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Contabilidade Aplicada

às Fundações e Associações

Contabilidade para Empresas do 3° Setor

Professora: Mariana Joyce dos Santos Nascimento


mariana.nascimento@ufrn.br
Natureza Jurídica
Código Civil Brasileiro (Lei n° 10.406/02 e alter.)

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

● I – as associações (fins não econômicos);


● II – as sociedades (fins econômicos);
● III – as fundações;
● IV – as organizações religiosas (Lei nº 10.825/03);
● V – os partidos políticos (Lei nº 10.825/03)
● VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada (Lei nº
12.441/11);
Associações e Sociedades
● Associação é um agrupamento organizado de pessoas, físicas ou jurídicas
com objetivos não empresários (C.C, art. 53);

Reunião de pessoas em uma instituição SEM FINS LUCRATIVOS

● Sociedade é um agrupamento organizado de pessoas, físicas ou jurídicas,


com a finalidade de desenvolver uma atividade empresária voltada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços para posterior distribuição
dos lucros aos seus sócios (C.C., art. 981).
E as entidades desportivas, o que são?
● Elas podem se organizar tanto sob a forma de uma sociedade quanto sob a
forma de uma associação (lei n° 9.615/98, art. 27);

● Os clubes de futebol do Brasil sempre foram associações sem fins


lucrativos, mas em agosto de 2021, foi sancionada no Brasil a “Lei do
Clube-Empresa” (Lei nº 14.193/202), que permitiu aos clubes brasileiros a
conversão em Sociedade Anônima do Futebol (SAF);

● Em tais casos, apesar de a finalidade ser única, ambas as formas de


organização são possíveis;

http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=3fd60983292458bf#:~:text=Em%20seus%20estatutos%20sociais%2C%20as,%3B
%20Gr%C3%AAmio%2C%20%E2%80%9Cassocia%C3%A7%C3%A3o%E2%80%9D%3B
Características das sociedades

● Pluralidade de pessoas;
● Objeto lícito;
● Forma prescrita em lei;
● Objetivo de lucro;
● Sócios contribuem para a formação do capital social;
● Contrato social/estatuto;
● Registro na junta comercial.
Características das Associações
● reunião de duas ou mais pessoas para a realização de objetivos comuns;
● patrimônio constituído pela contribuição dos associados, por doações, por
subvenções etc.;
● os fins podem ser alterados pelos associados;
● os associados tomam decisões livremente;
● são entidades do direito privado e não público.
● De modo geral, essas organizações não têm a atividade econômica como
objetivo principal, mas defendem os interesses de um grupo que encontrou na
união de esforços a melhor solução para determinados problemas. Têm, entre
outras, as seguintes finalidades:
○ filantrópica;
○ religiosa;
○ prestar assistência social e cultural;
○ atuar na defesa dos direitos das pessoas ou de classes específicas de
trabalhadores e/ou empresários;
○ defender o meio ambiente;
○ atuar como clubes de serviços;
○ servir como clubes esportivos.
Fundações
● É uma organização de bens, destinada a realização de um determinado
fim, a que a lei atribui personalidade jurídica.

● São requisitos fundamentais:


○ Um patrimônio,
○ O ato constitutivo ou a doação,
○ Uma finalidade especial a que se destina a fundação, o estatuto, e
○ Uma administração.
Organizações Religiosas

● Ao omitir as organizações religiosas do rol das pessoas jurídicas de direito


privado, o texto original do C.C. apontava que tais organizações deveriam
adotar o regime jurídico das associações. Contudo, frente à exigência
constitucional de que o Estado não pode se imiscuir na organização,
estruturação e funcionamento das organizações religiosas, fruto da
consagrada liberdade religiosa (CF, art. 5, inc. VI e 19, inc. I), o regime
jurídico das associações acabou se mostrando um tanto quanto inadequado
para reger tais organizações.
● A solução foi consagrar as organizações
religiosas como uma figura autônoma
(C.C., art. 44, inc. IV), com a expressa
ressalva legal de que

“são livres a criação, a organização, a


estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas, sendo vedado ao
poder público negar-lhes reconhecimento ou
registro dos atos constitutivos e necessários ao
seu funcionamento” (C.C, art. 44, inc. 1°)
● Contudo, como bem pontuado pelo Enunciado n° 143, da Jornada de Direito
Civil :

“a liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o


controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a
possibilidade de reexame, pelo Judiciário, da compatibilidade de seus atos com
a lei e com seus estatutos”.
Semelhanças entre Organizações
Religiosas e Associações
● Ambas são entidades sem fins econômicos;
● Ambas são pessoas jurídicas de direito privado;
● Ambas necessitam de um Estatuto Social para serem constituídas;
● Ambas buscam promover o bem para a comunidade onde estão inseridos.
Diferenças entre Org. Religiosas e Associações
● De acordo com o artigo 53 do C.C. brasileiro, as Associações constituem-se
através da união entre pessoas que se organizam para desenvolver atividades
sem fins não econômicos.

