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Ocorre quando o juiz determina que os bens dos sócios ou dos administradores

responderão pelas dívidas da pessoa jurídica.

Pelo Principio da Autonomia Patrimonial, o patrimônio da pessoa jurídica não


se confunde com o patrimônio de seus sócios, de seus administradores. Então
por exemplo, se uma pessoa jurídica tem veículos, caminhões, conta bancária
ou edifício que é de sua propriedade, vai pertencer unicamente a ela.

Já os bens pertencentes aos seus sócios ou administradores, como por


exemplo uma conta bancária, um veículo, um apartamento, vai pertencer
unicamente aos seus administradores.

O patrimônio de um pertence a um, o patrimônio de outro pertence a outro. Os


patrimônios não se confundem

Se o patrimônio da pessoa jurídica pertence exclusivamente a pessoa jurídica,


e o patrimônio dos sócios pertence exclusivamente aos sócios, quando ocorre
então a desconsideração da personalidade jurídica?

Exatamente quando o juiz determina a desconsideração dessa autonomia


patrimonial fazendo com que os bens dos sócios respondam pelas dívidas da
sociedade, da empresa.

Onde está descrito isso? No art 50 do Código Civil que diz “em caso de abuso
de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do
Ministério Público, que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou
sócios da pessoa jurídica.” Para que um juiz desconsidere a personalidade
jurídica, deve ocorrer o abuso da personalidade que vem de 2 formas descritas
no art 50 a) Desvio de finalidade (exemplo, um posto de gasolina que acaba
vendendo veículos, isso é um desvio de finalidade) ou b) Confusão Patrimonial
( não se sabe ao certo o que é da empresa e o que é dos sócios, coloca tudo
no nome dos sócios para não pagar as dívidas da empresa, isso é uma
confusão patrimonial.

E ao exigir no código civil que esteja presente o abuso de personalidade para


que o juiz desconsidere a personalidade jurídica, o Código Civil adotou a teoria
Maior exatamente a exigência do abuso da personalidade por parte dos sócios
dessa pessoa jurídica.

A desconsideração da personalidade jurídica pela pessoa jurídica não está no


nosso ordenamento somente no código civil, O código de defesa d consumidor
também traz a desconsideração no Art 28. A diferença é que o CDC adotou a
Teria Menor. Mas porque teoria menor? Porque no CDC quando se tratar de
uma relação de consumo o juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
estando presente a insolvência, ou a falência dessa empresa; não
necessariamente deverá estar presente o abuso da personalidade, essa é a
diferença.

O CC exige o abuso da personalidade enquanto o CDC não exige esse abuso.


Na justiça do trabalho é adotado subsidiariamente a teoria menor com base no
CDC e não a teoria maior adotada no CC.

Art 28 CDC “ O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da


sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito,
excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos
ou contrato social. A desconsideração também será efetiva quando houver
falência, estado de insolvência, encerramento da atividade ou inatividade da
pessoa jurídica provocados por má administração.”.

Também podemos falar da desconsideração inversa da personalidade jurídica


que ocorre quando é afastado o principio da autonomia patrimonial da pessoa
jurídica, para responsabilizar a sociedade por obrigações de seus sócios. Os
bens da empresa que vão responder pelas dívidas de seus sócios. Porque as
vezes o sócio usa a empresa para esconder algum bem de seu nome, por
exemplo um sócio pretende se divorciar, então ao invés dele comprar um bem
com o fruto do seu trabalho, ele coloca esse bem no nome de uma empresa da
qual a esposa não teria participação. Então ele usou da empresa para
esconder o seu patrimônio dessa forma, o juiz também pode fazer uma
desconsideração inversa da personalidade jurídica.

A desconsideração da personalidade jurídica ocorre quando um juiz


desconsidera a autonomia patrimonial da pessoa jurídica para que o patrimônio
de seus sócios, ou administradores responda pelas obrigações ou dívidas da
empresa. O CC adotou a teoria Maior para desconsiderar a personalidade
jurídica e a teroia maior exige que haja o abuso da personalidade que vem
descrita de 2 formas no art 50 do CC primeiro pelo desvio de finalidade e
segundo pela confusão patrimonial

Personalidade jurídica é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair


obrigações

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