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Práticas – comercial

Aula nº1 – 26/02

Bibliografia: manual do prof. MC direito das sociedades, parte geral vol.1 e parte especial vol.2;
Paulo Olavo cunha direito das sociedades; professor Coutinho Abreu, curso de direito
comercial vol.2; livro da prof Ana Perestelo de oliveira, livro azul da aafdl.

O que é uma pessoa coletiva – sociedade comercial, diz-se que tem personalidade jurídica – a
sociedade comercial ser titular de direito e obrigações, artigo 5º do CSC. Relativamente à
capacidade jurídica – saber se podemos exercê-los, a sociedade pode ou não exercer esses
direito ou esses deveres.
Por outro lado, a sociedade pode ter um património próprio – este patrocínio pertence aos
sócios? Não, visto que estemos para te uma pessoa coletiva distinta dos sócios que tem um
património que não é dos sócios. Isto significa que a sociedade tem o seu patrocínio e os sócios
têm igualmente o seu património.

Como é que a sociedade tem bens, como é que o património nasce? – são os sócios que
contribuem com a sua obrigação de entrada, pode ser montantes monetários, coisas moveis,
imóveis, para constituir o seu património da sociedade, sendo assim que ela constitui bens.
Depois de realizar e cumprir a sua obrigado de entrada, fica investido numa participação social
que investe o sócio de direitos e deveres.
Que direitos é que tem o sócio por ter uma participação social – tem direitos ao lucro e um
conjunto de outros direitos de participar e estar presente na sociedade.

Princípio da tipicidade
Obrigatoriedade de adotar os tipos sociais previstos – artigo 1º/3 CSC. Existe liberdade de
celebração mas não existe liberdade de estipulação sendo que nesta medida posso escolher
com quem e que tipo de sociedade quero constituir, mas não posso escolher nem modificar as
regras que estão no código.

O sócio b é responsável solidariamente pelo pagamento da entrada se o sócio A incumprir –


responsabilidade interna para a responsabilidade dos sócios em relação à sua entrada.

Relativamente às sociedade anónimas – não interessa se o sócio A incumpre e perante terceiro


s

Ainda relativamente a esta matéria no caso de estarmos perante uma sociedade em comandita
simples, vamos te

Existem outros aspetos que distinguem os tipos de sociedade comerciais –


As sociedade anónimas são pautadas pelo princípio da instransmissibilidae das ações
No caso das sociedade por quotas

A sociedade é uma ficção jurídica, não existe fisicamente, sendo que apenas existe porque a lei
diz que existe – mas então como é que se pode mover se não existe fisicamente? Alguém irá
ter que fazer alguma coisa por ela, portanto terá que ser a própria sociedade a agir por ela, nós
precisamos de outra ficção jurídica, os órgãos, pessoas físicas irão representar a sociedade, nos
vamos imputar juridicamente a vontade da sociedade aqueles órgãos.
Temos três tipos de órgãos – deliberativos, administração ou gestão, de representação e de
fiscalização. Quem forma a vontade da sociedade – a assembleia geral na representatividade
dos órgãos. Precisam igualmente de alguém para gerir a sociedade e para representá-la
perante terceiros. Precisam também se tudo esta a ser cumprido – órgãos de fiscalização.
Relativamente aos órgãos que representam a sociedade perante terceiros – o nome do órgão
de administração difere no tipo de sociedade comercial.

Qual é que é a diferença entre órgãos conjuntos (concorrência de vontades, a maioria pode
vincular a sociedade, não basta 1 supletivamente); disjuntos e colegiais

Diferença de sociedade de pessoas e sociedade de capitais – sociedade de pessoas vai dar mais
importância à pessoa dos sócios relativamente à atividade social enquanto que sociedade por
capitais vai ser mais patrimonial e não pessoa.
Existem sociedade em que é admissível só com uma prestação de serviços sendo que isso
acontecer é mais importante a pessoa em si do sócio, na estrutura empresarial.

Aula nº2 – 1/03

CASO N.º 1: A FAMÍLIA ARNEIRO E SUAS SOCIEDADES


António e Bento são irmãos e únicos herdeiros dos negócios da família. Após a morte do Conde
de Arneiro, seu pai, os irmãos resolveram constituir três sociedades com a património familiar
das quais eram os únicos sócios e administradores:

(i) a sociedade Solar do Arneiro, Lda., que tinha por objeto a exploração de turismo rural, à
qual alocaram o solar da família em Ponte de Lima;

(ii) a sociedade VitArneiro – Exploração vinícola, SA., que se dedicava à produção e


comercialização de vinho alvarinho; e

(iii) a sociedade Arneiro e Arneiro, SNC., que se dedicava à prestação de serviços e à


consultadoria.

