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Na prática, há várias fundações que têm alguns elementos de caráter associativo, isso
acontece quando as fundações não são constituídas por pessoas singulares, mas por
pessoas coletivas e são a maneira das PCs em causa seguirem a sua responsabilidade.
As fundações muitas vezes são o instrumento adotado pelas empresas para seguirem os
seus fins altruístas, bem, em muitos destes casos, a entidade instituidora mantém uma
certa influencia e muitas vezes apoia-a financeiramente, isso significa que podemos
eventualmente ter que aplicar analogicamente algumas regras das associações às
fundações. Isto porque o legislador, apesar de sujeitar a existência de PJ da fundação a
uma entidade administrativa, só exige que para ser reconhecida seja autossuficiente e
tenha um fim de interesse social.
Sociedade
A coletividade dos sócios é o órgão base da sociedade e tem várias competências:
a) Tem competência para deliberar a manutenção ou extinção da sociedade, pode
escolher acerca do próprio destino da sociedade. O sócio enquanto coletividade
pode deliberar a extinção da sociedade. Participação contributiva.
b) As sociedades de direito comercial são legalmente típicas, isto é, têm que
corresponder a determinado modelo – sociedades anónimas, SPQ, sociedades
por comandita e em nome coletivo. Exercício em comum da atividade.
c) 980º CC
d) A vontade da maioria é a que vale.
e) A coletividade social também tem o poder de deliberar sobre quem faz parte do
órgão de administração e, se o houver, do órgão de fiscalização. No fundo, o
exercício da atividade vai ser levado a cabo essencialmente pelo conselho de
administração com a estrutura que lhe está designada.
O lucro é a diferença patrimonial que foi gerada em determinado caso ou que se gera
quando se extingue a sociedade comercial.
Mas se a sociedade se se autovaloriza, os sócios embora esse valor se destine a ser
distribuído pelo sócio, esse valor não passa automaticamente, é preciso que haja uma
deliberação sobre a distribuição de lucros.
Órgão de fiscalização – nas sociedades anónimas e em comandita por ação este órgão é
obrigatório. Nas SPQ não é obrigatório, mas se a sociedade atingir determinados índices
que estão previstos na lei, ela ter que ter uma distância de controlo que não é bem o
conselho fiscal, mas tem pelo menos o controlo.
Nas sociedades em que não há um órgão de fiscalização, os sócios têm sempre um
poder de fiscalização difuso, portanto o órgão de fiscalização é institucionalizado, mas
além do órgão de fiscalização ou independentemente dele, os sócios também são
fiscalizadores. Por exemplo se o sócio entende que uma decisão tomada pela maioria
dos sócios não cumpre a lei ou viola o estatuto pode impugná-la.
Os sócios integram a sociedade não apenas enquanto titulares da coletividade do sócio
como a título individual. O sócio integra também a sociedade a título individual na
qualidade social.
Um dos casos jurisprudenciais mais importantes nesta matéria das sociedades e das
empresas é o caso da sociedade financeira portuguesa que é um caso que remonta ao
princípio dos anos 90 do séc. XX. Esse processo envolveu uma série muito alargada de
contributos de juristas iminentes, quer dando pareceres quer depois comentando o
acórdão. Estava em causa o seguinte: a sociedade financeira portuguesa era
originalmente uma empresa pública, havia um bloco de 85% do capital e 25% das ações
que era para ser vendido enquanto tal.
O que é que se verificou? Uns meses antes de haver a alteração de alienação do bloco de
controlo, a sociedade financeira portuguesa prestou duas garantias bancárias autónomas
a favor de uma outra empresa privada. As garantias eram bancárias autónomas. O
beneficiário da garantia podia em qualquer altura exigir ao garante. O problema é que o
grupo económico que adquiriu esta adquiriu-a onerada de um passivo de cerca de 2
milhões de contos e era muito significativa porque retratava cerca de 10% do valor da
sociedade. Então discutia-se que direitos tinha o comprador, sendo necessário saber o
que é que ele tinha comprado verdadeiramente. As posições assumidas foram a de que
havia apenas uma mera compra e venda de ações, houve quem achasse que aquilo que
se quis vender foi a própria empresa ou banco e havia quem entendesse que aquilo que
se tinha vendido foi a própria sociedade financeira com o respeito banco.
Quem entendia que estava em causa a mera compra e venda de ações entendia que o
regime era inaplicável, quem defendia que o que se vendia foi a empresa ou a própria da
sociedade, aplicaria a compra e venda de bens onerados.
Decidem aplicar o regime de compra e venda de bens onerados e então o comprador
tem um direito de ação contra o vendedor.
Mas havia outro dado mais importante – o banco foi avaliado por cerca de 6 milhões de
contos e o preço oferecido foi cerca de 11 milhões e isto explica-se que aquilo que foi
vendido foi a empresa com o banco. Esta era a primeira entidade que era privatizada no
centro bancário e o grupo de comprador o que queria era adquirir a autorização para
exercício de atividade bancária.
