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CURSO ONLINE

GESTÃO EFICIENTE DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

Prof. RICARDOBULGARI

13 a 17 de Dezembro 2021

www.excellergestaopublica.com.br
CURSO ONLINE
GESTÃO EFICIENTE DO PATRIMÔNIO PÚBLICO
Dias 13 a 17 DE DEZEMBRO 2021
Prof. Ricardo Bulgari

 O Professor RICARDO BULGARI é uma referência


nacional na área de Gestão de Patrimônio, sendo
considerado um dos melhores palestrantes do
país, no tema.
 Administrador Público (FGV/SP);
 Pós-graduado Gerente de Cidades (FAAP/SP);
 Mestre em administração Gerencial;
 Foi Secretário Municipal de Administração e
Finanças, e Superintende de Autarquia de
Saneamento em Amparo/SP;
RICARDO
 Foi Secretário Municipal da Fazenda e Controlador
BULGARI
Geral do Município de Paranaguá-PR. Foi também
Palestrante
Examinador do Prêmio Nacional de Qualidade na
Gestão Pública – PQGF;
 Professor da ESAF/RS – Escola de Administração
ÍNDICE PAG

Gestão das Organizações Públicas .................................................... 3


Gestão do Patrimônio Público .............................................................. 6
Bens .................................................................................................. 13
Sistema de Suprimento de Materiais ................................................. 16
Baixa de Bens ................................................................................... 23
Legislação ......................................................................................... 26
Gestão de Almoxarifado ..................................................................... 31
Desfazimento .................................................................................... 43
Inventário........................................................................................... 47
DECRETO Nº 9.373, DE 11 DE MAIO DE 2018 ................................ 50
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 205, DE 8 DE ABRIL DE 1988 .......... 54
DÚVIDAS MAIS FREQUENTES E SUAS RESPOSTAS ................... 69
PORTARIA STN Nº 448, DE 13 DE SETEMBRO DE 2002 ............... 82
NBC TSP 04, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2016 ................................ 84
NBC TSP 07, DE 22 DE SETEMBRO DE 2017 ................................. 93
Procedimentos de verificação das conformidades ........................... 113
Exemplos de Bens Inservíveis ......................................................... 118
Sistema de Reavaliação de Bens..................................................... 132
Exemplo de Normatização da Gestão do Patrimônio ....................... 135
ESPECIAL – INVENTÁRIO .............................................................. 155

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GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS

O gestor, ciente de sua responsabilidade perante a comunidade, deverá zelar


para que sua gestão seja profícua no campo das realizações, bem como para que o
patrimônio público não seja dilapidado e malbaratado.

Para se alcançar uma boa administração no setor de Materiais, é necessário que


sejam atingidos os seguintes objetivos:
a) obter melhores preços;
b) eficiência no abastecimento de obras e serviços;
c) racionalizar o uso;
d) controle integral.

A eficiência no abastecimento é alcançada com o fornecimento de materiais


adequados imediatamente após a requisição, evitando a interrupção de obras e serviços.
A racionalização visa generalizar o uso de determinadas espécies, evitando
desperdícios.
O controle integral vem a ser a fiscalização das compras, entradas e saídas de
materiais, possibilitando o levantamento de consumo de obras e serviços executados.
A centralização de compras consiste em atribuir a um único setor a competência
para proceder à aquisição dos materiais de uso rotineiro para todas as unidades
administrativas.
Os materiais de uso esporádico deverão ser adquiridos pelas próprias unidades,
através de recursos destinados às despesas miúdas de pronto pagamento, ressalvadas
as aquisições de grande vulto.
A centralização leva o setor competente a adquirir grande experiência no trato
com os fornecedores, possibilitando a seleção prévia entre os melhores, para efeito de
licitação, assim como nas compras diretas.
O controle físico tem por objetivo manter estoque regular, para que o fornecimento
não seja prejudicado.
O controle de qualidade é indispensável, principalmente quando se trata de
produtos alimentícios. O fornecimento de alimentação à pessoa humana deve estar
cercado de todas as garantias para se evitar danos irreparáveis.

Sistema de Gestão de Materiais

O Sistema de Gestão de Materiais pode ser definido como o conjunto de


atividades necessárias para prover a organização dos materiais destinados à realização
de seus objetivos. O sistema envolve diretamente a área administrativo-financeira e o
mercado em geral com seus fornecedores.

Entende-se por material não só as matérias-primas necessárias à produção, mas


também aquelas empregadas na organização e na manutenção de todas as Unidades
administrativas - equipamentos, instalações e materiais utilizados.

O principal objetivo do Sistema de Gestão de Materiais é garantir, com a menor


inversão de recursos financeiros, o abastecimento de produtos próprios e necessários à

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produção e aos serviços de uma organização, no menor tempo possível e na quantidade
e qualidade necessária.
O Sistema apresenta três áreas básicas, duas internas - requisitante ou usuário e
finanças - e uma externa - os fornecedores. Cabe-lhes coordenar e conciliar os interesses
dessas áreas, que por vezes tornam-se antagônicas. Cada uma delas tem as
preocupações distintas:
a) Requisitante ou usuário de materiais: boa qualidade e redução máxima do
prazo de entrega, tendendo inclusive para a entrega imediata;
b) Finanças: preços mais reduzido possível, maior prazo para o pagamento e
menor investimento;
c) Fornecedores: fornecimentos maiores, preços mais vantajosos e
responsabilidade mínima quanto aos materiais fornecidos e aos prazos de
entrega.
Alguns conflitos fundamentais surgem, entre a qualidade desejada pelo
requisitante, o preço aceito pela Unidade de Finanças e o preço desejado pelos
fornecedores. Assim, também a responsabilidade pelo menor prazo de entrega dos
requisitantes pode entrar em conflito com os anseios dos fornecedores em dilatar ao
máximo tais encargos.
Portanto, a necessidade de conciliar os interesses e reduzir os conflitos que
possam surgir, obriga o Sistema a ser organizado de forma integrada, a fim de que atinja
seus objetivos e os da organização.

1.1 Fatores Básicos para a Organização do Sistema


Para melhor compreensão de um Sistema de Gestão de Materiais, são
imprescindíveis os seguintes fatores relacionados diretamente com o planejamento:
a) Estrutura Organizacional : para efeito de funcionamento, o Sistema necessita
inserir-se numa estrutura organizacional. Essa estrutura é o resultado do processo
pelo qual se distribuem os subsistemas básicos, isto é:
 da autoridade;
 as especificações das atividades desde os mais baixos até os mais altos níveis
hierárquicos;
 o estabelecimento das comunicações para a execução das atividades.

b) Recursos Humanos: a previsão de recursos humanos é imprescindível ao


desemprenho do Sistema de Administração de Materiais, pois, dependendo da
escolha dos funcionários, proporcionará trabalho eficiente, ou seja, maior
rendimento e menor custo operacional.
O funcionário que atua nesse Sistema, além de formação escolar adequada e da
motivação para o trabalho, precisa de conhecimentos sólidos sobre a legislação
atinente à área (no caso de entidade pública). Em razão disso, um bom
planejamento de recursos humanos deve atentar para algumas questões
relacionadas a:
 perfil do cargo e do funcionário para atuar no Sistema;
 lotação de mais funcionários na Unidade de Materiais;
 tipo de treinamento específico aos funcionários que deverão atuar no Sistema;
 distribuição de tarefas visando o aumento da produtividade e a satisfação pessoal
dos funcionários.

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c) Recursos Financeiros: o principal instrumento financeiro é o ORÇAMENTO. O
orçamento é o demonstrativo de recursos financeiros colocados à disposição de
atividades específicas num certo prazo. É utilizado para a tomada de decisão
sobre custos e destinação de recursos em várias alternativas de ação. O
orçamento é o demonstrativo, item a item, das receitas e despesas,
estabelecendo custos para atividades-meio e atividades-fim e para novos
investimentos. É a peça fundamental para a correta destinação de recursos.

d) Instalações e Equipamentos: o planejamento das instalações e equipamentos


envolve decisões sobre o arranjo físico de forma mais racional, tanto para a
Unidade de Compras, quanto para a Unidade de Almoxarifado. Um bom arranjo
físico contribui para o aumento da produtividade e do uso correto dos
equipamentos. Considera fatores ambientais como temperatura, circulação de ar,
umidade, barulho e nível de iluminação necessários para aumentar a
produtividade e o grau de satisfação dos funcionários.

e) Arranjo Físico : o planejamento do arranjo físico envolve decisões sobre como


melhor arrumar as instalações. Deve-se determinar espaço adequado para:
 Instalações produtivas, como escritórios e equipamentos em geral;
 Instalações não-produtivas, como áreas de armazenamento e instalações de
manutenção;
 Instalações de apoio, como banheiros, sala de inspeção dos materiais recebidos,
balcão de atendimento, refeitório, áreas de estacionamento, etc.

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GESTÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

Missão

“Suprir as unidades administrativas de bens materiais necessários e indispensáveis


para que elas realizem seus objetivos, controlando e protegendo os bens públicos e
patrocinando seu uso racional”.

A autoridade competente do Órgão Público/Entidade deve instituir a gestão patrimonial,


precisando para isso:

 Definir atribuições;
 Estabelecer responsabilidades;
 Estabelecer metodologia;
 Institucionalizar a gestão patrimonial;
 Suprir dos recursos necessários.

São Recursos Necessários:


 Mão-de-obra: servidores a disposição do setor;
 Management: gestão.
 Máquinas/equipamentos: computadores; mesas e equipamentos;
 Meio-ambiente: local onde vai funcionar; local de armazenagem;
 Medidas: estabelecimento de quantidade, qualidade, padronização;
 Métodos: conjunto das atividades que comporão as gestões de patrimônio e
almoxarifado.

2. SUGESTÃO de Diretrizes da Gestão Patrimonial

 Qualquer servidor público será responsável pelo dano que causar, ou para o qual
concorrer, a qualquer bem público, que esteja ou não sob sua guarda.
 É vedado o uso particular de qualquer bem público, salvo o uso autorizado por lei
 Todo documento que se referir a qualquer bem público, deve, obrigatoriamente,
mencionar o número do seu registro patrimonial.
 É vedado o reaproveitamento de um número de registro patrimonial dado a um
bem, ainda que o mesmo tenha sido baixado do acervo patrimonial.
 É vedada a movimentação ou o deslocamento de qualquer bem patrimonial
desacompanhado da documentação legal.

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 Em caso de reparo de bens, o número de registro patrimonial deve ser mantido,
anotando-se, quando necessário, as alterações verificadas, para fins de pronta
identificação do bem.
 Os bens patrimoniais que ingressarem nos órgãos ou entidades públicas por
empréstimo ou cessão, serão cadastrado, terão controle especial, mas não
receberão registro patrimonial.
 Os bens adquiridos com recursos de convênios ou contrato que, contiverem
período de carência, serão cadastrados, terão controle especial, mas só
receberão o registro patrimonial quando encerrado o prazo.

3. Classificação Orçamentária da Despesa.


Material é a designação genérica de equipamentos, componentes, acessórios,
sobressalentes, matéria-prima, etc.

Para fins de classificação da despesa orçamentária, os materiais são assim classificados:


a) Material de consumo e
b) Material permanente.

3.1 Material Permanente x Material de Consumo


Entende-se como material de consumo e material permanente:

a) Material de Consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da


Lei nº 4.320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada
a dois anos;
b) Material Permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua
identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos.
Além disso, na classificação da despesa com aquisição de material devem ser adotados
alguns parâmetros que, tomados em conjunto, distinguem o material permanente do
material de consumo. A Portaria STN nº 448/2002, ampliou e detalhou os conceitos de
bens de consumo e bens permanentes. ASSIM:

3.1.1 É considerado material de consumo:


a) Critério da Durabilidade – Se em uso normal perde ou tem reduzidas as suas
condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos;

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b) Critério da Fragilidade – Se sua estrutura for quebradiça, deformável ou
danificável, caracterizando sua irrecuperabilidade e perda de sua identidade ou
funcionalidade;

c) Critério da Perecibilidade – Se está sujeito a modificações (químicas ou


físicas) ou se deteriore ou perca sua característica pelo uso normal;

d) Critério da Incorporabilidade – Se está destinado à incorporação a outro


bem, e não pode ser retirado sem prejuízo das características do principal. Se
com a incorporação houver alterações significativas das funcionalidades do bem
principal e/ou do seu valor monetário, será considerado permanente;

e) Critério da Transformabilidade – Se foi adquirido para fim de transformação;

f) Critério da Finalidade – Se o material foi adquirido para consumo imediato ou


para distribuição gratuita.

Nota: Material de Distribuição Gratuita possui elemento de despesa próprio

32 – Material de Distribuição Gratuita

Despesas orçamentárias com aquisição de materiais para


distribuição gratuita, tais como livros didáticos,
medicamentos, gêneros alimentícios e outros materiais ou
bens que possam ser distribuídos gratuitamente, exceto se
destinados a premiações culturais, artísticas, científicas,
desportivas e outras.

g) Classificação de despesa com aquisição de pen-drive, canetas ópticas,


token e similares.
A aquisição será classificada como material de consumo, na natureza da
despesa 339030, tendo em vista que são abarcadas pelo critério da fragilidade.
Os bens serão controlados como materiais de uso duradouro, por simples
relação-carga, com verificação periódica das quantidades de itens requisitados,
devendo ser considerado o princípio da racionalização do processo
administrativo para a instituição pública, ou seja, o custo do controle não pode
exceder os benefícios que dele decorram.

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É Material Permanente:
a) Peças não Incorporáveis a Imóveis
Despesas com materiais empregados em imóveis e que possam ser removidos ou
recuperados, tais como: biombos, cortinas, divisórias removíveis, estrados, persianas,
tapetes e afins, deve ser classificada observando os critérios acima expostos
(Durabilidade, Fragilidade, Perecibilidade, Incorporabilidade, Transformabilidade e
Finalidade).
Nota: No caso de despesas realizadas em imóveis alugados, o
ente deverá registrar como material permanente e proceder à baixa
quando entregar o imóvel, se os mesmos encontrarem-se
deteriorados, sem condições de uso.

b) Uma melhoria
Uma melhoria pode envolver uma substituição de partes do bem ou ser resultante de
uma reforma significativa. Como regra, aumenta o valor contábil do bem se o custo das
novas peças for maior que o valor líquido contábil das peças substituídas.
Uma melhoria ocorre quando o gasto atribuído ao um bem tem como conseqüência:
1) o aumento de vida útil do bem do Ativo;
2) o incremento em sua capacidade produtiva ou
3) a diminuição do custo operacional.
Exemplo:
Aquisição de placa de memória para substituição em um computador com maior
capacidade que a existente e a classificação da despesa com aquisição de uma leitora de
CD para ser instalada num Computador sem Unidade Leitora de CD.

c) Classificação de despesa com aquisição de Material Bibliográfico


Os livros e demais materiais bibliográficos apresentam características de material
permanente. (durabilidade superior a 2 anos, não é quebradiço, não é perecível, não é
incorporável a outro bem, não se destina a transformação). Porém, o artigo 18 da lei
10.753/2003, considera os livros adquiridos para bibliotecas públicas como material
de consumo.

“Art. 18. Com a finalidade de controlar os bens patrimoniais das bibliotecas


públicas, o livro não é considerado material permanente.”
As demais bibliotecas devem classificar a despesa com aquisição de
material bibliográfico como material permanente.

O artigo 2º da referida Lei define livro:

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“Art. 2º. Considera-se livro, para efeitos desta Lei, a publicação de textos
escritos em fichas ou folhas, não periódica, grampeada, colada ou
costurada, em volume cartonado, encadernado ou em brochura, em capas
avulsas, em qualquer formato e acabamento.

Parágrafo único. São equiparados a livro:


I – fascículos, publicações de qualquer natureza que representem parte de
livro;
II – materiais avulsos relacionados com o livro, impressos em papel ou em
material similar;
III – roteiros de leitura para controle e estudo de literatura ou de obras
didáticas;
IV – álbuns para colorir, pintar, recortar ou armar;
V – atlas geográficos, históricos, anatômicos, mapas e cartogramas;
VI – textos derivados de livro ou originais, produzidos por editores,
mediante contrato de edição
celebrado com o autor, com a utilização de qualquer suporte;
VII – livros em meio digital, magnético e ótico, para uso exclusivo de
pessoas com deficiência
visual;
VIII – livros impressos no Sistema Braille.”

Biblioteca Pública é uma unidade bibliotecária destinada indistintamente a todos os


segmentos da comunidade, com acervos de interesse geral, voltados essencialmente à
disseminação da leitura e hábitos associados entre um público amplo definido
basicamente em termos geográficos, sem confundir com as bibliotecas destinadas a
atender um segmento da comunidade com um propósito específico.
(Acórdão 111/2006 – 1ª Câmara – Tribunal de Contas da União – TCU)

Assim, as Bibliotecas Públicas devem efetuar o controle patrimonial dos seus livros
adquiridos como material de consumo de modo simplificado, via relação do material
(relação-carga), e/ou verificação periódica da quantidade de itens requisitados, não
sendo necessária a identificação do número do registro patrimonial.

As Bibliotecas Públicas definirão instruções internas que estabelecerão as regras e


procedimentos de controles internos com base na legislação pertinente.
As aquisições que não se destinarem às bibliotecas públicas deverão manter os
procedimentos de aquisição e classificação na natureza de despesa 449052 – Material
Permanente – incorporando ao patrimônio. Portanto, devem ser registradas em conta de
Ativo Permanente.

d) Classificação de despesa com remodelação, restauração, manutenção e outros,


quando ocorrer aumento da vida útil.
Quando o serviço se destina a manter o bem em condições normais de operação, não
resultando em aumento relevante da vida útil do bem, a despesa orçamentária é corrente.
Caso as melhorias decorrentes do serviço resultem em aumento significativo da vida
útil do bem, a despesa orçamentária é de capital, devendo o valor do gasto ser
incorporado ao ativo.

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SERVIÇOS DE TERCEIROS X MATERIAL DE CONSUMO

a) Material adquirido por encomenda

O elemento de despesa tem por finalidade identificar o objeto de gasto e pode ser
identificado pela forma de aquisição.
a.1) Aquisição, por encomenda, de produto disponível no mercado

Na classificação de despesa de material adquirido por encomenda, se a aquisição for de


produto disponível no mercado, então caracteriza como material, porque o ente não
está agregando serviço, apenas adquirindo o produto com serviço já agregado.

a.2) Aquisição, por encomenda, de produto não disponível no mercado

Se a aquisição for de produção e elaboração de um produto, então caracteriza como


serviço, porque o ente está agregando serviço à produção de bens para consumo. O
fornecedor estará fornecendo serviço, embora o resultado final seja um produto para
consumo.
Nesse contexto, na classificação da despesa de material por encomenda, a despesa só
deverá ser classificada como serviços de terceiros se o próprio órgão ou entidade
fornecer a matéria-prima.
Caso contrário, deverá ser classificada na natureza 4.4.90.52, em se tratando de
confecção de material permanente, ou na natureza 3.3.90.30, se material de consumo.
Algumas vezes ocorrem dúvidas, em virtude de divergências entre a adequada
classificação da despesa orçamentária e a legislação fiscal. Nesses casos, a
Contabilidade Aplicável ao Setor Público deve procurar bem informar, seguindo, se
for necessário para tanto, a essência ao invés da forma e buscar a consecução de
seus objetivos, o patrimônio e o controle do orçamento. Logo, não há que se cogitar
vinculação entre a Contabilidade e a Legislação Fiscal, embora, naturalmente, seja
desejável que os critérios contábeis e fiscais se aproximem tanto quanto possível.
Em outras palavras, os princípios contábeis não podem ser restringidos pela Legislação
Fiscal, que é modificável e, no caso de uma Federação como a brasileira, variável de
estado para estado e de município para município.
Portanto, independentemente do tratamento dispensado pela Legislação Tributária, a
despesa em questão só deve ser classificada como serviços de terceiros se o próprio
órgão fornecer a matéria-prima.

a. Obras e Instalações x Serviços de Terceiros


Serão considerados serviços de terceiros as despesas com:
 Reparos, consertos, revisões, pinturas, reformas e adaptações de bens imóveis
sem que ocorra a ampliação do imóvel;
 Reparos em instalações elétricas e hidráulicas;
 Reparos, recuperações e adaptações de biombos, carpetes, divisórias e lambris;
 Manutenção de elevadores, limpeza de fossa e afins.

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Quando a despesa ocasionar a ampliação do imóvel, tal despesa deverá ser
considerada como obras e instalações, portanto, despesas com investimento.

A.3 – EMPRESAS OPTANTES DO LUCRO REAL


Quando a empresa é optante da apuração do lucro Real, os bens com valor inferior a R$
1.200,00 são classificados como bens de consumo.

Destinação do Material Inservível - Ver DECRETO nº 9.373/2019

MATERIAL INSERVÍVEL DESTINAÇÃO

1 – OCIOSO. 1 – REDISTRIBUIR.

2 – RECUPERÁVEL. 2 - RECUPERAR E REDISTRIBUIR.

3 – ANTIECONÔMICO. 3 – ALIENAR (DOAR, PERMUTAR,


VENDER).
4 – IRRECUPERÁVEL.
4 – ALIENAR (DOAR, PERMUTAR,
5 – CONTAMINADO. VENDER).

5 – INUTILIZAÇÃO OU ABANDONO.

BENS
Bens são valores materiais ou imateriais que possam figurar numa relação jurídica,
na condição de objeto.

Classificação dos bens: NCCB- Lei 10.406/02:


“São públicos os bens do domínio nacional, pertencentes às
pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são
particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.”

Bens Patrimoniais objeto deste estudo:


 Bens duráveis - móveis, eletrodomésticos, veículos.

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 Bens móveis - aqueles que podem ser deslocados, por força própria ou alheia,
sem perder sua forma.
 Bens imóveis - aqueles que não podem ser deslocados ou aqueles que para
serem deslocados perdem sua forma.
 Bens semoventes: - são constituídos por animais domésticos.

BENS PÚBLICOS

São os pertencentes a entes estatais, para que sirvam de meios ao atendimento imediato
ou mediato do interesse público.

Destinação dos Bens Públicos (NCC, Lei 10.406/02, artigos 98 a 103).

Bens públicos de uso comum do povo:

São todos aqueles destinados ao uso do povo sem nenhuma restrição a não ser a da boa
conduta, nos termos da lei, ou dos costumes, principalmente quanto à moral público e ao
respeito mútuo. Exemplo: praias, ruas, praças, etc.

Bens públicos de uso especial:


São todos os bens móveis e imóveis destinados a instalações físicas publicas para
escritórios, repartições públicas, escolas, delegacias de polícias, presídios, palácios de
governo, escolas públicas, bem como os bens móveis utilizados na realização dos
serviços públicos (veículos oficiais, materiais de permanentes, navio de guerra, etc)

• Bens públicos dominiais ou dominicais:


São todos aqueles que não se enquadrarem nas duas primeiras categorias. Sem
qualquer destinação pública, constituem riqueza material e patrimonial do Estado,
podendo ser alienados ou afetados ao uso comum ou ao uso especial.
Ex. Terras devoluta (não está ocupadas ou habitadas), terrenos de marinha, bens móveis
que se tornaram inservíveis.

REGIME JURÍDICO GERAL SOBRE BENS PÚBLICOS


 Inalienabilidade - alienação depende de preceitos legais.
 Imprescritibilidade - não pode resultar na apropriação de terceiros.
 Impenhorabilidade - não se submete a execução forçada;
 Impossibilidade de oneração - não existem direitos reais de garantias

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Polícia dos bens públicos é o conjunto de ações que tem por finalidade preservar os
bens públicos: vigiar, murar, ocupar bem vazio, realizar inventários, etc..

FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO


Patrimônio Público - “ É conjunto de bens, valores, créditos e obrigações de conteúdo
econômico e avaliável em moeda que a Fazenda Pública possui e utiliza na consecução
dos seus objetivos”, com a fiinalidade de servir de meios ao atendimento imediato ou
mediato do interesse público.

A formação do patrimônio público se dá principalmente por:


 COMPRA - aquisição remunerada;
 DOAÇÃO - transferência de propriedade do bem (gratuita ou onerosa);
 CESSÃO/EMPRÉSTIMOS* - transferência de posse e troca de responsabilidade;
 CONSTRUÇÃO - obra realizada;
 DESAPROPRIAÇÃO – aquisição compulsória de terceiros, para atender a
interesse público devidamente fundamentado, mediante justa indenização;
 PERMUTA - troca recíproca de posse e propriedade.

Os bens ao ingressarem no patrimônio deverão estar acompanhados dos seguintes


documentos:
 Nota fiscal, Fatura e Nota Fiscal/Fatura – compra;
 Termo de cessão – empréstimo;
 Termo de doação/permuta;
 Guia de remessa de material (retorno de setores);
 Nota de transferência – de um órgão para outro, em caráter definitivo.

Bens de Terceiros a disposição de órgão ou entidade pública

 Bens adquiridos pela comunidade (interiorana) para suprir escolas, creches, etc.
o Doação com/sem cláusula restritiva sobre bens;
o Comodato com prazo indeterminado;
 Bens de propriedade de servidor do próprio órgão:
o Autorização de permanência do bem nas dependências do órgão;
o Contrato de comodato, se for disponibilizado para uso geral.
o Doação.

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Controle dos Bens Públicos

O controle dos bens públicos pode ser conceituado como um conjunto de ações
sistemáticas, planejadas, de forma a evitar que os bens públicos sejam:
a) dilapidados;
b) extraviados;
c) empregados em funções fora de sua destinação.

Esse controle está determinado na Constituição Federal, nas constituições estaduais,


nas leis orgânicas dos municípios, nas leis e decretos que disciplinam o assunto: Lei
4.320/64, Lei 8.666/93.

Tipos de Controles

Controle Interno - é o conjunto de ações exercido no âmbito do órgão público.


Controle Externo - exercido pelas Assembléia Legislativa ou pelas Câmaras Municipais,
com o auxílio dos Tribunais de Contas.
Controle Interno:
“Sistema de controle interno pode ser entendido como o
somatório das atividades de controle exercidas no dia-a-dia em
toda a organização para assegurar a salvaguarda dos ativos, a
eficiência operacional e o cumprimento das normas legais e
regulamentares (TCU).

Tipos de Controles Internos:

 controle do recebimento do material;


 cadastramento e identificação;
 termos de responsabilidade;
 verificações periódicas;
 inventários.

Ao se estabelecer uma metodologia de controle, deve-se atentar para que atinja os


seguintes resultados:
Eficácia – significa que o sistema de controle atinge os resultados (de controle)
esperados.

Eficiência – significa que os resultados são atingidos com os menores custos possíveis.
Evidencia-se, neste caso, a relação Custo/Benefício.

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A Portaria Conjunta STN/SOF nº 03/2008, estabeleceu as regras abaixo evidenciando
que o material adquirido como permanente, deve ter seu controle patrimonial baseado na
relação custo/benefício.
“Nesse sentido, a Constituição Federal prevê o Princípio da Economicidade
(artigo 70), que se traduz na relação custo-benefício, assim, os controles
devem ser suprimidos quando apresentam como meramente formais ou
cujo custo seja evidentemente superior ao risco”
Assim, se um material for adquirido como permanente e ficar
comprovado que possui custo de controle superior ao seu benefício,
deve ser controlado de forma simplificada, por meio de relação-carga,
que mede apenas aspectos qualitativos e quantitativos, não havendo
necessidade de controle por meio de número patrimonial. No entanto,
esses bens deverão estar registrados contabilmente no patrimônio da
entidade.
Da mesma forma, se um material de consumo for considerado como de
uso duradouro, devido à durabilidade, quantidade utilizada ou valor
relevante, também deverá ser controlado por meio de relação-carga, e
incorporado ao patrimônio da entidade.”

SISTEMA DE SUPRIMENTO DE MATERIAL


1. Levantamento da demanda;
2.Classificação da despesa;
3.Descrição do material para aquisição;
4.Orçamento inicial;
5.Autorização do ordenador de despesa;
6.Processo de aquisição (direta ou licitação);
7.Recebimento;
8.Descrição do material para fins cadastrais;
9.Registro patrimonial ou tombamento;
10. Identificação patrimonial;
11.Cadastro patrimonial;
12.Movimentação dos bens patrimoniais;
13.Baixa de bens patrimoniais
14.Alienação;
15. Inventário e
16. Auditoria dos bens patrimoniais

LEVANTAMENTO DA DEMANDA

É a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do consumo


e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante
adequadas técnicas quantitativas de estimação.

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a) Em função do consumo – refere-se a bens de almoxarifado que em virtude de seu
consumo constante tem sua demanda previsível. Responsabilidade do Almoxarife.

b) Em função da utilização provável – refere-se aos bens de uso permanente de


demanda não previsível e depende do planejamento das autoridades competentes.

Classificação da despesa
• Portaria Conjunta STN/SOF nº 3/08 e Portaria STN Nº 448/02.

ESPECIFICAÇÃO DO MATERIAL PARA COMPRA


Lei 8666/93
Art. 14 - Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto, sob
pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
Art. 15 – [...]
Parágrafo 7º - Nas compras deverão ser observadas, ainda: I - a especificação completa
do bem a ser adquirido sem indicação de marca;

Método Descritivo - que identifica com clareza o item através da enumeração de suas
características físicas, mecânicas, de acabamento e de desempenho, possibilitando sua
perfeita caracterização. (SEDAP – IN 205/88).

Quando se tratar de descrição de material que exija maiores conhecimentos técnicos,


poderão ser juntados ao pedido os elementos necessários, tais como: modelos, gráficos,
desenhos, prospectos, amostras, etc. (SEDAP – IN 205/88).

A descrição do material deve conter:

 Nome padronizado: o nome do objeto


 Descrição complementar: matéria prima, acabamento.
 Identificação auxiliar: característica de conservação, embalagem, unidade de
estocagem, quando for o caso.
 Outros dados: dimensões, ano de fabricação.

17
ORÇAMENTO INICIAL

Deve ser levantado de forma criteriosa e tem por finalidade subsidiar o processo licitatório
quanto à disponibilidade orçamentária, a modalidade compatível e a avaliação dos preços
ofertados pelos licitantes.

Autorização do Ordenador de Despesa

Conhecido o valor da aquisição, é submetida ao Ordenador de Despesa para sua


aprovação.

Processo de aquisição.

Após autorização da autoridade competente, abrir-se-á o processo licitatório a cargo da


CPL - Comissão Permanente de Licitação.

Recebimento
Recebimento é o ato da entrega de um bem ao órgão no local previamente designado,
não importando sua aceitação.
Documentos hábeis para o recebimento provisório são:
 Nota Fiscal, Fatura e Nota Fiscal/Fatura;
 Termos de Cessão ou de Doação;
 Guia de Remessa de Material ou
 Nota de Transferência.

Lei 8666/93
Art. 73 - Executando o contrato, o seu objeto será recebido:
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
A) provisoriamente, para efeito de posterior verificação de
conformidade do material com a especificação.
B)definitivamente, após verificação da qualidade e quantidade do
material e conseqüente aceitação.
Parágrafo 1º - Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto,
o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais,
mediante recibo.

18
Responsável pelo recebimento provisório

O Setor de Almoxarifado deve ser a unidade responsável pelo recebimento de todo


Material adquirido, seja ele de consumo ou permanente, e incumbido da conferência
Quantitativa. O recebimento deve ser registrado através de carimbo padronizado aposto
na nota fiscal, contendo data, nome e matrícula do servidor e assinatura.

Comissão de recebimento
Lei 8666/93 - Art. 15, § 8º
O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23
desta lei, para a modalidade convite, deverá ser confiado a uma comissão de no
mínimo 3(três) membros.

Dispensa do recebimento provisório


Lei 8666/93
Art. 74 - Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes:
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II - serviços profissionais;
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea “a”, desta
Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações
sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
EX:
Art. 30 - Se o material depender de exame qualitativo para sua aceitação, o Núcleo de
Controle de Bens/Almoxarifado (NCB/Almox), indicará esta condição no documento de
entrega do fornecedor e solicitará, no prazo de 48 horas, após o recebimento
provisório, ao setor requisitante, providências necessárias para o aceite definitivo no
prazo máximo de 5 (cinco) dias.
Art. 31 - Caso não seja emitido o laudo técnico especializado no prazo máximo de
5(cinco) dias a partir da data da solicitação, a inspeção será feita pelo pessoal do
NCB/Almox que fará o recebimento definitivo. Contudo a responsabilidade por
qualquer irregularidade constatada a posteriori será do setor requisitante.

DESCRIÇÃO DO MATERIAL PARA FINS CADASTRAIS


Deve conter dados que o identifique prontamente, tais como nome do objeto, a
característica principal, o material de que é feito, modelo, ano de fabricação, nome do
fabricante, marca, número de registro.

19
Registro Patrimonial ou Tombamento
Consiste na atribuição de um número de registro patrimonial, seqüencial a critério da
organização. Esse número acompanhará o bem por toda sua vida útil, até sua baixa,
sendo mencionado em todos os documentos que se referirem ao bem.

Identificação patrimonial
É o processo de fixação do número de registro patrimonial no respectivo bem.
Atenção:
• Bens provenientes de empréstimos ou cessão, não receberão registro patrimonial.
• Adquiridos por convênio ou contratos, com carência, não receberão registro, até o
fim da carência.
• O bem que der entrada para substituir bem extraviado, receberá novo registro
patrimonial. O bem extraviado será baixado.

Manual de Patrimônio

Art.46 – Para efeito de identificação e controle, os equipamentos e


materiais permanentes receberão números sequenciais de registro
patrimonial.
Art. 47 – O número de registro patrimonial deverá ser aposto ao material
mediante fixação de plaqueta apropriada e, nos casos onde não for
possível a utilização da plaqueta, através de gravação.
Parágrafo Único – A plaqueta de tombamento poderá ser substituída por
código de barras a ser gerado pelo Sistema Integrado de Suprimentos.
Art. 48 - Para o material bibliográfico, o número de registro patrimonial
deverá ser aposto mediante carimbo, ou código de barras.

O número de registro patrimonial será composto pelo código do Órgão, conforme art.
17, seguido do número de inscrição no patrimônio, que deverá ser seqüencial para
cada órgão.

Ex. Órgão número 26 - ESESP - Escola de Serviço Público.

ESTADO DO ....................
26-00253

Art. 46 - Para efeito de identificação e controle, os equipamentos e materiais


permanentes receberão números seqüenciais de registro patrimonial.

20
Tribunal .................
Patrimônio
Nº 10.025

CADASTRO PATRIMONIAL
A Lei 4320/64
Art. 94 - Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com
indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um
deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.
Art. 95 - A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis.
O cadastro visa:
a) – identificação do bem;
b) – inclusão no ativo imobilizado;
c) – distribuição;
d) – localização;
e) – guarda e conservação;
f) – manutenção periódica.

Elementos essenciais à perfeita identificação:


a) – N.º do registro patrimonial;
b) - Descrição do material;
c) – Fornecedor;
d) - Data da aquisição;
e) – N.º Nota Fiscal;
f) – Valor;
g) – Localização.

Convém lembrar:
 Os bens devem ser cadastrados antes de sua utilização;
 Os bens móveis receberão n.ºs seqüenciais, a critério de cada
organização;
 As plaquetas deverão ser afixadas em lugar visível e seguro;
 Os bens imóveis terão o número do registro patrimonial igual ao do seu
registro em cartório.

