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BENS 

são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem servir de
objeto a uma relação jurídica; para que o bem seja objeto de uma relação jurídica é preciso
que ele apresente os seguintes caracteres, idoneidade para satisfazer um interesse
econômico, gestão econômica autônoma e subordinação jurídica ao seu titular.

Bens corpóreos e incorpóreos:  corpóreos são os que têm existência material, como uma
casa, um terreno, um livro; são o objeto do direito; incorpóreos são os que não têm
existência tangível e são relativos aos direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre
as coisas, sobre os produtos de seu intelecto ou com outra pessoa, apresentando valor
econômico, tais como os direitos reais, obrigacionais e autorais.

Bens móveis e imóveis: móveis são os que podem ser transportados por movimento próprio
ou removidos por força alheia; imóveis são os que não podem ser transportados sem
alteração de sua substância.
Bens imóveis por sua natureza:  abrange o solo com sua superfície, os seus acessórios e
adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o
subsolo.
Bens imóveis por acessão física artificial: inclui tudo aquilo que o homem incorporar
permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de
modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano.
Bens imóveis por acessão intelectual: são todas as coisas móveis que o proprietário do
imóvel mantiver, intencionalmente, empregadas em sua exploração industrial,
aformoseamento ou comodidade.
Bens imóveis por determinação legal: são direitos reais sobre imóveis (usufruto, uso,
habitação, enfiteuse, anticrese, servidão predial), inclusive o penhor agrícola e as ações que
o asseguram; apólices da dívida pública oneradas com a cláusula de inalienabilidade,
decorrente de doação ou de testamento; o direito à sucessão aberta, ainda que a herança só
seja formada de bens móveis.
Bens móveis por natureza: são as coisas corpóreas que se podem remover sem dano, por
força própria ou alheia, com exceção das que acedem aos imóveis, logo, os materiais de
construção, enquanto não forem nela empregados, são bens móveis.
Bens móveis por antecipação: são bens imóveis que a vontade humana mobiliza em função
da finalidade econômica; ex: árvores, frutos, pedras e metais, aderentes ao imóvel, são
imóveis; separados, para fins humanos, tornam-se móveis; ex: são móveis por antecipação
árvores convertidas em lenha.
Bens móveis por determinação de lei: são os direitos reais sobre objetos móveis e as ações
correspondentes, os direitos de obrigação e as ações respectivas e os direitos de autor.

Bens fungíveis e infungíveis: fungíveis são os bens móveis que podem ser substituídos por
outros de mesma espécie, qualidade e quantidade; infungíveis são os insubstituíveis, por
existirem somente se respeitada sua individualidade.
Bens consumíveis e inconsumíveis: consumíveis são os que se destroem assim que vão
sendo usados (alimentos em geral); inconsumíveis são os de natureza durável, como um
livro.

Bens divisíveis e indivisíveis: divisíveis são aqueles que podem ser fracionados em porções
reais; indivisíveis são aqueles que não podem ser fracionados sem se lhes alterar a
substância, ou que, mesmo divisíveis, são considerados indivisíveis pela lei ou pela vontade
das partes.

Bens singulares e coletivos: as coisas singulares são as que, embora reunidas, se


consideram de per si, independentemente das demais; são consideradas em sua
individualidade; coletivas são as constituídas por várias coisas singulares, consideradas em
conjunto, formando um todo único, que passa a ter individualidade própria, distinta de seus
objetos componentes, que conservam sua autonomia funcional.

Bens principais e acessórios: principais são os que existem em si e por si, abstrata ou


concretamente; acessórios são aqueles cuja existência supõe a existência do principal.
Benfeitorias: são bens acessórios acrescentados ao imóvel, que é o bem principal; podem
ser necessárias (imprescindíveis à conservação do imóvel ou para evitar-lhe a deterioração),
úteis (aumentam ou facilitam o uso do imóvel) e voluptuárias (embelezam o imóvel, para
mero deleite ou recreio).
Frutos: são bens acessórios que derivam do principal; podem ser naturais (das árvores),
industriais (da cultura ou da atividade) e civis (do capital, como os juros).

