratual
➢ É possível que se revise os valores do contrato na ação consignatória? De
acordo com o atual entendimento do STJ é possível a revisão quando
presentes as hipóteses materiais de revisão. Ex. nulidade de uma cláusula.
Pagamento com sub rogação
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser
obrigado, no todo ou em parte.
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios
e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os
fiadores.
➢ Legal x Convencional
Tutela processual
➢ Para que o terceiro que pagou a dívida possa cobrá-la, ele pode ingressar
com uma nova ação de regresso (art. 130 CPC) ou pode utilizar dos institutos
do chamamento ao processo ou denunciação à lide. (art. 125, II CPC)
Requisitos
➢ Pluralidade de dívidas
➢ Natureza idêntica das dívidas - caso haja dívidas distintas (ex. obrigação de
entregar bois e obrigação pecuniária), não será necessário indicar qual delas
estará sendo paga
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas
e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma
delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor,
salvo provando haver ele cometido violência ou dolo
➢ Imputação legal
Aula 27/08
Dação em pagamento
➢ A dação em pagamento ocorre quando as partes, de livre e espontânea
vontade, decidem pela entrega de coisa diversa da acordada para adimplir a
obrigação.
➢ O credor deve concordar com a dação pois não é obrigado a receber coisa
diversa do que foi acordado.
Requisitos
➢ Existência de uma dívida (vínculo preexistente)
Novação
➢ A novação é a extinção de uma obrigação com a subsequente criação de
uma nova dívida. Dessa forma, a novação é uma forma extintiva não
satisfativa.
➢ Aplicação nas relações entre clientes e banco, quando, devido à incidência
de multas e juros, o cliente não tem como pagar a dívida, ela é extinta e
cria-se uma nova obrigação.
➢ Conteúdo dúplice:
Requisitos
➢ Existência de dívida anterior
➢ A dívida deve ser substancialmente nova, não bastando que haja a alteração
do prazo, por exemplo.
Espécies de novação
➢ Objetiva: ocorre a novação objetiva quando há a alteração do objeto do
contrato. Exemplo: a obrigação era uma obrigação de fazer e transforma-se
em uma obrigação de dar. Se diferencia da dação, porque nesta a entrega
quita a dívida.
➢ Subjetiva: há alteração dos credor/devedor. Nesse caso, não basta que haja
alteração dos sujeitos, deve-se haver também substancial alteração
contratual, caso contrário seria apenas uma cessão.
Novação subjetiva
➢ Alteração da figura do devedor.
Novação ativa:
➢ Alteração do credor com alteração contratual
Novação passiva
➢ Caso o devedor original passe a nova obrigação para um devedor insolvente,
ele ficará responsável? Não. Nesse caso, o credor que aceitou não tem
direito a ação regressiva perante o primeiro devedor, salvo se eles tiverem
estipulado o contrário.
Aula 02/09
Compensação
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da
outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
Modalidades
➢ Total ou parcial:
○ Liquidez do crédito
○ Exigibilidade da dívida
○ Fungibilidade
➢ Isso ocorre, por exemplo, quando uma grande empresa possuía uma dívida
com uma empresa menor e, posteriormente, a empresa maior adquire a
empresa menor, de forma que o crédito que lhe era devido é extinto.
Espécies
➢ A confusão pode ser total ou parcial. Exemplo: filho que tinha uma dívida do
pai e, quando ele morre, recebe a herança que paga em parte a obrigação.
Não há, nesse caso, extinção total, apenas parcial.
Efeitos
➢ A confusão extingue a obrigação principal e seus acessórios
Cessação da obrigação
➢ Caso haja apenas uma confusão aparente, no momento em que ela deixar de
existir, a dívida deixa de estar extinta, restabelecendo-se a dívida anterior
com todos os seus acessórios.
➢ Não pode haver prejuízo para terceiro com a remissão da dívida (ex. fraude
contra credores)
Espécies
➢ A remissão pode ser total ou parcial
Classificação
➢ Classificação clássica: divide a classificação do inadimplemento conforme
suas causas e efeitos:
Inimputável ao devedor
➢ Quando ocorre o inadimplemento inimputável ao devedor, a obrigação é
extinta e o devedor não responde pelas perdas e danos.
Imputável ao devedor
➢ Quando há o inadimplemento absoluto por culpa do devedor, este deve pagar
pelo valor da prestação e pelas perdas e danos.
➢ Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos,
mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.