Movimentação dos bens patrimoniais


Guarda provisória:

21
 tempo necessário aos registros.
Guarda permanente para o uso:
 a responsabilidade pela guarda, segurança e conservação é do destinatário do bem.

TERMO DE RESPONSABILIDADE

É um documento de controle necessário para efetivar a transferência da responsabilidade


pela guarda de um bem de uma unidade para outra.
Deve conter:
a) - Unidade de localização do bem
b) - Nº de registro patrimonial
c) - Descrição, estado físico, valor
d) - As competentes assinaturas

Termo de Responsabilidade nas diversas movimentações:


 na distribuição;
 na transferência entre unidades;
 no recolhimento do bem ao Setor de Patrimônio;
 na substituição por outro bem e
 na redistribuição.

DIRETRIZES DA MOVIMENTAÇÃO E GUARDA DOS BENS


1. Nenhum bem móvel permanente deve ser distribuído ou redistribuído sem prévia
comunicação ao setor de patrimônio que se encarregará da emissão do termo de
responsabilidade.

2. Deve ser responsabilizado por omissão o servidor que não comunicar a alteração na
lotação de um bem móvel sob sua guarda.

3. Os responsáveis pelos bens patrimoniais deverão observar o seguinte:


 Comunicar ao setor responsável pela gestão patrimonial qualquer ocorrência:
extravio, danos, extravio de plaquetas, necessidade de reparos e manutenção.
 A saída dos bens sob sua responsabilidade, mesmo que temporária, deverá ser
de acordo com as normas de segurança patrimonial, quando serão efetivados os
registros pertinentes (nº do patrimônio, descrição do bem e localização de
destino).

22
 Os bens que perderem a serventia deverão ser encaminhados ao Setor de
Patrimônio para triagem. Aqueles que ainda se encontrarem em condições de uso
serão redistribuídos para outras unidades que deles necessitem.

4. O Setor de Patrimônio deve manter controle sistemático de autorização para a saída


de bens do órgão, para facilitar o controle e o acompanhamento dos serviços de
reparação e ou manutenção a serem executados.

BAIXA DE BENS PATRIMONIAIS


Motivo da baixa patrimonial:
a) - Inutilização por uso;
b) - Inutilização por acidente;
c) - Extravio;
d) – Desuso (obsoletismo);
e) – Alienação;
f) - Contaminação;

A baixa de um bem patrimonial, por qualquer motivo, só ocorrerá após a conclusão final
do processo correspondente ao caso.
Os bens móveis, considerados inservíveis, serão relacionados pelo Controle Patrimonial
e submetidos à aprovação da autoridade competente, providenciando-se a baixa
patrimonial.
Ocorrendo pedido de baixa em virtude de extravio ou acidente, este só pode ser
concedido, após conclusão do processo de sindicância ou inquérito instaurado pela
autoridade competente, com vista a apuração de responsabilidade com ressarcimento em
dinheiro, reposição do bem ou a penalidade prevista na norma interna.

Alienação (art. 17 lei 8.666/93)


Operação que transfere o direito de propriedade do material para terceiros, após sua
desafetação do interesse público.

Alienação de bens imóveis


 Existência de interesse público fundamentado;
 Autorização legislativa (administração direta, autarquias e fundações);
 Avaliação prévia;
 Licitação na modalidade concorrência, ou leilão quando se tratar de bens havidos
por decisão judicial (lei 8666/93, art. 19, inciso III).

23
Alienação de bens móveis
 Existência de interesse público fundamentado;
 Avaliação prévia;
 Licitação;
Alienação por venda, com licitação
A Lei 8666/93 – Art. 17 - § 6º -
Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior
ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea b, desta lei, a Administração poderá permitir
o leilão.

LEILÃO : “ é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de


bens móveis inservíveis para Administração ... , a quem oferecer o maior lance, igual
ou superior ao valor da avaliação”.
Art. 17 - § 6º - Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em
quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea b, desta lei, a
Administração poderá permitir o leilão.
Limite de que trata a lei: R$650.000,00.
Alienação sem Licitação
A Lei 8666/93 – Art. 17
a) Doação - permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,
após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica,
relativamente à escolha de outra forma de alienação;
b) Permuta - permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da
Administração Pública:
c) ...
d) ...
e) Venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades
da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) Venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.(grifo
nosso).

24
LEGISLAÇÃO

LEI Nº 4.320, DE 17 DE MARÇO 1964

DOU de 23.3.64
Retificação no DOU de 9.4.64 – 5.5.64 e 3.6.64

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para Elaboração e Controle dos Orçamentos
e Balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
............................................................

Art. 15 - Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo, por


elementos.
§ 1º - Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material,
serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para consecução
dos seus fins.
§ 2º - Para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o
de duração superior a 2 (dois) anos.

................................................................

CAPÍTULO III - Da Contabilidade Patrimonial e Industrial

Art. 94 - Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com


indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e
dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.
Art. 95 - A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis.
Art. 96 - O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário
analítico de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração sintética na
contabilidade.
Art. 97 - Para fins orçamentários e determinação dos devedores, ter-se á o registro
contábil das receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.
Art. 98 - A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12
(doze) meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de
obras e serviços públicos.
Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações
que permitem verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os
respectivos serviços de amortização e juros.
Art. 99 - Os serviços públicos industriais, ainda que não organizados como empresa
pública ou autárquica, manterão contabilidade especial para determinação dos custos,
ingressos e resultados, sem prejuízo da escrituração patrimonial e financeira comum.
Art. 100 - As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da
execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as
superveniências e insubsistências ativas e passivas, constituirão elementos da conta
patrimonial.

...........................................................

Art. 106 - A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá às normas seguintes:


I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a
conversão,quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;
II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de
construção;
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras.

25
§ 1º - Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda
estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda
nacional.
§ 2º - As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie
serão levadas à conta patrimonial.
§ 3º - Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

LEI Nº 8.666 DE 21 DE JUNHO DE 1993.


Seção VI
Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de


interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da


administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as
entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de
concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração


pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f e h;
(Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art.
24 desta Lei;

d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de


governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,


locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou
efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração
pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de


7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração

26
Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196,
de 2005)

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,


locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área
de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de
programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou
entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta


nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após


avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha
de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração


Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação


específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da


Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da


Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas
as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica
doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.

§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito


real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se: (Redação dada
pela Lei nº 11.196, de 2005)

I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a


localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II - a pessoa física que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão
competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura e moradia sobre área
rural situada na região da Amazônia Legal, definida no art. 2o da Lei no 5.173, de 27 de
outubro de 1966, superior à legalmente passível de legitimação de posse referida na
alínea g do inciso I do caput deste artigo, atendidos os limites de área definidos por ato
normativo do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) (Regulamento)

§ 2o-A. As hipóteses da alínea g do inciso I do caput e do inciso II do § 2o deste


artigo ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes
condicionamentos: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

27
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja
comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de
2005)

II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e


administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)

III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei


agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou
administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de
2005)

IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso


de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei
nº 11.196, de 2005)

§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de


2005)

I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento


ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei
nº 11.196, de 2005)

II - fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, vedada a dispensa de


licitação para áreas superiores a esse limite; e (Redação dada pela Medida Provisória nº
422, de 2008).

III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na
alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo.
(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº
9.648, de 1998)

I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou


resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço
nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por
cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei
nº 9.648, de 1998)

II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder


Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a
usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas
unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão,


obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob
pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público
devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel


em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão

28
garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883,
de 1994)

§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia


não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração
poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-
se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por
cento) da avaliação.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da
autoridade competente, observadas as seguintes regras:

I - avaliação dos bens alienáveis;

II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;

III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.


(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

29
GESTÃO DE ALMOXARIFADO

1. Conceito de Almoxarifado:

Unidade administrativa que tem por finalidade suprir de material, na quantidade certa, no
momento certo e na qualidade certa, pelo menor custo possível, todas as demais
unidades dos órgãos ou entidade para que possam cumprir sua missão.

Curiosidade:
A origem da palavra almoxarifado teve origem na Península Ibérica (765 a 1031),
quando ocorreu a invasão árabe. O vocábulo al-xarif designava a pessoa de
confiança do Sultão, responsável pela guarda dos bens do seu senhor.

2. Gestão do Almoxarifado

Para uma boa gestão do almoxarifado, o gestor deve munir-se de adequadas técnicas
de quantificação e previsão a fim de fornecer material, de forma contínua, para que não
haja solução de continuidade no processo produtivo. E, para isso, é necessário conhecer
as características dos materiais sob sua responsabilidade. A classificação dos materiais
possibilita esse conhecimento

3. Classificação de Materiais de Almoxarifado


“A classificação é o processo de aglutinação de materiais por características
semelhantes. Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques depende
fundamentalmente de bem classificar os materiais da empresa.”. Alguns tipos de
classificação são os citados abaixo:

3.1) Por tipo de demanda:

 materiais de estoque
“São materiais que devem existir em estoque e para os quais são
determinados critérios e parâmetros de ressuprimento automático, com
base na demanda prevista” [...]

Exemplos:
 30.07 – Gênero de alimentação;
 30.09 – Material farmacológico;
 30.16 – Material de expediente;
 30.17 – Material de processamento de dados;

30
 30.21 – Material de copa e cozinha;
f. 30.22 – Material de limpeza e produtos de higienização.
 materiais não de estoque
“São materiais de demanda imprevisível para os quais não são
definidos parâmetros para o ressuprimento automático.” Sua
aquisição somente pode ser efetuada por solicitação direta do
usuário.
Exemplos
 30.52 – Equipamentos e material permanente
 30.XX – Material de expediente personalizado.

c) materiais críticos
São materiais de reposição específica de um equipamento, de demanda
imprevisível. A decisão de estocar ou não tem por base a análise do risco que a
produção corre, caso esses materiais não estejam disponíveis quando necessário.
Exemplo:
30.28 – Material de proteção e segurança.

3.2) Perecibilidade (perder propriedades físico-quimicas)


Classifica o material de acordo com sua probabilidade de perecimento ou não,
facilitando recomendações quanto sua preservação, sua adequada embalagem,
além de seu controle quanto: a) determinação dos lotes de compras; b) o
adequado armazenamento e manuseio; c) programação de revisões
periódicas para detectar falhas de estocagem e baixa de materiais sem
condições de utilização.

São agentes causadores do perecimento dos materiais:


 ação higroscópica (absorve vapor d’água da natureza);
 limitação do tempo (perde a validade);
 instabilidade natural (pode sofrer reações químicas, em função da presença de outros
materiais);
 volatilidade (evaporam);
 contaminação da água (óleos)
 ação da gravidade (a estocagem incorreta pode ocasionar deformações físicas);
 queda, colisão, vibração (deforma, inutiliza);

31
 mudança de temperatura (se armazenado em temperatura diferente da
recomendada). Ex. Viscosidade.
 pela ação da luz (se degradam com a incidência da luz). Exemplo: água mineral.
 Por ação da atmosfera (oxidação, por exemplo);
 Ação de animais daninhos (ataque de insetos, ratos, etc.)

3.3) Periculosidade (oferecem riscos às pessoas e ao patrimônio)


São produtos químicos e gases que possuem incompatibilidade com outros produtos,
devendo por tanto ter tratamento especial quanto manuseio, transporte e
armazenamento.

4. Especificação de Material

A especificação do material é a “descrição das características de um material, com


finalidade de identificá-lo e distinguí-lo de seus similares”
A especificação quando detalhada e completa, evita a compra de materiais em desacordo
com as necessidades.

Lei 10.520/002 (Pregão)


Art. 3º - ... II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas
especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a
competição.”

“A descrição padronizada de um material, obedece a determinados critérios racionais,


entre os quais merecem destaque:
 a denominação deverá, em princípio, ser sempre no singular;
 a denominação deverá prender-se ao material especificamente e não a sua forma
de embalagens, apresentação ou uso.” VIANA(2000, p.51)

4.3 Estrutura da especificação:

a) Nome básico: primeiro termo da especificação: lâmpada, sabão)


b) Nome modificador: termo complementar: lâmpada fluorescente; sabão
líquido.
c) Características físicas: propriedades físicas, densidade, peso específico,
granulometria, viscosidade, dureza, resistência, sabor,

32
d) Unidade metrológica – unidade de fornecimento (unidade de fornecimento x
unidade de controle da empresa)
e) Medidas – hp, cv (potência), hz (freqüência), V (voltagem)
f) Característica de fabricação: acabamento, processo de fabricação.
g) Característica de operação: garantias exigidas, testes a serem executados,
testes de aceitação.
h) Cuidados com relação ao manuseio e armazenagem: devem ser
fornecidos todos os detalhes sobre manuseio, transporte e precauções com
relação a preservação e armazenagem dos materiais.

4.4 Gestão de Estoques

Qualquer estudo referente a estoque envolve previsão de um certo material. A


previsão de consumo estabelece as estimativas futuras dos itens consumidos pela
instituição federal.
A Gestão de estoques cuida da programação da necessidade dos itens, do
acompanhamento das quantidades existentes em estoque, dos prazos de entrega dos
fornecedores e do controle dos níveis de estoque.
O principal instrumento de acompanhamento da movimentação dos estoques é a
Ficha de Estoques ou Ficha Financeira, que é o sistema de registro, manual ou
informatizado, das entradas e saídas dos itens num determinado período.
Através da comparação entre períodos de fornecimento, as quantidades
solicitadas e os usuários (clientes internos), as informações podem ser cruzadas com as
demandas mensais para se chegar às seguintes conclusões:
- existência ou não de um cliente interno principal para determinado item;
- tipo de consumo mensal.
A previsão de estoques, para ser realizada, necessita da análise de alguns
indicadores de estoques, da demonstração das formas de evolução de consumo, de
técnicas quantitativas para o cálculo da previsão de consumo e cálculo de estoque.

33
ESTÁGIOS PARA A ORGANIZAÇÃO OU REORGANIZAÇÃO DO ALMOXARIFADO

NORMATIZAÇÃO

Essa função preocupa-se com a formalização de critérios e princípios


estabelecidos para que as atividades ou funções do Sistema de Administração de
Materiais sejam obedecidas. A Normatização é conseqüência direta da gestão de
estoques e subsidia as demais funções, isto é, padronização, especificação,
classificação, codificação, catalogação, a própria aquisição e os subsistemas de
Armazenamento e de patrimônio.
A finalidade da Normatização para esse Sistema é a de estabelecer normas
específicas para disciplinar sua abrangência, forma de atuação e suas inter-relações com
outros sistemas administrativos. Assim, há normas específicas de padronização,
especificação, codificação, etc., necessárias conforme a amplitude do sistema
administrativo em estudo.
Vantagens da Normatização:
I. Elimina dúvidas com relação a critérios individuais ou aleatórios;
II. Elimina barreiras de comunicação, pois as normas são estabelecidas
formalmente;
III. Economiza tempo, quando há poucas normas em vigência;
IV. Diminui a possibilidade de repetição de tarefas, quando as normas são claras e
Objetivas.

ESPECIFICAÇÃO

É a descrição minuciosa, dentro de uma técnica estabelecida, que permite a exata


caracterização e identificação do material.
A Especificação deve conter, entre outros dados, a descrição clara do que se
pretende adquirir e as condições técnicas a que devem ficar sujeitos os materiais.
A Especificação deve ser ampla e pode abranger:
a) Unidade de Medida: quilo, metro, metro quadrado, polegada, etc.
b) Formato do Material : redondo, quadrado, cilíndrico, etc.
c) Dimensões: quais as medidas do material ( comprimento, altura e largura).
d) Construção: do que é feito o material.
e) Composição : qual o material, pela mistura de diversas matérias-primas.
f) Durabilidade: qual o prazo de validade do uso do material.
g) Eficiência: qual a ação ou efeitos produzidos, de acordo com as condições de uso.
h) Textura: qual o entrelaçamento ou a trama, no caso de fios de tecido.
i) ETC...

PADRONIZAÇÃO

A imposição de uso, produção ou compra de determinado tipo e qualidade de


material, é conseqüência da especificação e racionalização. Esse método visa reduzir
diferenças, estendendo o emprego de material ao maior número possível de aplicações.
Reduz a quantidade de itens, fazendo com que cada um tenha o máximo de
aproveitamento. Elimina variedades desnecessárias, com economia de dinheiro, tempo e

34
espaço. Uma boa administração pressupõe um mínimo de padronização nas compras e
estocagem de materiais.
Com a Padronização, uniformiza-se tamanhos, qualidades e desempenhos,
fixando uma disciplina em relação aos materiais usuais, quer sejam fabricados, quer
sejam comprados e utilizados na organização.
Ela tem os seguintes objetivos:
I. Diminuir o número de itens em estoque, mediante programas que evitem a variedade
de produtos da mesma classe;
II. Simplificar o trabalho de estocagem, reduzindo esforço e instalações, pela diminuição
da variedade de itens manuseados;
III. Permitir a obtenção de melhores preços, pela compra de quantidades maiores de
itens padronizados;
IV. Reduzir o trabalho do Sistema pela diminuição da quantidade de processos
licitatórios, de inspeção e conferência de materiais e processando menor quantidade
de ordens de pagamento;
V. Especializar o pessoal e melhorar o nível de serviço pela concentração sobre menor
quantidade de itens.
VI. Diminuir os custos de estocagem, pela simplificação e redução dos encargos e
otimizar o controle de estoques, pelas reduções do capital empatado na formação de
estoque e do trabalho de escrituração e inventários.
VII. Economizar em consertos e substituição de peças, pois quanto maior a familiaridade
com peças padronizadas por parte dos servidores da instituição federal, menor a
dificuldade de manuseá-las, consertá-las e substituí-las.
VIII. Obter maior qualidade e uniformidade dos serviços executados, pela adoção de
material de boa qualidade, que atenda às necessidades da instituição, uniformizando
o manuseio, a estocagem e a utilização.

CLASSIFICAÇÃO

Classificar materiais significa ordená-los segundo critérios preestabelecidos,


agrupá-los conforme as características semelhantes ou não, sem, contudo, ocasionar
confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade, em virtude de contatos com
outros materiais.
Qualquer sistema de Classificação torna-se eficaz quando as classes principais
são estabelecidas e em seguida subdivididas, comportando nova divisão até que o nível
desejado de distribuição seja atingido.
Os grupos de materiais de consumo mais utilizados são os seguintes:

35
CLASSE GRUPO DE MATERIAIS
Materiais de Escritório: lápis, caneta, borracha, papel sulfite,
01 formulário contínuo, fita adesiva, almofada para carimbo, etc.
Materiais de Limpeza: cera para assoalho, sabão líquido, sabão em
02 pó, sabão em pedra, esponja, sabonete, detergente, desinfetante,
etc.
03 Materiais Elétricos : fio, fusível, lâmpada, conduite, etc
Gêneros Alimentícios: feijão, arroz, açúcar, biscoito, bolacha, óleo
04 comestível, etc.
Combustíveis e Lubrificantes: álcool carburante, querosene,
05 gasolina, óleo combustível, óleo lubrificante, etc.
Materiais Farmacêuticos: éter, algodão hidrófilo, esparadrapo, água
06 oxigedana, termômetro, etc.
Materiais de Laboratórios: copos graduados, tubos de ensaio,
07 reagentes químicos, termostato, etc.
Materiais de Construção : tijolos, cimento, cal hidratada, areia fina,
08 areia grossa, arenoso, brita, parafuso, prego, tintas em geral, etc.
Material Esportivo: bola de basquete, bola de futebol, uniforme
09 desportivo, etc.

CODIFICAÇÃO

A Codificação é uma resultante da classificação e especificação. São imperativos


da moderna organização, principalmente com o uso do sistema informatizado.
Na Codificação, deve-se adotar um código alfabético, numérico ou alfanumérico,
para facilitar a identificação, o controle, a localização e o fornecimento de materiais,
dando maior rapidez ao atendimento, pois é impossível memorizar as denominações e
características dos materiais quando a variedade é muito grande.
O Código Numérico é o mais simples. Para a sua adoção, procede-se da seguinte
forma: listam-se os itens em rigorosa ordem alfabética; numerando-os em ordem. Pode-
se numerar os pares, deixando os ímpares para futuras inclusões, ou deixar números em
branco para essa finalidade.
O Código Decimal, uma adaptação do método Melville-Dewey, muito utilizado na
classificação de livros. Para codificar através desse método, é imprescindível primeiro
classificar os materiais em grupo. Esse código utiliza grupos de dígitos denominados
chaves.

36
O método mais usual é o seguinte:
Chaves

1ª. 2ª. 3ª.


xx xx xx
Aglutinadora - Chave dos grandeGrupos

Individualizadora - Chave que identifica


materiais do grande grupo

Descritiva - Chave que caracteriza o


material, especificando-o.

Na chave aglutinadora, os materiais são agrupados dentro de uma denominação


genérica. Ela aglutina grupos, indicando a classificação dos materiais de cada grupo. Na
chave individualizadora são estabelecidos os grandes grupos, subdivididos em novas
classes, que agrupam todos os materiais possíveis.
A chave descritiva agrupa o material, descrevendo suas características
primordiais. Individualiza e descreve o material, tornando-o inconfundível. Em certos
casos, refere-se à própria especificação do material. Exemplos de Codificação:

01.00.000 - Materiais de escritório


01.01.00 - Lápis
01.01.01 - Lápis preto nº. 1
01.01.02 - Lápis preto nº. 2
01.01.03 - Lápis preto nº. 3
... ...
07.00.000 - Materiais de Conservação
07.01.00 - Tintas
07.01.01 - Tinta de alumínio, em lata de 0,4 L
07.01.02 - Tinta de alumínio, em lata de 1,0 L
07.01.03 - Tinta anticorrosiva
... ...
07.01.56 - Tinta sintética de acabamento, em lata de 1,0 L
07.01.57 - Tinta sintética de acabamento, em lata de 18,0 L
07.02.00 - Material elétrico
07.02.01 - Condutor elétrico, paralelo, branco, nº. 12
07.02.02 - Condutor elétrico, paralelo, branco, nº. 14

CATALOGAÇÃO

Consiste em relacionar em sistema de fichas ou listagens todos os materiais


existentes em estoque, em uso.
Além do nome do artigo, na catalogação deve constar a especificação do material,
com todas as informações, tanto para compra quanto para a requisição. O resultado da
catalogação será o CATÁLOGO DE MATERIAIS. Ele deve ser atualizado

37
periodicamente e é imprescindível quando as operações do Sistema de Materiais são
distribuídas por diversas Unidades Administrativas, em locais diferentes.
Sua elaboração deve ser orientada pela padronização, especificação,
classificação e codificação, de maneira a adequar o seu conteúdo às normas vigentes da
administração, bem como, à racionalidade de seu uso.

5. Atividades Básicas de Almoxarifado


As principais atividades de um almoxarifado são basicamente as seguintes:

a) Recebimento;
b) Estocagem e
c) Distribuição

6. Atividade de Recebimento

“Conjunto de operações que envolvem a identificação do material


recebido, o confronto do documento fiscal com o pedido, a inspeção
qualitativa e quantitativa do material e a aceitação formal do
mesmo.”

Recebimento é o ato da entrega de um bem ao órgão no local previamente designado,


não importando sua aceitação.

Documentos hábeis para o recebimento provisório são:


 Nota Fiscal, Fatura e Nota Fiscal/Fatura;
 Termos de Cessão ou de Doação;
 Guia de Remessa de Material ou
 Nota de Transferência.

Lei 8666/93
Art. 73 - Executando o contrato, o seu objeto será recebido:
II - em se tratando de compras [...]:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação de conformidade do material com
a especificação.
b) definitivamente, após verificação da qualidade e quantidade do material econseqüente
aceitação.
Parágrafo 1º - Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento
far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.

7. Atividades de Estocagem

“Conjunto de operações relacionadas com a guarda do material. A


estocagem constitui um ponto vital na formação do conjunto de
atividades de Armazenagem, exigindo técnicas específicas para o
alcance da eficiência, da racionalização e da economia desejadas.”

38
Finalidade

A guarda, localização, segurança e preservação do material adquirido.

7.1 Fatores que influenciam o processo de estocagem:

 Rotatividade dos materiais – maior índice de rotatividade ou giro de estoque, mais


próximos dos locais de embalagem e expedição.
 Peso/volume dos materiais – itens volumosos e pesados, mas próximos das
saídas para evitar maior esforço.
 Fenômenos naturais (sol direto, calor excessivo, vento, chuva e umidade) –
interfere na localização de cada material.
 Natureza dos materiais – deve-se separá-los, para estocagem, respeitando suas
características próprias.
Ex.: altamente inflamável, facilmente carbonizáveis, explosivos, que
emitem cheiro, perecíveis, etc.

7.2 Diretrizes da Estocagem

Na Estocagem devem ser observadas as seguintes diretrizes:

 Evitar furto ou roubo;


 Proteger contra ação dos perigos mecânicos, das ameaças climáticas e dos
animais daninhos;
 Possibilitar fácil inspeção e rápido inventário;
 Estocar próximos às áreas de expedição, materiais com maior rotatividade;
 Deixar livre acesso às áreas de emergência, aos extintores de incêndio;
 Concentrar em locais próximos materiais de mesma classe;
 Estocar nas partes inferiores das estantes matérias mais pesados e/ou
volumosos;
 Conservar materiais nas embalagens originais, somente sendo abertas, quando
do fornecimento parcelado;
 Manter a face da embalagem (ou etiqueta) voltada para o lado do acesso ao local
de armazenagem;
 Atentar para a segurança das alturas das pilhas;
 Proibir terminantemente fumar no interior do almoxarifado;
 Permitir só entrada pessoas autorizadas;
 Não estocar quaisquer tipos resíduos de material;
 Utilizar o Método PEPS – Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai.

7.3 Unidade de estocagem

39
É a estrutura destinada à arrumação, localização e segurança de estoque.

Tipos:

a) Estante – estrutura desmontável, metálico ou de madeira, própria para material de


menor peso e/ou volume.
b) Estrado ou pallet – estrutura metálica, plástica ou de madeira tratada, destinada a
estocagem de material pesado e/ou volumoso, ou, que por sua própria natureza, não
seja recomendado sua estocagem em estantes.

7.4 Localização do material

É o endereço do material dentro do armazém.


É o código formado por algarismos e letras

7.5 Movimentação de material

Consiste nas operações de mudança de localização do material dentro do armazém ou


seu transporte para entrega. Para isso, necessita de equipamentos adequados de acordo
com o material e o tipo de armazenamento.

7.6 Codificação de materiais.


“Consiste em ordenar os materiais da empresa segundo um plano metódico e
sistemático.”
Define uma catalogação de todos os materiais componentes do estoque da entidade.
Agrupa os materiais segundo sua forma, dimensão, peso, tipo, uso, etc., buscando
correta especificação.

7.6.1 Formação do código do material:


As Portarias Nº 448/02-STN (Classificação da despesa)
A Portaria 448/02-STN faz a classificação até o elemento de despesa. Ex. 3.3.3.90.30
Grupo – define o elemento de despesa a que pertence o material.
30.00 – Material de Consumo;
31.00 – Material para Premiações
32.00 – Material Distribuição Gratuita
Família (subgrupo) – é a família a que pertence o material (Portaria nº 49/08).
30.01 – Combustíveis e lubrificantes automotivos
30.07 – Gênero de alimentação
30.16 – Material de expediente

40
Código - é a especificação do material (modelo, tamanho, cor, etc.) (Sistema Sapiens)
30.16.XXXX – o número do item é fornecido pelo sistema de almoxarifado, quando do
cadastro do material.
Exemplos

1. Material 30.16.0053.

30. Material de Consumo (grupo).


30.16.0000 - Material de expediente (família).
30.16.0053 - Caneta esferográfica azul (código).

2. Material 31.01.0001

31. Material para Premiações Culturais, Desportivas, etc. (grupo).


31.01.0000 – Premiações Culturais (família).
31.01.xxxx – Medalha de Ouro (código).

3. Material 32.04.0001(Grupo)

32. Material de Distribuição Gratuita (grupo).


32.04.0000 – Material Educacional e Cultural (família).
32.04.xxxx - Livro Didático. (código).

8. Distribuição do Material

“Conjunto de operações próprias relacionadas com a expedição do


material, que envolve a acumulação do material recebido da
estocagem, a embalagem adequada e a entrega ao requisitante.”
SANTOS (2003)

8.1 Requisição do Material

A requisição é o documento que permite a baixa do material em estoque.


É um documento oficial, deverá conter no mínimo:
1. descrição padronizada do material;
 ser assinado por pessoa autorizada;
 constar quantidade dentro da necessidade do requisitante, dentro dos padrões
previamente estabelecidos pelo almoxarifado.

41
DESFAZIMENTO

Consiste no processo de exclusão de um bem do acervo patrimonial da instituição, de


acordo com a legislação vigente e expressamente autorizada pelo dirigente da unidade
gestora.

Em geral, o processo de desfazimento deverá ser composto por:

 Portaria de designação da comissão de desfazimento;


 Relação dos bens para desfazimento;
 Laudo de avaliação;
 Justificativa do desfazimento;
 Contrato, conforme a modalidade de desfazimento;
 Relação de bens baixados no processo.

PASSOS PARA SE FAZER UM TRABALHO DE DESFAZIMENTO DE BENS


PÚBLICOS

1. Inventário descritivo dos bens.


2. Levantamento dos bens: identificar, agrupar, mensurar (resulta na contagem
das unidades componentes da massa patrimonial).
3. Arrolamento: colocar os bens em lista.
4. Avaliação: atribuir valor e mérito ao objeto a ser avaliado.
5. Distribuição do material em lotes, facilitando sua classificação descritiva no
inventario.
6. Obedecer aos prazos estipulados para a realização dos certames: de trinta
dias para concorrência, quinze dias para leilão e três dias úteis para convite,
que deverão ser contados da primeira publicação no Diário Oficial da União.

COMO PODE OCORRER A MOVIMENTAÇÃO, ALIENAÇÃO E OUTRAS FORMAS DE


DESFAZIMENTO DE BENS PÚBLICOS

Depois de realizado o inventário por comissão específica, esta poderá detectar que
alguns bens não estão sendo utilizados pela unidade, podendo vir a ter um melhor
destino e aproveitamento, que será realizado de acordo com o interesse público e se
processará da seguinte forma:

42
1. Por transferência – modalidade de movimentação de material de acervo, com
troca de responsabilidade, de uma unidade para outra, dentro do mesmo órgão ou
da mesma esfera de governo.

1. Por cessão* – modalidade de transferência de acervo, com transferência gratuita


de posse e troca de responsabilidade, mas não de domínio.

1. Por alienação – operação de transferência do direito de propriedade do material,


mediante venda, permuta ou doação, quando da ocorrência de obsoletismo,
inadequação ou imprestabilidade do bem. (conforme lei n.º 8666/93)

2. Por doação: permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após
avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica relativamente à
escolha de outra forma de alienação, não devendo acarretar quaisquer ônus para
os cofres públicos.

1. Por permuta: permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da


Administração Pública.

2. Por venda: Os bens inservíveis classificados como irrecuperáveis ou


antieconômicos poderão ser vendidos mediante concorrência, leilão ou convite.

3. Inutilidade ou abandono
Verificada a impossibilidade ou inconveniência da alienação de material
classificado como irrecuperável, a autoridade competente determinará sua
descarga patrimonial e sua inutilização ou abandono, após a retirada das partes
economicamente aproveitáveis, porventura existentes, que serão incorporadas ao
Patrimônio.

A inutilização consiste na distribuição total ou parcial de material que ofereça


ameaça vital para pessoas, risco de prejuízo ecológico, ou inconveniente de
qualquer natureza, para a Administração Pública Federal.

Os desfazimentos por inutilização e abandono deverão ser documentados mediante


termos de inutilização ou de justificativa de abandono, os quais integração o
respectivo Processo de Desfazimento.

43
COMO CONSIDERAR UM BEM PERMANENTE PARA DESFAZIMENTO
(Decreto nº 9.373/2019)

O material considerado genericamente inservível para a repartição, órgão ou entidade


que detém sua posse ou propriedade, observando o seguinte quanto à destinação do
material:

I. Ocioso – quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo


aproveitado;
II. Recuperável – quando sua recuperação for possível e orçar, no âmbito, a
cinquenta por cento de seu valor de mercado;
III. Antieconômico – quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento
precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo;
IV. Irrecuperável – quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina,
devido à perda de suas características ou em razão da inviabilidade econômica de
sua recuperação.

A Lei restringe a dispensa de licitação para a doação a casos de interesse social.


Qualquer doação de bem público pressupõe interesse público. Por óbvio, não se admite
liberalidade à custa do patrimônio público. A regra legal impõe à Administração que
verifique se a doação consiste na melhor opção, inclusive para evitar a manutenção de
concepções paternalistas acerca do Estado.

O princípio da Impessoalidade da Administração Pública não permite a referida


"concepção paternalista", que poderia ocasionar a má utilização de dinheiros públicos e o
desvirtuamento da Administração Pública, que se desviaria do caminho de buscar o bem
comum.

Nesse passo, com base na legislação aplicável à hipótese, pode o Poder Legislativo ou
Judiciário, com base no princípio da razoabilidade, emprestar, alienar ou doar bens
móveis inservíveis que estão sob o seu controle patrimonial, sem qualquer ingerência do
Poder Executivo.

Com essa delineação, é razoável que os bens obsoletos e inservíveis sejam, primeiro,
oferecidos aos demais órgãos da Administração Pública e só, num segundo plano,
ofertados a entidades particulares de interesse público.

44
A doação de bens públicos, para ter eficácia no Direito Administrativo, exige a satisfação
de requisitos próprios para a sua efetivação.

Como se vê, cuidando-se de bens do patrimônio público, o administrador deles não pode
dispor ao seu talante; é imprescindível que ele percorra todo o caminho traçado pela lei,
sob pena de burla ao princípio da legalidade.

Portanto, a doação de bens móveis encontra-se sujeita aos seguintes requisitos legais:
existência de interesse público exaustivamente justificado, avaliação e licitação, sendo
esta dispensada quando os fins e a utilização têm interesse social. Não poderá, pois, ser
realizada em proveito pessoal ou particular.

DOAÇÃO
1. Solicitação do interessado;
2. Relação dos bens disponíveis para doação;
3. Autorização da autoridade competente;
4. Parecer da Consultoria Jurídica;
5. Termo de Doação;
6. Registros contábeis;
7. Informação ao Órgão Centralizador;
8. Entrega do bem e
9. Baixa patrimonial.

PERMUTA
 Manifestação das partes;
 Relação dos bens arrolados;
 Parecer da Consultoria Jurídica;
 Termo de Permuta;
 Registros contábeis;
 Troca dos bens;
 Registros patrimoniais (inclusão e baixa)

LEILÃO
 Relação dos bens inservíveis;
 Declaração de inservibilidade;
 Autorização competente para realização do leilão;

45
 Parecer jurídico;
 Nomeação de Comissão (3 servidores);
 Contratação do leiloeiro oficial ou
 Designação do Servidor responsável pelo leilão;
 Realização do leilão;
 Entrega do bem;
 Registros contábeis;
 Baixa patrimonial.

INVENTÁRIO

Processo de contagem física da existência dos bens para posterior confronto com os
registros dos bens no patrimônio e com os registros contábeis.

A Lei 4320/64, artigos 94, 95 e 96, determina:

a) Registros analíticos (Setor de Patrimônio);


b) Registros sintéticos (Setor Contábil)
c) Realização de inventário.

