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2º BIMESTRE
BENS - CLASSIFICAÇÃO
BENS, objeto da relação jurídica, não são os únicos (serviços: fazer e não fazer),
em especial das relações que envolvem obrigação de dar (entregar ou restituir).
Admite a classificação em várias modalidades na forma de dicotomias/opostos
conceituais:
- Não podem ocorrer de forma mútua;
- São pagas;
1. Coisa (o que nós não podemos nos apropriar, não tem titular) x Bens (tudo
aquilo que pode ser apropriado por uma pessoa. Pode ter um titular), classificação
patrimonialista, antropocêntrica e sujeita ao relativismo tecnológico.
-Bens são todos os objetos que podem ser apropriados, se submeterem a sujeição
por uma pessoa para o direito (entes naturais ou artificiais). Ordinariamente tem
valor econômico (patrimonialidade).
-Coisa é tudo que não pode ter um titular, sujeito de direito, ou pela falta de raridade
não interessa ao comércio humano. EX: estrelas, sol, nuvens, o vento, água do mar,
atmosfera. Tal classificação pode mudar com inovação técnica;
EX: Energia solar com célula fotovoltaica, ou pela situação jurídica em concreto;
EX: Carga de oxigênio no cilindro para mergulho.
Res Nullis (coisa sem dono, objeto da natureza que nunca foi apropriado mas
podem virar bens pelo assenhoramento de alguém. EX: Lagosta, Passarinho) X
Res Derelicta (objeto que pelas suas circunstâncias tem dono. EX: Carteira
esquecida no shopping).
3. Bens imóveis (só se transmite pela certidão, registro) X móveis (para
transmitir a titularidade de um bem móvel, basta a tradição, a entrega), (79-84 CC)
3.1. Imóveis:
a. 79 CC - solo natural (terreno limpo)
- Imóvel por natureza: e o que lhe incorporar/aderir natural
- Adesão/acessão física natural: plantas
- Adesão/acessão física artificial: construções
Lembrar: aderência não precisa ser direta ao solo, pode ser no conjunto estrutural;
b. 80 CC – Também são considerados imóveis (incorpóreos porém imóveis por
determinação legal) direitos reais e ações sobre imóveis, e direito à sucessão
aberta;
c. 81 CC – continuam considerados imóveis edificação separada do solo é
removida, mas mantida a sua unidade, acessão física (material) separada
provisoriamente do prédio. Permanece sendo considerada um bem imóvel.
3.2. Móveis:
a. 82 CC – bens não aderidos, no máximo apoiados, que podem ser removidos
sem perda de função e estrutura (móveis em geral) e que se movem por força
própria (semoventes: bichos, lembrar: também sujeito de direito não personificado
em alguns casos);
b. 83 CC – energia com valor econômico (“gato” furto de bem alheio: 155, p. 3o
CP), direitos reais e ações sobre bens móveis, e qualquer outro direito subjetivo de
caráter patrimonial (p.ex.: direitos autorais);
4. Bens fungíveis X infungíveis, (85, 579, 586, 645, CC) divide os bens em
móveis substituíveis por outro do mesmo gênero, qualidade e quantidade, daqueles
que são insubstituíveis por sua natureza (únicos), lei (imóveis), ou convenção
(objeto histórico ou de afeição: 952, pú., CC)
- Portanto, bens imóveis são não consumíveis (conceito legal), como também bens
móveis que o uso normal não destrói nem estão postos à alienação.
Não confundir os conceitos do CC com os do CDC, que divide os bens sem
distinguir entre móveis e imóveis em: bens de consumo (2o, 3o, 26, CDC) duráveis
usados várias vezes por longo período - e não duráveis – uso único ou por curto
período - ; dos bens de produção ou insumos que são reutilizados ou mantidos na
cadeia de produção e venda.
6. Bens divisíveis X indivisíveis, (87, 88, 105, 258, 504, 844, 1199, 1314,
1358B-1358E, 1386, 1791, CC), o critério é utilitarista, portanto são
- Bens divisíveis os que podem ser fracionados sem perda considerável de
valor, substância, ou função sócio-econômica;
- Existe ainda o que se convencionou chamar de móveis por antecipação (95, CC)
que são partes integrantes do principal que podem dele ser retiradas futuramente e
negociadas antecipadamente (106 e 583 CC). Se de maneira definitiva diminuindo-
lhe a substância são:
a. produtos (não renováveis), se retirados do bem principal, não se renovam
b. frutos (renováveis). Conforme a forma de renovação os frutos podem ser:
FRUIÇÃO (pode ter fruição do bem sem ser proprietário), o direito de retirar
produtos e frutos de um bem principal é de ordinário atribuído legalmente ao dono
(1232, 1253 CC), no entanto, por várias formas e origens pode haver um
desdobramento de direitos e haver outra pessoa com posse sobre bem alheio. O
possuidor pode estar de boa (1201 CC) ou má-fé (1202 CC), conforme saiba ou
tenha como saber que está com posse injusta, enquanto não sabe,
a. de boa-fé, terá direito a todos os frutos, exceto aos colhidos com antecipação
e aos pendentes, mas quanto aos últimos há direito de reparação dos custos de
produção e custeio (1214 CC);
- É possível uma posse de boa-fé em território ilegal
(EX: Compra de um lugar que foi vendido com uma documentação falsa).