● Além disso, o texto determina que os associados devem ter direitos iguais,
mesmo que o estatuto defina algumas categorias com vantagens especiais.
● Tomando como base a Bíblia Sagrada, observamos que existe entre os
cristãos uma hierarquia. Os textos de 1 Coríntios 12.28-30 e Efésios 4.11
expressam que nas igrejas existem diferenciação nos cargos e que nem todos
podem ter o mesmo poder de decisão.
Partidos políticos
● Partidos políticos, sindicatos e entidades do sistema “S”, que são
gerenciadas e financiadas a partir de um arcabouço jurídico específico, não
sendo, portanto, facultada livremente a qualquer organização o
desempenho dessas atividades.

● Para evitar uma compreensão equivocada, elucida-se que as entidades


excluídas citadas no item “d” acima – partidos políticos, sindicatos e
entidades do sistema “S” - não deixam de ser entidades sem fins lucrativos.
Deixam, sim, de integrar o Terceiro Setor, e isto levando em conta o
critério adotado.
Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto
em lei específica. Assim, estas pessoas jurídicas serão reguladas por
legislação própria.
Empresa Individual de Responsabilidade
Limitada (EIRELI)
● Era um modelo de microempresa na qual é necessário
apenas um sócio para sua abertura, o proprietário do
negócio, que deixou de existir no ano de 2021, através da
publicação da Lei nº 14.195

● Essa categoria (tipo societário) foi criada em 2011 pela


lei nº 12.411, permitindo que empresas se legalizassem
sem a necessidade do chamado “sócio fantasma”.
Formas Jurídicas
De acordo com o Código Civil Brasileiro as Entidades de 3° Setor adotam
uma das formas jurídicas previstas:

● Fundação;
● Associação;
● Organização Religiosa.
Associações
Associações
Noções Preliminares

● As associações são pessoas jurídicas formadas pela união de pessoas que se


organizam para a realização de atividades não-econômicas, ou seja, sem
finalidades lucrativas. Nessas entidades, o fator preponderante são as
pessoas que as compõem.

● É a forma pela qual certo número de pessoas, ao se congregarem, coloca,


em comum, serviços, atividades e conhecimentos em prol do mesmo ideal,
objetivando a consecução de determinado fim, com ou sem capital e sem
intuitos lucrativos.
● Pode ter finalidade:

a) Altruística (associação beneficente, esportiva ou recreativa);


b) Egoística (associação literária, associação de colecionadores); e
c) Econômica não lucrativa (associação de socorro mútuo, associação de
bairro).
● O ato constitutivo da associação consiste em um conjunto de cláusulas
contratuais vinculantes, ligando seus fundadores, e associados que se
seguirem devem se submeter aos seus comandos.

● Nele devem estar consignados:

a) A denominação, os fins e a sede da associação;


b) Os requisitos exigidos para admissão, demissão e exclusão dos
associados;
c) Os direitos e as obrigações dos membros componentes;
d) As fontes de recursos financeiros para a sua manutenção;
e) O modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos;
f) A representação ativa e passiva da entidade em juízo e fora dele;
g) As condições de possibilidade de alteração do estatuto;
h) A responsabilidade subsidiária dos associados pelas obrigações assumidas
pela associação;
i) As causas de dissolução da entidade, dispondo sobre o destino do
patrimônio social.