Comissão de inventário
A comissão deve ser constituída, no mínimo, de 03 servidores, conhecedores da área
de patrimônio, dos quais um, obrigatoriamente, pertencerá ao setor de patrimônio do
próprio órgão.

Atribuições:
 Conferir os bens patrimoniais existentes, à vista dos dados cadastrais;
 Promover o exame físico dos bens quanto à especificação, quantidade,
estado de conservação e valor;
 Completar, retificar, avaliar e regularizar o registro e as especificações e
proceder a qualquer outra anotação relacionada aos bens patrimoniais,
sempre que preciso; e
 Apresentar, quando necessário, relatório circunstanciado dos fatos
apurados nos levantamentos realizados.

46
AUDITORIA DOS BENS PATRIMONIAIS

Auditoria “é um exame analítico de determinada operação, com o objetivo de atestar sua


validade” ou para verificar se os procedimentos estão de acordo com as recomendações
das normas e da boa técnica.

Tipos de auditoria:
Auditoria Interna
Executada por agentes da própria organização.
Auditoria Externa
Executada por agentes externas à organização.

Técnicas de auditoria:
Procedimentos adequados para se verificar a veracidade da operação.
Exame Físico
a) Verificar Existência física (comprovação visual);
b) Verificar a Identificação (características físicas);
c) Comprovar a qualidade (condições de uso).

Auditoria Interna
Unidade ou servidor responsável pela realização da auditoria. Devem estar subordinada
(o) hierarquicamente a um nível superior ao Controle dos Bens Patrimoniais e à
Contabilidade para maior independência.
A auditoria externa é executada pelo Tribunal de Contas e assemelha-se em
importância, finalidade e práticas à auditoria interna.
O trabalho da auditoria externa é sobre-maneira facilitada quando a auditoria interna ou
o controle interno é bem estruturado.
Programa de auditoria ordinária
Objeto:
 Bens Patrimoniais Permanentes.

Objetivo geral
“Verificar se as atividades de recebimento, cadastramento, registro,
movimentação e controle dos bens móveis permanentes estão sendo
desenvolvidas de acordo com a legislação pertinente e práticas
recomendadas.”

47
Objetivos específicos:

 Levantar dados contábeis, informados pelos jurisdicionados para subsidiar


análises posteriores;
 Verificar a existência de instrumentos normativos capazes de assegurar a
salvaguarda dos materiais, bem como promover a eficiência operacional
 Apurar se há controle efetivo sobre os bens da administração pública em poder de
terceiros;
 Verificar se os bens de terceiros em poder da administração pública estão sendo
controlados e utilizados na forma dos documentos de cessão.
 Verificar se os materiais incorporados no período e os existentes foram
processados em conformidade com as normas vigentes.
 Verificar se a realização dos inventários vem se processado de acordo com a
legislação vigente e a boa técnica.
 Verificar se as baixas foram devidamente autorizadas, após o devido processo
instruído e fundamentado.

48
DECRETO Nº 9.373, DE 11 DE MAIO DE 2018

Dispõe sobre a alienação, a cessão, a


transferência, a destinação e a disposição
final ambientalmente adequadas de bens
móveis no âmbito da administração pública
federal direta, autárquica e fundacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe confere o art.


84, caput , incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e na Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010,

DECRETA :

Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a alienação, a cessão, a transferência, a


destinação e a disposição final ambientalmente adequadas de bens móveis no âmbito da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional.

Art. 2º No cumprimento ao disposto neste Decreto, aplicam-se os princípios e


objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, conforme o disposto na Lei nº 12.305,
de 2 de agosto de 2010 , em especial:

I - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços


competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas
e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos
naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do
planeta;

II - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis


ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;

III - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

IV - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem


econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; e

V - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos


sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Art. 3º Para que seja considerado inservível, o bem será classificado como:

I - ocioso - bem móvel que se encontra em perfeitas condições de uso, mas não é
aproveitado;

II - recuperável - bem móvel que não se encontra em condições de uso e cujo custo
da recuperação seja de até cinquenta por cento do seu valor de mercado ou cuja análise
de custo e benefício demonstre ser justificável a sua recuperação;

III - antieconômico - bem móvel cuja manutenção seja onerosa ou cujo rendimento
seja precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo; ou

IV - irrecuperável - bem móvel que não pode ser utilizado para o fim a que se
destina devido à perda de suas características ou em razão de ser o seu custo de

49
recuperação mais de cinquenta por cento do seu valor de mercado ou de a análise do
seu custo e benefício demonstrar ser injustificável a sua recuperação.

Art. 4º A cessão, modalidade de movimentação de bens de caráter precário e por


prazo determinado, com transferência de posse, poderá ser realizada nas seguintes
hipóteses:

I - entre órgãos da União;

II - entre a União e as autarquias e fundações públicas federais; ou

III - entre a União e as autarquias e fundações públicas federais e os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios e suas autarquias e fundações públicas.

Parágrafo único. A cessão dos bens não considerados inservíveis será admitida,
excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente.

Art. 5º A transferência, modalidade de movimentação de caráter permanente,


poderá ser:

I - interna - quando realizada entre unidades organizacionais, dentro do mesmo


órgão ou entidade; ou

II - externa - quando realizada entre órgãos da União.

Parágrafo único. A transferência externa de bens não considerados inservíveis será


admitida, excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente.

Art. 6º Os bens móveis inservíveis ociosos e os recuperáveis poderão ser


reaproveitados, mediante transferência interna ou externa.

Art. 7º Os bens móveis inservíveis cujo reaproveitamento seja considerado


inconveniente ou inoportuno serão alienados em conformidade com a legislação aplicável
às licitações e aos contratos no âmbito da administração pública federal direta, autárquica
e fundacional, indispensável a avaliação prévia.

Parágrafo único. Verificada a impossibilidade ou a inconveniência da alienação do


bem classificado como irrecuperável, a autoridade competente determinará sua
destinação ou disposição final ambientalmente adequada, nos termos da Lei nº 12.305,
de 2010.

Art. 8º Na hipótese de se tratar de bem móvel inservível, a doação prevista


na alínea “a” do inciso II do caput do art. 17 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua
oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de
alienação, poderá ser feita em favor: (Redação dada pelo Decreto nº 10.340, de 2020)

I - da União, de suas autarquias e de suas fundações públicas; (Redação dada


pelo Decreto nº 10.340, de 2020)

II - das empresas públicas federais ou das sociedades de economia mista federais


prestadoras de serviço público, desde que a doação se destine à atividade fim por elas
prestada; (Redação dada pelo Decreto nº 10.340, de 2020)

50
III - dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de suas autarquias e
fundações públicas; (Redação dada pelo Decreto nº 10.340, de 2020)

IV - de organizações da sociedade civil, incluídas as organizações sociais a que se


refere a Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998, e as organizações da sociedade civil de
interesse público a que se refere a Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999; ou (Redação
dada pelo Decreto nº 10.340, de 2020)

V - de associações e de cooperativas que atendam aos requisitos previstos


no Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006. (Redação dada pelo Decreto nº 10.340,
de 2020)

Art. 9º Os alienatários e beneficiários da transferência se responsabilizarão pela


destinação final ambientalmente adequada dos bens móveis inservíveis.

Art. 10. As classificações e avaliações de bens serão efetuadas por comissão


especial, instituída pela autoridade competente e composta por três servidores do órgão
ou da entidade, no mínimo.

Art. 11. Sem prejuízo da observância aos princípios e objetivos da Política Nacional
de Resíduos Sólidos, conforme o disposto na Lei nº 12.305, de 2010 , este Decreto não
se aplica:

I - ao Ministério da Defesa e aos Comandos da Marinha, do Exército e da


Aeronáutica;

II - à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia,


quanto a bens apreendidos; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.340, de 2020)

III - aos órgãos e às entidades com finalidades agropecuárias, industriais ou


comerciais, quanto à venda de bens móveis por eles produzidos ou comercializados.

Art. 12. Observada a legislação aplicável às licitações e aos contratos no âmbito da


administração pública federal direta, autárquica e fundacional, os bens móveis adquiridos
pela União, autarquias e fundações públicas federais para a execução descentralizada de
programa federal poderão ser doados à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios e às suas autarquias e fundações públicas e aos consórcios intermunicipais,
para exclusiva utilização pelo órgão ou entidade executor do programa.

Parágrafo único. Na hipótese do caput , quando se tratar de bem móvel


permanente, o seu tombamento poderá ser feito diretamente no patrimônio do donatário,
lavrando-se registro no processo administrativo competente.

Art. 13. O disposto no art. 8º não se aplica às aeronaves, simuladores e demais


produtos aeronáuticos cedidos, até a data de publicação deste Decreto, para utilização
na formação e adestramento de pessoal de aviação civil, pela Agência Nacional de
Aviação Civil - ANAC a aeroclubes, que poderão ser a estes doados, dispensada a
licitação, desde que comprovados os fins e uso de interesse social e após avaliação de
sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra
forma de alienação.

51
Parágrafo único. O disposto no caput também se aplica às aeronaves, simuladores
e demais produtos aeronáuticos doados pela União e revertidos ao patrimônio da ANAC
por descumprimento do encargo até a publicação deste Decreto.

Art. 13-A. A Agência Nacional de Águas - ANA, poderá doar, dispensada a


licitação, à Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM, ou a outra empresa
pública federal prestadora de serviço público, bens móveis utilizados no
acompanhamento, na operação e na manutenção de estações hidrometeorológicas,
desde que comprovados os fins e o uso de interesse social na prestação de serviço
público, inclusive o uso na Rede Hidrometeorológica Nacional, e, após avaliação de sua
oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de
alienação. (Incluído pelo Decreto nº 10.340, de 2020)

Art. 14. Os equipamentos, as peças e os componentes de tecnologia da


informação e comunicação classificados como ociosos, recuperáveis ou antieconômicos
poderão ser doados: (Redação dada pelo Decreto nº 10.340, de 2020)

I - a organizações da sociedade civil de interesse público e a organizações da


sociedade civil que participem do programa de inclusão digital do Governo federal;
ou (Incluído pelo Decreto nº 10.340, de 2020)

II - a organizações da sociedade civil que comprovarem dedicação à promoção


gratuita da educação e da inclusão digital. (Incluído pelo Decreto nº 10.340, de 2020)

Art. 15. Os resíduos perigosos serão remetidos a pessoas jurídicas inscritas no


Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos, conforme o disposto no art. 38
da Lei nº 12.305, de 2010 , contratadas na forma da lei.

Art. 16. Os símbolos nacionais, as armas, as munições, os materiais pirotécnicos e


os bens móveis que apresentarem risco de utilização fraudulenta por terceiros, quando
inservíveis, serão inutilizados em conformidade com a legislação específica.

Art. 17. O Ministério da Economia poderá: (Redação dada pelo Decreto nº 10.340,
de 2020)

I - expedir instruções complementares necessárias para a execução do disposto


neste Decreto; e

II - estabelecer, por meio de sistema de tecnologia da informação, solução


integrada e centralizada para auxiliar na operacionalização das disposições deste
Decreto.
Art. 18. Ficam revogados:
I - o Decreto nº 99.658, de 30 de outubro de 1990 ; e
II - o Decreto nº 6.087, de 20 de abril de 2007 .

Art. 19. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 11 de maio de 2018; 197º da Independência e 130º da República.

52
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 205, DE 8 DE ABRIL DE 1988.

Objetiva racionalizar, com minimização de custos, o uso de material no âmbito do


SISG, através de técnicas modernas que atualizam e enriquecem essa gestão com as
desejáveis condições de operacionalidades, no emprego do material nas diversas
atividades.

O Ministro-chefe da Secretaria de Administração Pública da Presidência da


República – SEDAP/PR, no uso da competência delegada pelos Decretos nº 91.155 de
18.03.85, e nº93.211, de 03.09.86, e considerando que a SEDAP é o órgão Central do
Sistema de Serviços Gerais – SISG (Decreto nº 75.657, de 24.04.75), responsável pela
orientação normativa dos órgãos setoriais integrantes do referido Sistema, resolve:

Baixar a presente Instrução Normativa – IN, com o objetivo de racionalizar com


minimização de custos o uso de material no âmbito SISG através de técnicas modernas
que atualizam e enriquecem essa gestão com as desejáveis condições de
operacionalidades, no emprego do material nas diversas atividades.

Para fins desta Instrução Normativa considera-se:

Material – Designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes,


acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis
de emprego nas atividades das organizações públicas federais, independente de
qualquer fator, bem como aquele oriundo de demolição ou desmontagem, aparas,
acondicionamentos, embalagens e resíduos economicamente aproveitáveis.

DA AQUISIÇÃO

2 – As compras de material para reposição de estoques e/ou para tender


necessidades específicas de qualquer unidade deverão, em princípio, ser efetuadas,
através do Departamento de Administração ou da unidade com atribuições equivalentes
ou ainda. pelas correspondentes repartições que, no território nacional, sejam projeções
dos órgãos setoriais ou seccionais (delegacias, distritos etc.)

RACIONALIZAÇÃO

2.1 – É recomendável que as unidades supracitadas centralizem as aquisições de


material de uso comum a fim de obter maior economicidade, evitando-se a proliferação
indesejável de outros setores de compras.

2.2 – A descrição do material para Pedido de Compra deverá ser elaborada


através de métodos:

2.2.1 – Descritivo, que identifica com clareza o item através da numeração de


suas características físicas, mecânicas, de acabamento e de desempenho, possibilitando
sua perfeita caracterização para a boa orientação do processo licitatório e deverá ser
utilizada com absoluta prioridade, sempre que possível.

2.2.2 – Referencial, que identifica indiretamente o item, através do nome do


material, aliado ao seu símbolo ou número de referência estabelecido pelo fabricante,
não representando necessariamente preferência de marca.

53
2.3 – Quando se tratar de descrição de material que exija maiores conhecimentos
técnicos, poderão ser juntados ao pedido os elementos necessários, tais como: modelos,
gráficos. Desenhos, prospectos, amostras, etc.

2.4 – Todo pedido de aquisição só deverá ser processado após verificação da


inexistência, no almoxarifado, do material solicitado ou de similar ou sucedâneo que
possa atender as necessidades do usuário.

2.5 – Deve ser evitada a compra volumosa de materiais sujeitos, num curto
espaço de tempo, à perda de suas características normais de uso, também daqueles
propensos ao obsoletismo (por exemplo: gêneros alimentícios, esferográficas, fitas
impressoras em geral, corretivos para datilografia, papel carbono e impressos sujeitos a
serem alterados ou suprimidos, etc.)

DO RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO

3 – Recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue ao órgão


público no local previamente designado, não implicando em aceitação. Transfere apenas
a responsabilidade pela guarda e conservação do material, do fornecedor ao órgão
recebedor. Ocorrerá nos almoxarifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva
ali ser estocado ou recebido, caso em que a entrega se fará nos locais designados.
Qualquer que seja o local de recebimento, o registro de entrada do material será sempre
no Almoxarifado.

3.1 – O recebimento, rotineiramente, nos órgãos sistêmicos, decorrerá de:

a) compra;

b) cessão;

c) doação

d) permuta

e) transferência; ou

f) produção interna.

3.2 – São considerados documentos hábeis para recebimento, em tais casos


rotineiros:
a) Nota Fiscal, Fatura e Nota Fiscal/Fatura;
b) Termos de Cessão/Doação ou Declaração exarada no processo relativo à
permuta;
c) Guia de Remessa de Material ou Nota de Transferência; ou
d) Guia de Produção.

3.2.1 – Desses documentos constarão, obrigatoriamente: descrição do material,


quantidade, unidade de medida, preços (unitário e total).

3.3 – Aceitação é a operação segundo a qual se declara, na documentação fiscal


que o material recebido satisfaz às especificações contratadas.
3.3.1- O material recebido ficará dependendo, para sua aceitação de:

54
a) conferência; e, quando for o caso;
b) exame qualitativo.

3.4 – O material que apenas depender de conferência com os termos do pedido


do documento de entrega será recebido e aceito pelo encarregado do almoxarifado ou
por servidor designado para esse fim.

3.5 – Se o material depender, também, de exame qualitativo, o encarregado do


almoxarifado, ou servidor designado, indicará esta condição no documento de entrega do
fornecedor e solicitará ao Departamento de Administração ou à unidade equivalente esse
exame para a respectiva aceitação.

3.6 – O exame qualitativo poderá ser feito por técnico especializado ou por
comissão especial, da qual, em princípio, fará parte o encarregado do almoxarifado.

3.7 – Quando o material não corresponder com exatidão ao que foi pedido, ou
ainda apresentar faltas ou defeitos, o encarregado do recebimento providenciará junto ao
fornecedor a regularização da entrega para efeito de aceitação.

DA ARMAZENAGEM

A armazenagem compreende a guarda, localização, segurança e preservação do


material adquirido, a fim de suprir adequadamente as necessidades operacionais das
unidades integrantes da estrutura do órgão ou entidade.

4.1 – Os principais cuidados na armazenagem, dentre outros, são:

a) os materiais devem ser resguardados contra furto ou roubo e protegidos


contra a ação dos perigos mecânicos e das ameaças climáticas, bem como a de animais
daninhos;

b) os materiais estocados há mais tempo devem ser fornecidos em primeiro lugar


(primeiro a entrar, primeiro a sair – PEPS), com a finalidade de evitar o envelhecimento
do estoque;

c) os materiais devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil inspeção e


um rápido inventário.

d) os materiais que possuem grande movimentação devem ser estocados em


lugar de fácil acesso e próximo das áreas de expedição e o material que possui pequena
movimentação deve ser estocado na parte mais afastada das áreas de expedição.

e) os materiais jamais devem ser estocados em contato direto com o piso. É


preciso utilizar corretamente os acessórios de estocagem para os proteger;

f) a arrumação dos materiais não deve prejudicar o acesso às partes de


emergência, aos extintores de incêndio ou a circulação de pessoal especializado para
combater o incêndio (Corpo de Bombeiros);

g) os materiais da mesma classe devem ser concentrados em locais adjacentes,


a fim de facilitar a movimentação e inventário;

55
h) os materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados nas partes
inferiores das estantes e porta-estrados, eliminando os riscos de acidentes ou avarias e
facilitando a movimentação;

i) os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente


abertos quando houver necessidade de fornecimento parcelado ou por ocasião da
utilização;

j) a arrumação dos materiais deve ser feita de modo a manter voltada para o
lado de acesso ao local de armazenamento a face da embalagem (ou etiqueta) contendo
a marcação do item, permitindo a fácil leitura de identificação e das demais informações
registradas;

k) quando o material tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a segurança e
alturas das pilhas, de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão decorrente,
o arejamento (distância de 70 cm aproximadamente do teto e de 50cm aproximadamente
das paredes).

DA REQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

5 – As unidades integrantes das estruturas organizacionais dos órgãos e


entidades serão supridas exclusivamente pelo seu almoxarifado.

5.1 – Distribuição é o processo pelo qual se faz chegar o material em perfeitas


condições ao usuário.

5.1.1 – São dois processos de fornecimento:

por Pressão;

por Requisição.

5.1.2 – O fornecimento por pressão é o processo de uso facultativo, pelo qual se


entrega material a usuário mediante tabelas de provisão previamente estabelecidas pelo
setor competente, e nas épocas fixadas, independente de qualquer solicitação posterior
do usuário. Essas tabelas são preparadas normalmente, para:

a) material de limpeza e conservação;

b) material de expediente de uso rotineiro;

c) gêneros alimentícios.

5.1.3 – O fornecimento por requisição é o processo mais comum pelo qual se


entrega o material ao usuário mediante apresentação de uma requisição (pedido de
material) de uso interno ou entidade.
5.2 – As requisições/fornecimentos deverão ser feitos de acordo com:

- as tabelas de provisão; e

- catálogo de materiais em uso no órgão ou entidade.

5.3 – As quantidades de materiais a serem fornecidos deverão ser controladas,


levando-se em conta o consumo médio dessas unidades usuárias nos 12 (doze) últimos
meses.

56
5.4 – Nas remessas de material para unidade de outras localidades, o setor
remetente, quando utilizar transporte de terceiros, deverá atentar para o seguinte:

 grau de fragilidade ou perecibilidade do material;

 meio de transporte mais apropriado;

 valor do material para fins de seguro pela transportadora; e

 nome e endereço detalhado do destinatário de forma a facilitar o desembaraço da


mercadoria ou a entrega a esse destinatário.

5.5 – A guia de remessa de material (ou nota de transferência), além de outros


dados informativos julgados necessários, deverá conter:

a) descrição padronizada do material;

b) quantidade;

c) unidades de medida;

d) preços (unitários e total);

e) números de volumes;

f) peso;

g) acondicionamento e embalagem; e

h) grau de fragibilidade ou perecibilidade do material

5.6 - O remetente comunicará, pela via mais rápida, a remessa e qualquer


material e o destinatário, da mesma forma, acusará o recebimento.

5.7 - Para atendimento das requisições de material cujo estoque já se tenha


exaurido, caberá ao setor de controle de estoque encaminhar o respectivo pedido de
compra ao setor competente para as devidas providências.

DA CARGA E DESCARGA

6 - Para fins desta IN, considera-se:

a) carga - a efetiva responsabilidade pela guarda e uso de material pelo seu


consignatário;

b) descarga - a transferência desta responsabilidade.

6.1 - Toda movimentação de entrada e saída de carga deve ser objeto de registro,
quer trate de material de consumo nos almoxarifados, quer trate de equipamento ou
material permanente em uso pelo setor competente. Em ambos os casos, a ocorrência de
tais registros está condicionada à apresentação de documentos que os justifiquem.

57
6.2 - O material será considerado em carga, no almoxarifado, com o seu registro,
após o cumprimento das formalidades de recebimento e aceitação.

6.3 - Quando obtido através de doação, cessão ou permuta, o material será


incluído em carga, à vista do respectivo termo o processo.

6.4 - A inclusão em carga do material produzido pelo órgão sistêmico será


realizada à vista de processo regular, com base na apropriação de custos feita pela
unidade produtora ou à falta destes, na valoração efetuada por comissão especial,
designada para este fim.

6.4.1 - O valor do bem produzido pelo órgão sistêmico será igual à soma dos
custos estimados para matéria-prima, mão-de-obra, desgaste de equipamentos, energia
consumida na produção, etc.

6.5 - A descarga, que se efetivará com a transferência de responsabilidade pela


guarda do material:

a) deverá, quando viável ser precedida de exame do mesmo, realizado por


comissão especial;

b) será, como regra geral, baseada em processo regular, onde constem todos os
detalhes do material (descrição, estado de conservação, preço, data de inclusão em
carga, destino de matéria-prima eventualmente aproveitável e demais informações); e

c) decorrerá, no caso de material de consumo, pelo atendimento às requisições


internas e em qualquer caso, por cessão, venda, permuta, doação, inutilização, abandono
(para aqueles materiais sem nenhum valor econômico) e furto ou roubo.

6.5.1 - Face ao resultado do exame mencionado na alínea "a" deste subitem, o


dirigente do Departamento de Administração ou da unidade equivalente aquilatará da
necessidade de autorizar a descarga do material ou a sua recuperação, ou ainda, se
houver indício de irregularidade na avaria ou desaparecimento deste material, mandar
proceder a Sindicância e/ou Inquérito para apuração de responsabilidades, ressalvada o
que dispõe o item 3.1.1 da IN/DASP nº 142/83.

6.6 - Em princípio, não deverá ser feita descarga isolada das peças ou partes de
material que, para efeito de carga, tenham sido registradas com a unidade "jogo",
"conjunto", "coleção", mas sim providenciada a sua recuperação ou substituição por
outras com as mesmas características, de modo que fique assegurada, satisfatoriamente,
a reconstituição da mencionada unidade.

6.6.1 - Na impossibilidade dessa recuperação ou substituição, deverá ser feita, no


registro do instrumento de controle do material, a observação de que ficou incompleto(a)
o(a) unidade "jogo", "conjunto", "coleção", anotando-se as faltas e os documentos que as
consignaram.

SANEAMENTO DE MATERIAL

7 - Esta atividade visa a otimização física dos materiais em estoque ou em uso


decorrente de simplificação de variedades, reutilização, recuperação e movimentação
daqueles considerados ociosos ou recuperáveis, bem como a alienação dos
antieconômicos e irrecuperáveis.

58
7.1 - Os estoques devem ser objeto de constantes Revisões e Análises. Estas
atividades são responsáveis pela identificação dos itens ativos e inativos.

7.1.1 - Consideram-se itens ativos - aqueles requisitados regularmente em um


dado período pelo órgão ou entidade.

7.1.2 - Consideram-se itens inativos - aqueles não movimentados regularmente


em um certo período estipulado pelo órgão ou entidade e comprovadamente
desnecessários para utilização nestes.

7.2 - O setor de controle de estoques, com base nos resultados obtidos em face
da Revisão e Análise efetuadas promoverá o levantamento dos itens, realizando
pesquisas junto às unidades integrantes da estrutura do órgão ou entidade com a
finalidade de constatar se há ou não necessidade desses itens naqueles setores.

7.2.1 - Estas atividades também são responsáveis pelo registro sistemático de


todas as informações que envolvem um item de material. Este registro deverá ser feito de
modo a permitir um fácil acesso aos dados pretendidos, bem como deverá conter
dispositivos de "Alerta" para situações não desejadas.

7.3 - O controle deverá sempre satisfazer às seguintes condições:

 fácil acesso às informações;

 atualização num menor tempo possível entre a ocorrência do fato e o


registro.

7.3.1 - Compete ao Setor de Controles de Estoque:

1. determinar o método e grau de controles a serem adotadas para cada


item;

2. manter os instrumentos de registro de entradas e saídas atualizados;

3. promover consistências periódicas entre os registros efetuados no Setor de


Controle de Estoques com os depósitos (ficas de prateleira) e a conseqüente existência
física do material na quantidade registrada;

4. identificar o intervalo de aquisição para cada item e a quantidade de


ressuprimento;

5. emitir os pedidos de compra do material rotineiramente adquirido e


estocável;

6. manter os itens de material estocados em níveis compatíveis com a


política traçada pelo Órgão ou Entidade;
7. identificar e recomendar ao Setor de Almoxarifado a retirada física dos
itens inativos devido a obsolescência, danificação ou a perda das características normais
de uso e comprovadamente inservíveis dos depósitos subordinados a esse setor.

TIPOS DE CONTROLES

7.4 - Generalizar o controle seria, além de dispendioso, às vezes impossível


quando a quantidade e diversidade são elevadas. Deste modo, o controle deve ser feito

59
de maneira diferente para cada item de acordo com o grau de importância, valor relativo,
dificuldades no ressuprimento.

7.4.1 - Estes controles podem ser:

 registro de pedidos de fornecimento (requisições);

 acompanhamento periódico;

 acompanhamento a cada movimentação.

 - Em se tratando de itens que envolvem valores elevados ou de


importância vital para a organização, à medida que são requisitados deve-se observar o
Intervalo de Aquisição para que ocorram faltas e conseqüente ruptura do estoque.

RENOVAÇÃO DO ESTOQUE

7.5 - O acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de quando e


quanto comprar deverão ocorrer em função da aplicação das fórmulas constantes do
subiten 7.7.

7.6 - Os valores de Ressuprimento são definidos:

 Consumo Médio Mensal (C) - média aritmética do consumo nos últimos 12


meses;

 Tempo de Aquisição (T) - período decorrido entre a emissão do pedido de


compra e o recebimento do material no Almoxarifado (relativo, sempre, à
unidade/mês);

 Intervalo de Aquisição (I) - período compreendido entre duas aquisições


normais e sucessivas;

 Estoque Mínimo ou de Segurança (Em) - é a menor quantidade de material a


ser mantida em estoque capaz de atender a um consumo superior ao estimado
para um certo período ou para atender à demanda em caso de atraso da
entrega da nova aquisição. É aplicável tão-somente aos itens indispensáveis
aos serviços do órgão ou entidade. Obtém-se multiplicando o consumo médio
mensal por uma fração (f) do tempo de aquisição que deve, em princípio, variar
de 0,25 de T a 0,50 de T;

 Estoque Máximo (EM) - a maior quantidade de material admissível em estoque,


suficiente para o consumo em certo período, devendo-se considerar a área de
armazenagem, disponibilidade financeira, imobilização de recurso, intervalo e
tempo de aquisição, perecimento, obsoletismo etc. Obtém-se somando ao
Estoque Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo intervalo de
Aquisição;

 Ponto de Pedido (Pp) - Nível de Estoque que, aos er atingido, determina


imediata emissão de um pedido de compra, visando recompletar o Estoque
Máximo. Obtendo-se somando ao Estoque Mínimo o produto do Consumo
Médio Mensal pelo tempo de aquisição;

60
 Quantidade a Ressuprir (Q) - número de unidade a adquirir para recompor o
Estoque Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo médio mensal pelo
Intervalo de Aquisição.

7.7 - As fórmulas aplicáveis à gerência de Estoques são:

 Consumo Médio Mensal


C = Consumo Anual
12

 Estoque Mínimo Em = C*f

 Estoque Máximo EM = C*f

 Ponto de Pedido Pp=Em + C*T

 Quantidade a Ressuprir Q=C*I

7.7.1 - Com a finalidade de demonstrar a aplicação dessas fórmulas segue um


exemplo meramente elucidativo, constante do Anexo I desta IN e uma demonstração
gráfica constante do Anexo II.

7.8 - Os parâmetros de revisão poderão ser redimensionados à vista dos


resultados do controle e corrigidas as distorções porventura existentes nos estoques.

DA MOVIMENTAÇÃO E CONTROLE

7.9 - a movimentação de material entre o almoxarifado e outro depósito ou


unidade requisitante deverá ser precedida sempre de registro no competente instrumento
de controle (ficha de prateleira, ficha de estoque ou de outros documentos de descarga).

7.10 - Ao Departamento de Administração ou unidade equivalente compete, ainda,


supervisionar e controlar a distribuição racional do material requisitado, promovendo os
cortes necessários nos pedidos de fornecimento das unidades usuárias, em função do
consumo médio apurado em série histórica anterior que tenha servido de suporte para a
projeção de estoque vigente com finalidade de evitar, sempre que possível, a demanda
reprimida e a conseqüente ruptura de estoque.

7.11 - Nenhum equipamento ou material permanente poderá ser distribuído à


unidade requisitante sem a respectiva carga, que se efetiva com o competente Termo de
Responsabilidade assinado pelo consignatário, ressalvados aqueles de pequeno valor
econômico que deverão ser relacionados (relação/carga), consoante dispõe a IN/SEDAP
nº 142/83.

7.12 - Cumpre ao Departamento de administração ou unidade equivalente no que


concerne ao material distribuído, cuidar da sua localização, recolhimento, manutenção e
redistribuição, assim como da emissão dos competentes Termos de Responsabilidade
que deverão conter os elementos necessários à perfeita caracterização do mesmo.

-Para efeito de identificação e inventário os equipamentos e materiais


permanentes, receberão número seqüênciais de registro patrimonial.

61
7.13.1 - O número de registro patrimonial deverá ser aposto ao material, mediante
gravação de plaqueta ou etiqueta apropriada.

7.13.2 - Para o material bibliográfico, o número de registro patrimonial poderá ser


aposto mediante carimbo.

7.13.3 - Em caso de redistribuição de equipamento ou material permanente, o


termo de responsabilidade deverá ser atualizado, fazendo-se dele constar a nova
localização e seu estado de conservação e a assinatura do novo consignatário.

7.13.4 - Nenhum equipamento ou material permanente poderá ser movimentado,


ainda que sob responsabilidade do mesmo consignatário, sem prévia ciência do
Departamento de Administração ou Unidade equivalente.

7.13.5 - Todo equipamento ou material permanente somente poderá ser


movimentado de uma unidade organizacional para outra através do Departamento de
administração ou da unidade equivalente.
7.13.6 - Compete ao Departamento de Administração ou unidade equivalente
promover previamente o levantamento dos equipamentos e materiais permanente em uso
junto aos seus consignatários, com a finalidade de constatar os aspectos quantitativos e
qualitativos desses.

7.13.7 - O consignatário, independentemente e levantamento, deverá comunicar


ao Departamento de Administração ou unidade equivalente qualquer irregularidade de
funcionamento ou danificação nos materiais sob sua responsabilidade.

- O Departamento de Administração ou unidade equivalente


providenciará a recuperação do material danificado sempre que
verificar a sua viabilidade econômica e oportunidade.

DOS INVENTÁRIOS FÍSICOS

8 - INVENTÁRIO FÍSICO é o instrumento de controle para verificação dos saldos


de estoques nos almoxarifados e depósitos e dos equipamentos e materiais permanentes
em uso no órgão ou entidade que irá permitir, dentre outros;

o ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentação dos estoques com


saldo físico real nas instalações de armazenagem;

a análise do desempenho das atividades do encarregado do almoxarifado


através dos resultados obtidos no levantamento físico;

o levantamento da situação dos materiais estocados no tocante ao


saneamento dos estoques;

o levantamento da situação dos equipamentos e materiais permanentes em


uso e das suas necessidades de manutenção e reparo; e

a constatação de que o bem móvel não é necessário naquela unidade.

8.1 - Os tipos de Inventários Físicos são:

anual - destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens patrimoniais do


acervo de cada unidade gestora existente em 31 de dezembro de cada

62
exercício, constituído do inventário anterior e das variações patrimoniais
ocorridas durante o exercício;

inicial - realizado quando da criação de uma unidade gestora para


identificação e registro dos bens sob sua responsabilidade;

de transferência de responsabilidade - realizado quando da mudança do


dirigente de uma unidade gestora;

de extinção ou transformação - realizado quando da extinção ou


transformação da unidade gestora;

eventual - realizado em qualquer época, por iniciativa do dirigente da unidade


gestora ou por iniciativa do órgão fiscalizador.

8.1.1 - Nos inventários destinados a atender às exigências do "órgão fiscalizador"


(SISTEMA DE CONTROLE INTERNO), os bens móveis (material de consumo,
equipamentos, material permanente e semoventes) serão agrupados segundo as
categorias patrimoniais constantes do plano de Contas Único (IN STN nº23/86).

8.2 - No inventário analítico, para a perfeita caracterização do material, figurarão:

descrição padronizada;

número de registro;

valor (preço de aquisição, custo de produção, valor arbitrado ou preço de


avaliação);

estado (bom, ocioso, recuperável, antieconômico ou irrecuperável);

outros elementos julgados necessários.

8.2.1 - O material de pequeno valor econômico que tiver seu custo de controle,
evidentemente superior ao risco da perda, poderá ser controlado através do simples
relacionamento de material (relação-carga); de acordo com o estabelecido no item 3 da
IN/DASP nº 142/83.

8.2.2 - O bem móvel cujo valor de aquisição ou custo de produção for


desconhecido será avaliado tomando como referência o valor de outro, semelhante ou
sucedâneo, no mesmo estado de conservação e a preço de mercado.

8.3 - Sem prejuízo de outras normas de controle dos sistemas competentes, o


Departamento de Administração ou a unidade equivalente poderá utilizar como
instrumento gerencial o "Inventário Rotativo", que consiste no levantamento rotativo,
contínuo e seletivo dos materiais existentes em estoque ou daqueles permanentes
distribuídos para uso, feito de acordo com uma programação de forma a que todos os
itens sejam recenseados ao longo do exercício.

8.3.1 - Poderá também ser utilizado o "Inventário por Amostragens" para um


acervo de grande porte. Esta modalidade alternativa consiste no levantamento, em bases

63
mensais, de amostras de itens de material de um determinado grupo ou classe e inferir
os resultados para os demais itens do mesmo grupo ou classe.

