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JURISPRUDÊNCIA
“Desconsideração da personalidade jurídica.
Admissibilidade. Sociedade por quotas de responsabilidade
limitada. Existência de sérios indícios de que houve
dissolução irregular da sociedade visando ou provocando
lesão patrimonial a credores. Possibilidade de que a
penhora recaia sobre bens dos sócios” (RT, 785/373).
- segundo Fábio Ulhoa Coelho, “a decisão judicial que
desconsidera a personalidade jurídica da sociedade
não desfaz o seu ato constitutivo, não o invalida, nem
importa a sua dissolução”.
- Desconsideração inversa:
- caracteriza-se esta quando é afastado o princípio da autonomia
patrimonial da pessoa jurídica para responsabilizar a sociedade
por obrigação do sócio, por exemplo, na hipótese de um dos
cônjuges, ao adquirir bens de maior valor, registrá-los em nome
de pessoa jurídica sob seu controle para livrá-los da partilha a
ser realizada nos autos da separação judicial.
1.3.4. Registro Civil e Extinção:
- vide art. 45, do CC;
- o ato constitutivo é requisito formal exigido pela lei e se
denomina estatuto, em se tratando de associações, que
não têm fins lucrativos; contrato social, no caso de
sociedades, simples ou empresárias; e escritura pública
ou testamento, em se tratando de fundações;
- Formas de dissolução:
- Convencional: por deliberação de seus membros,
conforme quorum previsto no estatuto ou na lei;
- vide art. 1.033, incs. II e III, do CC;
- Legal: em razão de motivo determinante na lei;
- vide arts. 1.028, inc. II, 1.033 e 1.034, todos do CC;
- a decretação da falência, o desaparecimento do capital
nas sociedades de fins lucrativos;
- Administrativa: quando as pessoas jurídicas
dependem de autorização do Poder Público e esta é
cassada – art. 1.033, inc. V, do CC;
- vide art. 1.125 do CC;
- Judicial: quando se configura algum dos casos de
dissolução previstos em lei ou no estatuto,
especialmente quando a entidade se desvia dos fins
para os quais se constitui, mas continua a existir,
obrigando um dos sócios a ingressar em juízo;
- O processo de extinção:
- realiza-se pela dissolução e pela liquidação;
- dispõe o art. 51 do CC que, nos casos de dissolução da pessoa
jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, “ela
subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua”;
- quanto a liquidação, esta se refere ao patrimônio e concerne
ao pagamento das dívidas e à partilha entre os sócios;
- se o destino dos bens não estiver previsto no ato constitutivo,
a divisão e a partilha serão feitas de acordo com os princípios
que regem a partilha dos bens da herança, na forma do art.
1.046 do NCPC.
1.3.5. Sociedade:
- celebram contrato de sociedade as pessoas que
reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços,
para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si,
dos resultados, art. 981, caput, do CC;
- a atividade pode restringir-se à realização de um ou mais
negócios determinados, na forma do p.u. do art. 981, do CC;
- as sociedades podem ser simples e empresárias;
- as sociedades simples têm fim econômico e visam
lucro, que deve ser distribuído entre os sócios;
- são constituídas, em geral, por profissionais de uma
mesma área (escritórios de engenharia, de advocacia
etc.) ou por prestadores de serviços técnicos;
- as sociedades empresárias também visam lucro.
Distinguem-se das sociedades simples porque têm
por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito ao registro previsto no art. 967 do
Código Civil;
- considera-se empresário, consoante art. 966 do CC,
“quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou circulação de bens ou
de serviços”;
- empresa e estabelecimento são conceitos diversos,
embora essencialmente vinculados, distinguindo-se
ambos de empresário ou sociedade empresária, que
são os titulares da empresa;
- as sociedades empresárias assumem as formas de:
sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita
por ações, sociedade limitada, sociedade anônima ou
por ações, consoante arts. 1.039 a 1.092, do CC;
- foram fixadas, em termos gerais, as normas
caracterizadoras das sociedades anônimas e das
cooperativas, para ressalva de sua integração no
sistema do Código Civil, embora disciplinadas em lei
especial;
- as transformações porque vêm passando as SAs, justifica a edição
de lei especial, por sua direta vinculação com a política financeira
do País;
Obs.: equipara-se à sociedade empresária a sociedade que tenha
por fim exercer atividade própria de empresário rural, que seja
constituída de acordo com um dos tipos de sociedade empresária
e que tenha requerido sua inscrição no Registro de Empresas de
sua sede, na forma do art. 984, do CC.
1.3.6. Fundações:
- Conceito: constituem um acervo de bens, que recebe
personalidade jurídica para a realização de fins determinados, de
interesse público, de modo permanente e estável;
- para Beviláqua, “consistem em complexos de bens (universitates
bonorum) dedicados à consecução de certos fins e, para esse
efeito, dotados de personalidade”;
- decorrem da vontade de seu instituidor, e seus fins, de natureza
religiosa, assistência social, cultural, etc., são imutáveis. Vide art.
62, P.Ú.
- Espécies de fundação:
- particulares: reguladas no Código Civil, nos
arts. 62 a 69;
- dispõe o art. 62, do CC: “para criar uma
fundação, o seu instituidor fará por escritura
pública ou por testamento, dotação especial de
bens livres, especificando o fim a que se destina,
e declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la”;
- públicas: estas são instituídas pelo Estado,
pertencendo os seus bens ao patrimônio
público, com destinação especial, regendo-se
por normas próprias de direito administrativo.
- Elementos:
- o patrimônio;
- o fim: estabelecido pelo instituidor, não pode ser
lucrativo, mas social e de interesse público;
- a limitação da finalidade, tem a vantagem de
impedir a instituição de fundações para fins menos
nobres ou mesmo fúteis;
- cumpre destacar o entendimento de que a
enumeração, aparentemente restritiva dos fins de
uma fundação previstos no art. 62 do CC é
meramente exemplificativa, admitindo-se possa ela se
prestar a outras finalidades, desde que afastado o
caráter lucrativo.
- Necessidade de que os bens sejam livres e
suficientes:
- dispõe o art. 63, do CC: “quando insuficientes para
constituir as fundações, os bens a ela destinados
serão, se outro modo não dispuser o instituidor,
incorporados em outra fundação que se proponha a
fim igual ou semelhante”.
- denota-se a intenção de se respeitar vontade do
instituidor; porém, se a fundação por ele idealizada
não puder ser concretizada por esse motivo, os bens a
ela destinados serão aproveitados em outra
instituição de mesmo fim, dando-lhe eficácia ou
incremento o seu patrimônio.
- Constituição da fundação:
- Ato de dotação ou de instituição: compreende a reserva
ou destinação de bens livres, com indicação dos fins a que
se destinam e a maneira de administrá-los;
- far-se-á por ato inter vivos – escritura pública – ou causa
mortis – testamento -, na forma do art. 62.
- o patrimônio há de ser apto a produzir rendas ou
serviços que possibilitem a consecução dos fins visados
pelo instituidor, sob pena de frustrar a iniciativa, e pode
ser constituído por diversas espécies de bens – imóveis,
móveis, créditos etc.;
- deve o instituidor, feita a dotação por escritura pública,
transferir-lhes a propriedade ou outro direito real sobre
eles, sob pena de serem registrados em nome dela por
mandado judicial – CC, art. 64;
- ocorre que, mesmo com a criação direta da entidade pelo ato
de dotação, ficará o bem no patrimônio do instituidor até o
momento em que se operar a constituição da pessoa jurídica da
fundação, mediante um procedimento complexo;