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2. Pessoa.

2.2 – Direitos da Personalidade. (Art. 11 a 21, CC/02)


- Definição – Direitos que tem por objeto os atributos físicos, psíquicos e
morais da pessoa em si e em suas projeções sociais.
Exemplos: Direito à vida; à integridade física, à privacidade (art.
21, CC/2002), à liberdade de pensamento; à honra (art. 20, CC/2002).
-Natureza – são poderes que o homem exerce sobre a sua própria
pessoa, são inerentes a qualquer pessoa e decorrentes da dignidade da
pessoa humana.
- Fundamentos jurídicos –
• Corrente positivista – os direitos da personalidade são somente aqueles
reconhecidos pelo Estado;
• Corrente jusnaturalista – faculdades exercitadas naturalmente pelo
homem, verdadeiros atributos inerentes à condição humana.
- Titularidade – ser humano.
Obs.: Nascituro e Pessoa Jurídica são titulares dos direitos da
personalidade?
- Características:
• Absoluto – oponibilidade erga omnes. Imposição à coletividade de respeito;
• Generalidade – são outorgados a todas as pessoas;
• Extrapatrimonialidade – ausência de conteúdo patrimonial direto;
• Indisponibilidade – não se pode dispor desses direitos. São intransmissíveis
(impossibilidade de se alterar os sujeitos titulares) e irrenunciáveis (não
podem ser abdicados) – art. 11, CC/2002;
• Imprescritibilidade – inexiste prazo para seu exercício. Não se extingue pelo
não uso;
• Impenhorabilidade – constrição judicial;
• Vitaliciedade – são inatos e permanentes. Acompanha o titular desde o
nascimento até a morte.

Obs.: Aborto de feto anencéfalo e direito à vida.

Obs.: Transfusão de sangue e convicção religiosa.

Obs.: Existe direito da personalidade para o morto?

Obs.: Proteção aos direitos da personalidade – art. 12, CC/2002


2.2 – Pessoa Jurídica.
- Definição – Grupo humano, criado na forma da lei, e dotado de
personalidade jurídica própria, para a realização de fins comuns.
- Natureza Jurídica – Teorias explicativas:
• Teorias Negativistas – Nega existência de pessoa jurídica. O que
existe é um conjunto de patrimônio destinado a um fim, sem conferir-
lhe personalidade jurídica.
• Teorias Afirmativas – Reconhece personalidade própria às pessoas
jurídicas. Vertente majoritária no nosso ordenamento:
Teoria da realidade técnica – a pessoa jurídica teria existência real,
não obstante a sua personalidade ser conferida pelo direito (em razão
da necessidade de inscrição).

- Pressupostos existenciais da pessoa jurídica –


• Vontade humana criadora;
• Observância das condições legais para sua instituição;
• Licitude de seu objetivo.
-Surgimento da pessoa jurídica – Inscrição do ato constitutivo ou do
contrato social no registro competente;

Art. 45, CC/2002 - Começa a existência legal das


pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no
registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

- Constará no registro: (Art. 46, CC/02)


• Nome – denominação, nome dos fundadores, etc.
• Administração – modalidade, diretores, etc.
• Obrigações – responsabilidade dos membros.
• Extinção – destino do patrimônio.

Obs.: Existe pessoa jurídica antes do registro? Qual


tratamento jurídico?
- credor particular x credor da pessoa jurídica.
- representante da sociedade – responsabilidade
ilimitada e direta pelas dívidas da sociedade.
- sócios – responsabilidade subsidiária.
OBS.: Grupos despersonalizados –
- Definição – São entes que se formam independentemente da vontade
dos seus membros ou em virtude de um ato jurídico que vincula as
pessoas físicas em torno de bens que lhes suscitam interesses.
- São entidades sem personalidade mas com capacidade processual.
- Exemplos: condomínio, espólio, massa falida, etc.