8.4 - Os inventários físicos de cunho gerencial, no âmbito do SISG, deverão ser


efetuados por Comissão designada pelo Diretor do Departamento de Administração ou
unidade equivalente, ressalvados aqueles de prestação de contas, que deverão se
subordinar às normas do Sistema de Controle Interno.

DA CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO

9 - É obrigação de todos a que tenha sido confiado material para a guarda ou uso
zelar pela sua boa conservação e diligenciar no sentido da recuperação daquele que se
avariar.

9.1 - Com o objetivo de minimizar os custos com reposição de bens móveis do


acervo, compete ao Departamento de Administração ou unidade equivalente organizar,
planejar e operacionalizar um plano integrado de manutenção e recuperação para todos
os equipamentos e materiais permanentes em uso no órgão ou entidade, objetivando o
melhor desempenho possível e uma maior longevidade desses.

9.2 - A manutenção periódica deve obedecer às exigências dos manuais técnicos


de cada equipamento ou material permanente, de forma mais racional e econômica
possível para o órgão ou entidade.

9.3 - A recuperação somente será considerada viável se a despesa envolvida


como o bem móvel orçar no máximo 50% (cinqüenta por cento) do seu valor estimado no
mercado; se considerado antieconômico ou irrecuperável, o material será alienado, de
conformidade com o disposto na legislação vigente.

DA RESPONSABILIDADE E INDENIZAÇÃO

10 - Todo servidor público poderá ser chamado à responsabilidade pelo


desaparecimento do material que lhe for confiado, para guarda ou uso, bem como pelo
dano que, dolosa ou culposamente, causar a qualquer material, esteja ou não sob sua
guarda.

10.1 - É dever do servidor comunicar, imediatamente, a quem de direito, qualquer


irregularidade ocorrida com o material entregue aos seus cuidados.

10.2 - O documento básico para ensejar exame do material e/ou averiguação de


causas da irregularidade havida com o mesmo, será a comunicação do responsável pelo
bem, de maneira circunstanciada, por escrito, sem prejuízo de participações verbais que,
informalmente, antecipam a ciência pelo administrador dos fatos ocorridos.

10.2.1 - Recebida a comunicação, o dirigente do Departamento de administração


ou unidade equivalente, após a avaliação da ocorrência, poderá:

concluir que a perda das características ou avarias do material decorreu do uso normal
ou de outros fatores que independem da ação do consignatário ou usuário;

identificar, desde logo, o(s) responsável(eis) pelo dano causado ao material, sujeitando-
o(s) às providências constantes no subitem 10.3;

64
designar comissão especial para apuração da irregularidade, cujo relatório deverá
abordar os seguintes tópicos, orientando, assim, o julgamento quanto à responsabilidade
do(s) envolvido(s) no evento:

 a ocorrência e suas circunstâncias;


 estado em que se encontra o material;
 valor do material de aquisição arbitrado e valor de avaliação;
 possibilidade de recuperação do material e, e, caso negativo, se há matéria-prima
a aproveitar;
 sugestão sobre o destino a ser dado ao material; e
 grau de responsabilidade da(s) pessoa(s) envolvida(s).

10.3 - Caracterizada a existência de responsável(eis) pela avaria ou


desaparecimento do material (alíneas "b" e "c" do subitem 10.2.1), ficará(ão) esse(s)
responsável(eis) sujeito(s), conforme o caso e além de outras penas que forem julgadas
cabíveis, a:

arcar com as despesas de recuperação do material; ou

substituir o material por outro com as mesmas características; ou

indenizar, em dinheiro, esse material, a preço de mercado, valor que


deverá ser apurado em processo regular através de comissão especial
designada pelo dirigente do Departamento de Administração ou da
unidade equivalente.

10.3.1 - Da mesma forma quando se trata de material cuja unidade seja "jogo",
"conjunto", "coleção", suas peças ou partes danificadas deverão ser recuperadas ou
substituídas por outras com as mesmas características, ou na impossibilidade dessa
recuperação ou substituição, indenizadas em dinheiro, de acordo com o disposto no
subitem 10.3 (alínea "c").

10.4 - Quando se tratar de material de procedência estrangeira, a indenização


será feita com base no valor da reposição (considerando-se a conversão ao câmbio
vigente na data da indenização).

10.5 - Quando não for(em), de pronto, identificado(s) responsável(eis) pelo


desaparecimento ou dano do material, o detentor da carga solicitará ao chefe imediato
providências para abertura de sindicância, por comissão incumbida de apurar a
responsabilidade pelo fato e comunicação ao órgão de Controle Interno, visando
assegurar respectivo ressarcimento à Fazenda Pública (art. 84 do Decreto-Lei nº
200/67).

10.6 - Não deverá ser objeto de sindicância, nos casos de extrato etc., o material
de pequeno valor econômico, nos termos do subitem 3.1.1 da IN/DASP nº 142/83.

10.7 - Todo servidor, ao ser desvinculado do cargo, função ou emprego, deverá


passar a responsabilidade do material sob sua guarda a outrem, salvo em casos de
forma maior quando:

impossibilitado de fazer, pessoalmente, a passagem de responsabilidade do


material, poderá o servidor delegar a terceiros essa incumbência; ou

não sendo esse procedido na forma da alínea anterior, poderá ser designado
servidor do órgão, ou instituída comissão especial pelo dirigente do

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Departamento de Administração ou da unidade equivalente, nos casos de
cargas mais vultosas, para conferência e passagem do material.

10.7.1 - Caberá ao órgão, cujo servidor estiver deixando o cargo, função ou


emprego, tornar as providências preliminares para a passagem de responsabilidade,
indicando, inclusive, o nome de seu substituto ao setor de controle do material
permanente.

10.7.2 - A passagem da responsabilidade deverá ser feita, obrigatoriamente, à


vista da verificação física de cada material permanente e lavratura de novo Termo de
Responsabilidade.

10.8 - Na hipótese de ocorrer qualquer pendência ou irregularidade, caberá ao


dirigente do Departamento de Administração ou da unidade equivalente adotar as
providências cabíveis necessárias à apuração e imputação da responsabilidade.

DA CESSÃO E ALIENAÇÃO

11 - A "cessão" consiste na movimentação de material do acervo, com


transferência de posse gratuita com troca de responsabilidade de um órgão para outro,
dentro do âmbito da Administração Federal Direta.

11.1 - A "alienação" consiste na operação que transfere o direito de propriedade


do material, mediante venda, permuta ou doação.

11.2 - Compete ao Departamento de Administração ou à unidade equivalente,


sem prejuízo de outras orientações que possam advir do órgão central do Sistema de
Serviços Gerais - SISG:

11.2.1 - Colocar à disposição, para cessão, o material identificado como inativo


nos almoxarifados e outros bens móveis distribuídos, considerados ociosos.

11.2.2 - Providenciar a alienação do material considerado antieconômico e


irrecuperável.

DISPOSIÇÕES FINAIS

12 - Nenhum material deverá ser liberado aos usuários antes de cumpridas as


formalidades de recebimento, aceitação e registro no competente instrumento de controle
(ficha de prateleira, ficha de estoque, listagens).

13 - O Departamento de Administração ou a unidade equivalente deverá


acompanhar a movimentação de material ocorrida no âmbito do órgão ou entidade,
registrando os elementos indispensáveis ao respectivo controle físico periódico com a
finalidade de constatar as reais necessidades dos usuários e evitar os eventuais
desperdícios.

14 - As comissões especiais de que trata esta IN deverão ser constituídas de no


mínimo, três servidores do órgão ou entidade e serão instituídas pelo Diretor do
Departamento de Administração ou unidade equivalente e, no aso de impedimento
desse, pela Autoridade Administrativa a que ele estiver subordinado.
15 - As disposições desta IN aplicam-se, no que couber, aos Semoventes.

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16 - Fica revogada a IN/SEDAP nº 184, de 8 de setembro de 1986 (DOU de
10.09.86), bem como as demais disposições em contrário.

17 - Esta Instrução entrará em vigor na data de sua publicação.

DÚVIDAS MAIS FREQÜENTES E SUAS RESPOSTAS

As atividades do Patrimônio, Materiais e Serviços estão disciplinadas por uma


vasta legislação específica exigindo do gestor constantes leitura e reflexões bem como a
atualização de seu conhecimento sobre a temática.

Devido à natureza de sua rotina diária e a complexidade e dinâmica das normas


legais pertinentes, torna-se impraticável a busca em compêndios, a fim de sanar dúvidas
momentâneas.
Neste contexto, visando auxiliar o desempenho das atividades do gestor de
patrimônio, foram selecionadas algumas das dúvidas mais freqüentes, para as quais se
apresentam as respectivas respostas.

1. Como se dá a operação do setor de compras?


Em princípio, as compras não podem ser realizadas por iniciativa própria do gestor de
patrimônio. Isto é, devem ser provocadas pela necessidade de algum setor que
encaminhará uma comunicação interna a apresentando. Assim, caso não haja a
disponibilidade imediata do material a ser entregue, o gestor providenciará a
apresentação de fornecimento ou pedido de compras. Para investimentos e bens
permanentes deverá ser formalizado o pedido prévio de autorização para estas
despesas. Em seguida, conforme o caso, são tomadas as providências relativas à
licitação, que encerra o ciclo de atividades relacionadas a compras pela qualificação e
classificação de fornecedores.

2. Como avaliar bem os fornecedores?


Os fornecedores devem ser avaliados segundo dois aspectos: o técnico e o
administrativo. A qualidade técnica de um fornecedor representa a competência de
fornecer um bom produto e deve ser verificada através da qualificação do seu quadro
profissional e, em alguns casos, da tecnologia do fornecedor. Por sua vez, a qualidade
administrativa diz respeito à competência com que a empresa é gerenciada (preços,
regularidade e entregas de acordo com o que foi pedido etc.), sendo possível que esta
influencie negativamente a qualidade técnica.

3. Como a organização pública pode obter redução de custos através do setor


de compras?
Compras bem realizadas significa que o recurso de capital foi bem empregado. Como
uma organização pública não visa lucro com a aquisição de bens e serviços, não há
como recuperar o capital desperdiçado em compras mal realizadas, o que implica a

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premente necessidade da maximização do recurso público utilizado em suas compras.
Compras, então, contribuirá com tal finalidade através de seu adequado planejamento e
negociação com fornecedores visando a obtenção do fornecimento mais vantajoso ao
interesse público.

4. Quais as medidas a serem tomadas na aquisição, em casos de


emergências?
Compra direta, tendo as justificativas dentro das medidas legais.

5. Na aquisição, quais as principais formas para a descrição de bens?


Descritiva: identifica com absoluta clareza, vez que caracteriza o bem, através de
suas especificações (técnica, estética, histórico-cultural, etc).
Referencial: identifica, indiretamente, o item (nome, símbolo, etc).

6. Quais medidas a serem tomadas quando uma determinada quantidade dos


produtos adquiridos apresentarem defeitos?

Existem duas possibilidades para a detecção desses defeitos. A primeira quando o


material é entregue. Ou seja, uma parte está adequada para consumo imediato e a outra
não (a que apresentou defeitos). Para a devida solução desse problema recomenda-se
adotar a recepção provisória para a conferencia da qualidade e da quantidade dos
produtos entregues. Tal condição deve estar previamente estabelecida no edital de
fornecimento. A outra oportunidade é quando se percebe o defeito algum tempo após a
entrega e já tendo sido consumida parte do material recebido. Nesta última, a
comprovação de uma possível má intenção do fornecedor pode ficar prejudicada devido
à, entre outros fatos, armazenagem indevida, mistura entre lotes oriundos de diferentes
fornecedores etc. Sempre que possível, deve-se verificar amostras do produto entregue
na presença do fornecedor e fazer constar cláusulas sobre penalidades para o
fornecimento de materiais defeituosos, inclusive com a restrição de fornecimento ou da
participação de certames licitatórios.

7. Poderão ser exigidas prestação de garantia nas contratações de obras,


serviços e compras?
A critério da autoridade competente, dependendo do caso, e desde que prevista no
instrumento convocatório, caberá ao contratado optar por uma das seguintes
modalidades de garantia: caução em dinheiro ou títulos da dívida pública; seguro-
garantia; fiança bancária.
Obs.: não poderá exceder a 5% do valor do contrato. A garantia será liberada ou
restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada
monetariamente (art. 56, § 1º. da Lei 8.666/93).

8. O que são bens e serviços comuns?


São aqueles cujos padrões, desempenho e qualidade possam ser concisos e, claramente
definidos no objetivo do edital, em perfeita conformidade com as especificações usuais
praticadas no mercado.

9. O que é inventário físico?


É a tomada de todas as providências, visando obter a avaliação ou valoração dos
estoques. Para isso, devem ser levantados as quantidades e o estado (condição de uso
ou conservação dos materiais em análise), para a sua posterior avaliação individual ou
em conjunto.

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10. O inventário deve ter data programada para o início e fim de suas
atividades?
Sim, deve ser em datas programadas, visando a contribuir para o seu melhor
planejamento e execução.

11. Qual o procedimento para receber materiais adquiridos através de convite,


quando seus valores forem superiores ao estabelecido no art. 23, da Lei n°
8.666/93?
O recebimento deverá ser confiado a uma comissão composta de, no mínimo, 03 (três)
pessoas, observadas as disposições do art. 15, § 8°, da Lei n° 8.666/93.

12. Qual o procedimento a ser adotado com os bens inativos, considerados


ociosos?
Inicialmente deve ser procurada a sua destinação para outra unidade a fim de que possa
fazer uso imediato deste (disponibilizado para cessão ou permuta). Se não for possível,
deverá ser colocado à venda (na tentativa de tentar recuperar parte do capital empregado
em sua aquisição). E, por último, deverá ser disponibilizado para doação.

13. Que orientações a seguir quando da realização de inventários?

I. oportunidade – os inventários devem ser realizados em época planejada,


oportuna, visando a não causar transtornos ao andamento normal das atividades
da unidade;
II. uniformidade – os procedimentos de avaliação devem ser uniformes, de
preferência padronizados e realizados, integralmente, pela mesma equipe,
visando a assegurar os mesmos critérios e resultados similares para materiais em
condições semelhantes;
III. instantaneidade – itens similares devem ser avaliados em um menor espaço de
tempo entre o início e o final de sua contagem e valoração, se possível, nas
mesmas datas, com vistas a assegurar que o tempo não influirá nessa avaliação e
resultará em diferenças sensíveis para o conjunto;
IV. integridade – preferencialmente, deve ser avaliada a totalidade dos itens em
estoque. Todavia, por dificuldades de ordem econômica, de tempo ou de pessoal
podem ser tomadas, como expressão da realidade, aproximações como a
amostragem;
V. especificação – os materiais devem ser identificados e avaliados pelo conjunto de
características que formam a sua especificação.

14. O que é inventário analítico?


É a forma de controle em que se devem figurar todas as informações necessárias para a
perfeita identificação e caracterização do material.

15. Os inventários gerenciais devem ser feitos por um gestor apenas?

Não, devido às suas características em ter uma finalidade específica (verificação de


saldos e qualidades, identificação de desvios etc.), deverão ser efetuados por uma
comissão, especialmente, designada.

16. O que é recebimento de material e quais as particularidades que se deve


destacar neste ato administrativo?

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O recebimento é o ato pelo qual o material é entregue ao órgão público no local
previamente designado, não implicando em aceitação, transfere apenas a
responsabilidade pela guarda e conservação do fornecedor ao órgão. Deve-se observar a
especificação técnica, a quantidade e a documentação do material (nota fiscal, empenho
etc.).

17. Todo o material deverá ser entregue no almoxarifado?


Sim, salvo quando o produto não possa ou não deva ser estocado ou recebido. Nestes
casos a entrega far-se-á nos locais designados. Qualquer que seja o local de
recebimento, o registro de entrada deverá ocorrer no almoxarifado.

18. Quais as penalidades para o gestor, quando ocorrer o desaparecimento de


materiais sob os seus cuidados?
Caracterizado o fato, o gestor estará sujeito à pena de substituição, reparação ou
indenização, de acordo com o caso, respondendo, administrativamente e, após
manifestação do Ministério Público, poderá, inclusive, ser julgado criminalmente.

19. Quando é que se deve considerar irrecuperável um material?


Quando estes perder suas características funcionais.

20. Qual o objetivo do planejamento e controle de estoques?


Otimizar a relação entre a disponibilidade dos materiais e o seu custo.

21. De que forma deve ser feito o controle de um estoque?


Através das requisições, de maneira periódica e pelo acompanhamento de cada
movimentação (entradas e saídas na ficha de prateleira).

22. Como calcular o tempo de reposição de um material?


1. Seleção e avaliação de fornecedor, trâmites legais;
2. Fabricação;
3. Transporte;
4. Inspeção de recebimento, etc., o que for pertinente, conforme cada caso, levando
em consideração o tempo decorrido, entre a colocação de um pedido, sendo
tomadas todas as providências para o seu atendimento até a sua disponibilização
para uso do solicitante.

23. O que é estoque de segurança ou mínimo?


É uma quantidade de materiais reservada para fazer face aos possíveis aumentos no
consumo ou no tempo de reposição ou, ainda, de ambos (consumo e tempo de
reposição), que é a situação mais desfavorável.

24. De quem é a responsabilidade dos bens existentes no setor?


Do gestor de cada ambiente ou unidade de trabalho.

25. Quais as informações obrigatórias nas notas fiscais, que deverão ser
observadas pelo gestor quando do recebimento de materiais?
 Data de emissão;
 Descrição do material;
 Quantidades;
 Unidades de medida (dúzia, quilo, etc.);
 Preços (unitários e total);
 Bem como o destaque das alíquotas dos impostos (ICMS e IPI);

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 Caracterização do fornecedor (CGC, inscrições estadual e federal, entre
outras).

26. O exame qualitativo de um material deverá ser feito somente pelo gestor do
almoxarifado?
Não, deverá ser realizado por uma comissão, na qual ele deverá tomar parte.

27. O almoxarifado poderá receber pedido fracionado (entregas por etapas)?


Em princípio não, mas entre as finalidades das atividades do gestor está a de colocar à
disposição da população os materiais necessários ao seu atendimento, cuja necessidade
de demanda, por vezes pode-se caracterizar como mais importante do que o próprio
capital, que aquele bem ou material representa. Assim, em algumas ocasiões, podem ser
justificados os recebimentos fracionados.

28. Como proceder no controle de materiais e quais métodos deverão ser


aplicados?
O controle de materiais é uma atividade de grande importância para o gerenciamento do
patrimônio. É através dele que o gestor verifica continuamente o saldo, o estado e as
medidas requeridas para a manutenção dos materiais prontamente disponíveis para o
atendimento às necessidades de consumo das unidades com as quais o seu setor se
relaciona. Para tanto, deve realizar tal função através de atividades periódicas (controle
periódico ou por intervalos de tempo fixos) e de acordo com a variação do consumo
ocorrida ao longo do tempo (o que resulta no controle por quantidades de referência ou
por níveis de estoques).

29. O que é armazenagem e quais os cuidados que se deve ter com o


armazenamento dos materiais?
A armazenagem compreende a guarda, conservação, segurança e preservação do
material adquirido, a fim de suprir, adequadamente, falhas operacionais das unidades
integrantes da estrutura do órgão ou entidade.
Os principais cuidados na armazenagem, dentre outros são:
- Os materiais devem ser resguardados contra furto ou roubo, e protegido contra a
ação dos perigos mecânicos e das ameaças climáticas, bem como de animais
daninhos;
- Os materiais estocados há mais tempo, devem ser fornecidos em primeiro lugar
(primeiro a entrar, primeiro a sair – PEPS), com a finalidade de evitar o
envelhecimento do estoque;
- Os materiais devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil inspeção e um
rápido inventário;
- Os materiais que possuem grande movimentação devem ser estocados em lugar de
fácil acesso e próximo das áreas de expedição; o material que possui pequena
movimentação deve ser estocado na parte mais afastada das áreas de expedição;
- Os materiais jamais devem ser estocados em contato direto com o piso. É preciso
utilizar corretamente os acessórios de estocagem para os proteger;
- A disposição dos materiais não deve prejudicar o acesso às partes de emergência,
aos extintores de incêndio ou à circulação de pessoal especializado para combatê-lo
(Corpo de Bombeiros);
- Os materiais da mesma classe devem ser concentrados em locais adjacentes, a fim
de facilitar a movimentação e inventário;

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- Os materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados nas partes inferiores das
estantes e porta-estrados, a fim de eliminar os riscos de acidentes e avarias,
facilitando a movimentação;
- Os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente abertos,
quando houver necessidade de fornecimento parcelado, ou por ocasião da sua
utilização;
- A disposição dos materiais deve ser feita de modo a manter, a face de embalagem
(ou etiqueta), voltada para o lado de acesso ao local de armazenagem, contendo a
marcação do item de modo a permitir a fácil e rápida leitura da identificação e das
demais informações registradas;
- Quanto ao material a ser empilhado, deve-se atentar para a segurança e altura das
pilhas, a fim de não afetar sua qualidade e o seu arejamento (distância de 70 cm
aproximadamente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes), pelo efeito da
pressão decorrente.

30. A armazenagem inadequada altera a forma ou a qualidade do material?


Sim, como qualquer outro cuidado indevido (embalagem, deslocamento etc.), a
armazenagem pode levar o material a perder as suas características e, assim, seu valor
(total ou parcialmente). Pode haver deterioração, por exemplo, quando as condições
ambientais (umidade, temperatura, insolação, iluminação etc) alterarem as suas
características físicas ou químicas. Ainda poderão haver danos aos materiais quando não
for observada a orientação sobre empilhamento máximo dos volumes (não é observada a
capacidade da embalagem suportar carga e, por isto, ocorrem danos ao material em seu
interior).

31. Quem é o responsável pela guarda e conservação de materiais permanentes


em manutenção?
Como toda movimentação de materiais, salvo expressão em contrário, o responsável por
ela o é, também, pela guarda e conservação do bem. Se houver a mudança da
responsabilidade, durante a atividade específica de manutenção, deverá ser emitido um
novo termo de carga.

32. Como proceder a armazenagem de materiais de grande movimentação?


Materiais de consumo elevado devem, observadas as restrições, devido a outras
características, ser colocados à entrada do almoxarifado, visando a facilitar o seu
deslocamento e o trânsito em seu interior.

33. Quem deverá atestar as Notas Fiscais, para liberar os pagamentos?


Será feita pelo gestor de almoxarifado, e na sua ausência o servidor por ele designado.

34. Onde se armazenarão os materiais permanentes comprados sem destinação


e quem se responsabilizará por eles?
Deverão ficar armazenados no almoxarifado, sob a responsabilidade do gestor de
patrimônio.

35. Quais os principais sistemas de estocagem?


Sistema de estocagem:
a) Fixa onde se determina número de áreas de estocagem para um tipo de
material, definindo-se, assim, que somente material deste tipo poderá ser
estocado nos locais marcados.
b) Sistema de estocagem livre – em o qual não existem locais fixos de
armazenagem, a não ser, é óbvio, para materiais de estocagem especial.

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36. Quais as formas de classificação de estoques?
São as seguintes:
- Estocagem de matéria-prima – que pode ser armazenagem centralizada, onde
facilita o planejamento da produção, pois que permite um melhor controle sobre
as peças ou produtos defeituosos, tornando o ato de rejeição mais simples.

- A armazenagem descentralizada - possibilita um inventário mais rápido, por meios


visuais, e, por estar localizada junto aos pontos de utilização, minimiza os atrasos
ocasionados, por enganos no envio de materiais a outros locais, que não o de
utilização.

- Estocagem intermediária - que também pode ser centralizada ou descentralizada,


é a estocagem de materiais ou produtos já transformados, processados ou
fabricados parcial ou totalmente que entram na etapa seguinte da produção.

- Estocagem de produtos acabados – é aquela realizada para atender ao usuário,


seja o da entrega imediata, seja o de encomendas sob pedido.

37. Quais os principais cuidados a serem tomados na recepção de materiais?


A conferência da mercadoria, por ocasião do ato da entrega, é operação importante e,
antes de ser dada quitação, assinando a respectiva nota fiscal, deve-se proceder a uma
conferência rigorosa, conforme as indicações abaixo:
- Antes de abrir os volumes, deve-se verificar se as indicações contidas nas notas
de entrega, endereços, números, marcas, etc., constantes dos volumes,
conferem;
- Obtida a certeza de que os volumes mencionados nas notas fiscais são aqueles
que estão sendo conferidos, deve-se também, ter o cuidado de abrir os volumes
na presença do representante da firma fornecedora, que poderá ser o entregador
ou outra pessoa, devidamente, credenciada;
- Confronto de tipos: encomendado e recebido;
- Conferência quanto à quantidade: quebras, faltas;
- Conferência quanto à qualidade: apresentação, boa ou má;
- Conferência quanto ao peso: certo ou errado.
Outros aspectos poderão ser examinados e confrontados. Constatando alguma falta ou
algum defeito, deve-se, imediatamente, comunicar este detalhe ao representante, ou, na
falta deste, ao entregador, declarando no verso do canhoto os motivos por que deixou de
acusar o recebimento total e, ainda comunicar, as razões através de ofício, à firma
fornecedora, a fim de que a ocorrência fique perfeitamente documentada.

38. Qual a diferença entre estoque e almoxarifado?


 Estoque – é toda e qualquer presença de materiais na empresa, inclusive aqueles
em trânsito, seja os que estão em processo de recebimento, como aqueles que
foram distribuídos.

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b) Almoxarifado – é o local reservado para a guarda e a conservação de materiais,
isto é, um local que, em princípio, foi estruturado para assegurar o atendimento
dessas funções.

39. O que é rotação ideal de estoques?


Rotação de estoques pode ser entendida como uma relação entre as entradas e saídas
de um dado material, levando-se em conta as quantidades estocadas e o tempo
necessário para o seu consumo (ou taxa de cobertura). Essa relação orienta o gestor no
tocante ao planejamento das aquisições, bem como ao dimensionamento dos níveis de
estoque daquele material (em razão de seu consumo e do tempo para a sua reposição).
Essa relação deve ser tão próxima quanto possível de 1:1, que é a condição ideal. Ou
seja, tudo o que entra, sai. Não havendo acúmulos (excessos) ou falta de materiais,
mantendo-se, também, uma condição ótima de taxa de cobertura.

40. Qual a legislação relativa ao aspecto segurança na armazenagem e


manuseio de materiais?
No aspecto segurança do trabalho para o trato manual de cargas deve ser observada as
orientações da Norma Regulamentadora n° 11 (NR-11), da Portaria 3.214/78, do
Ministério do Trabalho e Emprego.

41. Quais as principais formas de identificação de materiais em estoque?


Podemos nos valer dos meios de armazenamento (sejam prateleiras, caixas, paletes etc.)
como formas de identificação dos materiais, pela associação da identificação de cada um
destes ao seu conteúdo, marcando-os com códigos numéricos e alfanuméricos, pelo uso
combinado de cores, figuras geométricas e símbolos, que servem, inclusive, para a
demarcação de áreas reservadas para cada material, segundo suas características.

42. Como deveremos estabelecer a distribuição de um produto?


Antes de distribuir um material solicitado, o gestor de patrimônio tem por obrigação
avaliar a real necessidade de seu fornecimento para o solicitante. Uma vez verificada a
necessidade daquele usuário, o gestor deverá decidir pelo fornecimento do material
levando em conta não apenas aquele consumidor específico, mas todo o conjunto de
potenciais consumidores do produto em sua organização, de modo que o atendimento
em questão não venha a trazer prejuízos para outro solicitante ou à sua organização em
conjunto. Isto verificado, escolherá o meio mais adequado para fazer chegar o material a
quem o solicita. Para tanto, deverá tomar como elementos de decisão as características
do pedido (quantidade, volume e massa do material a ser deslocado, urgência, prazos de
atendimento, locais de entrega desse e de outros pedidos, os requisitos de segurança
para a integridade do material e de quem o conduzirá, etc.), visando atendê-lo e a outros
pedidos a um menor custo para a organização.

43. Qual a finalidade da ficha de prateleira?


É fornecer a posição exata dos saldos dos materiais em estoque, servindo como um meio
de controle adicional aos demais controles da organização. Deve assegurar o registro de
toda a movimentação dos materiais (entradas e saídas), pois está junto aos locais em
que estes se encontram depositados.

44. Como é feita a saída de bens de consumo do almoxarifado, cuja entrada não
existe registro?
Há a obrigação do registro patrimonial de todos os bens públicos, ainda que pelo simples
relacionamento. Um bem não registrado, formalmente, não existe e, portanto, não integra
o patrimônio. Logo, não haverá a possibilidade de registros relativos a saídas, enquanto
não houver a entrada ou registro patrimonial do bem.

74
45. O almoxarifado pode dar saída em mercadoria, cuja nota fiscal ainda se
encontra a pagar no setor financeiro?
Como orientação geral o gestor de patrimônio deverá observar a liquidação da aquisição,
que consolida a plena propriedade do bem pelo Estado. Todavia, a emissão de empenho
implica em assumir responsabilidades sobre a aquisição, de onde, de acordo com a Lei
de Responsabilidade Fiscal, após a entrega do material e sua entrada no patrimônio
público, se caracteriza a impossibilidade do cancelamento da operação. Ou seja, esta
despesa consta, obrigatoriamente, do orçamento anteriormente estabelecido e da
programação para a sua execução associada à disponibilidade financeira.

46. Como proceder a baixa no estoque do almoxarifado?


Através da distribuição feita aos setores requerentes, por meio de requisições.

47. Quando ocorre a Saída Parcial de um material?


Quando não se pode atender ao pedido por completo, se caracterizado o baixo nível de
estoque de um determinado material, ocorre a possibilidade do atendimento parcelado da
aquisição.

48. Pode-se proceder à saída de um material, em virtude do desfazimento ou


renúncia?
Sim, desde que comprovada a inutilização ou abandono do material considera-se
desfazimento.

49. O almoxarifado deve emitir mensalmente balancetes, informando à


contabilidade, a real situação do estoque?
Sim, para que a contabilidade possa acompanhar a movimentação de estoque (entrada e
saída).

50. Em que consiste o inventário rotativo?


Consiste no levantamento contínuo e seletivo dos materiais existentes em estoques ou
daqueles permanentes, distribuídos para uso, feito de acordo com uma programação, a
permitir que todos os itens sejam recenseados ao longo do exercício.

51. Quando um material é considerado antieconômico?


Quando o custo de sua recuperação superar a 50% de seu valo

52. Que destinação deve ser dada aos materiais obtidos, através de convênio,
após o término deste?
Em regra, deverão ser destinados para a respectiva entidade, salvo expresso, de outra
forma, no próprio convênio.

53. Qual o método de avaliação a ser adotado para a atualização do valor do


patrimônio?
Os materiais deverão ser avaliados pela média ponderada das compras e os
equipamentos e materiais permanentes pelo custo de aquisição ou construção, conforme
determina o art. 106, da Lei n° 4.320/64.

54. Como proceder para a valoração de itens do patrimônio obtidos por


produção interna?
Preferencialmente, com base no valor de similares do mercado. Se não for possível,
devem ser valorados pelo seu custo de produção.

55. Como deve ser feita a depreciação de equipamentos e material permanente e


de quantos em quantos anos?

75
Deverá ser feita, anualmente, atualizando o valor de cada item do patrimônio, fazendo-a
constar do inventário anual da unidade. Para cada tipo de equipamento e material
permanente, deve ser consultada a Norma de Execução 06/93 (publicada no DOU de
30/12/93), onde se extraiu a tabela abaixo:

TAXA ANUAL
 Aeronaves 5%
 Aparelhos de medição 10 %
 Aparelhos e equipamentos de Comunicação 10 %
 Aparelhos e equipamentos de Medicina, Odontologia e
10 %
Laboratórios Hospitalares
 Aparelhos e equipamentos para Esportes e Diversões 10 %
 Aparelhos e utensílios domésticos 10 %
 Armamentos 10 %
 Bandeiras, flâmulas e insígnias 20 %
 Coleções e material bibliográfico 10 %
 Embarcações 5%
 Equipamentos de manobra e patrulhamento 10 %
 Equipamentos de proteção, patrulhamento e socorro 10 %
 Instrumentos musicais e artísticos 10 %
 Máquinas e equipamentos de natureza industrial 10 %
 Máquinas e equipamentos energéticos 20 %
 Máquinas e equipamentos gráficos 10 %
 Equipamentos para áudio, vídeo e foto 20 %
 Máquinas, utensílios e equipamentos diversos 10 %
 Equipamentos de processamento de dados 20 %
 Máquinas, instalações e utensílios de escritório 10 %
 Máquinas, ferramentas e utensílios de oficina 10 %
 Equipamentos hidráulicos e elétricos 20 %
 Máquinas e equipamentos agrícolas e rodoviários 20 %
 Mobiliário em geral 10%
 Obras de arte e peças de museu 5%
 Semoventes e equipamentos de montaria 20 %
 Veículos diversos 20 %
 Veículos ferroviários 20 %
 Peças não incorporáveis a imóveis 10 %
 Veículos de tração mecânica 20 %
 Carros de combate 20 %
 Equipamentos, peças e acessórios aeronáuticos 10 %
 Equipamentos, peças e acessórios de proteção de vôo 20 %
 Equipamentos de mergulho e salvamento 20 %
 Equipamentos, peças e acessórios marítimos 10 %
 Equipamentos sobressalente de máquinas e motor de navios e
esquadra 20 %
 Outros materiais permanentes 10 %

56. O que é inventário anual?


Entende-se como inventário anual, o levantamento de todos os bens numa determinada
data, em geral, correspondente ao fim de ano fiscal, com o detalhamento dos materiais e

76
dos bens, com a respectiva indicação das quantidades e valores de cada item, em razão
de seu estado ou qualidade (conforme sua depreciação). Os resultados desse inventário
devem ser analisados, em conjunto, pelos setores de patrimônio e de contabilidade da
unidade.

57. Como podem ser classificados os inventários?


Podem ser classificados em:
 inicial – quando do início das atividades de uma unidade de patrimônio, servindo
de base para o estabelecimento do valor dos bens e das responsabilidades em
relação a estes;
 de transferência de responsabilidade – quando da mudança do gestor da unidade
de patrimônio ou do próprio órgão a que está subordinado;
 encerramento de atividades – quando ocorre o encerramento de atividades por
extinção ou incorporação da unidade de patrimônio;
 anual ou de encerramento de exercício – aquele exigido para o controle interno e
externo, que permite a comparação da movimentação de entradas e saídas do
estoque e o seu controle físico/financeiro.

58. O que é fornecimento por pressão?


Processo, através, do qual se entrega o material ao usuário, mediante a apresentação de
uma solicitação, não obedecendo às condições pré-estabelecidas.

59. O que é vida útil física (VUF) e vida útil econômica (VUE) de máquinas e
equipamentos?
VUF e VUE são dois conceitos associados à substituição de máquinas e equipamentos.
 VUF diz respeito ao período da vida útil dos materiais em que o seu desempenho
é compatível com o desempenho para o qual foi adquirido ou projetado.
 VUE diz respeito ao período da vida útil do material em que o seu custo
operacional ou de funcionamento é compatível com o de similares encontrados no
mercado, para um dado desempenho tomado como referência.