Não obstante a constituição das três sociedades, na prática, a vida manteve-se tal qual era em
vida do Conde Arneiro: António e Bento viviam no solar e sempre entenderam o património
das sociedades como património familiar... Tal entendimento manifestava-se, sobretudo, na
total ausência de disciplina no que diz respeito à distinção entre a conta bancária pessoal dos
sócios (muito avultada) e a conta bancária das sociedades. Despesas sociais eram pagas pelos
sócios e vice-versa. Na prática, utilizava-se o saldo que melhor se apresentasse para o efeito,
independentemente da natureza da despesa, operação, etc. Tal confusão não existia apenas
entre sócios e sociedade mas também entre as próprias sociedades... Por exemplo: as despesas
da Solar do Arneiro, Lda. eram muitas vezes suportadas pelo exercício da VitArneiro, SA.

1. Qual a responsabilidade de A e B pelas obrigações sociais de cada uma das


sociedade?

Sabemos que uma sociedade é de determinado tipo graças à sua figura. Comparar o dispostos
nos artigos 195º, 197º e 271º.

Falar da consequência de uma sociedade comercial adquirir personalidade jurídica, ao abrigo do


art.º 5º. Uma sociedade comercial nasce quando se procede ao seus registo, adquirindo
personalidade jurídica. A partir desse momento tem direitos e deveres, tem património que passa
a responder às dívidas, os sócios não podem dispor dos bens da sociedade.
Distinção entre sociedades de capitais e sociedades de pessoas.
Interpretação que a doutrina faz ao facto de a sociedade ser constituída com dois quando se
exigia 5 sócios - e se de facto a solução é a a dissolução da sociedade ou não (artigo 42º/1 A
CSC).
Existem vários tipos de responsabilidade perante terceiros da sociedade comercial – na
sociedade anónimas têm a responsabilidade limita das (os sócios não podem responder pelas
dividas da sociedade, mesmo que a sociedade não consiga cumpri-las). As sociedades em
nome coletiva a responsabilidade dos sócios é solidária; pessoal; ilimitada. Quanto às
sociedades por quotas a responsabilidade é limitada, visto que não se pode atacar o
património do sócio para responder a dividas da sociedade.

Como é que uma sociedade comercial adquire personalidade jurídica – nos termos do registo
definitivo do contrato – artigo 5º CSC. Tem autonomia da imputação do atos jurídicos, visto que
todos os atos praticados pelos sócios são imputados na pessoa coletiva.

2. A sociedade Arneiro e Arneiro, SNC presta habitualmente serviços de consultadoria


agronómica, de acordo com o seu objeto social. Os seus sócios, porém, deliberam
adquirir um lote de construção no Algarve onde pensam edificar um aldeamento
turístico para revenda. Quid juris?

É necessário distinguir capacidade de gozo e de exercício. A capacidade a que o art.º 6º, nº 1 é


uma questão de capacidade de gozo e não de exercício, tal como vem previsto no art.º 160º,
do CC, ser suscetível de direitos e deveres. Que tipo de direitos e deveres é que a sociedade
pode ter, à partida não vai ter os mesmo direito e deveres que nós. Nesta fase temos de
perceber quais os direitos que uma sociedade pode ter em abstrato, aí entra o art.º 6º, do CSC.

O princípio da especialidade vem previsto no art.º 160º, do CC: só poderia ser titular de
direitos e deveres na medida em que estes pudessem contribuir para a prossecução do fim. A
doutrina não interpreta isto desta forma, considerando que a sociedade não deve estar
limitada a um fim e a mediada quem esta deve estar sujeita a direitos e deveres não deve estar
sujeita a este fim.

O princípio da especialidade vem previsto no art.º 160º, do CC: só poderia ser titular de
direitos e deveres na medida em que estes pudessem contribuir para a prossecução do fim. A
doutrina não interpreta isto desta forma, considerando que a sociedade não deve estar
limitada a um fim e a mediada quem esta deve estar sujeita a direitos e deveres não deve estar
sujeita a este fim.

