Você está na página 1de 37

TGDC – UNID IV

WASHINGTON LUIZ JUNIOR


4 - Das Pessoas Jurídicas
• 4.1 - Natureza jurídica
• 4.2 - Classificação das Pessoas Jurídicas
• 4.3 - Formação, registro e extinção
• PESSOA NATURAL = QUE EMANA DA
NATUREZA; PESSOA FÍSICA;

• PESSOA JURÍDICA = QUE NASCE OU SE FORMA


POR FORÇA, PERMISSÃO, E NA FORMA DO
ORDENAMENTO JURÍDICO;
• Toma forma por uma ficção jurídica;
• Ser humano – eminentemente social;
• Surgimento de necessidades e interesses
coletivas, passível de serem partilhados;
• Interesses comuns que podem ser atendidos
ou alcançados a partir da participação ou
cooperação de outras pessoas haja vista a
limitação natural dos indivíduos;
• Affectio societatis
• Sentimento compartilhado com interesse de
alcançar objetivo definido;
• Sem vícios;
• “Vontade de constituir e manter uma
sociedade e sem a qual, nas sociedades de
pessoas, não pode ela subsistir.”
(www.jusbrasil.com.br)
• A atribuição de personalidade a grupo permite
que este atue em nome próprio , com capacidade
jurídica similar a das pessoas naturais.
• “Consiste num conjunto de pessoas ou de bens,
dotado de personalidade jurídica própria e
constituído na forma da lei, para a consecução
de fins comuns.” (Carlos Roberto Gonçalves,
Direito Civil Brasileiro, Parte Geral, Ed. Saraiva, 9ª.
Ed., p. 215).
• “Pessoas jurídicas são entidades a que a lei
confere personalidade, capacitando-as a
serem sujeitos de direitos e obrigações;
• Sua principal característica é a de que atuam
na vida jurídica com personalidade diversa da
dos indivíduos que as compõem.
CCB
• Art. 1024. Os bens particulares dos sócios não podem ser
executados por dívidas da sociedade, senão depois de
executados os bens sociais.

• Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica,


caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte,
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.
• França e Suíça – pessoas morais;
• Portugal – pessoas coletivas;
• Argentina – entes de existência ideal;
Natureza jurídica
• Teorias negativistas – negam a existência de
pessoas jurídicas, eis que não aceitam a
possibilidade de uma associação formada por
grupos de indivíduos possa ter personalidade
jurídica própria.
• Os verdadeiros sujeitos de direito são as
pessoas que compõem o órgão associativo ,
sendo este uma forma especial (meio) de
manifestação exterior da vontade daquelas.
• Teorias afirmativistas – reconhecem a
personalidade no ente;

• Teorias da ficção;
• Teorias da realidade;
Teorias da ficção
• Legal- a personalidade é decorrente da
previsão legal; criação artificial da lei; ente
fictício
• Doutrinária – variação da anterior; a pessoa
jurídica não tem existência real, apenas
intelectual; a personalidade é decorrente da
interpretação dos juristas que impõem esta
atribuição aos entes descritos na lei;
Teorias da realidade
• As pessoas jurídicas são realidades vivas e não
mera abstração, tendo existência própria
como os indivíduos
Teoria da realidade objetiva ou orgânica

• A pessoa jurídica é uma realidade sociológica,


ser com vida própria que nasce por imposição
das forças sociais;
• A vontade, pública ou privada é o elemento
capaz de entregar vida ao organismo que
passa a ter existência própria distinta da dos
seus membros, tornando-se sujeito de direito.
Teoria da realidade jurídica ou
institucionalista
• As pessoas jurídicas são organizações sociais
destinadas a um serviço ou ofício, e por isso
personalizadas para o desenvolvimento do
mister;
• A personalização decorre do objetivo (análise
das relações sociais) e não da vontade
humana
• Idéia de instituição;
Teoria da realidade técnica
• A personificação é atributo (predicado) de ordem
técnica entregue pelo Estado, por via da Lei, para
que os grupos de pessoas que aglutinam
interesses comuns formando grupos possam
atuar como pessoas (sujeitos de direito).
• O Estado não entrega esta “benesse” de forma
arbitrária ou sem critérios, e sim, a partir de
contextos estabelecidos na ordem jurídica –
critérios técnicos;
Classificação das pessoas jurídicas
 QUANTO A NACIONALIDADE:

 Nacional – organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua
administração;
 CCB Art. 1126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha
no País a sede de sua administração.
 CF Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento,
e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
 § 1º. A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o
caput deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no
interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede
e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas
atividades se desenvolverem em faixa da fronteira ou terras indígenas.
 CF Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
• Estrangeira: qualquer que seja o seu objetivo não pode
funcionar no País sem a autorização do Poder Executivo,
ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo
todavia, ressalvados os casos expressos em lei ser
acionista de sociedade anônima brasileira.
• CCB Art. 1134. A sociedade estrangeira, qualquer que
seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Poder
Executivo, funcionar no País, ainda que por
estabelecimentos subordinados, podendo, todavia,
ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de
sociedade anônima brasileira.
Quanto a estrutura interna
 Corporação (universitas personarum) –
caracteriza-se pelo seu aspecto
eminentemente pessoal. Constitui um
conjunto de pessoas que se reúnem para uma
melhor consecução de seus objetivos.
 As corporações dividem-se em associações
(sem fins lucrativos – religiosas, culturais,
recreativas) e sociedades (simples ou
empresárias.
Sociedades
• Simples – tem fim econômico e visam lucro que será
distribuído entre os sócios; são constituídas em geral
por profissionais de uma mesma área (advogados,
arquitetos) ou por prestadores de serviços técnicos;
• Empresárias – também visam lucro porém se
diferenciam das sociedades simples porque tem por
objeto o exercício da atividade própria de
empresário sujeito ao registro previsto no art. 967
CCB;
CCB
• Art. 967. É obrigatória a inscrição do
empresário no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, antes do início
de sua atividade.
Fundação (universitas bonorum)
• Constituem um acervo de bens que recebe
personalidade para a realização de fins
determinados compondo-se de dois
elementos: o patrimônio e o fim –
estabelecido pelo instituidor e sem fins
lucrativos.
• Além temos:
• Sociedades de economia mista – são pessoas
jurídicas de direito privado, criadas por lei, formadas
com capital público (poder estatal como sócio
majoritário) e particular sob a forma de AS, dirigidas
pelo poder estatal – Banco do Brasil, Petrobrás;
• Empresas públicas – são pessoas jurídicas de direito
privado, criadas por lei, com capital inteiramente
público – ECT; BNDES.
Quanto a função e órbita de atuação

• Direito público;
• Direito privado;
• CCB
• Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito
público, interno ou externo, e de direito
privado.
CCB
• Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
• I - a União;
• II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
• III - os Municípios;
• IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
• V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
• Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de
direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se,
no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

• Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados


estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito
internacional público.
• Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
• I - as associações;
• II - as sociedades;
• III - as fundações.
• IV - as organizações religiosas;
• V - os partidos políticos.
• VI - as empresas individuais de responsabilidade
limitada.
Associações
• Pessoa jurídica de direito privado constituída
de pessoas que reúnem os seus esforços para
a realização de fins não econômicos.
• CAPÍTULO II
• DAS ASSOCIAÇÕES
• Art. 53. Constituem-se as associações pela
união de pessoas que se organizem para fins
não econômicos.
Sociedades
• Pessoas jurídicas formadas por pessoas que
tem como objetivo lucro a ser partilhado por e
entre seus membros;
• Podem ser simples (civis) ou empresárias
(comerciais);
Fundações
• “Consistem complexos de bens (universitates bonorum) dedicados à
consecução de certos fins e, para esse efeito, dotados de personalidade.”
(Clóvis Bevilacqua);

• CAPÍTULO III
• DAS FUNDAÇÕES

• Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura
pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim
a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.

• Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins


religiosos, morais, culturais ou de assistência.
Início e fim da pessoa jurídica
• Pessoa jurídica de direito público – os mesmos
fatores que dão início a pessoa de direito
público acarretam o seu término – LEI OU
TRATADO;
Existência legal da das pessoas jurídicas de
direito privado
• Registro do ato constitutivo no órgão
competente;
• Art. 45. Começa a existência legal das pessoas
jurídicas de direito privado com a inscrição do
ato constitutivo no respectivo registro,
precedida, quando necessário, de autorização
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-
se no registro todas as alterações por que
passar o ato constitutivo.
Extinção
• Convencional

• Art. 1033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

• I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a
sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
• II - o consenso unânime dos sócios;
• III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
• Jurisprudência Vinculada
• IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
• V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.

• Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na
hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no
Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário
individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o
disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.
Legal
• Art. 1028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:
• II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade;

• Art. 1033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:


• ....
• V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.

• Art. 1034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a


requerimento de qualquer dos sócios, quando:
• I - anulada a sua constituição;
• II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade.
Administrativa
• Quando as pessoas jurídicas dependem de
autorização do poder público e esta é cassada,
seja por infração a disposição de ordem
pública ou prática de atos contrários aos fins
declarados em seu estatuto; seja por ser
tornar ilícita, impossível ou inútil a sua
finalidade.
CCB
• Art. 1125. Ao Poder Executivo é facultado, a qualquer tempo,
cassar a autorização concedida a sociedade nacional ou
estrangeira que infringir disposição de ordem pública ou praticar
atos contrários aos fins declarados no seu estatuto.

• Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a


que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o
órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe
promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo
disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em
outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual
ou semelhante.
Judicial
• Na ocorrência de algum dos casos de
dissolução previstos em lei ou no estatuto,
especialmente quando a entidade se desvia
dos fins para que se constituiu, mas continua a
existir obrigando a um dos sócios a ingressar
em juízo.
• Art. 1034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente,
a requerimento de qualquer dos sócios, quando:
• I - anulada a sua constituição;
• II - exaurido o fim social, ou verificada a sua
inexeqüibilidade.
• => obs.: rol meramente exemplificativo.

• Art. 1035. O contrato pode prever outras causas de


dissolução, a serem verificadas judicialmente quando
contestadas.

Você também pode gostar