60. Como efetuar a baixa de um bem encaminhado para leilão?


Proceder à baixa mediante termo de transferência para o órgão responsável pelo leilão,
que assumirá a carga do bem.

61. Como dar saída de um bem, que existe, fisicamente, mas que pela falta de
controle não se sabe a origem deste, pois, o mesmo não foi localizado na
relação geral de bens do patrimônio?
Proceder avaliação para, em seguida, dar entrada no patrimônio e baixar conforme valor.

62. Em caso de comodato, como proceder à baixa, quando o comodatário não


mais tem o objeto em seu poder, não oficiou o comodante a falta do referido
bem ou comunicou o seu extravio?
Elaborar memorando para os superiores informando:
 da não existência ou da não localização dos bens;
 propor a formalização de processo para efetuar a baixa dos bens não localizados,
notificando o comodatário, inclusive, com a publicação da citação para
esclarecimentos a respeito do fato;
 comunicar o fato à Superintendência do Sistema de Patrimônio, Materiais e
Serviços (SAD) para a apuração de responsabilidades, conforme cláusulas do
contrato.

77
63. Como dar a saída de livros técnicos extraviados em uma unidade, quando o
órgão não possui informações sobre a aquisição destes, em seu
patrimônio?
Bens que não foram devidamente registrados como integrantes do patrimônio público
ficam mais susceptíveis a extravio, furto ou outras formas de perda. Todavia, o
responsável por este patrimônio poderá responder, administrativamente, caso comprove
a existência de omissão por sua parte, não procedendo aos devidos registros, em tempo
hábil.

64. Como efetuar a baixa de material de distribuição gratuita, quando o órgão


não possui registro desses materiais?
Em razão das características do material deve haver procedimentos específicos para a
sua distribuição e, por meio desta, sua baixa. Em caso de dúvidas sobre a destinação e o
atendimento dos propósitos a que se destinaria o material, formar comissão para
levantamento dos fatos.

65. Como efetuar, adequadamente, a baixa de bens quando o órgão não tem
referência do seu valor histórico?
A unidade somente perde a referência de valor de um bem, quando esta não cumpre,
adequadamente, as suas finalidades entre as quais está a de manter atualizado o valor
do patrimônio aos seus cuidados. Para a regularização da situação e a adequada baixa
do material do patrimônio, este deverá estar, devidamente valorado, seja por avaliação
técnica de especialista ou por intermédio de uma comissão de avaliação (equipe de
especialistas).

66. Quando que os bens se tornam obsoletos?


Bens se tornam obsoletos principalmente por dois motivos.
a) a aquisição de quantidades desnecessárias superiores às necessidades de
consumo da unidade.
b) quando o gestor de materiais está desatualizado, em relação aos materiais
existentes no mercado e, mesmo que não adquira quantidades excessivas,
pode adquirir materiais que possam perder a sua funcionalidade, onerando,
também assim, o patrimônio publico.

67. Como proceder a baixa de bens semoventes por morte?


Obter atestado ou certidão emitida por profissional habilitado (veterinário) ou, quando não
for possível, buscar o atestado de veracidade dos fatos junto à, pelo menos, três
testemunhas. (Art. 63, inciso 5 da Portaria SAD n 426, de 17/12/80).

68. Como proceder à saída de bens, que serão dados em permuta por outro, de
forma a realizar os ajustes no sistema de patrimônio?
Os bens somente poderão ter sua baixa realizada após a formalização da permuta,
inclusive, quando dados em pagamento por outro, fato este que deve estar corretamente
registrado, nos processos e publicações pertinentes.

69. Quais os procedimentos legais para a baixa de um bem que foi dado em
pagamento?
Após a execução da dívida, atualizar o valor do bem incorporando-o ao patrimônio e
proceder a baixa normalmente..

70. Como fazer a baixa de um bem cedido para um órgão público sem contrato
de cessão de uso?
Nenhuma movimentação de materiais deverá ser feita sem o devido registro e
autorização competente. Há a necessidade de se estabelecer um processo de
responsabilidade pela inobservância dos requisitos formais.

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71. Como proceder a baixa de um veículo roubado na residência ou em poder de
um servidor?
Proceder o registro policial da ocorrência e comunicar o fato às instâncias competentes
da unidade de patrimônio, à qual o bem está vinculado para a tomada das providências
pertinentes, se a posse do veículo estiver, devidamente, autorizada para o servido

72. Como proceder a baixa de arma de fogo considerada bem inativo?


Armas e munições necessitam de procedimentos específicos para o seu desfazimento,
somente após o que poderá ser realizada a devida baixa. Se, em condições de uso,
deverá destiná-la a outra unidade (prioritariamente para as Secretarias de Justiça ou de
Segurança), procedimento similar dever-se-á adotar para outros materiais.

73. Como proceder a baixa de medicamento com validade vencida?


Medicamento é um tipo de material, que exige cuidados específicos para o seu
desfazimento, visto que colocam em risco a população e o meio ambiente. No que se
refere a sua baixa, deve-se relacionar os que se encontram vencidos e suas respectivas
quantidades, obter a autorização do gestor da unidade para a sua liberação e posterior
encaminhamento a uma unidade de reconhecida competência visando ao seu tratamento
ou destinação final. Uma outra opção seria buscar auxílio junto, à representação do órgão
ambiental de sua localidade.
74. Como proceder a saída de material considerado antieconômico?
Através de doações a instituições de utilidade pública, por ex.: PROSOL, Associações de
Pequenos Produtores Rurais, etc.

75. Como proceder a baixa de materiais contaminados, por agentes patológicos


ou radioativos?
O gestor do órgão deve solicitar através de ofício, laudo da vigilância sanitária, que irá
orientar o processo, para a devida baixa.
76. Quais são as penalidades para o gestor de patrimônio que não obedecer aos
procedimentos para levantamento de inventários mensais, a fim de atender
às prestações de contas mensais do governo?
Como qualquer servidor, estará sujeito às penalidades administrativas e até mesmo à
perda das funções.

77. Quais os critérios para doação?


Quando, está inativo ou obsoleto, deve ser doado para outro Órgão governamental ou
Entidade Filantrópica.

78. Quando se utiliza a modalidade concurso?


Para contratação de trabalho técnico, científico ou artístico.

79. Em que caso deve ser aplicada a inutilização de materiais?


A inutilização se faz, quando do desfazimento ou renúncia ao direito de propriedade e
quando a sua existência se caracteriza como de risco. Por exemplo, materiais
contaminados, tóxicos ou venenosos, formulários e carimbos, que podem ser utilizados
de forma fraudulenta. Nestes casos, o desfazimento deve seguir procedimentos
específicos.

79
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL
PORTARIA Nº 448, DE 13 DE SETEMBRO DE 2002
DOU de 17.9.2002
Divulga o detalhamento das naturezas de despesas 339030, 339036, 339039 e 449052.
O SECRETÁRIO DO TESOURO NACIONAL, no exercício das atribuições que lhe foram
conferidas pela Portaria MF/GM nº 71, de 08 de abril de 1996, e;

Considerando o disposto no parágrafo 2º, do artigo 50 da Lei Complementar nº 101, de


04 de maio de 2000, que atribui encargos ao órgão central de contabilidade da União;
Considerando o contido no inciso I do artigo 4º do Decreto nº 3.589, de 06/09/2000, que
confere à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda – STN/MF a
condição de órgão central do Sistema de Contabilidade Federal;
Considerando as competências do órgão central do Sistema de Contabilidade Federal,
estabelecidas no artigo 5º do Decreto nº 3.589, de 06/09/2000, complementadas pela
atribuição definida no inciso XVI, do artigo 8º do Decreto nº 3.366, de 26/02/2000 e
conforme artigo 18 da Lei nº 10.180, de 06 de fevereiro de 2001;
Considerando, ainda, a necessidade de desenvolver mecanismos que assegurem, de
forma homogênea, a apropriação contábil de subitens de despesas para todas as esferas
de governo, de forma a garantir a consolidação das contas exigida pela Lei de
Responsabilidade Fiscal.
RESOLVE:
Art. 1º - Divulgar o detalhamento das naturezas de despesa, 339030 - Material de
Consumo, 339036 – Outros Serviços de Terceiros Pessoa Física, 339039 - Outros
Serviços de Terceiros Pessoa Jurídica e 449052 - Equipamentos e Material Permanente,
de acordo com os anexos I, II, III, IV, respectivamente, para fins de utilização pela União,
Estados, DF e Municípios, com o objetivo de auxiliar, em nível de execução, o processo
de apropriação contábil da despesa que menciona.
Art. 2º - Para efeito desta Portaria, entende-se como material de consumo e material
permanente:
I - Material de Consumo, aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da Lei
n. 4.320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a
dois anos;
II - Material Permanente, aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua
identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos.

Art. 3º - Na classificação da despesa serão adotados os seguintes parâmetros


excludentes, tomados em conjunto, para a identificação do material permanente:
I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas
condições de
funcionamento, no prazo máximo de dois anos;
II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou
deformável, caracterizandose pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;
III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se
deteriora ou perde sua característica normal de uso;
IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser
retirado sem prejuízo das características do principal; e
V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.

80
Art. 4º - As unidades da administração indireta, sujeitas à observância da Lei nº 6.404/76,
poderão considerar, ainda, o limite para dedução como despesa operacional de bens
adquiridos para suas operações, de acordo com a legislação vigente.
Art. 5º - Os componentes relacionados esgotam todos os tipos de bens, materiais ou
serviços possíveis de serem adquiridos ou contratados pelos órgãos, razão pela qual os
executores deverão utilizar o grupo que mais se assemelha às características do item a
ser apropriado, quando não expressamente citado. Por outro lado, o fato de um material
ou serviço estar exemplificado ementário não significa que não possa ser classificado em
outro do mesmo elemento de despesa, desde que possua uma outra aplicação
específica.
Art. 6º - A despesa com confecção de material por encomenda só deverá ser classificada
como serviços de terceiros se o próprio órgão ou entidade fornecer a matéria-prima. Caso
contrário, deverá ser classificada na natureza 449052, em se tratando de confecção de
material permanente, ou na natureza 339030, se material de consumo.
Art. 7º - Para a classificação das despesas de pequeno vulto, deverá ser utilizada a conta
cuja função seja a mais adequada ao bem ou serviço.
Art. 8º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, tendo seus efeitos
aplicados a partir de 1º de janeiro de 2003.

81
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE, NBC TSP 04, DE 25 DE NOVEMBRO DE
2016

Objetivo

1. O objetivo desta norma é estabelecer o tratamento contábil para estoques. A


questão fundamental na contabilização dos estoques é quanto ao valor do custo a
ser reconhecido como ativo e mantido nos registros até que as respectivas receitas
sejam reconhecidas. Esta norma objetiva orientar sobre a determinação do valor de
custo dos estoques e sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa no
resultado, incluindo qualquer redução ao valor realizável líquido. Também fornece
orientação sobre o método e os critérios usados para atribuir custos aos estoques.

Alcance

2. A entidade que elabora e apresenta as suas demonstrações contábeis no


regime de competência deve aplicar esta norma na contabilização de todos os
estoques, com exceção dos seguintes:
(a) produção em andamento proveniente de contratos de construção,
incluindo contratos de serviços diretamente relacionados;
(b) instrumentos financeiros;
(c) ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e o produto
agrícola no ponto da colheita;
(d) serviços em andamento proporcionados sem custos ou por valor irrisório
cobrado diretamente do beneficiário.

3. Esta norma não se aplica também à mensuração dos estoques mantidos por:
(a) produtor de produtos agrícolas e florestais, produtos agrícolas após o
ponto da colheita, minerais e produtos minerais, na medida em que eles
sejam mensurados pelo valor realizável líquido de acordo com as práticas
estabelecidas nesses setores. Quando tais estoques são mensurados
pelo valor realizável líquido, as alterações nesse valor devem ser
reconhecidas no resultado do período em que se tenha verificado a
alteração;
(b) operadores (broker-traders) de commodities que mensurem seus
estoques pelo valor justo deduzido dos custos de venda. Nesse caso, as
alterações desse valor devem ser reconhecidas no resultado do período
em que se tenha verificado a alteração.

4. Esta norma se aplica às entidades do setor público, conforme o alcance


definido na NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL.

5. (Não convergido).

6. Os estoques referidos no item 2(d) não são abordados nesta norma porque
envolvem questões específicas do setor público que exigem considerações
adicionais.

7. Os estoques referidos no item 3(a) devem ser mensurados pelo valor realizável
líquido em determinadas fases de produção. Isso ocorre, por exemplo, quando as
culturas agrícolas tenham sido colhidas ou os minerais tenham sido extraídos e a

82
venda esteja assegurada pelos termos de contrato futuro ou por garantia
governamental ou quando exista mercado ativo e haja baixo risco de fracasso de
venda. Esses estoques devem ser excluídos apenas dos requisitos de mensuração
desta norma.

8. Os operadores de commodities são aqueles que compram ou vendem commodities


para outros ou por sua própria conta. Os estoques referidos no item 3(b) são
essencialmente adquiridos com a finalidade de venda no futuro próximo e de gerar
lucro com base nas variações dos preços ou na margem dos operadores. Quando
esses estoques são mensurados pelo valor justo menos os custos de venda, eles
devem ser excluídos apenas dos requisitos de mensuração desta norma.

Definições

9. Os termos a seguir são usados nesta norma com os significados específicos:


Custo corrente de reposição é o custo que a entidade incorreria para adquirir
o ativo na data da demonstração contábil.
Estoques são ativos:
(a) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos no processo
de produção;
(b) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou
distribuídos na prestação de serviços;
(c) mantidos para venda ou distribuição no curso normal das operações; ou
(d) em processo de produção para venda ou distribuição.
Valor realizável líquido é o preço estimado de venda no curso normal das
operações, menos os custos estimados para a conclusão e os gastos
estimados necessários para ocorrer a venda, a troca ou a distribuição.

Valor realizável líquido

10. O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a entidade espera realizar
com a venda do estoque no curso normal das operações. O valor justo reflete a
quantia pela qual o mesmo estoque poderia ser trocado entre compradores e
vendedores bem informados e dispostos a isso, em ambiente de mercado. O
primeiro é o valor específico para a entidade, ao passo que o segundo já não é. Por
isso, o valor realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao valor justo
deduzido dos gastos necessários para vender.

Estoques

11. Os estoques compreendem bens adquiridos e mantidos para revenda, incluindo,


por exemplo, mercadorias compradas para revenda ou terrenos e outros imóveis
para venda. Os estoques também compreendem produtos acabados e produtos em
processo de produção. Estoques também incluem matérias-primas e materiais
aguardando utilização no processo de produção e bens adquiridos ou produzidos
pela entidade para distribuição a terceiros, gratuitamente ou por valor irrisório,
como, por exemplo, livros didáticos produzidos por autoridades de saúde para
doação a escolas. Em muitas entidades do setor público, os estoques estão
relacionados com a prestação de serviços e, não, com as mercadorias compradas
e mantidas para revenda ou os bens produzidos para venda. No caso de prestador
de serviços, os estoques incluem os custos do serviço, tal como descrito no item
28, para o qual a entidade ainda não tenha reconhecido a respectiva receita

83
(orientação quanto ao reconhecimento da receita pode ser encontrada na NBC TSP
02 – Receita de Transação com Contraprestação).

12. Estoques no setor público podem incluir:


(a) munição;
(b) material de consumo;
(c) material de manutenção e expediente;
(d) peças de reposição para instalações industriais e equipamentos, exceto
aquelas tratadas pelas normas de ativos imobilizados;
(e) estoques estratégicos (por exemplo, reservas de energia);
(f) estoques de moeda não emitida;
(g) materiais de serviço postal mantidos para venda (por exemplo, selos);
(h) serviços em andamento, incluindo:
(i) materiais educacionais (didáticos) ou para treinamento;
(ii) serviços a clientes (por exemplo, serviços de consultoria e informática),
que são vendidos a preços de mercado em transação sem favorecimento;
e
(i) terrenos e propriedades para venda.

13. Onde o governo controla os direitos para criar e emitir vários ativos, incluindo selos
postais e moeda, esses itens de estoques devem ser reconhecidos como tal para
fins desta norma. Esses ativos não são contabilizados a seu valor de face, mas
mensurados de acordo com o item 15, ou seja, sob custo de impressão ou de
cunhagem.

14. Quando o governo mantém vários estoques estratégicos, tal como reservas de
energia (por exemplo, petróleo), para uso em emergência ou em outras situações
(por exemplo, desastres naturais ou outras emergências de defesa civil), esses
ativos devem ser reconhecidos como estoques para fins desta norma e
devidamente tratados como tais.

Mensuração de estoques

15. Os estoques objeto desta norma devem ser mensurados pelo valor de custo
ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor, exceto quando o disposto
nos itens 16 ou 17, se aplicar.

16. Quando os estoques tiverem sido adquiridos por meio de transação sem
contraprestação, o custo deve ser mensurado pelo seu valor justo na data do
seu recebimento.

17. Estoques devem ser mensurados pelo menor valor entre o custo e o custo
corrente de reposição quando são mantidos para:
(a) distribuição gratuita ou por valor irrisório;
(b) consumo no processo de produção de bens a serem distribuídos
gratuitamente ou por valor irrisório.

Custo dos estoques

84
18. O valor de custo dos estoques deve incluir todos os custos de aquisição e de
transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à
sua condição e localização atuais.

Custo de aquisição

19. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de


importação e outros tributos (exceto os recuperáveis no Fisco), bem como os
custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição
de produtos acabados, materiais e suprimentos. Descontos comerciais,
abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do
custo de aquisição.

Custo de transformação

20. Os custos de transformação de estoques em elaboração para estoques de produtos


acabados são incorridos principalmente no ambiente de produção. Os custos de
transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as
unidades produzidas, tais como mão de obra direta. Também incluem a alocação
sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos
para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de
produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes
independentemente do volume de produção, tais como depreciação e manutenção
de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e custos de
administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis são aqueles
que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção, tais
como materiais indiretos e certos tipos de mão de obra indireta.

21. A alocação de custos fixos indiretos de fabricação às unidades produzidas é


baseada na capacidade normal de produção. Capacidade normal é a produção
média que se espera atingir ao longo de vários períodos em circunstâncias
normais, levando-se em consideração, para a determinação dessa capacidade
normal, a parcela da capacidade total não utilizada por causa de manutenção
preventiva, de férias coletivas e de outros eventos semelhantes considerados
normais para a entidade. O nível real de produção pode ser usado se aproximar-se
da capacidade normal. O valor do custo fixo alocado a cada unidade produzida não
pode ser aumentado por causa do baixo volume de produção ou ociosidade. Os
custos fixos não alocados aos produtos devem ser reconhecidos diretamente como
despesa no período em que são incorridos. Em períodos de alto volume anormal de
produção, o valor de custo fixo alocado a cada unidade produzida deve ser
diminuído, de maneira que os estoques não sejam mensurados acima do custo. Os
custos indiretos de produção variáveis são alocados a cada unidade produzida com
base no uso real dos insumos variáveis de produção.

22. Por exemplo, a alocação dos custos fixos e variáveis incorridos na melhoria de
terrenos ”sem benfeitorias” mantidos para a venda em empreendimentos
comerciais ou residenciais pode incluir custos relacionados ao paisagismo,
drenagem, assentamento de tubulação para conexão das instalações, etc.

23. Um processo de produção pode resultar em mais de um produto fabricado


simultaneamente. Esse é, por exemplo, o caso quando se fabricam produtos em
conjunto ou quando há o produto principal e um ou mais subprodutos. Quando os
custos de transformação de cada produto não são separadamente identificáveis,
eles devem ser atribuídos aos produtos, em base racional e consistente. Essa
alocação pode ser baseada, por exemplo, no valor relativo da receita de venda de

85
cada produto, seja na fase do processo de produção em que os produtos se tornem
separadamente identificáveis, seja no final da produção, conforme o caso. A maior
parte dos subprodutos, em razão de sua natureza, geralmente é imaterial. Quando
for esse o caso, eles são muitas vezes mensurados pelo valor realizável líquido, e
esse valor é deduzido do custo do produto principal. Como resultado, o valor
contábil do produto principal não é materialmente diferente do seu custo.

Outros custos

24. Outros custos que não de aquisição nem de transformação devem ser incluídos nos
custos dos estoques somente à medida que sejam incorridos para colocar os
estoques no seu local e na sua condição atuais. Por exemplo, pode ser apropriado
incluir, no custo dos estoques, gastos gerais que não sejam da produção ou custos
do projeto de produtos para clientes específicos.

25. Exemplos de itens não incluídos no custo dos estoques e reconhecidos como
despesa do período em que são incorridos:
(a) valor anormal de desperdício de materiais, mão de obra ou outros insumos de
produção;
(b) gastos de armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo
produtivo, como entre uma ou outra fase de produção;
(c) despesas administrativas que não contribuem para trazer os estoques ao seu
local e condição atuais; e
(d) despesas de comercialização.

26. Situações em que os encargos de empréstimos obtidos devem ser incorporados


aos custos dos estoques não são tratados por esta norma.

27. A entidade pode comprar estoques com condição para pagamento a prazo. Quando
a negociação contém efetivamente elemento de financiamento, por exemplo, a
diferença entre o preço de aquisição em condição normal de pagamento e o valor
pago deve ser reconhecida como despesa de juros durante o período do
financiamento.

Custo de estoques de prestador de serviços

28. Na medida em que os prestadores de serviços tenham estoques de serviços em


andamento, com exceção daqueles constantes no item 2(d), devem ser
mensurados pelos custos da sua produção. Esses custos consistem principalmente
em mão de obra e outros custos com o pessoal diretamente envolvido na prestação
dos serviços, incluindo o pessoal de supervisão e os custos indiretos atribuíveis. Os
gastos com mão de obra e outros relacionados com a venda e com o pessoal
administrativo geral não são incluídos no custo, mas devem ser reconhecidos como
despesas do período em que são incorridos. O custo dos estoques de prestador de
serviços não inclui as margens de lucro nem os gastos gerais não atribuíveis que
são frequentemente incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços.

29. (Não convergido).

Outras formas para a mensuração do custo

30. Outras formas para mensuração do custo de estoques, tais como o custo-padrão
ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se os resultados se

86
aproximarem do custo. O custo-padrão leva em consideração os níveis normais de
utilização dos materiais e suprimentos, mão de obra, eficiência e utilização da
capacidade produtiva. Elas devem ser regularmente revisadas à luz das condições
correntes.

31. Estoques podem ser transferidos à entidade por meio de transações sem
contraprestação. Por exemplo, agência de ajuda internacional pode doar
medicamentos para hospital público como consequência de desastre natural.
Nessas circunstâncias, o custo do estoque é o seu valor justo na data de seu
recebimento.

Critérios de mensuração de estoques

32. O custo dos estoques de itens que não são normalmente intercambiáveis e de
bens ou serviços produzidos e segregados para projetos específicos deve ser
atribuído por meio da identificação específica dos seus custos individuais.

33. A identificação específica do custo significa que são atribuídos custos específicos a
itens identificados do estoque. Esse é o tratamento apropriado para os itens que
sejam segregados para projeto específico, independentemente de eles terem sido
comprados ou produzidos. Porém, quando há grandes quantidades de itens de
estoque que sejam normalmente intercambiáveis, a identificação específica de
custos não é apropriada. Em tais circunstâncias, o critério de valoração dos itens
que permanecem nos estoques deve ser usado para se obter os efeitos
predeterminados no resultado do período.

34. Ao se aplicar o item 33, a entidade deve usar o mesmo critério de valoração
para todos os estoques que possuam a mesma natureza e uso para a
entidade. Para estoques com diferentes naturezas ou usos (por exemplo,
certas commodities usadas em um segmento e o mesmo tipo de commodities
usadas em outro segmento), o uso de critérios de valoração diferentes pode
se justificar. A diferença na localização geográfica dos estoques (e nas
respectivas regras fiscais), por si só, não é suficiente para justificar o uso de
diferentes critérios de mensuração do estoque.

35. O custo dos estoques, que não sejam os tratados no item 32, deve ser
atribuído pelo uso do critério primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS); ou pelo
critério do custo médio ponderado. A entidade deve usar o mesmo critério de
valoração para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes
para a entidade. Para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem
justificar-se diferentes critérios de valoração.

36. Por exemplo, os estoques usados em um segmento podem ter, para a entidade,
uso diferente do mesmo tipo de estoques usados em outro segmento. Porém, a
diferença na localização geográfica dos estoques, por si só, não é suficiente para
justificar o uso de diferentes critérios de valoração dos estoques.

37. O critério PEPS pressupõe que os itens de estoque que foram comprados ou
produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e, consequentemente, os
itens que permanecerem em estoque no fim do período sejam os mais
recentemente comprados ou produzidos. Pelo critério do custo médio ponderado, o
custo de cada item é determinado a partir da média ponderada do custo de itens
semelhantes no começo do período e do custo dos mesmos itens comprados ou
produzidos durante o período. A média pode ser determinada em base periódica ou
à medida que cada lote seja recebido, dependendo das circunstâncias da entidade.

87
Valor realizável líquido

38. O custo dos estoques pode não ser recuperável se esses estoques estiverem
danificados; caso se tornem total ou parcialmente obsoletos; ou se os seus preços
de venda tiverem diminuído. O custo dos estoques pode também não ser
recuperável se os custos estimados de conclusão ou as despesas estimadas a
serem incorridas para realizar a venda, a troca ou a distribuição tiverem
aumentado. A prática de reduzir o valor de custo dos estoques para o valor
realizável líquido é consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem
ser reconhecidos por quantias superiores aos benefícios econômicos futuros ou
potencial de serviços que se espera que sejam realizadas por meio da venda, da
troca, da distribuição ou do uso.

39. Os estoques devem ser reduzidos para o seu valor realizável líquido item a item.
Em algumas circunstâncias, porém, pode ser apropriado agrupar unidades
semelhantes ou relacionadas, pode ser o caso dos itens de estoque relacionados
com a mesma linha de produtos que tenham finalidades ou usos semelhantes, que
sejam produzidos e comercializados na mesma área geográfica e não possam ser
avaliados separadamente de outros itens dessa linha de produtos. Não é
apropriado reduzir o valor dos estoques com base na classificação de estoques,
como, por exemplo, produtos acabados, ou em todos os estoques de determinado
setor ou segmento geográfico. Os prestadores de serviços normalmente acumulam
custos relacionados a cada serviço para o qual será cobrado preço de venda
específico. Portanto, cada um desses serviços deve ser tratado como item em
separado.

40. As estimativas do valor realizável líquido também devem levar em consideração a


finalidade para a qual o estoque é mantido. Por exemplo, o valor realizável líquido
da quantidade de estoque mantido para atender a contratos de venda ou de
prestação de serviços de valor fixo é baseado no preço do contrato. Se os contratos
de venda dizem respeito a quantidades inferiores às quantidades de estoque
possuídas, o valor realizável líquido do excesso baseia-se em preços gerais de
venda. Orientações sobre o tratamento de provisões ou passivos contingentes, tais
como aqueles que surgem de contratos de venda a valor fixo com quantidades
superiores àquelas mantidas em estoques e contratos de compra a valor fixo
podem ser encontradas na NBC TSP 03 – Provisões, Passivos Contingentes e
Ativos Contingentes.

41. Os materiais e outros bens de consumo mantidos para uso na produção de


estoques não devem ser reduzidos abaixo do custo se for previsível que os
produtos acabados em que eles devem ser incorporados sejam vendidos, trocados
ou distribuídos pelo custo ou acima do custo. Porém, quando a diminuição no preço
dos produtos acabados indicar que o custo de elaboração desses produtos exceda
seu valor realizável líquido, os materiais devem ser reduzidos ao valor realizável
líquido. Em tais circunstâncias, o custo de reposição dos materiais pode ser a
melhor mensuração disponível do seu valor realizável líquido.

42. Em cada período subsequente, é feita nova avaliação do valor realizável líquido.
Quando as circunstâncias que anteriormente provocaram a redução dos estoques
abaixo do custo deixarem de existir ou quando houver clara evidência do aumento
no valor realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias econômicas, a
quantia da redução deve ser revertida (a reversão é limitada à quantia da redução
original) de modo que o novo valor registrado dos estoques seja o menor valor
entre o custo e o valor realizável líquido revisto. Isso ocorre, por exemplo, com item

88
de estoque registrado pelo valor realizável líquido, porque o seu preço de venda
havia sido reduzido, que ainda está no estoque em período posterior e o seu preço
de venda aumentou.

Distribuição de bens gratuitamente ou por valor irrisório

43. A entidade do setor público pode manter estoques dos quais seus benefícios
econômicos futuros ou potencial de serviços não estejam diretamente relacionados
à sua capacidade de gerar entradas de caixa. Esses tipos de estoques podem
surgir quando o governo determina a distribuição de certos bens gratuitamente ou
por valor irrisório. Nesses casos, os benefícios econômicos futuros ou potencial de
serviços para fins de elaboração e divulgação das demonstrações contábeis devem
ser refletidos pelo valor que a entidade precisaria pagar para adquiri-los se eles
fossem necessários para alcançar os objetivos da entidade. Quando os benefícios
econômicos ou potencial de serviços não puderem ser adquiridos no mercado, a
estimativa do custo de reposição deve ser realizada. Se o propósito pelo qual o
estoque é mantido se alterar, então esse estoque deve ser avaliado usando-se o
disposto no item 15.

Reconhecimento no resultado

44. Quando os estoques são vendidos, trocados ou distribuídos, o valor contábil


desses itens deve ser reconhecido como despesa do período em que a
respectiva receita é reconhecida. Se não houver nenhuma receita, a despesa
deve ser reconhecida quando as mercadorias são distribuídas ou o serviço é
prestado. A quantia de qualquer redução dos estoques para o valor realizável
líquido e de todas as perdas de estoques deve ser reconhecida como despesa
do período em que a redução ou a perda ocorrer. A quantia de qualquer
reversão de redução de estoques deve ser registrada, no período em que a
reversão ocorrer, como redução do item reconhecido como despesa no
período em que a reversão ocorreu.

45. Para o prestador de serviços, o momento em que os estoques devem ser


reconhecidos como despesa normalmente ocorre quando os serviços são
prestados ou mediante o faturamento dos serviços.

46. Alguns itens de estoques podem ser transferidos para outras contas do ativo, como,
por exemplo, estoques usados como componentes de ativos imobilizados
produzidos internamente. Os estoques alocados a outro ativo devem ser
reconhecidos como despesa durante a vida útil desse ativo.

Divulgação

47. A entidade deve divulgar nas demonstrações contábeis:


(a) as políticas contábeis adotadas na mensuração dos estoques, incluindo
critérios de valoração utilizados;
(b) o valor total contabilizado em estoques e o valor classificado em outras
contas específicas da entidade;
(c) o valor de estoques contabilizados pelo valor justo menos as despesas
de venda;
(d) o valor de estoques reconhecido como despesa durante o período;

89
(e) o valor de qualquer redução de estoques reconhecido como despesa no
resultado do período, de acordo com o item 42;
(f) o valor de qualquer reversão de redução do valor dos estoques
reconhecido no resultado do período, de acordo com o item 42;
(g) as circunstâncias ou acontecimentos que conduziram à reversão da
redução de estoques, de acordo com o item 42; e
(h) o valor contabilizado de estoques dados como garantia a passivos.

48. A informação relativa a valores contábeis reconhecidos nas diferentes


classificações de estoques e a extensão das alterações nesses ativos é útil para os
usuários das demonstrações contábeis. As classificações comuns de estoques são:
mercadorias, bens de consumo de produção, materiais, produtos em elaboração e
produtos acabados. Os estoques de prestador de serviços devem ser classificados
como estoques em elaboração.

49. O valor do estoque reconhecido como despesa durante o período consiste nos
custos que estavam incluídos na mensuração do estoque que foi vendido, trocado
ou distribuído, e nos custos indiretos de produção não alocados aos produtos e
montantes anormais de custos de produção dos estoques. Em determinadas
circunstâncias, a entidade também podem admitir a inclusão de outros valores, tais
como custos de distribuição.

50. Algumas entidades adotam um formato para a demonstração do resultado que


resulta na divulgação de valores que não sejam os custos dos estoques
reconhecidos como despesa durante o período. De acordo com esse formato, a
entidade apresenta uma análise usando uma classificação baseada na natureza
das despesas. Nesse caso, a entidade deve divulgar os custos reconhecidos como
despesa para matérias-primas e outros materiais, mão de obra e outros custos de
transformação, em conjunto com a variação líquida nos estoques no período.

Vigência

Esta norma deve ser aplicada pelas entidades do setor público a partir de 1º de
janeiro de 2017, salvo na existência de algum normativo em âmbito Nacional que
estabeleça prazos específicos – casos em que estes prevalecem, e revoga, a partir
de 1º de janeiro de 2017, os itens 7 a 19 da NBC T 16.10, aprovada pela Resolução
CFC n.º 1.137/2008, publicada no DOU, Seção 1, de 25.11.2008.

90
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE, NBC TSP 07, DE 22 DE
SETEMBRO DE 2017

Aprova a NBC TSP 07 – Ativo


Imobilizado.

Objetivo

1. O objetivo desta norma é estabelecer o tratamento contábil para ativos


imobilizados, de forma que os usuários das demonstrações contábeis possam
discernir a informação sobre o investimento da entidade em seus ativos
imobilizados, bem como suas variações. As principais questões a serem
consideradas na contabilização do ativo imobilizado são (a) o reconhecimento dos
ativos, (b) a determinação dos seus valores contábeis e (c) os valores de
depreciação e de perdas por redução ao valor recuperável a serem reconhecidos
em relação aos mesmos.

Alcance

2. A entidade que elabora e apresenta demonstrações contábeis de acordo com


o regime de competência deve aplicar esta norma na contabilização do ativo
imobilizado, exceto:
(a) quando um tratamento contábil diferente foi adotado de acordo com outra
NBC TSP; e
(b) quanto a itens do patrimônio cultural. No entanto, os requerimentos de
divulgação dos itens 88, 89 e 92 se aplicam a tais ativos que sejam
reconhecidos.

3. Esta norma se aplica às entidades do setor público, conforme o alcance


definido na NBC TSP Estrutura Conceitual.

4. (Eliminado).

5. Esta norma se aplica ao ativo imobilizado, incluindo:


(a) equipamento militar especializado;
(b) ativos de infraestrutura; e
(c) ativos de contrato de concessão após o reconhecimento inicial e mensuração
de acordo com NBC TSP 05 – Contratos de Concessão de Serviços Públicos:
Concedente.

6. Esta norma não se aplica a:


(a) ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola; ou
(b) direitos de exploração mineral e reservas minerais, tais como petróleo, gás
natural e recursos não renováveis semelhantes.

91
Contudo, esta norma aplica-se aos ativos imobilizados utilizados para desenvolver
ou manter os ativos descritos neste item.

7. Outras NBCs TSP podem exigir o reconhecimento de item do ativo imobilizado com
base em abordagem diferente da usada nesta norma. Por exemplo, a NBC TSP 05
exige que a entidade avalie o reconhecimento de um item do imobilizado usado em
um contrato de concessão com base no controle do ativo. Porém, em tais casos,
outros aspectos do tratamento contábil para esses ativos, incluindo depreciação,
são estabelecidos por esta norma.

8. A entidade que usa o modelo de custo para propriedades para investimento,


conforme a NBC TSP 06 – Propriedade para Investimento, deve utilizar o modelo
de custo previsto nesta norma.