Logo, deve ser constituída por escrito, mediante redação de um estatuto,


lançada no registro geral (CC, Art. 45), contendo declaração unânime da
vontade dos associados de se congregarem para formar uma coletividade.
Estrutura e funcionamento

● O estatuto da associação deverá, necessariamente, definir a


composição e o funcionamento dos órgãos deliberativos e
administrativos.
● O órgão de deliberação máxima é a Assembleia Geral. Esta possui as
seguintes competências privativas:

a) eleger os administradores;
b)destituir os administradores;
c) aprovar as contas;
d)aprovar e alterar o estatuto.
e) aprovar a previsão orçamentária e o plano anual de ação, propostos
preferencialmente pela Diretoria Executiva;
f) estabelecer as diretrizes de atuação da Diretoria Executiva;
g) deliberar sobre a alienação de bens patrimoniais de valor significativo;
h) deliberar sobre a aceitação, ou não, de doações com encargo;
i) apreciar as contas, aprovando-as ou rejeitando-as;
j) aprovar alteração estatutária;
k) denunciar às autoridades competentes os erros, fraudes ou crimes de
que porventura tomar conhecimento, sem prejuízo de tomada das
medidas administrativas e judiciais.
Modelo de estatuto de Associação

https://www.mpba.mp.br/sites/default/files/biblioteca/
modelo_estatuto_associacao_0.pdf
● Para destituir os administradores e alterar o estatuto é exigido o voto
concorde de dois terços dos presentes à assembleia especialmente convocada
para essas finalidades, não sendo possível deliberar, em primeira convocação,
sem a maioria absoluta dos associados, ou com menos de um terço nas
convocações seguintes, conforme evidenciado no quadro seguinte:
● Os administradores compõem o órgão executivo da associação, que pode
receber uma das diversas denominações usuais, tais como Diretoria
Executiva, Direção-Geral, Diretoria Administrativa, Secretaria
Executiva, Superintendência, etc;
● Cabe a este órgão executar as diretrizes aprovadas pela
Assembleia Geral, de acordo com as atribuições
definidas no estatuto. Isso inclui gerir os recursos da
entidade e prestar contas dos recursos e das atividades à
Assembleia Geral.
● Recomenda-se que o estatuto estabeleça as seguintes competências para a
Diretoria-Executiva, sem prejuízo de outras reputadas convenientes:

a) representar judicial e extra judicialmente a entidade;


b) contratar e demitir empregados;
c) gerir os recursos da entidade;
d) expedir normas operacionais e administrativas necessárias às atividades;
e) cumprir e fazer cumprir o estatuto e outras normas internas;
f) cumprir e fazer cumprir as deliberações da Assembleia Geral e do
Conselho Deliberativo, caso existente;
g. realizar convênios, acordos, ajustes e contratos, inclusive os que
constituem ônus, obrigações ou compromissos para a entidade;
h. elaborar balancetes e prestação anual de contas, observando as normas
da contabilidade;
i. proporcionar à Assembleia Geral e ao Conselho Deliberativo, caso
existente, todas as informações e os meios necessários ao efetivo
desempenho de suas atribuições;
j. prestar contas dos recursos e das atividades à Assembleia Geral ou
Conselho Deliberativo.
● É competência da Assembleia Geral deliberar a respeito das prestações de
contas do órgão executivo da entidade. Sabe-se, entretanto, que, na maioria
das vezes, é impraticável que cada associado tenha acesso direto às contas da
associação, que inclui os registros contábeis e respectivos documentos
comprobatórios.
● Assim, normalmente, é designado um
Conselho Fiscal, previsto em estatuto,
que é constituído por um grupo de
associados que terá como finalidade
examinar as contas da associação e a
atuação desta quanto ao
cumprimento das finalidades
estatutárias.
O estatuto definirá os fins da entidade, que deverão ser lícitos. É admitida
a alteração das finalidades estatutárias das associações pela Assembleia
Geral, desde que haja o quórum mínimo estipulado pelo Código Civil, ou
seja, a maioria absoluta dos associados, em primeira convocação, e um terço
dos associados nas convocações seguintes, bem como o voto concorde de
dois terços dos presentes à assembleia, especialmente convocada para esse
fim.
Início da existência:

● Inscrição de seu estatuto, em forma pública ou particular,


no registro competente, desde que satisfeitos os requisitos
legais (C.C., Art. 25), que ela tenha objetivo lícito e esteja
regularmente organizada;

● A autorização estatal (apenas alguns casos), no qual devem


ser registradas no cartório competente para que adquiram
personalidade jurídica (CC, arts. 45 e 46; Lei n.º
6.015/1973, arts. 114 a 121).
Entidade de Interesse Social: Noções preliminares
● São todas aquelas associações sem fins lucrativos, que apresentam em
suas finalidades estatutárias objetivos de natureza social.

● Para a associação ser caracterizada como de interesse social, indispensável é


que ela exerça, por meio de seus objetivos, missão de relevância para a
sociedade como um todo.