Tal como ocorreu com a fruição, retiradas, para as benfeitorias e acessões físicas,
acréscimos, pode ocorrer em posse sobre bem alheio. Se distinguindo as
consequências se de boa (1201 CC) ou má-fé (1202 CC). Em caso de posse:
a. Boa-fé, terá o possuidor direito a ser reparado no valor atual (1222 CC) das
benfeitorias necessárias e úteis e reter o bem alheio enquanto não pago (1219 CC),
exceção: se a posse advir de locação as úteis só geram reparação/retenção se
autorizadas previamente (35 LI, 578 CC), quanto às voluptuárias (ou o dono paga
ao possuidor ou autoriza a retirada) terá direito-dever ao levantamento sem dano e
se não for reparado voluntariamente (1219 CC, 35 LI).
b. Má-fé, só terá reparação sem retenção das benfeitorias necessárias, e o
reivindicante pode optar por pagar valor de custo histórico (1220, 1222 CC; 35 LI).
Pode ser o valor atual ou o valor de custo histórico (valor anterior).
Exceção (35-36, L. 8.245/91 – L.I): Na locação, uma forma sobre ter posse de bem
alheio, a regra:
Bens inalienáveis, indisponíveis = Bens fora do comércio - Não pode contratar, não
pode vender (1. Direitos da personalidade em geral; 2. Bens públicos menos os
dominicais; 3. Bem de família convencional).
10. Bens privados X bens públicos (98-103 CC), privados são os bens cujo
titular é ente privado, pessoa física ou jurídica, e públicos são aqueles cujo titular é
toda a coletividade ou um determinado ente público.
- São três os tipos de bens públicos – 99 CC:
I – Uso comum do povo, de todos gerido pelo ente público, p.ex.: mares,
praias, praças etc - (não pode privatizar);
II – Uso especial, ou afetados, que são os bens móveis ou imóveis
pertencentes a entes públicos e destinados a uma finalidade pública específica, o
desvio para fins privados é delito (312 CP) (EX: Ilha das cobras - Lugar utilizado
para treinamento de tiros da marinha);
III – Dominicais, são os bens desafetados, perderam sua finalidade pública, e
que podem diferentemente dos anteriores ser alienado por regras administrativas
próprias (100, 101 CC; 23 L. 9.636/98; L. 14133/2021), também se considera
dominical o patrimônio pertencente às PJ de direito público com estrutura de direito
privado (41, pú. CC; 173 CF/88). Nenhum bem público pode sofrer usucapião (102
CC; 183, p. 3º, 191, pú, CF/88; 340 STF), mas o uso de um bem público ser
cobrado onerosamente (“uso retribuído”: 103 CC);
Quando se trata de bem público, tem que ser vendido através de uma lei especial.
Bem de família:
Súmula 364 STJ - Solteiro, quem mora sozinho também tem proteção do direito de
família.
Súmula 449 STJ - Vaga de garagem escriturada pode ser executável. Não é
qualquer vaga. O credor pode mandar executar a vaga.
ARTIGO 3º DA LEI:
- Exceções:
I. Financiamento;
II. Pensão;
III. IPTU, ITR, Condomínio, Foro de marinha
IV. Hipoteca; V. Criminoso - Fiança;
ARTIGO 4º DA LEI:
O que era impenhorável permanece impenhorável
INCISO 2: É impenhorável a sede da fazenda + móveis da casa + o que a CF indica
como pequeno terreno rural (50 hectares e a plantação que estiver dentro desse
território).
ARTIGO 5º DA LEI:
Apenas o imóvel residencial fica fora da execução e caso a família possuir vários
imóveis como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor.
1713 CC:
Os bens móveis não podem ultrapassar o valor do bem imóvel.