Itens do patrimônio cultural

9. Esta norma não exige que a entidade reconheça itens do patrimônio cultural que de
outra forma se enquadrariam na definição e critérios de reconhecimento de ativo
imobilizado. Se a entidade reconhece itens do patrimônio cultural, deve aplicar as
exigências de divulgação desta norma e pode, mas não é obrigada a, aplicar as
exigências de mensuração desta norma.

10. Alguns itens são definidos como do patrimônio cultural devido a sua relevância
histórica, cultural ou ambiental. Exemplos incluem monumentos e edificações, sítios
arqueológicos, áreas de conservação e reservas naturais e obras de arte. Certas
características, incluindo as seguintes, são geralmente apresentadas por itens do
patrimônio cultural (apesar de que estas características não são exclusivas de tais
itens):
(a) o seu valor em termos cultural, ambiental, educacional e histórico é improvável
de ser totalmente refletido em valor financeiro baseado puramente a preços de
mercado;
(b) obrigações legais e/ou estatutárias podem impor proibições ou severas
restrições à sua alienação por venda;
(c) são geralmente insubstituíveis e seus valores podem aumentar ao longo do
tempo mesmo se sua condição física se deteriorar; e
(d) pode ser difícil estimar sua vida útil, que, em alguns casos, pode ser de
centenas de anos.
Entidades do setor público podem possuir expressivos valores de itens do
patrimônio cultural, que foram sendo adquiridos ao longo de muitos anos e por
vários meios, incluindo compra, doação, legado e desapropriação. Esses itens
são raramente mantidos pela sua capacidade de gerar fluxo de caixa e podem
haver obstáculos legais ou sociais para usá-los em tais propósitos.

11. Alguns itens do patrimônio cultural possuem benefícios econômicos futuros ou


potencial de serviços além de seu valor cultural, por exemplo, um prédio histórico
usado como escritório. Nesses casos, devem ser reconhecidos e mensurados na

92
mesma base como ativos imobilizados. Para outros itens do patrimônio cultural, seu
benefício econômico futuro ou potencial de serviços é limitado às suas
características culturais, por exemplo, monumentos e ruínas. A existência de
benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços pode afetar a escolha de
base de mensuração.

12. As exigências nos itens 88 a 94 requerem que as entidades divulguem informações


sobre ativos reconhecidos. Portanto, exige-se que entidades que reconheçam itens
do patrimônio cultural divulguem informações como, por exemplo:
(a) a base de mensuração utilizada;
(b) o método de depreciação utilizado, se houver;
(c) o valor contábil bruto;
(d) a depreciação acumulada no final do período, se houver; e
(e) a conciliação do valor contábil entre o início e o final do período demonstrando
os seus respectivos componentes.

Definições

13. Os termos a seguir são utilizados nesta norma com os seguintes significados:
Valor contábil é o montante pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução
da depreciação acumulada e das perdas acumuladas por redução ao valor
recuperável.
Classe de ativo imobilizado significa um agrupamento de ativos de natureza
ou função similares nas operações da entidade que é mostrado como um
único item para fins de divulgação nas demonstrações contábeis.
Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro montante que substitua seu
custo, menos seu valor residual.
Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de ativo ao longo
da sua vida útil.
Valor específico para a entidade é o valor presente dos fluxos de caixa que a
entidade espera obter com o uso contínuo do ativo e com a alienação ao final
da sua vida útil ou incorrer para a liquidação de um passivo.
Perda por redução ao valor recuperável de ativo gerador de caixa é o
montante pelo qual o valor contábil de um ativo ou de uma unidade geradora
de caixa excede seu valor recuperável.
Perda por redução ao valor recuperável de ativo não gerador de caixa é o
montante pelo qual o valor contábil do ativo ou de uma unidade não geradora
de caixa excede seu valor recuperável de serviço.
Ativo Imobilizado é o item tangível que:
(a) é mantido para o uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços,
para aluguel a terceiros, ou para fins administrativos; e
(b) se espera utilizar por mais de um período contábil.

93
Valor recuperável é o maior valor entre o valor justo do ativo gerador de caixa
líquido de despesas de venda e o seu valor em uso.
Valor recuperável de serviço é o maior valor entre o valor justo do ativo não
gerador de caixa líquido de despesas de venda e seu valor em uso.
Valor residual de ativo é o montante estimado que a entidade obteria com a
alienação do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o
ativo já tivesse a idade, a condição e o tempo de uso esperados para o fim de
sua vida útil.
Vida útil é:
(a) o período no qual se espera que um ativo esteja disponível para a
utilização pela entidade; ou
(b) o número de unidades de produção ou de unidades similares que a
entidade espera obter pela utilização do ativo.

Reconhecimento

14. O custo de um item do imobilizado deve ser reconhecido como ativo se, e
apenas se:
(a) for provável que benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços
associados ao item fluirão para a entidade; e
(b) o custo ou valor justo do item puder ser mensurado confiavelmente.

15 e 16 (Eliminados).

17. Itens como peças de reposição, equipamentos sobressalentes e equipamentos de


serviço são reconhecidos de acordo com esta norma quando eles atendem à
definição de ativo imobilizado. Caso contrário, esses itens são classificados como
estoque.

18. Esta norma não estabelece qual é a unidade para o reconhecimento, ou seja, aquilo
que constitui um item do imobilizado. Assim, é necessário exercer julgamento ao
aplicar os critérios de reconhecimento às circunstâncias específicas da entidade.
Pode ser apropriado agregar itens individualmente insignificantes, tais como livros
de biblioteca, periféricos de computadores e pequenos itens de equipamento, e
aplicar o critério ao valor agregado.

19. A entidade avalia segundo esse critério de reconhecimento todos os custos dos
ativos imobilizados no momento em que são incorridos. Esses custos incluem
custos incorridos inicialmente para adquirir ou construir um item do ativo imobilizado
e custos incorridos posteriormente para adicionar, substituir suas partes ou prestar
manutenção ao mesmo.

20. Equipamentos militares especializados geralmente vão se enquadrar na definição


de ativo imobilizado e devem ser reconhecidos como ativo de acordo com esta
norma.

94
Ativos de infraestrutura

21. Alguns ativos são geralmente descritos como ativos de infraestrutura. Mesmo que
não exista uma definição universalmente aceita de ativos de infraestrutura, esses
ativos geralmente apresentam algumas ou todas as características a seguir:
(a) são parte de um sistema ou de uma rede;
(b) são especializados por natureza e não possuem usos alternativos;
(c) não podem ser removidos; e
(d) podem estar sujeitos a restrições na alienação;
Apesar da posse de ativos de infraestrutura não ser limitada às entidades do setor
público, ativos de infraestrutura importantes são frequentemente encontrados nesse
setor. Ativos de infraestrutura se encaixam na definição de ativos imobilizados e
devem ser contabilizados conforme esta norma. Exemplos desses ativos incluem
malhas rodoviárias, sistemas de esgoto, sistemas de abastecimento de água e
energia e rede de comunicações.

Custos iniciais

22. Itens do imobilizado podem ser requeridos por razões de segurança ou ambientais.
A aquisição de tais ativos imobilizados, mesmo que não aumentem diretamente os
futuros benefícios econômicos ou potencial de serviços de qualquer item específico
já existente de ativo imobilizado, pode ser necessária para que a entidade obtenha
futuros benefícios econômicos ou potencial de serviços para seus outros ativos.
Esses itens de ativo imobilizado se qualificam para reconhecimento como ativo
porque possibilitam a entidade obter futuros benefícios econômicos ou potencial de
serviços de ativos relacionados acima dos benefícios que obteria caso não tivesse
adquirido esses itens. Por exemplo, normas de segurança de incêndio podem
requerer que um hospital modernize os sistemas de sprinkler. Essas melhorias são
reconhecidas como ativos porque sem elas a entidade é incapaz de operar o
hospital de acordo com as regulações. Entretanto, o valor contábil resultante de tal
ativo e ativos relacionados é alterado por meio de redução ao valor recuperável, de
acordo com a NBC TSP 09 – Redução ao Valor Recuperável de Ativo Não Gerador
de Caixa.

Custos subsequentes

23. Segundo o critério de reconhecimento no item 14, a entidade não reconhece no


valor contábil de um item do ativo imobilizado os gastos de manutenção usual. Pelo
contrário, esses custos são reconhecidos no resultado do período assim que
incorridos. Custos de manutenção regular são principalmente custos de mão de
obra e produtos consumíveis, e podem incluir os custos de pequenas peças. A
finalidade desses gastos é muitas vezes descrita como sendo para “reparos e
manutenção” de item do ativo imobilizado.

95
24. Partes de alguns itens do ativo imobilizado podem requerer substituição em
intervalos regulares. Por exemplo, uma estrada pode necessitar recapeamento a
cada poucos anos, um aquecedor pode requerer novos revestimentos após um
número específico de horas de uso ou os interiores de aeronaves tais como
assentos e cozinhas podem requerer substituição algumas vezes durante a vida da
aeronave. Itens do ativo imobilizado podem, também, ser requeridos a fazerem com
menor frequência substituições recorrentes, tais como substituir as paredes
interiores de edifício ou a fazerem substituições não recorrentes. Pelo critério de
reconhecimento do item 14, a entidade reconhece no valor contábil de um item do
ativo imobilizado o custo da parte substituída de tal item quando o custo é incorrido
e se o critério de reconhecimento for satisfeito. O valor contábil de tais partes que
são substituídas é desreconhecido de acordo com as disposições desta norma (ver
itens 82 a 87).

25. Uma condição para continuar a operar um item do ativo imobilizado (por exemplo,
uma aeronave) pode ser a realização regular de inspeções importantes em busca
de falhas, independentemente das peças desse item serem ou não substituídas.
Quando cada inspeção importante for efetuada, o seu custo é reconhecido no valor
contábil do item do ativo imobilizado como uma substituição se os critérios de
reconhecimento forem satisfeitos. Qualquer valor contábil remanescente do custo
da inspeção anterior (distinta das peças físicas) é desreconhecido. Isso ocorre
independentemente do custo da inspeção anterior ter sido identificado na transação
em que o item foi adquirido ou construído. Se necessário, o custo estimado de
futura inspeção semelhante pode ser usado como indicador de qual era o custo do
componente de inspeção existente, quando o item foi adquirido ou construído.

Mensuração no reconhecimento

26. Um item do ativo imobilizado que seja classificado para reconhecimento


como ativo deve ser mensurado pelo seu custo.

27. Quando um ativo é adquirido por meio de transação sem contraprestação,


seu custo deve ser mensurado pelo seu valor justo na data da aquisição.

28. Um item do ativo imobilizado pode ser adquirido por meio de transação sem
contraprestação. Por exemplo, terrenos podem ser doados a um governo local por
um incorporador sem pagamento ou por valor irrisório, para possibilitar ao governo
local desenvolver estacionamentos, estradas e outros pavimentos em construção.
Um ativo também pode ser adquirido por meio de transação sem contraprestação
pelo exercício de poderes de confisco. Sob essas circunstâncias o custo do item é o
seu valor justo na data da aquisição.

29. Para finalidade desta norma, a mensuração no reconhecimento de um item do ativo


imobilizado, adquirido sem custo ou com custo simbólico, pelo valor justo conforme
os requisitos do item 27, não constitui uma reavaliação. Consequentemente, os
requisitos de reavaliação no item 44 e os comentários suporte nos itens 45 a 50,
somente aplicam-se quando a entidade opta por reavaliar um item do ativo
imobilizado em períodos contábeis subsequentes.

96
Elementos do custo

30. O custo de item do ativo imobilizado compreende:


(a) seu preço de compra, acrescido de impostos de importação e tributos não
recuperáveis sobre a compra, após deduzidos os descontos comerciais e
abatimentos;
(b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e
condição necessários para o mesmo ser capaz de funcionar da forma
pretendida pela administração;
(c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de
restauração do local no qual este está localizado. Tais custos representam a
obrigação em que a entidade incorre quando o item é adquirido, bem como
consequência de utilizá-lo durante determinado período para finalidades
diferentes da produção de estoque durante esse período.

31. São exemplos de custos diretamente atribuíveis:


(a) custos de benefícios a empregados decorrentes diretamente da construção ou
aquisição de item do ativo imobilizado;
(b) custos de preparação do local;
(c) custos de frete e de manuseio (para recebimento e instalação);
(d) custos de instalação e montagem;
(e) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente, após
dedução das vendas líquidas provenientes da venda de qualquer item
produzido enquanto se coloca o ativo nesse local e condição (tais como
amostras produzidas quando se testa o equipamento); e
(f) honorários profissionais.

32. A entidade aplica a NBC TSP 04 – Estoques, aos custos das obrigações de
desmontagem, remoção e restauração do local em que o item está localizado que
sejam incorridos durante determinado período como consequência de ter usado o
item para produzir estoque durante esse período. As obrigações decorrentes de
custos contabilizados de acordo com a NBC TSP 04 e esta norma são
reconhecidas e mensuradas de acordo com a NBC TSP 03 – Provisões, Passivos
Contingentes e Ativos Contingentes.

33. São exemplos de gastos que não fazem parte do custo de ativo imobilizado:
(a) gastos de abertura de nova instalação;
(b) gastos incorridos na introdução de novo produto ou serviço (incluindo
propaganda e atividades promocionais);
(c) gastos de transferência das atividades para novo local ou para nova categoria
de clientes (incluindo custos de treinamento); e

97
(d) despesas administrativas e outros gastos indiretos.

34. O reconhecimento dos custos no valor contábil de item do ativo imobilizado cessa
quando o item está no local e nas condições operacionais pretendidas pela
administração. Portanto, os gastos incorridos no uso ou na transferência ou
reinstalação de um item do ativo imobilizado não são incluídos no seu valor
contábil, como, por exemplo:
(a) gastos incorridos durante o período em que o ativo, capaz de funcionar nas
condições operacionais pretendidas pela administração, ainda não está sendo
utilizado ou está sendo operado a uma capacidade inferior à sua capacidade
total;
(b) perdas operacionais iniciais, tais como as incorridas enquanto a demanda
pelos produtos do ativo é estabelecida; e
(c) gastos de realocação ou reorganização de parte ou de todas as operações da
entidade.

35. Algumas operações realizadas em conexão com a construção ou o


desenvolvimento de item do ativo imobilizado não são necessárias para deixá-lo no
local e nas condições operacionais pretendidas pela administração. Essas
atividades eventuais podem ocorrer antes ou durante as atividades de construção
ou desenvolvimento. Por exemplo, o local de construção pode ser usado como
estacionamento e gerar receitas até que a construção se inicie. Como essas
atividades não são necessárias para que o ativo fique em condições de funcionar
no local e nas condições operacionais pretendidas pela administração, as receitas e
as despesas relacionadas devem ser reconhecidas no resultado do período e
incluídas nas respectivas classificações de receita e despesa.

36. O custo de ativo construído pela própria entidade é determinado utilizando os


mesmos critérios de um ativo adquirido. Se a entidade produz ativos idênticos para
venda no curso normal de suas operações, o custo do ativo é geralmente o mesmo
que o custo de construir o ativo para venda (ver a NBC TSP 04). Por isso,
quaisquer lucros gerados internamente são eliminados para determinar tais custos.
De forma semelhante, as perdas anormais de materiais, de mão de obra ou de
outros recursos desperdiçados incorridos na construção de ativo não são incluídas
no custo do ativo.

Mensuração do custo

37. O custo de item do ativo imobilizado é o preço à vista ou, para um item referido no
item 27, o seu valor justo na data do reconhecimento. Se o prazo de pagamento
excede os prazos normais de crédito, a diferença entre o preço equivalente à vista
e o total dos pagamentos deve ser reconhecida como despesa com juros durante o
prazo de financiamento a menos que tais juros sejam passíveis de capitalização.

38. Ativos imobilizados podem ser adquiridos por meio de permuta por ativo ou ativos
não monetários ou uma combinação de ativos monetários e não monetários. A
discussão a seguir refere-se simplesmente à permuta de ativo não monetário por

98
outro, mas também se aplica a todas as permutas descritas anteriormente. O custo
de tal item do ativo imobilizado é mensurado pelo valor justo a não ser que (a) a
operação de permuta não tenha natureza comercial ou (b) o valor justo do ativo
recebido e do ativo cedido não possam ser mensurados confiavelmente. O ativo
adquirido é mensurado dessa forma mesmo que a entidade não consiga
desreconhecer imediatamente o ativo cedido. Se o ativo adquirido não for
mensurável ao valor justo, seu custo é determinado pelo valor contábil do ativo
cedido.

39. A entidade determina se a operação de permuta tem natureza comercial


considerando a extensão na qual seus fluxos de caixa futuros ou potencial de
serviços serão modificados em virtude da operação. A operação de permuta tem
natureza comercial se:
(a) a configuração (risco, oportunidade e valor) dos fluxos de caixa ou potencial de
serviços do ativo recebido for diferente da configuração dos fluxos de caixa ou
potencial de serviços do ativo cedido; ou
(b) o valor específico para a entidade de parcela das suas atividades for afetado
pelas mudanças resultantes da permuta; e
(c) a diferença em (a) ou (b) for significativa em relação ao valor justo dos ativos
permutados.
Para determinar se a operação de permuta tem natureza comercial, o valor
específico para a entidade da parcela das suas atividades afetada pela operação
deve estar refletido nos fluxos de caixa após os efeitos da sua tributação, se a
tributação for aplicável. O resultado dessas análises pode ficar claro sem que a
entidade realize cálculos detalhados.

40. O valor justo do ativo para o qual não existem transações de mercado comparáveis
é mensurado confiavelmente se (a) a variabilidade da faixa de estimativas de valor
justo razoável não for significativa para tal ativo ou (b) se as probabilidades de
várias estimativas, dentro dessa faixa, puderem ser razoavelmente avaliadas e
utilizadas na mensuração do valor justo. Se a entidade for capaz de mensurar com
segurança tanto o valor justo do ativo recebido quanto do ativo cedido, então o
valor justo do ativo cedido é usado para mensurar o custo do ativo recebido a não
ser que o valor justo do ativo recebido seja mais evidente.

41. (Não convergido).

Mensuração após o reconhecimento

42. A entidade deve escolher ou o modelo de custo do item 43 ou o modelo de


reavaliação do item 44 como sua política contábil e deve aplicar tal política
para uma classe inteira de ativos imobilizados.

Modelo do custo

99
43. Após o reconhecimento como ativo, um item do ativo imobilizado deve ser
apresentado pelo custo menos qualquer depreciação e perda por redução ao
valor recuperável acumuladas.

Modelo da reavaliação

44. Após o reconhecimento como um ativo, o item do ativo imobilizado cujo valor
justo possa ser mensurado confiavelmente deve ser apresentado pelo seu
valor reavaliado, correspondente ao seu valor justo à data da reavaliação
menos qualquer depreciação e perda por redução ao valor recuperável
acumuladas subsequentes. A reavaliação deve ser realizada com suficiente
regularidade para assegurar que o valor contábil do ativo não difira
materialmente daquele que seria determinado usando-se seu valor justo na
data das demonstrações contábeis. O tratamento contábil para reavaliação é
estabelecido nos itens 54 a 56.

45. O valor justo de terrenos e edificações é normalmente determinado a partir de


evidências baseadas no mercado, por meio de avaliações. O valor justo de itens de
instalações e equipamentos é geralmente o seu valor de mercado determinado por
avaliação. Uma avaliação do valor de um ativo é normalmente feita por avaliadores
profissionalmente qualificados, que ostentam qualificação profissional reconhecida
e relevante. Para diversos ativos, o valor justo será prontamente determinável com
referência a preços cotados em mercado ativo e líquido. Por exemplo, preços
correntes de mercado podem normalmente ser obtidos para terrenos, edificação
não especializada, motores de veículos e diversos outros tipos de instalações e
equipamentos.

46. Para certos ativos públicos pode ser difícil estabelecer seus valores de mercado
pela ausência de transações de mercado para tais ativos. Algumas entidades do
setor público podem possuir uma quantidade considerável de tais ativos.

47. Caso não haja nenhuma evidência disponível para determinar o valor de mercado
em um mercado ativo e líquido de um item de terrenos e edificações, o valor justo
do item pode ser estabelecido com referência a outros itens com características
semelhantes, em circunstâncias e locais semelhantes. Por exemplo, o valor justo de
um terreno desocupado do governo que tenha sido mantido por um período no qual
poucas transformações tenham ocorrido pode ser estimado com referência ao valor
de mercado de terreno com características e topologia semelhantes em localização
semelhante na qual evidências de mercado sejam disponíveis. No caso de
edificações especializadas e outras estruturas feitas artesanalmente, o valor justo
pode ser estimado usando-se o custo de reposição depreciado, ou de custo de
restauração ou abordagem de unidades de serviço (veja a NBC TSP 09). Em
diversos casos, o custo de reposição depreciado de um ativo pode ser estabelecido
com referência ao preço de compra de ativo similar com semelhante potencial de
serviços remanescente em um mercado ativo e líquido. Em alguns casos, o custo
de reprodução de um ativo vai ser o melhor indicador de seu custo de reposição.
Por exemplo, no caso de ocorrer uma perda, um edifício parlamentar pode ser

100
reconstruído em vez de ser substituído com acomodações alternativas por causa da
sua importância para a comunidade.

48. Caso não haja evidências baseadas no mercado do valor justo pelo fato da
natureza especializada do item do ativo imobilizado, a entidade pode precisar
estimar o valor justo usando, por exemplo, custo de reprodução, custo de reposição
depreciado ou custo de restauração ou abordagem de unidades de serviço (ver a
NBC TSP 09). O custo de reposição depreciado de item do ativo imobilizado pode
ser estabelecido com referência ao preço de mercado de compra dos componentes
utilizados para produzir o ativo ou um índice de preço para ativos iguais ou
semelhantes baseados no preço de períodos passados. Quando o método do
índice de preço é usado, julgamento é requerido para determinar se a tecnologia de
produção mudou significativamente ao longo do período e se a capacidade do
referido ativo é a mesma que a do ativo sendo avaliado.

49. A frequência das reavaliações depende das mudanças dos valores justos dos itens
do ativo imobilizado que estão sendo reavaliados. Quando o valor justo de ativo
reavaliado difere materialmente do seu valor contábil, será necessária outra
reavaliação. Alguns itens do ativo imobilizado sofrem mudanças frequentes e
significativas no seu valor justo, necessitando, portanto, de reavaliação anual. Tais
reavaliações frequentes são desnecessárias para itens do ativo imobilizado sem
variações significativas no se valor justo. Em vez disso, pode ser necessário
reavaliar o item apenas a cada três ou cinco anos.

50. Quando um item do ativo imobilizado é reavaliado, o valor contábil do ativo deve ser
ajustado para o valor reavaliado. Na data da reavaliação, o ativo deve ser tratado
de uma das seguintes formas:
(a) o valor contábil bruto deve ser ajustado de forma que seja consistente com a
reavaliação do valor contábil do ativo. Por exemplo, o valor contábil bruto pode
ser ajustado em função dos dados de mercado observáveis, ou pode ser
ajustado proporcionalmente à variação no valor contábil. A depreciação
acumulada à data da reavaliação deve ser ajustada para igualar a diferença
entre o valor contábil bruto e o valor contábil do ativo após considerar as
perdas por redução ao valor recuperável acumuladas; ou
(b) a depreciação acumulada deve ser eliminada contra o valor contábil bruto do
ativo.
O valor do ajuste da depreciação acumulada faz parte do aumento ou da
diminuição no valor contábil registrado de acordo com os itens 54 e 55.

51. Se o item do ativo imobilizado for reavaliado, toda a classe do ativo


imobilizado à qual pertence esse ativo deve ser reavaliada.

52. Classe de ativo imobilizado é um agrupamento de ativos de natureza e uso


semelhantes nas operações da entidade. São exemplos de classes:
(a) terrenos;
(b) edifícios operacionais;

101
(c) estradas;
(d) maquinário;
(e) redes de transmissão de energia elétrica;
(f) navios;
(g) aeronaves;
(h) equipamentos militares especiais;
(i) veículos a motor;
(j) móveis e utensílios;
(k) equipamentos de escritório; e
(l) plataformas de petróleo.

53. Os itens de cada classe do ativo imobilizado são reavaliados simultaneamente, a


fim de ser evitada a reavaliação seletiva de ativos e a divulgação de montantes nas
demonstrações contábeis que sejam uma combinação de custos e valores em
datas diferentes. Entretanto, uma classe de ativos pode ser reavaliada de forma
rotativa desde que a reavaliação da classe de ativos seja concluída em curto
período e desde que as reavaliações sejam mantidas atualizadas.

54. Se o valor contábil de uma classe do ativo aumentar em virtude de


reavaliação, esse aumento deve ser creditado diretamente à conta de reserva
de reavaliação. No entanto, o aumento deve ser reconhecido no resultado do
período quando se tratar da reversão de decréscimo por reavaliação do
mesmo ativo anteriormente reconhecido no resultado.

55. Se o valor contábil de uma classe do ativo diminuir em virtude de reavaliação,


essa diminuição deve ser reconhecida no resultado do período. No entanto,
se houver saldo de reserva de reavaliação, a diminuição do ativo deve ser
debitada diretamente à reserva de reavaliação até o limite de qualquer saldo
existente na reserva de reavaliação referente àquela classe de ativo.

56. Aumentos ou diminuições de reavaliação relativa a ativos individuais dentro


de uma classe do ativo imobilizado devem ser contrapostas umas com as
outras dentro da classe, mas não devem ser contrapostas com ativos de
classes diferentes.

57. Parte de ou todo o saldo da reserva de reavaliação do patrimônio líquido decorrente


do ativo imobilizado pode ser transferido diretamente para resultados acumulados
quando o ativo é desreconhecido. Isso pode envolver a transferência de parte de ou
toda a reserva de reavaliação quando os ativos dentro de uma classe do ativo
imobilizado à qual a reserva de reavaliação se refira são baixados ou alienados.
Entretanto, parte da reserva pode ser transferida enquanto o ativo é usado pela
entidade. Nesse caso, o valor da reserva de reavaliação a ser transferido é a
diferença entre a depreciação baseada no valor contábil reavaliado do ativo e a
depreciação que teria sido reconhecida com base no custo histórico original do

102
ativo. As transferências da reserva de reavaliação para resultados acumulados não
transitam pelo resultado do período.

58. Orientações sobre os efeitos tributários sobre os ganhos, se houver, resultantes da


reavaliação do ativo imobilizado, podem ser encontradas nas normas nacionais ou
internacionais que tratam de tributos sobre a renda.

Depreciação

59. Cada componente de item do ativo imobilizado com custo significativo em


relação ao custo total do item deve ser depreciado separadamente.

60. A entidade aloca o valor inicialmente reconhecido de item do ativo imobilizado aos
componentes significativos desse item e os deprecia separadamente. Por exemplo,
na maioria dos casos, é requerido que se deprecie separadamente a pavimentação,
estruturas, meios-fios e canais, calçadas, pontes e iluminação de um sistema de
rodovias. De forma similar, pode ser apropriado depreciar separadamente a
estrutura da aeronave e os seus motores, sejam próprios ou sujeitos a
arrendamento financeiro.

61. Um componente significativo de item do ativo imobilizado pode ter a vida útil e o
método de depreciação iguais à vida útil e ao método de depreciação de outro
componente significativo do mesmo item. Esses componentes podem ser
agrupados no cálculo da depreciação.

62. À medida que a entidade deprecia separadamente alguns componentes de item do


ativo imobilizado, também deprecia separadamente o remanescente do item. Esse
remanescente consiste em componentes de item que não são individualmente
significativos. Se a entidade possui expectativas diferentes para essas partes,
técnicas de aproximação podem ser necessárias para depreciar o remanescente de
forma que represente fidedignamente o padrão de consumo e/ou a vida útil desses
componentes.

63. A entidade pode escolher depreciar separadamente os componentes de item que


não tenham custo significativo em relação ao custo total do item.

64. O montante da depreciação de cada período deve ser reconhecido no


resultado do período a menos que seja incluída no valor contábil de outro
ativo.

65. A depreciação do período deve ser normalmente reconhecida no resultado do


período. Entretanto, por vezes os benefícios econômicos futuros ou potenciais de
serviços incorporados no ativo são absorvidos para a produção de outros ativos.
Nesses casos, a depreciação faz parte do custo de outro ativo, devendo ser
incluída no seu valor contábil. Por exemplo, a depreciação de máquinas e
equipamentos de produção é incluída nos custos de produção de estoque (ver a
NBC TSP 04). De forma semelhante, a depreciação de ativos imobilizados

103
utilizados para atividades de desenvolvimento pode ser incluída no custo de um
ativo intangível reconhecido de acordo com a NBC TSP 08 – Ativo Intangível.

Valor depreciável e período de depreciação

66. O valor depreciável de um ativo deve ser alocado de forma sistemática ao


longo da sua vida útil estimada.

67. O valor residual e a vida útil de um ativo devem ser revisados pelo menos ao
final de cada exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas
anteriores, a mudança deve ser contabilizada como mudança de estimativa
contábil.

68. A depreciação é reconhecida mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu valor
contábil, desde que o valor residual do ativo não exceda o seu valor contábil. O
reparo e a manutenção de ativo não evitam a necessidade de depreciá-lo.
Inversamente, alguns ativos podem sofrer manutenções precárias ou a manutenção
pode ser diferida indefinidamente por motivos de restrições orçamentárias. Quando
as políticas de administração de ativos exageram no uso do ativo, sua vida útil deve
ser reavaliada e devidamente ajustada.

69. O valor depreciável de um ativo é determinado após a dedução de seu valor


residual. Na prática, o valor residual de um ativo frequentemente não é significativo
e por isso imaterial para o cálculo do valor depreciável.

70. O valor residual de um ativo pode aumentar até um montante igual ou superior ao
seu valor contábil. Se isso ocorrer, a taxa de depreciação do ativo é zero, a menos
que e até que seu valor residual subsequentemente diminua a um montante abaixo
do valor contábil do ativo.

71. A depreciação do ativo se inicia quando esse está disponível para uso, ou seja,
quando está no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela
administração. A depreciação de um ativo cessa quando o ativo é desreconhecido.
Consequentemente, a depreciação não cessa quando o ativo se torna ocioso ou é
retirado de uso e mantido à disposição, a menos que o ativo esteja totalmente
depreciado. Entretanto, de acordo com os métodos de depreciação pelo uso, a taxa
de depreciação pode ser zero enquanto não houver produção.

72. Os benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços incorporados no ativo


são consumidos pela entidade principalmente por meio do seu uso. Porém, outros
fatores, tais como obsolescência técnica ou comercial e desgaste normal enquanto
o ativo permanece ocioso, muitas vezes dão origem à diminuição dos benefícios
econômicos ou potencial de serviços que poderiam ter sido obtidos do ativo.
Consequentemente, todos os seguintes fatores são considerados na determinação
da vida útil de um ativo:
(a) uso esperado do ativo. O uso é avaliado com base na capacidade ou produção
física esperadas do ativo;

104
(b) desgaste físico esperado, o qual depende de fatores operacionais tais como o
número de turnos durante os quais o ativo é usado e o programa de reparos e
manutenção, bem como o cuidado e a manutenção do ativo enquanto estiver
ocioso;
(c) obsolescência técnica ou comercial proveniente de mudanças ou melhorias na
produção, ou de mudança na demanda de mercado para o produto ou serviço
derivado do ativo. Reduções futuras esperadas no preço de venda de item que
foi produzido usando um ativo podem indicar expectativa de obsolescência
técnica ou comercial do bem, que, por sua vez, pode refletir uma redução dos
benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços incorporados no ativo;
(d) limites legais ou semelhantes no uso do ativo, tais como as datas de término
dos contratos de arrendamento mercantil relativos ao ativo.

73. A vida útil de ativo é definida em termos da utilidade esperada do ativo para a
entidade. A política de gestão de ativos da entidade pode considerar a alienação de
ativos após um período determinado ou após o consumo de uma proporção
específica de benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços incorporados
no ativo. Por isso, a vida útil do ativo pode ser menor do que a sua vida econômica.
A estimativa da vida útil do ativo é uma questão de julgamento baseado na
experiência da entidade com ativos semelhantes.

74. Terrenos e edificações são ativos separáveis e são contabilizados separadamente,


mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente. Com algumas exceções, como as
pedreiras e os locais utilizados como aterro, os terrenos têm vida útil ilimitada e,
portanto, não são depreciados. As edificações têm vida útil limitada e por isso são
ativos depreciáveis. O aumento de valor de um terreno no qual uma edificação
esteja construída não afeta a determinação do montante depreciável da edificação.

75. Se o custo do terreno incluir custos de desmontagem, remoção e restauração do


local, essa parte do valor contábil do terreno é depreciada durante o período de
benefícios ou potencial de serviços obtidos ao incorrer nesses custos. Em alguns
casos, o próprio terreno pode ter vida útil limitada, sendo depreciado de modo a
refletir os benefícios ou potencial de serviços a serem dele retirados.

Método de depreciação

76. O método de depreciação deve refletir o padrão esperado no qual os


benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços do ativo são
consumidos pela entidade.

77. O método de depreciação aplicado a um ativo deve ser revisado pelo menos
ao final de cada exercício e, se houver alteração significativa no padrão
esperado de consumo dos benefícios futuros ou potencial de serviços
incorporados no ativo, o método de depreciação deve ser alterado para
refletir essa mudança. Tal mudança deve ser registrada como mudança na
estimativa contábil.

105
78. Vários métodos de depreciação podem ser utilizados para alocar de forma
sistemática o valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos
incluem o método linear, o método dos saldos decrescentes e o método de
unidades produzidas. A depreciação pelo método linear resulta em uma taxa
constante durante a vida útil do ativo, caso o seu valor residual não se altere. O
método dos saldos decrescentes resulta em uma taxa decrescente durante a vida
útil. O método de unidades produzidas resulta em uma taxa baseada no uso ou
produção esperados. A entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão
esperado do consumo dos benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços
incorporados no ativo. O método escolhido é aplicado consistentemente entre
períodos, a não ser que haja mudança no padrão de consumo dos benefícios
econômicos futuros ou potencial de serviços.

78A. O método de depreciação que se baseia na receita que é gerada pela atividade que
inclui a utilização de ativo não é apropriado. A receita gerada pela atividade que
inclui o uso de ativo reflete geralmente outros fatores além do consumo dos
benefícios econômicos ou potencial de serviços do ativo. Por exemplo, a receita é
afetada por outros insumos e processos, atividades de venda e mudanças nos
volumes e preços de vendas. O componente de preço da receita pode ser afetado
pela inflação, o que não tem qualquer influência sobre a maneira como o ativo é
consumido.

Redução ao valor recuperável de ativos

79. Para determinar se um item do ativo imobilizado deverá ser reduzido ao valor
recuperável, a entidade aplica a NBC TSP 09 ou a NBC TSP 10 – Redução ao
Valor Recuperável de Ativo Gerador de Caixa, conforme o caso. Essas normas
explicam como a entidade deve revisar o valor contábil de seus ativos, como
determinar o seu valor recuperável e quando reconhecer ou reverter perda por
redução ao valor recuperável.

Indenização de perda por desvalorização

80. A indenização de terceiros por itens do ativo imobilizado que tenham sido
reduzidos ao valor recuperável, extraviados ou abandonados deve ser
reconhecida no resultado do período quando a indenização se tornar
recebível.