● Neste caso, havendo interesse social nos objetivos da


entidade, pode haver acompanhamento e fiscalização
do Ministério Público por meio de sua Promotoria
competente.
Fundações
As fundações
● São entes jurídicos que têm como fator preponderante o patrimônio;
● As fundações ganham personalidade jurídica e deverá ser administrado de
modo a atingir o cumprimento das finalidades estipuladas pelo seu
instituidor;
● A partir da vigência do Código Civil de 2002, somente podem ser
constituídas fundações para fins religiosos, morais, culturais ou de
assistência (parágrafo único do art. 62).
Importante
A fundação tem como fator preponderante o patrimônio, sendo assim a sua
composição e suficiência não devem passar despercebidas na sua
constituição

● Deve ser formada por bens livres, ou seja, legalmente disponíveis ou


desonerados;
● Deverá ser suficiente para a manutenção da entidade e desenvolvimento
de suas finalidades estatutárias.
E quando o
patrimônio for
insuficiente?
● Este será incorporado a outra fundação com finalidades estatutárias iguais
ou semelhantes, a não ser que o instituidor tenha disposto de outra forma no
ato de instituição (escritura pública ou testamento).
Modelo
Características essenciais

a) A finalidade ou os fins;
b) A origem ou a forma de criação;
c) O patrimônio;
d) O modo de administração;
e) O velamento do Ministério Público.
Finalidade e Origem
● A finalidade, sempre lícita, é permanente, uma vez que,
após definida pelos instituidores, em escritura ou
testamento, não pode ser modificada pelos administradores
(CC, Art. 67, II);

● Quanto à origem da fundação, esta é realizada pela


manifestação de liberdade de pessoas físicas ou jurídicas,
que são os instituidores, por meio de escritura pública ou
cédula testamentária (CC, Art. 62).
Patrimônio
● Com relação ao patrimônio, este de primordial importância na
caracterização da pessoa jurídica fundacional, é composto por bens livres
que o(s) instituidor(es) lega(m) ou doa(m) à futura entidade, para que ela
possa, com aquela dotação inicial, realizar as suas finalidades
Administração
● O modo de administração ou a organização administrativa é
característica basilar do ente fundacional, pois, ao vincular-se um
patrimônio a um fim, verificou-se a necessidade de diferenciarem-se
os instituidores dos administradores e de organizar esses órgãos
autônomos, mas subordinados, cabendo-lhes:

○ Deliberar e traçar metas e diretrizes, função do conselho curador ou


deliberativo;
○ Executar função do conselho administrativo ou executivo; e
○ Controlar internamente função do conselho fiscal.
Ministério Público
● O papel desempenhado pelo Ministério Público como ente estatal
incumbido, pela lei, é o de velar, acompanhar, intervir e fiscalizar as
fundações.
Estrutura e funcionamento

● O estatuto da fundação disporá sobre a administração da fundação,


especificando que órgãos farão parte da fundação, as suas competências e
como se comporão.

● É faculdade do instituidor declarar, no ato da instituição da fundação, seja


por escritura pública, seja por testamento, como se fará a administração.
● O estatuto da fundação deve estabelecer alguns requisitos elencados pelo
Art. 120 da Lei n° 6.015.73 (Lei de Registro Públicos) e pelos arts. 62, 67,
68 e 69 do Código Civil, elencados como obrigatórios, além de outras
disposições facultativas, altamente recomendadas. São elas:

a) a denominação, a sede e o tempo de duração da fundação;


b) existência, ou não, de filiais;
c) as finalidades;
d) as atividades que serão desenvolvidas;
e) o patrimônio;
f) a receita;
g) a forma como a entidade será administrada;
h) os cargos que representarão a fundação, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
i) a maneira como podem ser promovidas alterações estatutárias;
j) a maneira como a entidade pode ser extinta;
k) o exercício financeiro e orçamentário;
l) a prestação de contas;
m) a responsabilidade civil e criminal dos administradores e se estes
respondem ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
A administração da fundação será composta de, no mínimo, dois órgãos:
um deliberativo e outro executivo.

● O órgão deliberativo é comumente denominado Conselho Curador. A este


cabe, precipuamente, deliberar sobre as diretrizes da fundação para o
atingimento dos fins estatutários. Nisso se inclui, entre outras
competências:

a) eleger os membros do órgão executivo da fundação;


b) aprovar a previsão orçamentária anual, a ser proposta pelo órgão
executivo;
c) deliberar acerca das prestações de contas e relatórios de atividades do
órgão executivo;
d) deliberar acerca da alienação de bens imóveis e aceitação de doações com
encargos;
e) alterar o estatuto.