Inadimplemento relativo
Decorre em mora o devedor que não cumprir a obrigação no tempo e forma devidos
e o credor que não aceitar receber a obrigação conforme pactuado
Requisitos:
➢ Atraso do pagamento ou pagamento imperfeito
➢ Ação culposa
Espécies da mora
➢ Mora do credor (mora creditoris ou accipiendi):
Consequência da mora
➢ Quando há mora o credor pode:
Purgação da mora
➢ A purgacao da mora é a neutralização de seus efeitos diante do
adimplemento da obrigação.
➢ Nos contratos de locação há uma previsão expressa de que a mora pode ser
purgada até 15 dias após a citação (prazo comum para a apresentação de
defesa), desde que a parte não tenha utilizado desse pedido nos últimos 24
meses. Essa previsão surgiu pois, na década de 80, muitos locadores
perceberam que valia mais a pena pagar o locatário com mora e investir o
dinheiro do que pagar no prazo devido. Assim, o locador não podia nem
cobrar a mora e nem despejar o devedor.
Impossibilidade temporária
➢ Inimputável ao devedor.
Danos emergentes:
➢ São os prejuízos decorrentes de algum acontecimento.
Lucros cessantes:
➢ Correspondem aos valores razoáveis que a pessoa deixou de ganhar em
decorrência de algum acontecimento.
○ Exemplo: taxista que teve seu carro prejudicado por uma batida de
trânsito e não conseguiu utilizá-lo para trabalhar por 3 dias. Nesse
caso, além dos custos com o conserto, a parte que causou o dano
deve pagar também os valores que o motorista deixou de ganhar por
conta desse acidente. Esses lucros podem ser comprovados através
das anotações diárias, do imposto de renda ou da média dos
profissionais do setor.
○ De acordo com o STJ, os lucros cessantes são medidos através do
bom senso, ou seja, são aquilo que o bom senso diz que lucraria -
presunção de que os fatos se desenrolariam dentro de um curso
normal.
Atualização monetária
➢ A atualização monetária tem como objetivo garantir que não haja perda de
valor do dinheiro. Para se assegurar a manutenção dos valores, utiliza-se de
índices que medem a inflação e a desvalorização da moeda.
Juros
Definição
➢ Os juros são o preço de uso do capital, considerados como frutos
(rendimentos)
Espécies
➢ Podem ser:
○ Convencionais ou legais e
○ Simples ou compostos
Juros compensatórios
➢ Os juros compensatórios são aqueles decorrentes do uso de dinheiro alheio -
do empréstimo
➢ O código civil não estabeleceu nenhum artigo que trata sobre juros
compensatórios, de forma que geralmente são previstos contratualmente.
Juros moratórios
➢ Os juros moratórios são aqueles que incidem sobre o atraso no pagamento
das prestações. São um ressarcimento pelo atraso.
➢ Caso não haja previsão em contrário, aplica-se o artigo 406, que limita a
cobrança de juros moratórios não convencionados à 1% ao mês (art. 161,
parágrafo primeiro - CTN)
➢ Mesmo que as partes não peçam pela aplicação dos juros moratórios,
considera-se esse pedido como implícito, de forma que o juiz deverá aplicá-lo
mesmo sem pedido.
Juros bancários
➢ As regras aplicadas aos juros estabelecidos entre pessoas comuns não são
as mesmas daquelas aplicadas às instituições financeiras.
Cálculo de Juros
➢ Juros simples: o cálculo é realizado incidindo a taxa de juros sobre o valor
inicialmente devido.
Cláusula penal
➢ A cláusula penal consiste em um pacto acessório em que se estipulam penas
ou multas contra aquele que deixar de cumprir uma obrigação de forma
culposa.
Efeitos
➢ Quando há o inadimplemento absoluto da obrigação, o credor pode escolher
entre:
➢ Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder
o da obrigação principal.
➢ Situações específicas:
Arras
➢ As arras são valores em dinheiro ou bens que são dados pelo devedor no
momento de conclusão do contrato (assinatura) como forma de i) prefixar
perdas e danos (arras penitenciais) ou como forma de ii) garantir o
adimplemento da obrigação (arras confirmatórias).
Arras confirmatórias
➢ Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a
título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de
execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo
gênero da principal.
Descumprimento contratual
➢ Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra
tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras,
poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução
mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.
Arras penitenciais
➢ As arras penitenciais surgem quando as partes estipulam o direito de
arrependimento, nesse caso, as arras funcionam como indenização