81. Reduções ao valor recuperável ou perdas de itens do ativo imobilizado,


pagamentos ou reivindicações relativas a indenizações de terceiros e qualquer
aquisição ou construção posterior de ativos de substituição são eventos
econômicos separados, contabilizados separadamente conforme abaixo:
(a) as reduções ao valor recuperável de itens do ativo imobilizado são
reconhecidas de acordo com a NBC TSP 09 ou a NBC TSP 10, conforme caso;
(b) o desreconhecimento de itens do ativo imobilizado obsoletos ou alienados é
determinada de acordo com esta norma;

106
(c) a indenização de terceiros por itens do ativo imobilizado que tenham sido
reduzidos ao valor recuperável, extraviados ou abandonados é reconhecida no
resultado do período quando a indenização se tornar recebível; e
(d) o custo de itens do ativo imobilizado restaurados, adquiridos ou construídos
para reposição é determinado de acordo com esta norma.

Desreconhecimento

82. O valor contábil de um item do ativo imobilizado deve ser desreconhecido:


(a) por ocasião de sua alienação; ou
(b) quando não há expectativa de benefícios econômicos futuros ou
potencial de serviços com a sua utilização ou alienação.

83. Os ganhos ou perdas decorrentes do desreconhecimento de item do ativo


imobilizado devem ser considerados no resultado do período quando do
desreconhecimento.

83A. Entretanto, a entidade que, no curso de suas atividades operacionais, normalmente


vende itens do ativo imobilizado que foram mantidos para aluguel a terceiros deve
transferir esses ativos para estoques pelo seu valor contábil quando o aluguel
cessar e o ativo passar a ser mantido para venda. O recebimento da venda desses
ativos deve ser reconhecido como receita de acordo com a NBC TSP 02 – Receita
de Transação com Contraprestação.

84. Existem várias formas de alienação de item do ativo imobilizado (por exemplo,
venda, arrendamento mercantil financeiro ou doação). Para determinar a data da
alienação do item, a entidade deve aplicar os critérios da NBC TSP 02 para
reconhecer a receita da venda de bens.

85. Se, de acordo com o critério do reconhecimento previsto no item 14, a entidade
reconhecer no valor contábil de item do ativo imobilizado o custo de substituição de
parte do item, deve desreconhecer o valor contábil da parte substituída,
independentemente de a parte substituída estar sendo depreciada separadamente
ou não. Se a apuração desse valor contábil não for praticável para a entidade, ela
pode utilizar o custo de substituição como um indicativo do custo da parte
substituída na época em que foi adquirida ou construída.

86. Os ganhos ou perdas decorrentes do desreconhecimento de um item do ativo


imobilizado devem ser determinados pela diferença entre a receita líquida de
venda, se houver, e o valor contábil do item.

87. A quantia a receber pela venda de um item do ativo imobilizado deve ser
reconhecida inicialmente pelo seu valor justo. Se esse pagamento for a prazo, a
quantia recebida deve ser reconhecida inicialmente pelo valor equivalente ao preço
à vista. A diferença entre o valor nominal da quantia a receber e seu valor presente
deve ser reconhecida como receita de juros, de acordo com a NBC TSP 02,
refletindo o efetivo rendimento do valor a receber.

107
Divulgação

88. As demonstrações contábeis devem divulgar, para cada classe de ativo


imobilizado:
(a) os critérios de mensuração utilizados para determinar o valor contábil
bruto;
(b) os métodos de depreciação utilizados;
(c) as vidas úteis ou as taxas de depreciação utilizadas;
(d) o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (mais as perdas por
redução ao valor recuperável acumuladas) no início e no final do período;
e
(e) a conciliação do valor contábil no início e no final do período
demonstrando:
(i) adições;
(ii) alienações;
(iii) aquisições por meio de combinações do setor público;
(iv) aumentos ou reduções decorrentes de reavaliações nos termos dos
itens 44, 54 e 55 e perdas por redução ao valor recuperável de ativos
(se houver) reconhecidas ou revertidas diretamente no patrimônio
líquido de acordo com a NBC TSP 09 ou a NBC TSP 10, conforme
caso;
(v) perdas por redução ao valor recuperável de ativos, reconhecidas no
resultado do período de acordo com a NBC TSP 09 ou a NBC TSP
10, conforme caso;
(vi) reversão das perdas por redução ao valor recuperável de ativos,
reconhecidas no resultado do período de acordo com a NBC TSP 09
ou a NBC TSP 10, conforme caso;
(vii) depreciações;
(viii) variações cambiais líquidas geradas pela conversão das
demonstrações contábeis da moeda funcional para a moeda de
apresentação, incluindo a conversão de uma operação estrangeira
para a moeda de apresentação da entidade; e
(ix) outras alterações.

89. As demonstrações contábeis também devem divulgar para cada classe de


ativo reconhecida nas demonstrações contábeis:
(a) a existência e os valores de restrições a ativos imobilizados oferecidos
como garantia de obrigações;
(b) o valor dos gastos reconhecidos no valor contábil de um item do ativo
imobilizado durante a sua construção;

108
(c) o valor dos compromissos contratuais advindos da aquisição de ativos
imobilizados; e
(d) se não for divulgado separadamente no corpo da demonstração de
desempenho, o valor das indenizações de terceiros por itens do ativo
imobilizado que tenham sido reduzidos ao valor recuperável, perdidos ou
abandonados, incluído no resultado do período.

90. A seleção do método de depreciação e a estimativa da vida útil dos ativos são
questões de julgamento. Por isso, a divulgação dos métodos adotados e das
estimativas das vidas úteis ou das taxas de depreciação fornece aos usuários das
demonstrações contábeis informação que lhes permite revisar as políticas
selecionadas pela administração e facilita comparações com outras entidades. Por
razões semelhantes, é necessário divulgar:
(a) a depreciação, quer seja reconhecida no resultado do período, quer como parte
do custo de outros ativos, durante o período; e
(b) a depreciação acumulada no final do período.

91. A entidade deve divulgar a natureza e o efeito de uma mudança de estimativa


contábil que tenha impacto no período corrente ou em períodos subsequentes. Para
ativos imobilizados, tal divulgação pode resultar de mudanças de estimativas
relativas a:
(a) valores residuais;
(b) custos estimados de desmontagem, remoção ou restauração de itens do ativo
imobilizado;
(c) vidas úteis; e
(d) métodos de depreciação.

92. Caso uma classe do ativo imobilizado seja contabilizada a valores


reavaliados, a entidade deve divulgar o seguinte:
(a) a data efetiva da reavaliação;
(b) se foi ou não utilizado avaliador independente;
(c) os métodos e premissas significativos aplicados à estimativa do valor
justo dos itens;
(d) se o valor justo dos itens foi determinado diretamente a partir de preços
observáveis em mercado ativo ou baseado em transações de mercado
recentes realizadas sem favorecimentos entre as partes ou se foi
estimado usando outras técnicas de avaliação;
(e) a reserva de reavaliação, indicando as alterações do período e quaisquer
restrições sobre distribuição do saldo da reserva aos proprietários;
(f) a soma de todas as reservas de reavaliação para itens individuais do ativo
imobilizado dentro daquela classe; e

109
(g) a soma de todos os déficits de reavaliação para itens individuais do
imobilizado dentro daquela classe.

93. De acordo com as NBC TSP 09 e NBC TSP 10, a entidade deve divulgar
informações sobre ativos imobilizados que perderam o seu valor, além das
informações exigidas no item 88(e) (iv) a (vi).

94. Os usuários das demonstrações contábeis também podem entender que as


seguintes informações são relevantes para as suas necessidades:
(a) o valor contábil do ativo imobilizado que esteja temporariamente ocioso;
(b) o valor contábil bruto de qualquer ativo imobilizado totalmente depreciado que
ainda esteja em operação;
(c) o valor contábil de ativos imobilizados retirados de uso ativo e mantidos para
venda; e
(d) o valor justo do ativo imobilizado quando este for materialmente diferente do
valor contábil apurado pelo modelo do custo.
Por isso, as entidades são encorajadas a divulgar esses valores.

Contador José Martonio Alves Coelho


Presidente

110
PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO DAS CONFORMIDADES

1 Requisição de materiais/serviços
1) Verificar se a requisição do material/serviço foi expedida por agente que tem
competência prevista em normativa interno.
2) Evidenciar, para cada processo licitatório examinado, a legitimidade da documentação
referente à requisição do material/serviço efetuada.
3) Avaliar a adequabilidade do sistema de autorizações e a confiabilidade dos
procedimentos de requisição de material e serviços utilizados pela Entidade.
4) Verificar, nas requisições de compra, a efetiva necessidade da aquisição:
a) se a natureza do material é compatível com as atividades típicas da área requisitante;
b) se a quantidade é coerente com as necessidades regulares e se as especificações são
suficientes;
c) se a tempestividade da requisição é compatível com a natureza de atuação da área
requisitante.
5) Verificar, nas requisições de serviços em geral, a sua real utilidade:
a) se a natureza do serviço solicitado expressa efetivo vínculo com as atividades usuais
da área requisitante.
b) se o quantitativo de pessoal envolvido e as especificações do serviço são coerentes
com as necessidades regulares da área requisitante.
c) se a tempestividade da requisição é compatível com a natureza de atuação da área
requisitante.
6) Verificar, nas requisições de obras, a efetiva necessidade de sua realização:
a) se a natureza da obra (construção, reforma, recuperação ou ampliação) é a mais
adequada e oportuna;
b) se as dimensões e as especificações técnicas, definidas no Projeto Básico, são
coerentes com as necessidades definidas.;
c) se a tempestividade da requisição é compatível com as necessidades identificadas.

2 Parcelamento do objeto
1) Determinar a natureza dos parcelamentos dos certames licitatórios, verificando a lisura
da licitação desmembrada - distinguindo objeto fracionado de parcelamento legal.
2) Verificar se o parcelamento de obras, serviços e compras foi motivado, tão-somente,
pela viabilidade técnica e econômica.
3) Comprovar que o procedimento ensejou aproveitamento dos recursos disponíveis no
mercado e a ampliação da competitividade.
4) Confirmar que não houve perda da economia de escala, com o parcelamento do objeto
contratado.
5) Examinar a legalidade da ocorrência de processos licitatórios em curtos intervalos de
tempo, para objetos semelhantes e/ou correlatos.
6) Verificar se, na execução parcelada, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra,
serviço ou compra, há licitação distinta com a preservação da modalidade licitatória
correspondente à execução do objeto como um todo.

3 Limites à Competitividade

111
1) Verificar se não foram estabelecidas exigências e executadas atividades que, sem
razão técnica e administrativa fundamentada, limitaram a competitividade no processo
licitatório.
2) Comprovar a inexistência de tentativas de frustrar ou fraudar o caráter competitivo dos
procedimentos licitatórios, mediante acertos, combinações ou qualquer outro expediente
ilegal.
4 Modalidades de licitação
1) Examinar a escolha da modalidade licitada, em função dos princípios da legalidade, da
publicidade e da economicidade, em especial com relação ao uso do pregão.
2) Verificar se foi adotada a modalidade licitatória adequada em função da natureza do
objeto licitado ou em função do valor estimado para a contratação.
5 Tipos de licitação
1) Verificar se os tipos melhor técnica e técnica e preço foram utilizados exclusivamente
para serviços de natureza predominantemente intelectual.
2) Verificar se nas licitações dos tipos melhor técnica e técnica e preço foram adotados
critérios objetivos para pontuação das propostas técnicas.
6 Comissão de Licitação
1) Verificar se as licitações são processadas e julgadas por Comissão Permanente ou
Especial, composta de no mínimo três membros, cuja investidura segue o previsto na
legislação.
7 Oportunidade da licitação
1) Avaliar o mérito/oportunidade da licitação. Examinar a necessidade da Obra, do
Serviço ou da Compra. Analisar a oportunidade e conveniência efetiva do objeto da
licitação, tendo por base o interesse público e a redução das despesas públicas.
8 Formalização da licitação
1) Comprovar a observância das exigências legais para composição dos processos
licitatórios ocorridos na Entidade.
2) Verificar se a abertura de processo administrativo licitatório foi precedida de requisição,
aprovada pela autoridade competente. Observar se o documento apresenta clara e
objetivamente a especificação do objeto requisitado.
3) Constatar o adequado enquadramento da modalidade e do tipo de certame licitatório.
4) Verificar se as peças que compõem o processo licitatório encontram-se de acordo com
a Lei 8666/93.
5) Atestar se o edital está adequadamente formalizado, inclusive no que concerne aos
seus anexos obrigatórios.
6) Verificar, no caso de obras e serviços, se o projeto básico está adequadamente
caracterizado.
9 Procedimento da Licitação
1) Evidenciar que a licitação foi processada e julgada com critérios objetivos,
constatando-se a conformidade de cada proposta com os requisitos do ato convocatório.
2) Realizar confirmações com terceiros - efetuando circularizações para verificar se a
composição de custos da proposta vencedora (definidora do preço da proposta) é
compatível com preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou
ainda, com os constantes do sistema de registro de preços, os quais, foram devidamente
registrados na ata de julgamento.
3) Confirmar se houve a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis.
Obs.: A Lei nº 8.429/92 (art. 9º, inciso II) considera como ato de improbidade
administrativa, que importa enriquecimento ilícito, perceber vantagem econômica, direta

112
ou indiretamente, para facilitar a contratação de serviços por preço superior ao valor de
mercado.
10 Dispensa e inexigibilidade de licitação
1) Identificar as contratações sem processo licitatório e analisar as razões oferecidas
para efetividade das contratações. Verificar o cumprimento das exigências legais para
inexigibilidade ou dispensa de licitação.
11 Fomalização dos contratos
1) Confirmar a inexistência de contratos verbais (pagamentos sem suporte contratual).
2) Comprovar a formalização legal dos contratos. Confirmar a observância das
determinações legais, definidas para a constituição dos processos obrigacionais.
3) Verificar se, quando necessário, o termo de contrato foi regularmente formalizado e
contém todas as cláusulas obrigatórias fixadas pela legislação.
3) Verificar se foi providenciada a publicação resumida do instrumento de contrato ou de
seus aditamentos, conforme determina a legislação.
4) Examinar se a duração dos contratos atendeu aos prazos fixados na legislação.
12 Execução dos contratos
1) Verificar se os recebimentos de obras ou serviços executados foram realizados
conforme preceitua a legislação.
2) Verificar se as cláusulas contratuais foram obedecidas, inclusive no tocante à
aplicação das sanções em função do seu descumprimento.
3) Comparar as especificações constatadas no exame do material adquirido, na análise
do serviço prestado e na verificação da obra concluída, com as especificações contidas
na requisição, no Projeto Básico e no instrumento convocatório.
13 Pagamentos contratuais
1) Examinar se os pagamentos aos contratados obedeceu ao previsto no texto contratual
e identificar a inexistência de pagamentos sem cobertura contratual.
2) Verificar, para o caso de alterações contratuais que objetivem modificações na forma
de pagamento (por imposição de circunstâncias supervenientes), se foi mantido o valor
inicial atualizado.
3) Verificar se houve, com relação ao cronograma financeiro fixado, pagamento
antecipado de fornecimento de materiais, execução de obras, prestação de serviços, sem
a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou
serviço.
14 Alteração dos contratos
1) Comprovar a manutenção da natureza e especificação do objeto contratual, durante o
processo de execução da avença. Comprovar a efetiva manutenção, no decorrer do
período de execução, do valor inicial contratado ou que as alterações ocorridas no valor
da avença, limitaram-se ao estabelecido na legislação em consonância com o princípio
da economicidade.
2) Atestar se não havia previsibilidade para as alterações efetivadas.
3) Examinar os critérios de reajuste utilizados. Verificar, preliminarmente, as autorizações
definidas no edital e no termo contratual, em consonância com a legislação.
4) Verificar se, nos casos de alteração contratual, os acréscimos ou supressões feitas
nas obras, serviços ou compras respeitaram os limites constantes das disposições legais.
5) Verificar, em havendo comprovação de fato imprevisível ou previsível, porém de
conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, se foi
promovido o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
15 Fiscalização da execução contratual

113
1) Identificar inicialmente se a Entidade dispõe de mecanismos de fiscalização interna e
controles próprios de gestão contratual.
2) Verificar se foi formalmente designado um representante da Entidade para
acompanhar e fiscalizar a execução do(s) contrato(s).
3) Verificar se todas as ocorrências relacionadas com a execução do(s) contrato(s) foram
anotadas, em registro próprio (Diário de Ocorrências), determinando as providências
necessárias à regularização das faltas ou defeitos observados.
16 Inspeção física da execução
1) Identificar a execução física do objeto contratado, analisando o quantitativo e a
natureza qualitativa do efetivamente executado, em face do objeto acordado.
2) Examinar os boletins de verificação física das execuções, elaborados pela fiscalização
interna, identificando a existência de atrasos injustificados na execução do contrato ou
lentidão do seu cumprimento.
3) Verificar se, quando executado o contrato, o seu objeto foi recebido definitivamente,
conforme preceitua a legislação.
4) Examinar se o contratado cumpriu exatamente com todas as cláusulas contratuais
avençadas, comparando especialmente os elementos físicos da execução (através de
checagens amostrais de estoques ou utilização e existências efetivas), com as
especificações do objeto do contrato.
5) Verificar, na inspeção de compras realizadas:
a) a existência de especificações detalhadas do produto e destinação do uso;
b) a adequação da quantidade e qualidade requisitadas com a quantidade e qualidade
estocadas e/ou utilizadas;
c) a adequação da natureza do produto com o destino da utilização.
6) Inspeção de serviços: verificar, na inspeção de serviços executados ou em execução:
a) a existência de especificações e usuários do serviço;
b) a consistência de perfil técnico do pessoal executor;
c) a compatibilidade entre o serviço pretendido e o serviço efetivamente executado, a
vista dos elementos comprobatórios.
7) Inspeção de obras: verificar, na inspeção de obras realizadas ou em andamento:
a) a existência de projeto completo e o cumprimento de suas especificações técnicas;
b) a compatibilidade entre previsto e efetivamente executado em m2 – no cronograma
físico;
c) a utilização efetiva da técnica orçamentária;
d) a existência das relações de materiais e sua aplicação consoante ajustado;
f) se a contratada mantém o diário de obra devidamente atualizado;
g) se existe compatibilidade entre os cronogramas físico e financeiro;
h) se a participação relativa aos grandes itens que compõem o orçamento são
compatíveis com os percentuais médios, tradicionalmente consagrados na construção
civil;
i) se a contratada mantém, no canteiro de obras, representante aceito pela entidade.

114
FICHA DE PRATELEIRA
Data Entrada Saída Saldo

115
COMPUTADORES INSERVÍVEIS

116
POLTRONAS – MÁ CONSERVAÇÃO

117
MADEIRA ESTUFADA

FROTA INSERVÍVEL

118
119
LOTE 22

120
MÁQUINA DESMANCHADA

121
DESORGANIZAÇÃO – Prejuízo ao erário público

122
PREJUÍZO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO

123
PREJUÍZO AO ERÁRIO

124
CLASSIFICAÇÃO DO BEM: SERVÍVEL OU INSERVÍVEL?

125
IDENTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA DE TODO O PATRIMÔNIO PÚBLICO

AVALIAÇÃO CORRETA DOS BENS

126
MELHOR CONTROLE DOS BENS PERMANENTES

127
AVALIAÇÃO DOS BENS USADOS

128
PROCESSO DE REAVALIAÇÃO DE BENS
PROFESSOR RICARDO BULGARI

Itens que influenciam a avaliação do Bem:

 Tempo de Fabricação : ( TF)


 Tempo de Uso : (TU)
 Estado de Conservação :

- Itens centrais : (ECc)


- Itens periféricos:(ECp)
 Estimativa de Vida Útil Econômica: (VUE)

TF + TUx1,5 + ECcx3,0 + ECpx2,0 + VUEx2,5 = FR (Fator de Reavaliação)

100

Tempo TF
> 20 anos 0,2
> 15 anos 0,4
> 10 anos 0,6
Até 10 anos 1,0
Até 9 anos 2,0
Até 8 anos 3,0
Até 7 anos 4,0
Até 6 anos 5,0
Até 5 anos 6,0
Até 4 anos 7,0
Até 3 anos 8,0
Até 2 anos 9,0
Até 1 ano 10,0

Tempo TU
> 15 anos 0,2
> 10 anos 0,3
Até 10 anos 0,6
Até 9 anos 0,8
Até 8 anos 1,2
Até 7 anos 2,1
Até 6 anos 3,5
Até 5 anos 4,5
Até 4 anos 6,0
Até 3 anos 8,0
Até 2 anos 9,0
Até 1 ano 10,0

129
Situação ECc
Ótimo (10,0) 10,0
9,0 9,0
8,0 8,0
7,0 7,0
6,0 6,0
5,0 5,0
4,0 4,0
3,0 3,0
2,0 2,0
Péssimo (1,0) 1,0

Situação ECp
Ótimo (10,0) 10,0
9,0 9,0
8,0 8,0
7,0 7,0
6,0 6,0
5,0 5,0
4,0 4,0
3,0 3,0
2,0 2,0
Péssimo (1,0) 1,0

Estimativa VUE
> 10 anos 10,0
Até 10 anos 9,0
Até 9 anos 8,0
Até 8 anos 7,0
Até 7 anos 6,0
Até 6 anos 5,0
Até 5 anos 4,0
Até 4 anos 3,0
Até 3 anos 2,0
Até 2 anos 1,0
< 2 anos 0,5

Exemplo 1
TF: 7 anos

130
TU: 6 anos
ECc : 8
ECp : 5
VUE: 4 anos
4,0 + (3,5x1,5) + (8x3,0) + (5x2,0) + (3x2,5) = 4 + 5,25 + 24 + 10 + 7,5 = 41,75/100 =
0,4175
FR = 0,4175. O bem novo tem o preço de mercado de R$ 2.500,00, logo a reavaliação
será: R$ 2.500,00 x 0,4175 = R$ 1.043,75.

Exemplo 2
TF: 10 anos
TU: 10 anos
ECc : 3
ECp : 3
VUE: 2 anos
1,0 + (0,6x1,5) + (3x3,0) + (3x2,0) + (2x2,5) = 1 + 0,9 + 9 + 6 + 5 = 21,9/100 = 0,219
FR = 0,219. O bem novo tem o preço de mercado de R$ 1.200,00, logo a reavaliação
será: R$ 1.200,00 x 0,219 = R$ 262,80.

131
EXEMPLO DE NORMATIZAÇÃO DA GESTÃO DO PATRIMÔNIO

Art. 2º são consideradas as seguintes definições:


I - Unidade Administrativa: setor constante no Organograma e no Decreto de Estrutura
Organizacional do órgão ou entidade, tais como Superintendências, Coordenadorias,
Gerências, dentre outros;
II - Unidade de Localização: menor unidade administrativa ou o endereço do setor onde o
bem está localizado/situado, tais como sala de reunião, copa, galpão, e outros espaços
físicos;
III - Bens móveis: aqueles que podem ser transportados por movimento próprio ou de
remoção por força alheia, sem alteração da substância. Os bens móveis são agrupados
em bens permanentes e de consumo;
IV - Bens de consumo: aqueles que, em razão do seu uso corrente, perdem sua
identidade física em 02 (dois) anos e/ou tem sua utilização limitada a esse período;
V - Bens permanentes: aqueles que, em razão do seu uso corrente não perdem a sua
identidade física, e/ou tem durabilidade superior a dois anos;
VI - Bens tangíveis: aqueles que podem ser tocados, que têm existência física, tais como
terrenos, edifícios, máquinas, instalações;
VII - Bens intangíveis: aqueles representados por direitos, como marcas e patentes,
exemplo: softwares;
VIII - Material: designação genérica de qualquer bem, seja este permanente ou de
consumo;
IX - Compra: toda aquisição remunerada de material;
X - Doação: transferência voluntária da posse e propriedade de material para terceiros;
XI - Transferência: repasse gratuito da posse e propriedade do material, com troca de
responsabilidade, de caráter definitivo, entre órgãos da Administração Direta do Poder
Executivo;
XII - Adjudicação: ato de atribuir ao vencedor de licitação às atividades de obra, serviço
ou compra, os quais constituirão o objeto da futura contratação ou a decisão judicial
determinando a entrega compulsória de um bem ao Poder Público;
XIII - Produção Interna: quando o bem é produzido dentro do próprio órgão ou entidade;
XIV - Reprodução: entrada de semoventes nascidos de matrizes já incorporadas ao
patrimônio público;
XV - Permuta: contrato pelo qual as partes transferem e recebem um bem, uma da outra,
bens esses que se substituem reciprocamente no patrimônio dos permutantes;
XVI - Dação em Pagamento: extinção de uma obrigação consistente no pagamento da
dívida mediante a entrega de um objeto diverso daquele convencionado, ou seja, o
devedor transfere ao credor da obrigação um bem de sua propriedade;
XVII - Comodato: modalidade de entrada de material, em órgãos e entidades do Poder
Executivo, em caráter temporário, de bens provenientes de entes privados, com
transferência gratuita da posse. É um instituto de Direito Privado e deve ser utilizado
quando o Poder Público receber um bem da iniciativa privada;
XVIII - Leilão: modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens
móveis inservíveis da administração pública, de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, a quem oferecer o maior lance;
XIX - Inutilização: destruição total ou parcial de material danificado ou com perda das

132
características normais de uso ou ainda que ofereça ameaça vital para pessoas, risco de
prejuízo ecológico ou inconveniente de qualquer natureza;
XX - Depreciação: redução de valor dos bens tangíveis pelo desgaste ou perda de
utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;
XXI - Amortização: redução do valor aplicado na aquisição de direitos de propriedade e
quaisquer outros, inclusive aqueles intangíveis, com existência ou exercício de duração
limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente
limitada;
XXII - Exaustão: redução do valor decorrente de exploração de recursos minerais,
florestais e/ou outros recursos esgotáveis;
XXIII - Avaliação inicial: ajuste ao valor justo (valor de mercado) dos bens no momento da
adoção do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público, por não terem sido ajustados
anteriormente às valorizações e desvalorizações ocorridas no valor dos mesmos;
XXIV - Avaliação patrimonial: atribuição de valor monetário a itens do ativo e do passivo
decorrentes de julgamento, fundamentado em consenso, entre as partes e que traduza
com razoabilidade a evidenciação dos atos e dos fatos administrativos;
XXV - Valor de aquisição: soma do preço de compra do bem e gastos acrescidos direta
ou indiretamente para colocá-lo em condição de uso;
XXVI - Valor residual: montante líquido que a entidade espera, com razoável segurança,
obter por um ativo no fim de sua vida útil, deduzidos os gastos esperados para sua
alienação;
XXVII - Valor depreciável: valor original de um ativo deduzido do seu valor residual;
XXVIII - Valor recuperável: valor de mercado de um ativo, menos o custo para a sua
alienação ou o valor que a entidade do setor público espera recuperar pelo uso futuro
desse ativo nas suas operações; o que for maior;
XXIX - Redução a valor recuperável: redução nos benefícios futuros ou no potencial de
serviços de um ativo que reflete o declínio na sua utilidade, além do reconhecimento
sistemático por meio da depreciação;
XXX - Vida útil: período de tempo que o órgão ou entidade espera utilizar o ativo;
XXXI - Carga patrimonial: instrumento administrativo de atribuição de responsabilidade
pela guarda, conservação e uso dos bens permanentes ao seu consignatário;
XXXII - Detentor de carga patrimonial: ocupante de cargo de direção e chefia de unidade
administrativa, ou servidor designado em Unidade de Localização, responsável pelo uso,
guarda e conservação dos bens;
XXXIII - Desfazimento: destinação final dos bens classificados como inservíveis, que
pode se dar por meio de alienação, incineração, reciclagem, dentre outras formas
ecologicamente corretas de descarte;
XXXIV - Perdimento: ato punitivo em razão de contravenção ou crime praticado por uma
pessoa, pelo qual se apreendem e se adjudicam ao fisco seus pertences, através de ato
administrativo ou por sentença judiciária fundados em lei.
XXXV- SIGPAT: Sistema Integrado de Gestão Patrimonial do Poder Executivo.

Art. 3º Um bem permanente pode ser classificado quanto a sua utilização, em servível ou
inservível:

§ 1º Considera-se bem servível aquele que o órgão ou entidade tenha interesse em seu
uso.

133
§ 2º Considera-se bem inservível aquele que não tenha mais utilidade para o órgão ou
entidade, podendo ser classificado como:
a) Ocioso: bem que embora em perfeitas condições, não esteja sendo aproveitado;
b) Obsoleto: bem não utilizado por se tornar antiquado, caindo em desuso, sendo a sua
operação considerada onerosa;
c) Recuperável: Quando a sua recuperação for possível e se estiver orçada em até 50%
do seu valor de mercado.
d) Antieconômico: bem não utilizado por sua manutenção ser onerosa, ou seu rendimento
precário e representar custos acima de 50% (cinquenta por cento) do seu valor de
mercado;
e) Irrecuperável: bem que não pode mais ser utilizado para o fim a que se destina devido
à perda de suas funções.

Do Sistema de Patrimônio

Art. 4º O Sistema de Patrimônio compreende:


I - A Secretaria de Gestão, através da Superintendência de Patrimônio e Serviços - SPS,
que responde como órgão central, responsável pela formulação de políticas, diretrizes,
normatização, coordenação, supervisão e orientação das atividades relativas à gestão de
bens patrimoniais;
II - Demais órgãos ou entidades administrativas do Poder Executivo, responsáveis pela
execução das atividades do Sistema de Patrimônio.

Da Central de Bens

Art. 5º Fica instituída a Central de Bens, com o objetivo de gerenciar e racionalizar a


utilização de bens inservíveis.

Art. 6º A administração da Central de Bens compete à Secretaria de Estado de Gestão.

Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas do Poder Executivo deverão consultar a


Central de Bens, a cerca da disponibilidade de bens inservíveis que atenda as suas
necessidades, antes de iniciar processos de aquisição de bens.

Art. 8º Os responsáveis pela carga patrimonial de bens devem comunicar ao Setor de


Patrimônio a existência de bens inservíveis, bem como sua classificação, em suas
respectivas unidades.

Parágrafo Único. Caso os bens classificados como inservíveis pelas unidades, não
possam ser reaproveitados dentro do próprio órgão ou entidade, compete ao Setor de
Patrimônio encaminhá-los à Central de Bens.

Art. 9º O bem destinado a Central de Bens deverá permanecer disponível para


reaproveitamento pelo período mínimo de 30 dias.

Parágrafo Único. Após o prazo estipulado no caput, os bens poderão ser alienados.

134
Art. 10 Quando o bem a ser destinado à Central de Bens for veículo, o mesmo somente
poderá ser aceito se os débitos existentes nos órgãos de trânsito forem inferiores ao valor
residual estimado para sua alienação.

Parágrafo Único. O veículo a ser transferido para a Central de Bens, somente poderá ser
aceito se estiver registrado nos órgãos de trânsito em nome de órgão, entidade ou fundo
do Poder Executivo .

Das Entradas

Art. 11 São modalidades de entradas:


I - compra;
II - doação;
III - transferência;
IV - adjudicação;
V - produção interna;
VI - permuta;
VII - reprodução;
VIII - dação em pagamento.

Parágrafo Único. O setor de patrimônio deverá arquivar uma via de todo documento de
entrada de bens patrimoniais.

Art. 12 A permuta é permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da


Administração Pública, sendo que os bens permutados devem ter valores equivalentes.

Do Recebimento Provisório

Art. 13 Entende-se por recebimento provisório aquele que se efetua em caráter


experimental, dentro de um período de no máximo 15 dias, para a verificação da
perfeição do objeto do contrato, que, para tanto, deverá ser submetido às provas ou aos
testes necessários à comprovação de sua qualidade, resistência, operatividade e
conformidade com o projeto e as suas especificações.

§ 1º O recebimento provisório deverá ser formalizado no comprovante de entrega do


fornecedor, mediante a aposição de carimbo de recebimento provisório, assinatura do
recebedor e data de recebimento.

§ 2º Por ocasião do recebimento provisório, e na falta de carimbo oficial, deverá ser


indicado no comprovante de entrega do fornecedor do bem, ainda que manualmente, que
o recebimento ocorreu nestas condições.

§ 3º O responsável pela Unidade Administrativa que realizar recebimento provisório de


bens, deverá no prazo máximo de 02 dias úteis, comunicar o fato ao Setor de Patrimônio,
que deverá solicitar vistoria por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, caso necessário.

135
Do Recebimento Definitivo

Art. 14 O recebimento definitivo de bem permanente deverá ser realizado após a


verificação da qualidade e quantidade do material recebido, de acordo com as
especificações da aquisição e consequente aceitação, sob pena de responsabilidade
administrativa, civil e criminal.

Art. 15 O recebimento definitivo de material de valor superior ao limite estabelecido no


Art. 23, da Lei 8666/93, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
comissão de, no mínimo, 3 (três) servidores.

Parágrafo Único. Quando o bem a ser recebido for considerado complexo, deverá ser
solicitado o auxílio e acompanhamento de técnicos com conhecimentos específicos para
auxiliar no recebimento.

Art. 16 Após o recebimento definitivo do bem, o Setor de Patrimônio deverá encaminhar


o documento fiscal de ingresso para liquidação e pagamento.

Art. 17 O responsável pelo recebimento definitivo do bem deverá no prazo máximo de 02


dias úteis, comunicar ao Setor de Patrimônio, que providenciará o processo de
tombamento.

Art. 18 O recebimento de bens por doação deverá ser formalizado em processo


devidamente autuado e encaminhado ao Setor de Patrimônio que providenciará o
processo de tombamento.

Parágrafo Único. No termo de doação, assinado pelo doador, deverá constar a descrição
do bem e seu respectivo valor.

Art. 19 Fica delegado aos detentores de carga patrimonial, analisar a conveniência em


aceitar doações sem encargos.

Art. 20 Fica delegado ao Secretário e ao dirigente máximo das entidades da


Administração Indireta aceitar e autorizar o recebimento de doações com encargos.

Do Tombamento

Art. 21 O tombamento é o procedimento administrativo que consiste em identificar cada


bem permanente com um número único de registro patrimonial - RP.

Parágrafo Único. O tombamento dos bens permanentes deverá contemplar a


incorporação, o emplaquetamento e a emissão do termo de responsabilidade.

Art. 22 O registro da incorporação far-se-á obrigatoriamente mediante cadastro de forma


analítica pelo Setor de Patrimônio, e lançamento contábil pela contabilidade, de forma
sintética.

136
Art. 23 O registro analítico dos bens permanentes deverá assegurar sua perfeita
caracterização.

Parágrafo Único. A perfeita caracterização do bem deverá contemplar no que couber, a


indicação das características físicas, medidas, modelo, tipo, cor, número de série ou
numeração de fábrica quando existente, material de fabricação e demais informações
específicas que se mostrem necessárias.

Art. 24 Os registros sintéticos deverão ser realizados em conformidade com as normas


de contabilidade pública vigentes.

Art. 25 A classificação orçamentária, o controle patrimonial e o reconhecimento do ativo


seguem modelos distintos, devendo ser apreciados individualmente.

§ 1º A classificação orçamentária deverá obedecer aos parâmetros de distinção entre


material permanente e de consumo.

§ 2º No reconhecimento do ativo, obedecidas às normas de contabilidade pública,


deverão ser considerados os bens e direitos que possam gerar benefícios econômicos ou
potencial de serviço.

Art. 26 Em se tratando de bens produzidos pelos órgãos ou entidades, o valor da


incorporação deverá ter por base a apuração de seu custo de produção.