Bens particulares e bens públicos: são respectivamente, os que pertencem a pessoas


naturais ou jurídicas de direito privado e os que pertencem as pessoas jurídicas de direito
público, políticas, à União, aos Estados a aos Municípios.
Bens públicos de uso comum do povo: são os que embora pertencentes as pessoa jurídica de
direito público interno, podem ser utilizados, sem restrição e gratuitamente, por todos, sem
necessidade de qualquer permissão especial.
Bens públicos de uso especial: são utilizados pelo próprio poder público, constituindo-se
por imóveis aplicados ao serviço ou estabelecimento federal, estadual ou municipal, como
prédios onde funcionam tribunais, escolas públicas, secretarias, ministérios, etc; são os que
têm uma destinação especial.
Bens públicos dominicais: são os que compõem o patrimônio da União, dos Estados ou dos
Municípios, como objeto do direito pessoal ou real dessas pessoas; abrangem bens móveis
ou imóveis.

Bens que estão fora do comércio: os bens alienáveis, disponíveis ou no comércio, são os
que se encontram livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência ou
apropriação, podendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio a
outro, quer por sua natureza, quer por disposição legal, que permite, por exemplo, a venda
de bem público; os bens inalienáveis ou fora do comércio são os que não podem ser
transferidos de um acervo patrimonial a outro ou insuscetíveis de apropriação.
Bens inalienáveis por sua natureza: são os bens de uso inexaurível, como o ar, o mar, a
luz solar; porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar atmosférico ou da água do mar
para extrair certos elementos com o escopo de atender determinadas finalidades, pode ser
objeto de comércio.

Bens legalmente inalienáveis: são os que, apesar de suscetíveis de apropriação pelo


homem, têm sua comercialidade excluída pela lei, para atender aos interesses econômico-
sociais, à defesa social e à proteção de determinadas pessoas; poderão ser alienados, por
autorização legal apenas em certas circunstâncias e mediante determinadas formalidades;
entram nessa categoria: os bens públicos; os dotais; os das fundações; os dos menores; os
lotes rurais remanescentes de loteamentos já inscritos; o capital destinado a garantir o
pagamento de alimentos pelo autor do fato ilícito; o terreno onde está edificado em edifício
de condomínio por andares; o bem de família; os móveis ou imóveis tombados; as terras
ocupadas pelos índios.

Bens inalienáveis pela vontade humana: são os que lhes impõe cláusula de


inalienabilidade, temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por ato inter
vivos ou causa mortis.

Bem de família: divide-se em voluntário e legal;


voluntário é um instituto em que o casal, ou um dos cônjuges, destina um imóvel próprio
para domicílio da família, com a cláusula de ficar isento de execução por dívidas, salvo as
que provierem de impostos relativos ao mesmo imóvel (art. 70, CC); essa isenção durará
enquanto viverem os cônjuges a até que os filhos completem a maioridade, não podendo o
imóvel ter outro destino ou ser alienado, sem o consentimento dos interessados e dos seus
representantes legais; também não entra no inventário, nem será partilhado, enquanto
continuar a residir nele o cônjuge sobrevivente ou filho menor (art. 20 do Dec-Lei
3.200/41); é o instituído pela Lei 8.009/90, que estabeleceu a impenhorabilidade geral de
todas as moradias familiares próprias, uma para cada família, independentemente de
qualquer ato ou providência dos interessados; a impenhorabilidade abrange os seguintes
bens, desde que quitados: a casa e seu terreno, os móveis que guarnecem a casa, as
plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de
uso profissional; se a casa for alugada, aplica-se aos bens móveis, que guarnecem a
residência; se for imóvel rural, aplica-se só a sede de moradia móveis.

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