Suponhamos que o pacto de uma SPQ diz que em caso de penhora de uma quota de uma
sociedade de 6 sócios com capital de 100 000€, em caso de penhora de uma quota, a
sociedade pode amortizá-la, isto é, extingui-la e assim tem que recompensar o sócio no
respetivo valor.
O sócio vai ter direito a receber uma compensação pela perda da quota. E quanto é que
essa quota vale? Suponhamos que no último balanço aprovado pela sociedade ela tinha
um capital de 100 000€ e cinco quotas com o valor de 20 000€ cada uma, mas tinha
uma diferença entre ativo e passivo de 200 000€, o que significa que o valor
contabilístico da sociedade já são 200 000€. Portanto, o valor contabilístico já não são
20 000€, mas 40 000€, então a sociedade tem que pagar o quê? Em princípio é o valor
real da quota e qual é esse valor? Hão de ser 20% do valor real da sociedade. E qual é o
valor real da sociedade? Aqui a orientação tradicional diz que o valor real é o valor
que se revelar numa liquidação hipotética da sociedade. Depois da sociedade pagar, com
que valor é que ficaria e que valor é que sobraria? Esse seria o valor a que os sócios
teriam 20% de direito. O valor da sociedade tem que se calcular nas melhores
condições possíveis, o melhor valor da sociedade é através da alienação da empresa.
O trato jurídico passou a tratar-se através da alienação da empresa e da alienação das
quotas por ações de uma sociedade que é titular da empresa, o que significa a própria
alienação da sociedade.
Isto significa que, sendo o valor de um banco essencialmente dado pelo mercado, então
aquilo que é verdadeiramente relevante é o seu valor de transação.
Temos que ver por quanto é que a sociedade seria vendida durante um prazo razoável e
prestando a informação necessária entre os sócios e o comprador.
A lei deve ser interpretada tendo em conta as circunstâncias em que é aplicada.
Uma SPQ pode deliberar através do método de AG ou por voto escrito, isto é, um
gerente consulta os sócios perguntando se sobre determinadas matérias estão de acordo
em tomar posições sem reunir em AG. Todo o sócio tem que ser convocado para a AG e
ser convocado para o voto escrito e se isso não acontecer e ele não vier a dar o seu
acordo, pode impugnar as deliberações.
Na AG o sócio tem direito de apresentar proposta, de discutir as existentes, de pedir
informações e de votar e é através do direito de voto que se manifesta o seu poder de
influência na sociedade.
Direito de consulta de documentos e direito de inspeção de bens.
5 quotas e 5 sócios, o sócio A vende uma parte da quota a um terceiro, mas para essa
venda e para haver uma mudança da qualidade de sócio é necessário que a sociedade
consinta na doação, mas ainda não consentiu. Nesse caso, esse ainda não terá o direito
de voto e ainda não é considerado sócio.
No caso das ações, estas são suscetíveis de serem representadas através de títulos de
créditos, mas são as ações, não é a posição de sócio global.
Nas SPQ estamos a meio caminho, tem que ter consentimento se o terceiro for estranho
à sociedade ou a ele próprio, mas este requisito pode ser reforçado.
Nas SPQ se um sócio quer sair da sociedade deve fazê-lo alienando as ações. Nas SPQ
em geral não há mercado para as quotas e as ações e a alienação não é uma via real para
o sócio sair da sociedade recebendo a sua parte e, por isso, o OJ e a jurisprudência têm
vindo a reconhecer aos sócios justa causa, podendo sempre sair.
O nosso código é ainda conservador, um sócio pode ser maltratado e deve ter o direito
de se exonerar.
Obrigações contributivas
Vamos admitir que o pacto social é alterado e pode ser alterado por maioria, por
exemplo, contra a vontade de um ou mais sócios e a alteração consiste na possibilidade
de no futuro vir a exigir prestações complementares aos sócios. Aquilo que decorre do
86º/2 do CSC é que estas alterações só são vinculativas para os sócios que nela
consentirem.
Assim, quais são as exceções? Quando é que um sócio está legalmente vinculado contra
a sua vontade?
Se um sócio não realiza a sua entrada, os outros sócios quer queiram ou não são
obrigados a compensar essa falta de entrada. E nas sociedades profissionais, os sócios
profissionais são obrigados a realizar no quadro profissional a que pertençam.
Obrigações de entrada
Obrigações acessórias
Artigos 209 a 287.
A lei diz que quando há obrigação acessória, todos os elementos essenciais devem
constar. Um dos elementos essenciais é o montante e, em princípio, a obrigação é logo
exigível ou quando estiver estipulado no pacto social.
Pode haver uma obrigação de fornecimento de bens. Imaginemos sócios que têm
explorações agrícolas e que se obrigam a entregar a sua exploração.
Prestações suplementares
A lei configura as prestações suplementares como obrigatórias estatutariamente. Há
uma cláusula que diz que a sociedade pode exigir prestações suplementares ao sócio.
O reembolso está sujeito ao princípio da intangibilidade do capital social.
A realização de prestação suplementar pode ser alienada ou não? Ou faz parte integrante
do conteúdo indissociável da prestação?