Art. 27. Bem adquirido com recursos com classificação orçamentária de transferência ou
delegação da qual se firma convênios, de acordo com a modalidade de aplicação
definida, poderá ser incorporado ao patrimônio de acordo com as normas contábeis
definidas nos manuais do STN - Secretaria do Tesouro Nacional.

§ 1º Os bens adquiridos com a aplicação dos recursos de transferências, pertencem ou


se incorporam ao patrimônio do ente ou da entidade recebedora. Nesse caso, o bem
deverá ser incorporado ao patrimônio do órgão ou entidade, como bem próprio.

§ 2º Os bens adquiridos com a aplicação dos recursos de delegação, pertencem ou se


incorporam ao patrimônio de quem os entrega, ou seja, o transferidor. Nesse caso, as
informações sobre os bens adquiridos deverão ser encaminhadas ao setor de patrimônio
do órgão ou entidade apenas para registro e controle, como bens de terceiros.

Art. 28 Quando se tratar de ativos do imobilizado obtidos a título gratuito, o valor do ativo
deverá ser considerado pelo resultado da avaliação obtida com base em procedimento
técnico ou conforme constante no documento de entrada do bem.

Parágrafo Único. Na avaliação dos ativos do imobilizado obtidos a título gratuito, a


eventual impossibilidade de mensuração do valor deverá ser evidenciada em nota
explicativa.

Art. 29 No caso de decretação de perdimento (confisco) de bens de terceiros em favor do

137
Estado, estes deverão ser incorporados ao patrimônio do órgão responsável pela
apreensão.

§ 1º Os bens de valor econômico, apreendidos em decorrência de utilização em


atividades ilícitas, sendo decretado seu perdimento, os mesmos poderão ser utilizados
em benefício de instituições, no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização,
controle, prevenção e repressão ao crime.

§ 2º Quando decretado o perdimento de bens, o valor a ser considerado na incorporação


dos mesmos será o constante no documento de entrega e/ou resultado da avaliação
obtida com base em procedimento técnico.

Art. 30 O emplaquetamento do bem deverá ser realizado pelo Setor de Patrimônio ou por
comissão setorial designada para essa finalidade, sob orientação do Setor de Patrimônio.

Art. 31 O número de patrimônio deverá ser aposto mediante fixação de etiqueta adesiva
com código de barras ou qualquer outro método adequado às características físicas do
bem.

§ 1º Identificada à impossibilidade ou inviabilidade de se fixar a plaqueta em razão do


tamanho ou estrutura física do bem, a identificação poderá ser realizada mediante
gravação, etiqueta adesiva, pintura, entalhe, ou outros meios que se mostrem
convenientes.

§ 2º As formas de identificação alternativas às etiquetas padronizadas deverão ser


relacionadas pelo Setor de Patrimônio, por meio de formulário específico, que deverá
conter a descrição dos bens, responsável, localização e tipo de identificação empregada,
bem como o número patrimonial gerado.

Art. 32 As plaquetas deverão ser fixadas em local visível e de fácil acesso, sem
sobreposição de informações, em superfície plana, preferencialmente na parte frontal
superior dos móveis e equipamentos, facilitando a sua identificação.

Parágrafo Único. Materiais de pequeno valor individual, cujo conjunto possa somar valor
relevante, poderão a critério da unidade, serem cadastrados por kits, tendo um número
de patrimônio único para o conjunto.

Art. 33 Identificado o extravio de plaqueta de determinado bem, o Setor de Patrimônio


deverá ser informado para providenciar a fixação de uma nova plaqueta, se possível com
o mesmo número patrimonial ou na impossibilidade de mantê-lo, proceder à modificação
do número patrimonial, mantendo o histórico do bem.

Parágrafo Único. Não havendo etiquetas padronizadas para reposição, o Setor de


Patrimônio poderá providenciar, provisoriamente, a identificação do bem por meio de
pintura, carimbo, marca física, entre outras formas que se mostrem convenientes.

Art. 34 Após o processo de tombamento, o setor de patrimônio deverá fazer constar, na


via do documento de ingresso do bem que será arquivado, o termo "tombado", constando

138
data e assinatura.

Art. 35 Após o tombamento, o Setor de Patrimônio deverá providenciar a emissão do


Termo de Responsabilidade e destinar o bem à unidade administrativa requisitante.

Parágrafo Único. O termo de responsabilidade deverá ser emitido em 02 vias, sendo 01


via para arquivamento no setor de patrimônio e outra para o detentor da carga
patrimonial, assinado obrigatoriamente, pelo responsável pela guarda e uso do bem.

Do Armazenamento

Art. 36 O armazenamento compreende a guarda, segurança e conservação de bens


permanentes e de consumo.

Art. 37 A armazenagem revestir-se-á de cuidados contra qualquer tipo de ameaça


decorrente de ação humana, mecânica, climática ou de qualquer natureza.

Art. 38 São diretrizes do armazenamento de material:


I - manutenção de estoques mínimos para evitar prejuízos com deterioração,
obsolescência ou perda de características físicas dos objetos;
II - monitoramento permanente do armazenamento;
III - adequação do acondicionamento.

Do Termo de Responsabilidade

Art. 39 Após o tombamento e emplaquetamento, o Setor de Patrimônio deverá


providenciar a emissão do termo de responsabilidade e destinar o bem à unidade
administrativa requisitante, realizando a carga patrimonial.

Parágrafo Único. O termo de responsabilidade deverá ser assinado, obrigatoriamente,


pelo responsável pelo setor de patrimônio e pelo detentor da carga patrimonial.

Art. 40 São deveres do detentor de carga patrimonial:


I - Zelar pela guarda, segurança e conservação dos bens;
II - Manter os bens devidamente identificados, com a plaqueta de patrimônio, quando
couber;
III - Comunicar ao Setor de Patrimônio o extravio de plaqueta patrimonial, sempre que
necessário;
IV - Informar ao Setor de Patrimônio a necessidade de reparos;
V - Encaminhar ao Setor de Patrimônio a relação de bens inservíveis;
VI - Solicitar ao Setor de Patrimônio, sempre que necessário, a movimentação de bens;
VII - Comunicar ao Setor de Patrimônio, por escrito e imediatamente após o
conhecimento do fato, a ocorrência de extravio ou de danos resultantes de ação dolosa
ou culposa de terceiros;
VIII - Assinar o termo de responsabilidade, para a devida carga patrimonial.

139
Art. 41 Sempre que houver substituição do responsável pela guarda e conservação dos
bens, o Setor de Patrimônio deverá ser informado e providenciar a transferência da carga
patrimonial através da emissão de novo termo de responsabilidade.

§ 1º O novo detentor da carga patrimonial terá 15 (quinze) dias úteis para a conferência
da relação dos bens sob sua guarda, a contar da destinação do bem.

§ 2º Havendo divergências no termo de responsabilidade, as ocorrências deverão ser


comunicadas formalmente, no prazo máximo de 10 (dez) dias corridos, à unidade
responsável pelo patrimônio, para a adoção das providências cabíveis.

§ 3º Caso a conferência prevista no caput deste artigo não seja efetuada no prazo
estipulado, a relação dos bens será considerada aceita tacitamente.

Art. 42 Os detentores de carga patrimonial deverão dar suporte à Comissão de


Inventário, com informações pertinentes aos bens, sob sua guarda e responsabilidade.

Art. 43 No caso de bem permanente de uso pessoal, o usuário deste, será responsável
pelo seu uso, guarda e conservação.

Art. 44 O responsável pela carga patrimonial deverá comunicar, por escrito, ao superior
hierárquico, casos de irregularidades no uso ou extravio de bens para as providências de
abertura de Termo Circunstanciado Administrativo ou Sindicância.

§ 1º No caso de furto, roubo ou sinistro de bem sob sua responsabilidade, a comunicação


deverá ser devidamente documentada pelo responsável da carga patrimonial, incluindo o
Boletim de Ocorrência Policial ou equivalente, sob pena de responsabilidade.

§ 2º O servidor que for responsabilizado pelo furto, roubo ou extravio de bem patrimonial
móvel, deverá proceder ao ressarcimento ao erário através de recolhimento via DAR ou
desconto em salário, de forma parcelada, dependendo do valor do bem.

Da Transferência

Art. 45 Entende-se por Transferência a movimentação definitiva do bem entre órgãos da


Administração Direta do Poder Executivo ou entre estes e a Central de Bens.

§ 1º A transferência implica em uma saída (do órgão que está disponibilizando o bem) e
uma entrada (no órgão que está recebendo o bem).

§ 2º A alteração patrimonial e contábil somente deverá ser efetivada quando o órgão


recebedor do bem der o aceite.

§ 3º Compete ao Setor de Patrimônio à emissão do Termo de Transferência, que deverá


ser assinado pelos responsáveis no Setor de Patrimônio do órgão que transfere e do
órgão que recebe o bem, sendo que todos os envolvidos no processo deverão receber e
arquivar uma via do Termo de Transferência.

140
Da Transferência Interna

Art. 46 A transferência interna consiste na modalidade de movimentação de bem, com


troca de responsabilidade, entre Unidades Administrativas, Unidades de Localização ou
Almoxarifados do mesmo órgão ou entidade.

Art. 47 A transferência interna deverá ser registrada, com a devida troca de


responsabilidade, seguida da emissão e assinatura do Termo de Transferência Interna.

Art. 48 O registro da transferência interna tem por finalidade controlar a movimentação


dos bens patrimoniais entre unidades do mesmo órgão ou entidade, sem alteração
patrimonial quantitativa, resultando somente na troca do detentor da carga patrimonial,
responsável pelo uso, guarda e conservação do bem.

Art. 49 Todas as transferências patrimoniais deverão ser acompanhadas pelo Setor de


Patrimônio.

Art. 50 Após a transferência, o recebedor do bem será o responsável por sua guarda e
uso, respondendo administrativamente pela sua conservação, sem prejuízo da
responsabilização civil e criminal, no que couber.

Art. 51 Compete ao Setor de Patrimônio à emissão do Termo de Transferência, que


deverá ser assinado pelos responsáveis pelas unidades administrativas que transfere e
que recebe o bem e o responsável pelo Setor de Patrimônio. Todos os envolvidos no
processo deverão receber e arquivar uma via do Termo de Transferência.

Da Movimentação Temporária

Art. 52 Entende-se por movimentação temporária a alteração do beneficiário do uso e


posse do bem, com troca de responsabilidade em caráter temporário, gratuito ou
oneroso, entre órgãos, autarquias, fundações ou particulares, para fins de interesse
público.

Art. 53 São modalidades de movimentação temporária:


I - Autorização de uso: ato unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração
Pública consente que particulares utilizem bem público de modo privativo, atendendo
primordialmente a seu próprio interesse;
II - Permissão de uso: ato negocial, unilateral, discricionário e precário por meio do qual a
Administração faculta ao particular a utilização individual de determinado bem público, em
regra, com prazo determinado, desde que a utilização seja também de interesse da
coletividade que irá fruir certasvantagens desse uso, que se assemelha a um serviço de
utilidade pública;
III - Cessão de uso: repasse gratuito de posse com troca de responsabilidade em caráter
temporário, entre órgãos ou entidades da Administração Pública Direta, Autárquica e
Fundacional do Poder Executivo ., ou entre estes e órgãos de quaisquer dos Poderes,
Ministério Público, Tribunal de Contas ou de outra esfera da Federação;
IV - Concessão de uso: Contrato Administrativo pelo qual o Poder Público atribui a

141
utilização exclusiva de um bem de seu domínio a particular, para que o explore segundo
sua destinação específica.

Parágrafo Único. O bem recebido de terceiros temporariamente, não pertence ao


patrimônio próprio. No entanto, seu registro deverá ser realizado como bem de terceiros e
seu valor informado ao Setor Contábil, que deverá registrá-lo na forma dos art. 23 e 24
deste Decreto.

Art. 54 O registro da movimentação temporária de bem far-se-á mediante cadastro pelo


Setor de Patrimônio.

Art. 55 Qualquer saída de bem patrimonial para conserto, manutenção ou orçamento


somente poderá ser realizada mediante autorização do detentor da carga patrimonial e
do Setor de Patrimônio.

§ 1º É de responsabilidade do Setor de Patrimônio o acompanhamento das manutenções


e retorno do bem à unidade de origem.

§ 2º Na autorização deverá constar o número de patrimônio, descrição dos materiais,


identificação do prestador do serviço, endereço, telefone e assinaturas do Setor de
Patrimônio, do detentor do bem e do prestador de serviços.

Art. 56 O registro da saída de bens para reparos far-se-á mediante cadastro pelo Setor
de Patrimônio.

Da Baixa

Art. 57 Entende-se por Baixa Patrimonial o procedimento de retirada do bem do


patrimônio e do registro contábil do Ativo Permanente.

Art. 58 São modalidades de baixas:


I - Doação;
II - Leilão;
III - Morte de semovente;
IV - Inutilização;
V - Permuta;
VI - Extravio ou sinistro;
VII - Furto ou roubo;
VIII - Cadastramento indevido.

Art. 59 Devem ser baixados por cadastramento indevido:


I - bens de consumo incorporados como bens permanentes;
II - bens incorporados em duplicidade;
III - bens de terceiros incorporados como bens próprios.

Parágrafo único. Todas as baixas por cadastramento indevido deverão ser instruídas com
autuação de processo, contendo a justificativa que motivou a baixa.

142
Art. 60 Bandeiras nacionais e estaduais velhas, em mau uso de conservação ou ociosas
não podem ser descartadas. Devem ser entregues a uma unidade militar, para que sejam
incineradas no Dia da Bandeira, de acordo com o cerimonial peculiar.

Art. 61 A baixa de semoventes deve ser precedida de diagnóstico médico-veterinário


relatando o motivo da morte.

Art. 62 Os bens inservíveis classificados como irrecuperáveis só poderão ser


encaminhados a Central de Bens, se suas partes ou componentes puderem ser
reaproveitadas e/ou representarem algum ganho financeiro quando da sua alienação.

§ 1º Os bens inservíveis classificados como irrecuperáveis cujas partes ou componentes


possam ser reaproveitadas deverão ser transferidos para a Central de Bens.

§ 2º As transferências para a Central de Bens deverão ser previamente agendadas e


autorizadas pela Secretaria de Estado de Gestão/SPS.

§ 3º Os bens inservíveis classificados como irrecuperáveis cujas partes ou componentes


não possam ser reaproveitadas deverão ser baixados por inutilização.
a) Compete ao órgão ou entidade promover o descarte do bem quando a baixa for por
inutilização, observadas as normas ambientais;
b) No caso de veículos a serem baixados por inutilização, a Secretaria de Estado de
Gestão/SPS deverá ser consultada previamente, sendo o órgão ou entidade responsável
por providenciar a baixa no Registro Nacional de Veículos Automotores - RENAVAM;
c) A baixa por inutilização deverá se dar obrigatoriamente por meio de comissão
designada pelo dirigente do órgão ou entidade, integrada no mínimo, por três servidores
tecnicamente capacitados e, sempre que possível em exercício na localidade onde se
encontrar o material relacionado;
d) A baixa por inutilização deverá ser realizada por meio de autuação de processo, onde
conste a plaqueta patrimonial e/ou identificação do bem a ser baixado, justificativa que
motivou a sua inutilização, descrição do material e documentos comprobatórios do seu
estado de conservação (Ex: fotografias, declaração de testemunhas, laudos técnicos,
etc).

Art. 63 São motivos para inutilização de bens patrimoniais móveis, dentre outros:
I - bem que não puder ser mais utilizado para os fins a que se destina e suas partes não
puderem ser reaproveitadas e este representar ameaça as pessoas, riscos de danos
ecológicos ou inconvenientes análogos;
II - contaminado por agentes patológicos, sem possibilidade de recuperação por
assepsia;
III - infestado por insetos nocivos;
IV - natureza tóxica ou venenosa;
V - contaminado por radioatividade;
VI - com perigo irremovível de sua utilização fraudulenta por terceiros.

Art. 64 Sempre que necessário, os órgãos especializados deverão ser consultados sobre
a melhor forma de desfazimento dos bens.

143
Art. 65 A baixa de bens de consumo ocorrerá com o registro da sua saída do
almoxarifado, sob pena de responsabilização Administrativa e Civil.

§ 1º A saída de bens de consumo do almoxarifado dar-se-á mediante requisição,


contendo a especificação do material solicitado, quantidade e valor contábil.

§ 2º Compete ao responsável pelo almoxarifado efetuar a baixa dos materiais entregues


e ao requisitante a confirmação da retirada do material, sob pena de bloqueio para novas
retiradas.

Art. 66 Compete à Secretaria de Estado de Gestão realizar a doação dos bens móveis
inservíveis, transferidos pelos órgãos à Central de Bens.

Art. 67 A doação é permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após
avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha
de outra forma de alienação.

Art. 68 No termo de baixa por doação deverão constar as seguintes informações:


I - descrição e avaliação do objeto da doação;
II - caracterização do interesse público específico;
III - análise da oportunidade e conveniência socioeconômica da doação em detrimento de
outras formas de alienação;
IV - definição de eventuais obrigações da donatária em relação ao objeto da doação, sob
pena de reversão;
V - proibição de alienação do objeto da doação pelo donatário a terceiros, no prazo
mínimo de dois anos;
VI - prazo para publicação de extrato do Termo, como condição de eficácia.

Art. 69 Verificada a impossibilidade de reaproveitamento para fins de interesse público,


os bens disponíveis poderão ser alienados.

Art. 70 A Secretaria de Estado de Gestão, após apurada a conveniência socioeconômica,


poderá proceder à alienação dos bens móveis inservíveis, sempre que houver risco de
perecimento ou deterioração.

Art. 71 Os recursos provenientes da venda de bens móveis inservíveis deverão ser


recolhidos à conta devida, via documento de arrecadação (DAR).

Art. 72 Na hipótese de baixa por furto, roubo, sinistro ou extravio de bem patrimonial
móvel, sua baixa deverá ser acompanhada da ocorrência policial e da finalização do
processo de sindicância.

Art. 73 A baixa de bem patrimonial móvel motivada por alienação, sempre deverá ser
precedida de procedimento licitatório, exceto nos casos previsto em Lei.

Art. 74 A baixa de veículos automotores deverá obedecer às orientações contidas neste


Decreto e demais normas pertinentes, em especial às de trânsito.

144
Da Avaliação Inicial e da Redução ao Valor Recuperável

Art. 75 Fica instituído como política contábil o modelo de custo.

Parágrafo Único. Após o reconhecimento como ativo, um item do ativo imobilizado deverá
ser evidenciado pelo custo menos qualquer depreciação e redução ao valor recuperável
acumuladas.

Art. 76 Os Órgãos e entidades do Poder Executivo . deverão desenvolver ações no


sentido de realizar a avaliação inicial, redução ao valor recuperável, depreciação,
amortização e exaustão dos bens do ativo sob sua responsabilidade, de acordo com as
normas brasileiras de contabilidade aplicadas ao setor público.

§ 1º Para início dos procedimentos previstos no caput será necessário realizar a


avaliação inicial para ajustar a base monetária do bem a fim de refletir o seu valor justo.

§ 2º A avaliação inicial e única é a atualização do bem permanente a valor justo, para a


Adoção do Plano de Contas Aplicada ao Setor Público.

§ 3º Ficam dispensados dos procedimentos a que se refere o caput deste artigo, os bens
que não ultrapassem o prazo de vida útil de dois anos (bens de consumo).

§ 4º - Ficam desobrigadas de adotar os procedimentos do presente artigo as entidades


da administração indireta que já estejam adotando as novas regras contábeis.

Art. 77 Os bens adquiridos e colocados em condição de uso anteriormente a 1º de


janeiro de 2010 deverão sofrer avaliação inicial.

Art. 78 Quando um item do ativo imobilizado sofrer a avaliação inicial, a depreciação


acumulada na data da sua avaliação deverá ser desconsiderada, atualizando-se o valor
líquido do bem pelo valor de avaliação.

Parágrafo Único. O registro analítico deverá ser realizado pelo Setor de Patrimônio e; o
registro sintético, pela Contabilidade.

Art. 79 Para definição da vida útil remanescente dos bens que sofrerem avaliação inicial
poderão ser utilizadas:
a) Informações relacionadas à vida útil do bem, considerando a data em que este foi
colocado em condições de uso;
b) Informações constantes da Tabela de Vida Útil e Valor Residual (bens avaliados),
Anexo II.
c) Definidos pela comissão de avaliação do órgão ou entidade, considerando o potencial
de serviços ou a capacidade de geração de benefícios econômicos futuros deste bem.

Art. 80 A avaliação inicial deverá ser realizada através de laudo ou relatório de avaliação,
por comissão devidamente designada para essa finalidade.

145
Parágrafo Único. É de responsabilidade da Comissão de Avaliação do órgão ou entidade,
todos os procedimentos necessários à avaliação inicial dos bens, tais como: pesquisa de
preço, elaboração de laudos técnicos e/ou relatórios de avaliação.

Art. 81 Deverão constar no laudo ou relatório de avaliação:


I - descrição detalhada referente a cada bem que esteja sendo avaliado;
II - número do registro patrimonial;
III - estado de conservação do bem;
IV - valor da avaliação, e;
V - Assinatura dos membros da Comissão.

Art. 82 Em caráter excepcional, por meio de fundamentação escrita, poderão ser


utilizados parâmetros de vida útil e valor residual diferenciado para bens singulares, que
possuam características de uso peculiares, definidos pelos órgãos ou em legislações
específicas.

Art. 83 No caso de bens que sofreram avaliação inicial, a depreciação, amortização ou


exaustão devem ser calculadas e registradas sobre o valor de avaliação do bem.

Art. 84 Poderão servir de fontes de informações para a avaliação do valor justo de um


bem, além de outros meios que se mostrem convenientes:
I - preço de aquisição do bem, registrado em inventários anteriores, Nota Fiscal ou base
de dados de sistema informatizado;
II - preços constantes no Sistema de Registro de Preços - SRP, vigentes no Estado,
banco de preços do setor de aquisição ou federais;
III - preço de entrada das aquisições no Sistema vigente de Gestão Patrimonial, dos bens
adquiridos nos últimos 12 meses;
IV - valor de mercado apurado em pesquisa junto a empresas, por anúncios e outros
meios;
V - pesquisa de preço no Banco de Dados Fazendário e Notas Fiscais Eletrônicas;
VI - valor previsto na tabela que expressa os preços médios, praticados no mercado
brasileiro, expedida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Tabela FIPE)
para veículos ou Tabela do Departamento . de Trânsito - DETRAN/MT;

Art. 85 Havendo a impossibilidade de se estabelecer o valor de mercado do ativo, esse


poderá ser definido com base em parâmetros de referência que considerem bens com
características, circunstâncias assemelhadas.

Art. 86 Para fins de cálculo da avaliação inicial dos bens móveis deverá ser utilizado o
fator de avaliação, que representa quanto o bem no estado de conservação atual custa
em relação ao valor de aquisição à época, conforme a data e percentuais a seguir:
I - Bens adquiridos anterior ao ano de 2005, com estado de conservação classificado
como bom, seu valor após avaliação inicial deverá ser de 30% do valor de aquisição; se
classificado como ruim o valor será de 25% do valor de aquisição;
II - Bens adquiridos entre os anos de 2006 e 2007, com estado de conservação
classificado como bom, seu valor após avaliação inicial deverá ser de 40% do valor de
aquisição; se classificado como ruim o valor será de 35% do valor de aquisição;
III - Bens adquiridos entre os anos de 2008 e 2009, com estado de conservação

146
classificado como bom, seu valor após avaliação inicial deverá ser de 50% do valor de
aquisição; se classificado como ruim o valor será de 45% do valor de aquisição;

Parágrafo Único Os bens classificados como péssimos em relação ao seu estado de


conservação deverá ser atribuído apenas 10% do valor de aquisição e deverão ser
relacionados e informados ao Setor de Patrimônio, para dar início aos procedimentos de
baixas.

Art. 87 Para fins de cálculo da avaliação inicial dos bens móveis que se encontram sem
valores, com valores insignificantes ou valores muito elevados, deverá ser realizada
pesquisa de preço e ser utilizado o fator de avaliação, que representa quanto o bem no
estado de conservação atual, custa em relação ao valor de mercado de um bem novo,
considerando os seguintes percentuais:
I - Ótimo: 80% do valor de mercado;
II - Bom: 60% do valor de mercado;
III - Ruim: 40% do valor de mercado;
IV - Péssimo: 10% do valor de mercado.

Parágrafo Único. Para fins de classificação quanto ao estado de conservação, fica


estabelecido os seguintes critérios:
I - Ótimo: bem que não apresenta avarias ou desgaste, podendo ser utilizado na
totalidade de suas especificações técnicas e capacidade operacional;
II - Bom: bem que embora possa apresentar alguma avaria ou desgaste esteja em boas
condições de uso;
IV - Ruim: bem que ainda está em uso mesmo em condições precárias, em virtude de
avarias ou desgaste natural;
V - Péssimo: bem que não puder mais ser utilizado para o fim a que se destina devido à
perda de suas características, em virtude de avarias ou desgaste natural.

Art. 88 O novo valor do bem deverá ser obtido pela multiplicação do fator de avaliação
pelo valor de mercado do bem novo.

Art. 89 A obtenção do valor recuperável deverá considerar o maior valor entre o valor
justo, menos os custos de alienação de um ativo e o seu valor em uso.

Da Depreciação

Art. 90 Os bens móveis adquiridos, incorporados e/ou colocados em condições de uso a


partir de 1º de Janeiro de 2010 deverão ser depreciados, sem necessidade de avaliação
inicial ou redução ao valor recuperável.

Art. 91 O registro da depreciação deverá ser realizado de forma analítica, pelo Setor de
Patrimônio e; sintética, pelo Setor Contábil.

Art. 92 Deverá ser adotado para cálculo dos encargos de depreciação, amortização e
exaustão o método das quotas constantes, que se utiliza da taxa de depreciação
constante durante a vida útil do ativo, caso seu valor residual não se altere.

147
Art. 93 O registro da depreciação deverá ser mensal, devendo os dados estar disponíveis
a qualquer momento pelo Setor de Patrimônio.

§ 1º A depreciação, amortização e a exaustão devem ser reconhecidas até que o valor


líquido contábil do ativo seja igual ao valor residual.

§ 2º A depreciação, amortização ou a exaustão de um ativo começa quando o item


estiver em condições de uso.

§ 3º A depreciação e a amortização não cessam quando o ativo torna-se obsoleto ou é


retirado temporariamente de operação.

§ 4º Os bens que ao final de sua vida útil estimada não forem baixados, poderão ter sua
vida útil ampliada, mantendo seu valor residual.

Art. 94 A depreciação, amortização ou exaustão de um ativo inicia-se no mês seguinte à


colocação do bem em condições de uso, não havendo depreciação em fração menor que
um mês.

Art. 95 Para a definição da vida útil e valor residual dos bens, deverão ser utilizados os
parâmetros e índices estabelecidos para cada grupo sintético do ativo imobilizado,
conforme orientações constantes da Tabela de Vida Útil e Valor Residual, Anexo I.

Art. 96 Não estarão sujeitos ao regime de depreciação, amortização ou exaustão:


I - bens móveis de natureza cultural, tais como obras de artes, antiguidades, documentos,
com interesse histórico, bens integrados em coleções, entre outros;
II - animais que se destinam à exposição e à preservação;

Art. 97 Poderá ser adotado o procedimento de depreciação acelerada, conforme o caso,


quando as circunstâncias de utilização do bem o justificar.

Do Inventário

Art. 98 O inventário corresponde ao conjunto específico de ações de levantamento,


registro físico e financeiro de bens.

§ 1º O Inventário físico é o procedimento administrativo realizado por meio de


levantamento, in-loco, que consiste na verificação da existência física do bem,
identificado pelo respectivo número de patrimônio e descrição.

§ 2º Os inventários têm por objetivo detectar todas as anomalias constantes no


patrimônio, verificando a exatidão dos registros de controle patrimonial, mediante a
realização de levantamentos físicos, bem como a adequação entre os registros
patrimoniais e contábeis.

Art. 99 São tipos de inventários:

148
I - Anual: realizado para comprovar a exatidão dos registros de controle patrimonial de
todo o patrimônio, demonstrando o acervo de cada unidade, constituído do inventário
anterior e das variações patrimoniais ocorridas durante o exercício;
II - Eventual: realizado a qualquer tempo, com o objetivo de verificar qualquer bem ou
conjunto de bens, por iniciativa do dirigente de determinada unidade;
III - De transferência de responsabilidade: realizado quando da mudança deum titular de
Cargo, Função Gratificada ou Função Comissionada responsável por carga patrimonial;
IV - Inicial: realizado quando da criação de uma nova unidade, para identificação e
registro dos bens;

V - De extinção ou transformação: realizado quando da extinção ou transformação de


uma unidade.

Parágrafo Único. Sempre que houver transição de cargos em comissão, deverá ser
realizado o inventário de transferência de responsabilidade, conforme Art. 41.

Art. 100 Compete aos órgãos e entidades realizar inventário dos bens patrimoniais,
anualmente, de forma descentralizada, em todas as suas unidades administrativas.

Art. 101 Os órgãos ou entidades deverão instituir Comissões responsáveis pelos


procedimentos relativos ao Inventário, à avaliação inicial e à Redução ao Valor
Recuperável do Ativo.

§ 1º As comissões de que trata o caput deverão ser designada pelo titular do órgão ou
entidade, por portaria, composta por no mínimo três servidores, destes pelo menos dois,
preferencialmente, ocupantes de cargo de provimento efetivo.

§ 2º Compete à Comissão de Inventário e avaliação do órgão ou entidade administrativa,


apresentar o relatório de inventário atualizado e encaminhar ao Setor Contábil, podendo
esta solicitar auxilio técnico ao Setor de Patrimônio.

§ 3º A comissão de inventário não poderá ser formada apenas por servidores


responsáveis pela administração e controle do patrimônio, assim como a presidência não
poderá ser ocupada pelos mesmos.

Art. 102 Os órgãos e entidades que possuírem unidades administrativas


descentralizadas poderão designar subcomissões para realizar o levantamento físico dos
bens móveis nestas unidades.

Parágrafo Único. Compete aos ocupantes de cargos de direção e chefia da unidade,


indicar os membros das subcomissões, ou na impossibilidade de formá-las, designar
servidor da sua confiança para realizar o levantamento físico.

Art. 103 O Titular do órgão ou entidade, bem como os ocupantes de cargos de direção e
chefia deverão assegurar os recursos necessários para que as comissões e
subcomissões tenham condições de realizar o inventário dos bens patrimoniais.

Art. 104 Os órgãos e entidades do Poder Executivo . deverão concluir o inventário dos

149
bens patrimoniais sob sua responsabilidade e encaminhá-lo ao seu Setor Contábil até 15
de dezembro do corrente ano.

Art. 105 Durante o período de realização do Inventário, a unidade administrativa


vistoriada não poderá, sem autorização expressa da Comissão Inventariante:
I - distribuir ou baixar bens e;
II - realizar transferências internas.

Art. 106 Após o recebimento dos inventários analíticos, o Setor Contábil, deverá proceder
à análise e os ajustamentos necessários à apresentação do Balanço Geral, dentro do
prazo estabelecido na legislação vigente.

Parágrafo Único. Quando houver diferença entre os assentamentos contábeis e o


inventário, o Setor Contábil poderá realizar conciliação específica com o objetivo de
apurar as divergências.

Art. 107 Para os bens não localizados quando da realização do inventário anual, deverá
ser aberto processo de sindicância, para apuração de responsabilidades e somente após
a finalização do processo, estes deverão ser baixados.

Da Integração das Informações Patrimoniais e Contábeis

Art. 108 A contabilidade deverá adequar seus registros em razão do controle analítico
exercido pelo Setor de Patrimônio.

Art. 109 As entradas, baixas, saldos anteriores, saldos atuais, depreciações do mês e
acumuladas, valores da avaliação inicial ou redução ao valor recuperável deverão constar
no relatório de movimentação patrimonial a ser encaminhado ao Setor Contábil, pelo
Setor de Patrimônio até o 3º dia útil de cada mês.

Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 110 O inventário resultante do levantamento físico/financeiro com os valores


avaliados constitui documento hábil para reajuste dos valores contábeis existentes,
independente da existência ou não de documento comprobatório, quer seja de entrada ou
baixa do bem.

Revisado por Ricardo Bulgari

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ESPECIAL – INVENTÁRIO

Os inventários são de importância fundamental para o controle do imobilizado,


constituindo-se numa ferramenta eficiente para o acompanhamento
individualizado de cada bem, protegendo-o contra perdas, proporcionando o
necessário mapeamento quanto à localização e responsabilidade pela sua guarda
e proteção. Os inventários dos bens são imprescindíveis para a fidedignidade das
informações contábeis.

Inventário de Bens

 Edificações

 Terrenos

 Instalações

 Benfeitorias

 Móveis de utensílios

 Máquinas e equipamentos em geral

 Equipamentos de informática

 Softwares

 Equipamentos e sistemas de produção industrial

 Veículos leves e pesados

 Ferramentas

 Semoventes

 e outros

Metodologia de trabalho de um bom inventário

A metodologia de trabalho compreende:

 Elaboração de uma nomenclatura padronizada;

 Determinação dos locais onde se encontram os bens;

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 Determinação do estado físico e funcional;

 Identificação física e descrição detalhada, de acordo com a nomenclatura


padronizada;

 Colocação de etiquetas de identificação, com código de barras;

 Identificação de bens de terceiros;

 Emissão dos Termos de Responsabilidade Sobre a Guarda de Bens, por


área de responsabilidade;

 Confronto dos registros contábeis com os bens achados no inventário;

 Determinação dos achados no inventário para os quais não sejam


encontrados os respectivos registros patrimoniais.

 Determinação das faltas verificadas pelo inventário e mediante confronto


dos registros patrimoniais, para fins de providências por parte da
Administração (posteriores tentativas de localização/recuperação ou baixa
contábil dos bens não encontrados);

 Fornecimento do arquivo em planilha eletrônica com os dados obtidos


através do inventário, para importação pelo software de controle do Ativo
Imobilizado;

 Treinamento de funcionários para a manutenção do sistema de gestão do


imobilizado.

152
FLUXOGRAMA DE INVENTÁRIO

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Pensar cria caminhos e fortalece a vontade de evoluir, de superar-se e de alcançar
objetivos.

PROFESSOR RICARDO BULGARI

Administrador Público (FGV/SP); Pós-graduado Gerente de Cidades (FAAP/SP); Mestre em


Administração Gerencial. Foi Secretário Municipal de Administração e Finanças, e Superintende
de Autarquia de Saneamento em Amparo/SP. Foi Secretário Municipal da Fazenda e Controlador
Geral do Município de Paranaguá-PR. Foi também Examinador do Prêmio Nacional de Qualidade
na Gestão Pública – PQGF. Foi Professor da ESAF/RS – Escola de Administração Fazendária, da
FAZESP – Escola Fazendária do Governo do Estado de São Paulo.
Professor convidado por três vezes pela FSVC - Financial Services Volunteer Corps para ministrar
treinamentos em Angola, ao corpo técnico do Tribunal de Contas Angolano e do Ministério das
Finanças, dentro do programa apoiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
(USAID).
Há 25 anos ministra cursos e treinamentos por todo o País para servidores públicos de órgãos das
três esferas de governo. Consultor e Auditor tem realizado diversos trabalhos de Auditorias e
Consultorias para órgãos públicos.

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