Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Direito Civil – Prof. Dr. Mairan Gonçalves Maia Junior

Seminário – Pessoa jurídica
Entrega até dia 14/06/2021 exclusivamente no e-mail
afonsomicheletti@hotmail.com

Aluno: Thalles Araujo Pinheiro RA: 00307457

1 – Discorra sobre o nascimento e a extinção da personalidade jurídica da pessoa

jurídica de direito privado, abordando os seguintes aspectos: a) a teoria adotada no
Brasil para explicar a origem da pessoa jurídica de direito privado; b) a natureza do
registro do ato constitutivo da pessoa jurídica de direito privado e seus principais
efeitos; c) a sequência de atos necessários para a extinção da pessoa jurídica de direito
privado e seus principais efeitos.
R: O nascimento da pessoa jurídica ocorre quando a lei empresta personalidade que a
capacita para ser sujeito de obrigações e direitos, isso ocorre quando as pessoas físicas
se juntam com outras pessoas físicas para criar relevância da organização e realizar
grandes empreendimentos. Pois, assim como a pessoa jurídica é dotada de
personalidade, a pessoa física possui esse dote.
Contudo, pessoa física sozinha, dotada de capacidade jurídica, é pouco relevante para
realizar grandes empreendimentos e, por consequência, a união das pessoas físicas
forma a pessoa jurídica e, com isso, nasce a personalidade jurídica- através do Contrato
Social.
O Art. 46 do Código Civil estabelece que o nascimento da personalidade jurídica da
pessoa jurídica de direito privado acontece com o registro do ato constitutivo diante da
entidade competente e aprovação do Poder executivo, quando necessário.
O ato determina que a pessoa jurídica possui direitos e obrigações que devem ser
cumpridas de acordo com a sua área específica, pois há a indicação ou fins para o qual
são constituídas as pessoas jurídicas. O Art. 46 exige que o ato constitutivo deve conter
o nome, fins, sede, tempo de duração e, caso exista, o capital social. A capacidade de
titularizar direitos da pessoa jurídica fica vinculada a esses objetivos e a necessidade de
ter o nome dos fundadores e diretores, o modo de administração e representação, a
responsabilização subsidiária de seus membros e o possível destino do patrimônio.
A pessoa jurídica pode ter a sua personalidade jurídica extinta no caso de fechamento,
perda dos recursos, falência etc. E seus principais efeitos do fechamento da pessoa
jurídica são o fim da personalidade jurídica e de sua existência.

2 – ESTUDO DE CASO: Mirtes e Mévio são casados sob o regime de comunhão total
de bens. Mirtes, com o desejo de divorciar-se futuramente e diluir a participação de seu
cônjuge na partilha de bens, decide esvaziar seu patrimônio pessoal. Dessa forma,
Mirtes transfere, sem a ciência de Mévio, vultuosa quantia de sua conta pessoal em
favor de empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), da qual é a única
titular. Na qualidade de advogado(a) de Mévio, haveria alguma tese jurídica a ser
invocada, a fim de preservar a justa divisão do patrimônio do casal?

R: Sim, o advogado de Mévio deve utilizar da tese jurídica resguardada no Art.50 do

Código Civil que se trata do abuso da personalidade jurídica pela confusão patrimonial.
Essa tese jurídica pode ser agregada com a teria da disregard doctrine que, por
consequência, leva a desconsideração da personalidade jurídica da empresa de Mirtes.
Dessa forma, com a desconsideração da personalidade jurídica, o dinheiro poderá ser
apropriado na justa partilha de bens do patrimônio do casal e a partilha correta será
reestabelecida.

3 – Acerca das fundações e associações, julgue as assertivas em V (verdadeiro) ou F

(falso), justificando a sua resposta.

a) (V) As fundações são pessoas jurídicas de direito privado, caracterizadas pela reunião
de pessoas com o objetivo de perseguir fins não econômicos.
R: Verídica, conforme o Art. 44 do Código Civil são pessoas jurídicas do direito
privado as associações; as sociedades; as fundações; as organizações religiosas e os
partidos políticos. Ademais, os valores obtidos com a Fundação devem ser empregados
na finalidade almejada, segundo o Art. 62 que afirma sobre a fundação poder somente
constituir fins de assistência social; cultura, defesa e conservação do patrimônio
histórico e artístico; educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; defesa
preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e
conhecimentos técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da democracia e
dos direitos humanos; atividades religiosas.
b) (V) A reforma do estatuto da fundação deve ser aprovada por 2/3 de seus gestores e
representantes e aprovada pelo Ministério Público.
R: Verdadeira, pois para a reforma do estatuto há de ser necessário os dois terços de
votos a favor, previsto no Art. 67, inciso I e III do Código Civil

c) (F) Compete ao Ministério Público Federal fiscalizar as fundações da circunscrição

onde se acharem localizadas.
R: Falsa, porque a função de fiscalizar as fundações compete ao Ministério Público do
Estado onde a fundação se localiza, conforme o Art. 66 do Código Civil.
d) (F) Uma vez dissolvida a associação, o patrimônio líquido remanescente passará ao
domínio do Município ou do Distrito Federal, a depender da sede da associação
dissolvida.
R: Falsa. Pois, de acordo com o art. 61 do Código Civil, quando há a extinção da
associação o patrimônio líquido deve ser direcionado a uma entidade sem fins lucrativos
previsto no estatuto da associação, salvo em casos de ausência das adequações
necessárias para que uma entidade possa receber o patrimônio na sede em que se
estabelecer uma associação, nesse caso o patrimônio será encaminhado para o Distrito
Federal ou Município.

Quanto melhor fundamentada a resposta, maior a nota.