EX: Patrimônio líquido de 3K - Separou 1K para gastar - Comprou um imóvel de
300mil + 300mil de acessórios na casa - Sobrou 400mil mas pode gastar apenas
mais 300mil pois os 400mil atingiria o valor do bem (1K), o que pelo art.1713 não é
permitido.
1714 CC:
Tudo tem que ser feito em uma escritura e registrado.
O BANCO NÃO PODE RETIRAR TODO O VALOR (o que está pressuposto no bem
de família convencional) DEVIDO A RESSALVA DO BEM DE FAMÍLIA LEGAL
(mínimo existencial).
Cinco perguntas:
1. Quem? PARTES e sua qualificação jurídica
2. O que? OBJETO, a prestação ou dever principal das partes - A maioria dos
objetos jurídicos é múltiplos (EX: Compra e Venda de carro - Objetos: Carro e o
Dinheiro), mas há casos em que o objeto é único, como por exemplo a Doação.
3. Quando? TEMPO da realização das prestações
4. Onde? LUGAR da realização das prestações (435 CC)
5. Como? MODO de realização das prestações.
Tem que se externalizar, se materializar através da forma, porém é cada vez mais
comum contratos verbais e gestuais, que evitam a formalidade. A maioria dos
negócios jurídicos atualmente não adota uma forma material, uma vez que estão
regidos pelo Princípio do Consensualismo (basta a declaração de vontade para
formar um vínculo).
a.1. Exceções: 542, 543 (é possível fazer um negócio jurídico com quem é incapaz,
seja nulo ou absoluto.
EX: Doação - Porque a pessoa só recebe); 666 (mandato civil, pode atuar como
representante de outra pessoa para um ato civil mesmo tendo menos que 18, até no
mínimo 16 anos.), 1517 (casamento), 1860, pú (testamento). CC (tem que ter no
mínimo 18 anos); 5º CC, emancipação; e,
a.2. Casos de convalidação (ato de origem inválido que é corrigido por um ato
subsequente/posterior):
- 178, III (a incapacidade relativa para anular algo, deve ser registrada até 4 anos)
(EX: Comprei a bicicleta de um menino de 17 anos, o ato é inválido anulável);
- 172-176 e 589, I (A ratificação ou confirmação posterior expressa ou tácita -
Ratificou um contrato inválido. De forma tácita: Reconheceu o negócio mas sem
expressar nada);
-180 e 589, V (má fé do incapaz relativo, convalida a validade originária do ato) (EX:
Apresentou uma identidade falsa na entrada de uma casa de show, sua entrada foi
permitida mas na hora de pagar alega ser menor de idade PORÉM como foi
suposto na hora de sua entrada e provado através de uma identidade, mesmo falsa,
a pessoa será cobrada);
- 589, II CC (empréstimo mútuo de dinheiro para o menor de idade por necessidade)
(EX: Menor de idade viaja com uma quantia de dinheiro mas é furtada dentro de um
hotel. A dona do hotel permite que o menor coma em seu hotel e que no final da
estadia ela será cobrada) ;
- 181 e 310, todos do CC (A incapacidade do outro é que permite alegar invalidade -
Tem que provar que houve a má-fé);
B. PARTES LEGÍTIMAS: Tem dois significados que geram a invalidade:
b.1. poder de disposição / legitimidade (EX: Pode vender o carro que
pertence a um irmão? Pode se você é dono legal - direito - ou se você é
representante - indireto) (115-120, 932, CC): teoria da aparência - Vincula a
validade do negócio (116, 119 CC); e,
C. OBJETO IDÔNEO - aquele que tem três qualidades de forma conjunta (104, II,
166, II, III, CC):
a. Lícito (em si (EX: Contrabando - Arma/Drogas; Contrato de compra e venda
de cocaína) e na causa/motivo (EX: Descaminho - Vários relógios, celulares…;
Venda de anabolizantes para uso veterinário mas para fins de ganho esportivo
humano) -
166, II e III CC,
b. Possível física (contraria as leis da física que não são revogáveis), fática
(algo que contraria a realidade fática EX: Vender o pão de açúcar) e juridicamente
(ir contra uma regra existente. EX: Vender a herança de alguém vivo), mesmo que
inicial ou relativamente (106, 458-461 e 483 CC),
c. Determinado, especificado, ou determinável, gênero e quantidade (243, CC;
811, CPC);
D. FORMA ou solenidade - Não se apresenta em todo negócio jurídico (104, III, 107,
166, IV e V, CC):
Formalidade particular (p.ex. 541, pú. CC) ou;
Solenidade legal (p.ex. 108 - Compra e venda de imóvel com dupla finalidade -
Facultativo fazer escritura caso seja menor que 30x o salário mínimo, 1227 e 1245
CC)
Convencional (109 CC) conforme ou não contrária à lei (104, III, 212, 166, IV e V,
CC).
