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TRABALHO ACADÊMICO
CURITIBA
2016
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CURITIBA
2016
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................04
2 HISTÓRIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA...................................................................................................................05
3 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.....................................06
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................08
REFRÊNCIAS............................................................................................................09
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1 INTRODUÇÃO
As pessoas jurídicas são criadas com fins sociais lícitos. O que ocorre é que
ao decorrer dos anos suas atividades nem sempre foram realizadas de forma
correta, com isso não poderia deixar de ser diferente, tais condutas causariam
problemas na ordem social. (LUDIVIG, 2010).
As sociedades jurídicas não podem praticar todos os atos jurídicos que uma
pessoa natural. Sendo assim, pode-se reconhecer que a personalidade jurídica não
constitui em direito absoluto. (GIANCOLI, 2012).
O direito inglês é reportado como o precursor da teoria da desconsideração
com o famoso caso Salomon v. Salomon & Com em 1897 onde Aaron Salomon criou
uma sociedade com membros de sua própria família, destinando ações as seus
familiares e a si mesmo, antevendo a falência da empresa ele emitiu títulos
privilegiados, que devem ser pagos antes de outros em caso de falência que ele
mesmo adquiriu. Quando houve a insolvência da sociedade, Salomon teve
vantagem dos demais credores devido a esses títulos adquiridos, assim liquidando o
patrimônio da empresa e ficando livre das dívidas. (LUDIVIG, 2010).
Este ato fraudulento sobre a própria personalidade jurídica, justificando
assim a desconsideração de sua personalidade. Entretanto, a Câmara de Londres
que era o último grau de jurisdição do país, acatou a defesa de Salomon mesmo ele
tendo agido de má-fé sobre os demais credores, alegou que a empresa era
validamente constituída e não se identificava com as responsabilidades civis da
sociedade com a dele, sendo assim, não poderia responder pelas dívidas sociais,
fazendo prevalecer o princípio da responsabilidade patrimonial. O assunto evoluiu
apenas a partir da década de 50. (LUDIVIG, 2010).
Em um estudo realizado por Rolf Serick alertava com cuidado que a teoria
só poderia ser utilizada como exceção, para casos que realmente fossem
comprovados os atos fraudulentos ou com abuso de direito, ressaltando que era de
extrema importância saber o elemento intenção para a aplicação da teoria.
(LUDIVIG, 2010).
No Brasil, Rubens Requião foi o pioneiro nesse assunto, sendo o primeiro
jurista brasileiro a tratar do assunto, já que no Código Civil de 1916, elaborado no
final do século XIX, não tratou do assunto. (LUDIVIG, 2010).
Em 1990, com a criação do código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90),
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nasceu o primeiro dispositivo legal para tratar a respeito da matéria, no seu art. 28
(LUDVIG, 2010):
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade
quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de
poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou
contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver
falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa
jurídica provocados por má administração.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades
controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados aos consumidores.
(CDC, LEI 8.078/90)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se que as pessoas jurídicas são criadas com fins sociais lícitos,
não praticando os atos jurídicos designados a pessoas naturais e não constituem o
direito absoluto. A desconsideração da personalidade jurídica ocorre devido a pratica
de fraudes ou abusos de direito sobre terceiros.
Não deve haver a confusão de pessoa jurídica de uma empresa com a
pessoa jurídica de seus sócios, por isso é solicitada a desconsideração da
personalidade jurídica. Os sócios podem e devem ser responsabilizados pelos atos
fraudulentos e abusivos sobre terceiros.
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REFÊRENCIAS