a) Capacidade – delimitada no contrato social. Não pode praticar atos


que extrapolem sua finalidade, nem lesar terceiros sob pena de
responsabilidade.
b) Representação – indicados no ato constitutivo;
c) Classificação das pessoas jurídicas:
c.1 - Pessoa Jurídica de Direito Público:
- Interno;
- Externo.
c.2 - Pessoa Jurídica de Direito Privado.
2.1 - Pessoa Jurídica de Direito Público – Constituída para organização da
administração pública;
- Interno – (art. 41, CC/2002) – entidades de caráter público criada
por lei. São elas:
• Municípios;
• Estados;
• União;
• Demais entidades de caráter público criadas por lei;
• Autarquias, inclusive as associações públicas.
- Externo – (art. 42, CC/2002) – Estados estrangeiros e pessoas
regidas pelo direito internacional público.
2.2 - Pessoa Jurídica de Direito Privado – Constituída para realização de
interesses particulares de circulação de riquezas ou para desempenhar
atividades sem qualquer finalidade econômica. São elas: (art. 44, CC/2002)
• Sociedades;
• Associações;
• Partidos Políticos
• Organizações religiosas;
• Fundações
• Eireli.
d.1.2 – Definições e Características:
a) Sociedades – Tratado no Direito Empresarial;
b) Partidos Políticos – Tratado pelo Direito Constitucional;
c) Associação => Mesmo tratamento para Organizações Religiosas;
d) Fundações.
c) Associação – (art. 53 a 61, CC/2002).
-Definição – Entidade formada pela união de indivíduos com fins não-
econômicos. (educacional, profissional, religioso, etc.)
-Não há fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenha
patrimônio formado pela contribuição de seus membros.
-Estatuto das Associações – (art. 54, CC/2002) - deverá conter sob pena
de NULIDADE: denominação, fins, sede, fonte de recursos e requisitos para
o associado.
-Assembleia Geral – órgão máximo que pode destituir os associados e
alterar o Estatuto. (art. 59, CC/2002)
- Dissolução – após dedução da parte dos associados, será destinada a
entidade prevista no estatuto ou a instituição municipal, estadual ou
federal de mesma finalidade.
d) Fundação – (art. 62 a 69, CC/2002).
-Definição – Resultam da afetação de um patrimônio, por testamento ou
escritura pública, que faz o seu instituidor, especificando o fim para o
qual se destina.
-Finalidade: somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais,
culturais ou de assistência. (art. 62, CC/02, parágrafo único)
- Etapas a serem seguidas para criação da fundação:
• Afetação de bens – Ato de dotação patrimonial - Crédito, propriedades,
dinheiro, etc.
• Instituição por escritura pública ou testamento –
- Quando por escritura pública – o instituidor é obrigado a
transferir à fundação a propriedade, sob pena de ser feita por ordem
judicial. (art. 64, CC/2002).
• Elaboração do Estatuto - Prazo de 180 dias, se o instituidor não assinar
prazo. Caso não o faça, o MP fará. (art. 1202, CPC)
• Aprovação do Estatuto – Fiscalização e aprovação pelo MP;
• Registro civil – inscrição dos atos constitutivos no Cartório de Registro
Civil das pessoas Jurídicas.
Obs.: Possibilidade de alteração do estatuto:
- Deliberação de 2/3 dos componentes para gerir a fundação;
- respeito à finalidade da fundação;
- aprovação pelo Ministério Público: caso este denegue poderá haver
suprimento judicial.
e) Desconsideração da personalidade jurídica.
- Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores
ou sócios da pessoa jurídica. (art. 50, CC/2002).
Obs.: Definições:
- Desvio de finalidade: desvirtuação do objetivo social. Persegue-se fins
não previstos no contrato ou ilícito.
- Confusão patrimonial: não se consegue diferenciar o patrimônio da
pessoa jurídica do da pessoa física.
f) Extinção da pessoa jurídica.
- Convencional – vontade dos sócios;
- Administrativa – cassação da autorização para funcionamento;
- Judicial - por sentença.

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