- Não confundir: formalidade probatória, bens móveis: 1267 CC; 132, 585 STJ, 489
STF. É FORMAL a compra e venda de um IMÓVEL e INFORMAL a compra e venda
de um bem MÓVEL
A maioria dos negócios jurídicos não exigem forma.
Se a lei exigir a forma e você descumprir, o contrato será nulo.
Para alguns poucos objetos, com grande importância, os negócios jurídicos formais,
o legislador exige uma formalidade. (EX: A compra e venda de um terreno,
apartamento, casa…).
Finalidade vem de lei o u convenção.
4. Atos de liberalidade (contratos que passa alguma coisa para outra pessoa
sem pedir nada em troca) e de renúncias de direitos são interpretados
restritivamente (114, 819, e 1.922, CC);
5. No caso do direito sucessório em especial no testamento se pretende a
interpretação conforme a vontade real do testador no momento do ato, mesmo que
se trate de compensação de dívidas: 133, 1899, 1918, 1919, e 1922, CC.
1. ERRO ou ignorância: 138-144, 171, II e 178, II, CC; 12 J.Civ.. Falta consciência.
CONCEITO/ELEMENTOS: Falsa percepção (138 CC) da realidade de elemento
essencial (erro) ou de todo o negócio (ignorância), substancial (140 CC), razão
determinante, e escusável, uma pessoa comum cometeria o engano (contra: 12
J.Civ.)
Falsa percepção (engano) e escusável (desculpável - uma pessoa comum na
mesma situação poderia cometer o mesmo engano).
CLASSIFICAÇÃO:
A) Substancial - razão determinante (o que invalida) - permite anulção X
acidental foi por elemento secundário do negócio (o que não invalida) - não permite
anulação (sem efeito: 140);
D) dolus malus X dolus bonus - quer te enganar mas não te engana com
intenção de prejuízo, exagero publicitário (depende: 6o, III, 37, p. 1o, CDC) (EX: red
bull te da asas).
REGRA: Anulável em 4 anos contados do dia que foi feito o negócio (171, II e 178,
II).
EXCEÇÕES: Não anula se esgotado o prazo (178, II, CC), se acidental (146 CC), se
bilateral (150 CC), se de terceiro e contratante não tinha como saber (148 CC), se
dolus bonus conforme o caso (6o, III, 37, p. 1o, CDC).
CLASSIFICAÇÃO:
A) substancial X acidental (atinge elemento secundário, não é razão determinante)
D) Moral (aviso que vou fazer algo - um mal físico ou moral) / vis compulsiva, de
mal físico ou moral, verbal, por escrito ou gestual, (151-155 CC) X Física irresistível
(quando o corpo do agente executor é usado como apoio apesar de não existir
vontade para o ato) / vis absoluta (NULO, não há vontade, elemento de existência,
nulo absoluto: 166, VII CC)
REGRA: Anulável em 4 anos contados do dia que cessar a ameaça (171, II e 178, I)
EXCEÇÕES: Não anula se esgotado o prazo (convalidou) (178, I, CC), se for mero
temor reverencial
(EX: casamento sem vontade das partes mas leva em conta a vontade do pai ou
mãe - NÃO INVALIDA) / exercício regular de direito (153 e 188, I, CC,) – se irregular
gera invalidade, E reparação por abuso (187 CC) e até restituição em dobro (876-
883 CC; 42, pu., CDC) -, se de terceiro e contratante não tinha como saber
(reparação em face do terceiro) (155, CC), ou se faltar algum elemento (151, 152,
CC).
4. ESTADO DE PERIGO: 156 (dano à saúde ou a vida), 171, II e 178, II, CC; 148
J.Civ.. Falta liberdade
CLASSIFICAÇÃO:
A) do contratante ou familiar, (156) X de terceiro próximo (156, pu. CC) – não se
configura sobre patrimônio, inclusive bicho doméstico (82 CC): casos de lesão -;
REGRA: Anulável em 4 anos contados do dia que foi feito o negócio (171, II e 178,
II).
EXCEÇÕES: Não anula se faltar algum elemento (156 CC), se já esgotado o prazo
(178, II, CC), ou se oferecida correção da cobrança (157, p. 2o CC, e 148 J.Civ.), ou
se justificada a cobrança a maior (doutrina – 156 CC).
REGRA: Anulável em 4 anos contados do dia que foi feito o negócio (171, II e 178,
II).