● Com respeito à alteração ou reforma do estatuto da fundação deverá ser


observado o quorum mínimo estabelecido no estatuto, e esta deverá ser
aprovada pelo Ministério Público. As finalidades estatutárias das
fundações são imutáveis. Tornando-se as finalidades ilícitas, impossíveis
ou inúteis, o Ministério Público ou qualquer interessado poderá promover
a extinção da fundação.
● Quando a alteração estatutária não houver sido aprovada por votação unânime, os
administradores da fundação deverão requerer ao Ministério Público que este dê
ciência à minoria vencida para, querendo, propor impugnação, podendo esta ser
feita no prazo de dez dias.
● O órgão executivo da fundação, à semelhança das associações, pode
receber uma das denominações comumente utilizadas, tais como diretoria
executiva, diretoria administrativa, secretaria executiva, superintendência,
etc. ou outras próprias de fundações, tais como conselho diretor ou
conselho de administração.

● Compete ao órgão executivo da fundação, principalmente:

a) executar as disposições estatutárias;


b) cumprir as diretrizes estabelecidas pelo órgão deliberativo;
c) praticar atos de gestão de recursos patrimoniais e humanos;
d) propor ao órgão deliberativo a previsão orçamentária anual;
e) prestar contas e apresentar relatórios de atividades ao órgão deliberativo, ao
Ministério Público e a outros órgãos governamentais;
f) representar judicial e extrajudicialmente a fundação;
g) manter em guarda e boa ordem todos os registros inerentes à pessoa
jurídica, de natureza institucional, tributária, trabalhista, contábil, etc.
● Para bem cumprir a tarefa de zelar pelo patrimônio fundacional e assegurar a
correta aplicação de seus recursos, o órgão deliberativo, normalmente, utiliza-
se de um órgão de fiscalização, quase sempre denominado Conselho Fiscal,
incumbido do exame das prestações de contas do órgão executivo.

● Os componentes do órgão de fiscalização não integram nenhum dos demais


órgãos da fundação, possuindo, assim, a independência necessária para
analisar, na extensão e profundidade que entender necessárias, as contas da
fundação.

● A periodicidade dos relatórios e pareceres a serem submetidos ao órgão


deliberativo pode variar, mas não deve ser superior a um ano.
Organizações
Religiosas
Organizações Religiosas
● Assim como as associações, as
organizações religiosas são pessoas
jurídicas formadas por pessoas que se
unem para a realização de atividades sem
finalidade lucrativa, voltadas à
religiosidade e à profissão da fé, muitas
vezes realizando atividades voltadas para
a coletividade.
Estrutura de funcionamento
● A estrutura da organização religiosa similar à estrutura de associação descrita
anteriormente. Porém onde na associação tem-se associados, na organização
religiosa, tem-se membros.
● Outro aspecto de diferenciação que se deve observar, no contexto da organização
religiosa, são as regras do direito próprio de sua formação religiosa, suas regras
orientativas.
● Vale salientar que pode haver denominações religiosas ou eclesiásticas que
apresentem sistemas organizações diferenciados, podendo ser classificados em
episcopal, presbiteral e congregacional.
● Por exemplo, para os católicos, trata-se do sistema episcopal, em que o poder
decisório concentra-se no Papa e vige o Direito Canônico.
● As organizações religiosas têm, por disposição expressa do § 1º do Art. 44 do
Código Civil, liberdade de criação, organização e funcionamento.
Dúvidas?
Referências
• https://contabilidadeparaigrejas.com/organizacoes-religiosas-associacoes-diferenca/
• https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/eireli/
• https://www.oabsp.org.br/comissoes2010/gestoes2/2016-2018/direito-terceiro-setor/
artigos/terceiro-setor-identificando-suas-organizacoes-e-propondo-um-novo-um-
conceito-dr.-rodrigo-mendes-pereira
• https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/conheca-os-tipos-de-associacoes-
existentes-no-brasil,1dee438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD
• https://www.oseudinheirovalemais.com.br/cooperativa-e-associacao-e-mesma-coisa/
• https://www.lefisc.com.br/materias/2007/122007societarios.htm
• https://www.direitocom.com/codigo-civil-comentado/artigo-44-16

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