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DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - ANOTAÇÕES DA AULA 8

 GRUPOS DESPERSONALIZADOS
Não são atribuídas personalidades jurídicas, mas podem acionar e serem
acionadas em juízo.

 Universalidade de Direito - Art. 91º, CCB: Constitui universalidade de


direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor
econômico.
Destacam-se:
 Massa falida
 Família: não é pessoa jurídica, mas é um núcleo de direito.
 Herança jacente e vacante: momento em que a pessoa falece e não há
herdeiros necessários conhecidos.
 Espólio: são bens deixados pelo falecido, de quem será feito o inventário
ou arrolamento.
 Sociedades de fato

 CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS


A) Quanto a nacionalidade:
 Nacional: sempre que constituída no Brasil, sob as leis brasileiras.
 Estrangeira: constituída fora do Brasil, sob regras estrangeiras e tem
autorização para atuar no país.

B) Quanto a estrutura interna:


B1) CORPORAÇÕES: maior relevância às pessoas.
 Associações: sem fins lucrativos.
 Sociedades: visa a distribuição de lucro entre seus participantes.
B2) FUNDAÇÕES: maior relevância ao patrimônio.
 Não visa lucro.
C) Quanto à função:
PÚBLICO
DIREITO
PRIVADO

 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO


 Art. 44º, CCB.

 ASSOCIAÇÕES
“As associações são pessoas jurídicas de direito privado constituídas de pessoas
que reúnem os seus esforços para a realização de fins não econômicos. Nesse
sentido, dispõe o art. 53 do novo diploma: “Constituem-se as associações pela
união de pessoas que se organizem para fins não econômicos”. A definição legal
ressalta o seu aspecto eminentemente pessoal (universitas personarum). Não
há, entre os membros da associação, direitos e obrigações recíprocos, nem
intenção de dividir resultados, sendo os objetivos altruísticos, científicos,
artísticos, beneficentes, religiosos, educativos, culturais, políticos, esportivos ou
recreativos. A Constituição Federal garante a liberdade de associação para fins
lícitos (CF, art. 5º, XVII). ”Carlos Roberto Gonçalves

 Art. 55º, CCB/02: Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto
poderá instituir categorias com vantagens especiais.
“O art. 55 do aludido diploma estabelece que os associados devem ter direitos
iguais, mas acrescenta que o estatuto poderá instituir categorias com vantagens
especiais. Poderá este, assim, apesar de os associados deverem ter direitos
iguais, criar posições privilegiadas ou conferir direitos preferenciais para certas
categorias de membros...” Carlos Roberto Gonçalves

 Art 57º, CCB/02: A exclusão do associado só é admissível havendo justa


causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de
defesa e de recursos, nos termos previstos no estatuto.

“...conforme dispõe o art. 57 do Código Civil, com a redação conferida pela Lei n.
11.127, de 28- 6-2005. A referida lei revogou o parágrafo único e suprimiu a
segunda parte do dispositivo, segundo a qual, sendo omisso o estatuto, poderia
também ocorrer a exclusão do associado se fosse reconhecida a existência de
motivos graves, em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta dos
presentes à assembleia geral especialmente convocada para esse fim. A quebra
da affectio societatis, por ser este elemento essencial a qualquer associação ou
sociedade, pode constituir justa causa para a referida exclusão. A expressão
“justa causa” exige demonstração fática, decisão fundamentada, tomada pela
maioria, conforme quorum estabelecido no estatuto, com respeito ao
contraditório e ao direito à ampla defesa. É permitido ao associado retirar-se a
qualquer tempo, sem necessidade de justificar o pedido, pois “ninguém poderá
ser compelido a associar-se ou a permanecer associado” (CF, art. 5º,XX).” Carlos
Roberto Gonçalves

SIMPLES
 SOCIEDADES
(Visam lucros) EMPRESÁRIAS

 Sociedades simples: “...são constituídas, em geral, por profissionais que


atuam em uma mesma área ou por prestadores de serviços técnicos
(clínicas médicas e dentárias, escritórios de advocacia, instituições de
ensino etc.) e têm fim econômico ou lucrativo. Mesmo que
eventualmente venham a praticar atos próprios de empresários, tal fato
não altera a sua situação, pois o que se considera é a atividade principal
por elas exercida.” Carlos Roberto Gonçalves

 Sociedades empresárias: ”...também visam lucro, mas distinguem-se das


sociedades simples porque têm por objeto o exercício de atividade
própria de empresário sujeito ao registro previsto no art. 967 do Código
Civil. Considera-se empresário, diz o art. 966, “quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços”. Carlos Roberto Gonçalves

 FUNDAÇÕES
 Acervo de bens, que recebem personalidade jurídica para fins
determinados e de interesse público.
Art. 62º, CCB: Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura
pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a
que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la”.
 Fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
O entendimento atual é que podem existir fundações para outros fins, desde
que afastado o caráter lucrativo.

 ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS
“ A simples inclusão das igrejas como meras associações civis, com a aplicação
da legislação a estas pertinentes, causaria sério embaraço ao exercício do
direito constitucional de liberdade de crença. Sendo destinadas ao culto e à
adoração, não possuem elas apenas as características das outras associações,
constituídas para o exercício conjunto de atividades humanas cujo objetivo é a
satisfação de interesses e necessidades terrenas materiais. Seu funcionamento é
distinto, seus interesses diversos, suas atividades diferentes.
Devem, assim, aplicar-se às organizações religiosas, como pessoas jurídicas de
direito privado, as normas referentes às associações, mas apenas naquilo em
que houver compatibilidade. ” Carlos Roberto Gonçalves

 PARTIDOS POLÍTICOS
“Quanto aos partidos políticos, têm eles natureza própria. Seus fins são políticos,
não se caracterizando pelo fim econômico ou não. Assim, não podem ser
associações ou sociedades, nem fundações, porque não têm fim cultural,
assistencial, moral ou religioso.” Carlos Roberto Gonçalves

 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


“...o juiz, em casos de fraude e de má-fé, desconsidere o princípio de que as
pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seus membros e os efeitos dessa
autonomia, para atingir e vincular os bens particulares dos sócios à satisfação
das dívidas da sociedade...” Carlos Roberto Gonçalves

Art. 50º, CCB/02: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado


pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios das pessoa
jurídica.
RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS
 Civil
 Penal – Lei 9.605/98, Art. 3º

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