EXCEÇÕES: Não anula se faltar algum elemento (147 CC), se já esgotado o prazo
(178, II, CC), ou se oferecida correção da cobrança (157, p. 2o CC), ou se
justificada a cobrança a maior (doutrina).
Figuras afins:
A) Lesão usurária, (1o-4o, Dec. 22.626/33; 4º, L. 1.521/51), nulo, sem prazo,
delituosa (instituição financeira NÃO: 283 STJ e 596 STF);
B) lesão no CDC, nulo, sem prazo, vulnerabilidade presumida (4o, I, 39, 51, 52,
p. 1o, CDC);
C) lesão enorme/enormíssima, direito romano, “sucessor”: preço vil na
execução, menor que 50% da avaliação (891, 896, e 903, p. 1º, I, CPC).
6. FRAUDE CONTRA CREDORES: 158-165, 171, II, 178, II, CC; 94, 130, e 164, p.
3º, II, L. 11.101/05 - LF. Falta licitude na conduta.
O conluio doloso (130 LF), acordo das partes, na fraude não precisa ser provado,
quando não é presumido (158), basta a prova da possibilidade de ciência (159) da
contraparte.
MODALIDADES DE FRAUDE:
A) Ato de liberalidade, doação, fraude presumida (158 CC, e 129, IV LF);
B) recusa em aumento de patrimônio, presumida, por remissão de dívida ou recusa
de herança (158, 385-388, 1.813, CC; e 129, V, L.F), normalmente são atos
válidos;
C) Ato oneroso, fraude provada, redução patrimonial, o contraparte poderia saber
da insolvência (culpa), admitidas exceções legais: gastos de
manutenção/conservação do negócio ou despesas de subsistência / mínimo
existencial (164 CC; 54A-54G, 104A-104C, CDC; L. 14181/21), fraude onerosa não
se presume (159 CC; e, 129,
VI, LF);
D) Uso da impenhorabilidade do bem de família, tentativa de “blindar” o
patrimônio (arts. 4º, p. 1º, L. 8.009/90; 833, I, CPC; 167, I, 1, LRP). As duas últimas
fraudes são contra credores quirografários, últimos da fila no concurso de credores
(955-965 CC; 83 LF), pois alteram a ordem de créditos:
REGRA Anulável em 4 anos contados do dia que foi feito o negócio (171, II e 178, II
CC), MAS, doutrina e precedentes judiciais majoritários afirmam ser caso de
declaração de ineficácia relativa (165 CC; 138 LF), pois apenas uma das partes do
negócio é desfeita.
PRAZOS; Além do prazo que se conta a partir do ato fraudulento para a frente,
decadencial de 4 anos, presente no art. 178, II CC. Em caso de fraude de devedor
PJ, fraude falencial (L. 11.101/2005, Lei de Falências-LF), deve se considerar a
contagem de outros prazos definidos na lei especial de falências.
Assim: deve se verificar se o ato for anterior a falência (devedor PJ) e gratuito, a
ação de invalidade só alcança até 2 (dois) anos para trás da decisão (arts. 129, IV e
V da LF; 1003 e 1032 CC, por analogia) e mesmo se posterior no caso de processo
de falência de até 3 (três) anos para frente da decisão que decrete a falência (132
da LF).
Em síntese são três os “filtros” ou perguntas: 1º o ato é fraude? 2º está dentro do
interregno de 2 anos antes e 3 anos depois da decisão judicial, 3º a Ação Pauliana
ou Revocatória está sendo proposta no limite decadencial de 4 anos contados a
partir do ato?
MODALIDADES DE SIMULAÇÃO:
A) Absoluta, tudo é mentira, logo tudo é nulo (167) X relativa, o simulacro esconde o
ato real, dissimulado, ironicamente o reconhecimento da nulidade, pode não resultar
em desfazimento de todo o negócio, o ato dissimulado pode ser válido na
substância e forma e ser mantido (167, parte final, CC; enc. 152, 293, das J.Civ.);
5. Convalidação, ato nulo quase não tem como ser corrigido, a única hipótese é pela
conversão objetiva do negócio* (170), p.ex.: doação de imóvel de pai para um
dos três filhos ferindo a legítima, nulo: 544 e 549 CC, convertida em empréstimo /
anulável, tem várias exceções e formas de correção, convalidação, do ato: 142-
144, 146, 148, 150, 153, 155, 157, p. 2o, 164, 171-184, 310, 589 CC, p.ex.: o fato
de ter se esgotado o prazo decadencial de seu pedido (178 e 179)