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Direito Civil I – Parte Geral

Profª: Jéssica Feitosa Ferreira

Pessoa Jurídica

1. Conceito

2. Natureza Jurídica
2.1. Teoria negativista - a pessoa jurídica não existe – é um simples patrimônio
coletivo, condomínio ou grupo de pessoas físicas
2.2. Teoria da ficção - a pessoa jurídica não existe realmente, ela é uma mera ficção,
uma vez que não é possível visualizar o corpo. Com o fortalecimento da criação
dos Estados, começou-se a verificar que essa teoria não era suficiente, na medida
em que não se pode aceitar a ideia de que o Estado é mera ficção jurídica. Não
reconhecia existência real à pessoa jurídica, imaginando-a como uma abstração,
mera criação da lei.
2.3. Teoria Da Realidade Objetiva Ou Organicista – a pessoa jurídica não seria mera
abstração ou criação da lei, tendo existência própria, real, social, como os
indivíduos.
2.4. Teoria Da Realidade Técnica – a pessoa jurídica existe sim, uma existência
diferente da existência da pessoa física; ela existe porque tem uma vontade
própria distinta da vontade de seus sócios; também tem patrimônio próprio
distinto do de seus membros.

3. Requisitos para constituição1


3.1. Vontade humana criadora
3.2. Elaboração dos atos constitutivos
3.2.1. Contrato social
3.2.2. Estatuto social
3.2.3. Escritura pública/testamento
3.3. Registo2
3.3.1. Junta Comercial
3.3.2. Cartório
3.3.3. OAB
3.4. Autorização governamental

4. Teoria da independência
4.1. Desconsideração da personalidade jurídica

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Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que
passar o ato constitutivo.
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Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
4.1.1. Teoria Maior3
4.1.2. Teoria Menor4
4.2. Desconsideração Inversa
4.3. Desconsideração Despersonificação

Figura 1 - http://blog.mapasequestoes.com.br/questoes-direito-civil-desconsideracao-da-pessoa-juridica/

5. Classificação
5.1. Quanto à função5
5.1.1. Direito Público (arts. 41 e 42, CC/02)
5.1.1.1. Interno
5.1.1.1.1. União
5.1.1.1.2. Estados, DF e Territórios
5.1.1.1.3. Autarquias, inclusive as associações públicas
5.1.1.1.4. Demais entidades de caráter público criadas por lei.
5.1.1.2. Externo
5.1.1.2.1. Estados estrangeiros
5.1.1.2.2. Pessoas regidas pelo DIP
5.1.2. Direito Privado
5.1.2.1. Associações
5.1.2.2. Sociedades
5.1.2.3. Fundações
5.1.2.4. Organizações Religiosas
5.1.2.5. Partidos políticos

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Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o
juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
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Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de
direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também
será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
administração.
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Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
5.1.2.6. Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada

5.2. Quanto à nacionalidade


5.2.1. Nacionais6 Estrangeiras

5.3. Quanto à estrutura interna


5.3.1. Corporação
5.3.2. Fundação

5.4. Quanto à composição


5.4.1. Intuitu Personae
5.4.2. Intuitu Pecunae

6. Associações
6.1.1. Características7
6.1.1.1. Reunião de pessoas
6.1.1.2. Não persegue lucro
6.1.1.3. Inexistência de obrigações entre os associados
6.1.1.4. Objetivos altruísticos, religiosos, lazer...
6.1.2. Exclusão de sócios8
6.1.2.1. Justa causa
6.1.2.2. Procedimento com contraditório e defesa
6.1.3. Intransmissibilidade da qualidade de sócio9
6.1.4. Extinção10
6.1.4.1. Remanescente do PL para outra associação
6.1.4.2. Restituição das contribuições
6.1.4.3. PL para a Fazenda

7. Fundações
7.1. Elementos11

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Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração.
Parágrafo único. Quando a lei exigir que todos ou alguns sócios sejam brasileiros, as ações da sociedade anônima revestirão, no
silêncio da lei, a forma nominativa. Qualquer que seja o tipo da sociedade, na sua sede ficará arquivada cópia autêntica do documento
comprobatório da nacionalidade dos sócios.
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Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
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Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de
defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
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Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará,
de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
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Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações
ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso
este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente
referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da
associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas
condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da
União.
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Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres,
especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
7.1.1. Dotação de bens livres (patrimônio)
7.1.2. Especificação dos fins (finalidade)
7.1.3. Afetação do patrimônio a uma finalidade específica
7.1.4. Modo de administração
7.2. Fases de constituição
7.2.1. Afetação de bens livres12
7.2.2. Instituição por escritura pública ou testamento
7.2.3. Elaboração dos estatutos13
7.2.4. Aprovação por autoridade competente14
7.2.5. Registro civil do estatuto
7.3. Extinção15
7.3.1. Término do prazo
7.3.2. Ilícita, impossível, inútil
7.3.3. Incorporação do patrimônio

8. Sociedades16
8.1. Simples
8.2. Empresárias17

9. Domicílio da pessoa jurídica18


9.1. Direito Privado

III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação
de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas
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Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro
direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor,
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
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Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo
com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com
recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a
incumbência caberá ao Ministério Público.
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Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
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Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão
do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em
contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
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Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o
exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.
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Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
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Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio
especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos
nele praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações
contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
9.1.1. Livremente escolhido
9.1.2. Onde funcionar diretoria/administração
9.2. Direito Público

Pessoa Jurídica Domicílio


União Distrito Federal
Estados e Territórios Capitais
Município Lugar onde funcionar a administração municipal
Lugar onde funcionarem as respectivas diretorias
Demais pessoas jurídicas e administrações, ou onde elegerem domicílio
especial no seu estatuto ou atos constitutivos.

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