O professor MC: ultra vires- anglo saxónica, era exigível que existisse uma permissão por parte
do rei que lhes dizia: podem praticar estes atos e não aqueles”- não podendo fugir a esta, havia
uma circunscrição necessária aquilo que uma sociedade podia fazer. Mas estas deixaram de
existir. Posto isto, existiam de forma indiscriminada, deixando de fazer sentido de limitação-
dado que antes era necessário, anteriormente, a permissão de um órgão estatal. Assim, o
professor entende que o princípio da especialidade deixa de fazer sentido, devendo ser
abandonado, podendo fazer tudo o que a lei permite, apenas não pode fazer o que a lei não
permite.

Há quem olhe para o art.º 6º, nº 1 e não lhe retire todo o seu sentido. As sociedades só podem
ter e praticar os atos que tenham como fim a prossecução de lucro, pelo que qualquer ato que
não siga esse fim, pelo que tudo fugisse desse âmbito seria um ato nulo ao abrigo so art.º
291º, do CC.

Prosseguir o fim lucrativo é diferente das atividades que pratico para alcançar esse fim
lucrativo- de que forma é que isto está relacionado com a capacidade? Objeto não é o mesmo
que fim lucrativo, pelo que a capacidade de gozo não é limitado pelo objeto, desde que o fim
lucrativo seja atingido. Se não existir um fim lucrativo já não existe capacidade e seria um ato
nulo, dado que o art.º 6º, é uma norma imperativa. Uma sociedade dedicasse a um objeto,
para alguns autores prosseguindo uma determinada

Art.º 6º, nº 4: podemos mudar as atividades prosseguidas ao abrigo deste artigo, e não
interfere com a capacidade simplesmente modificasse o objeto, mas isso não significa que não
haja deveres decorrentes de determinados objetos.

Uma sociedade tal como nos pode ser titular de certos direitos ou certos deveres. As
sociedades comerciais também têm esta questão de – que direitos é que eles podem ter –
principio da especialidade (isto também se aplica na sociedade comercial). Nos estamos a
discutir se existe capacidade de gozo nos termos do artigo 6º/1 CSC e se esta capacidade é o
mesmo que principio da especialidade. Há quem entenda que a sociedade comercial não está
limitada ao princípio da especialidade – uma sociedade poderia praticar um conjunto de atos,
que estavam limitados ao rei, e por isso mesmo haveria um principio da especialidade. Hoje
em dia as sociedades comerciais que forem constituídas à luz da lei, podem constituir-se, por
isso não faz sentido falar-se aqui de princípio da especialidade e por isso acha-se que foi
superado.
Há outra parte da doutrina que não concorda, visto que, não se pode sair do limite da lei.

O que interessa é que independentemente do que a sociedade faça, prossiga o lucro. Como tal
esta posição afirma que uma coisa é o fim do que a sociedade prossegue – tem que ser
lucrativo, se não prosseguir o lucro, por contrariedade da lei, nos termos do artigo 6º/1 do CSC,
o ato é nulo.
Uma coisa diferente é o objeto comercial – a lei diz-nos que as atividades prossegue não
limitam a a capacidade da sociedade (artigo 6º/4 CSC). Uma coisa é objeto social e outra é
capacidade de gozo.
O objeto não limita a capacidade social mas pode limitar a atuação dos órgãos sociais.

Os órgãos sociais não podem desrespeitar o objeto social da sociedade, em particular quando
negoceiam com terceiros:
 Sociedades em nome coletivo – gerentes perante terceiros: 192º, nº 2, 3 e 4, do CSC.
 Sociedades por quotas: 260º, nº 2, do CSC.
 Sociedades anónimas: art.º 409º, nº 3, do CSC.

Atos para os quais as sociedades não têm capacidade para praticar determinados atos ao
abrigo do art.º 280º, nº 1, do CC (que pela natureza das coisas só caibam às pessoas
singulares).
Situações em que a lei limite a determinada atuação de uma determinada sociedade comercial,
então nessas situações as sociedades comerciais também não podem praticar determinadas
atividades.

Quanto à capacidade de exercício nas sociedades comerciais:


Teoria da ficção: sociedade dotas de absoluta incapacidade de exercício nas sociedades
comerciais, visto que é uma coisa apenas dos seres humanos.

Teoria orgânica: as sociedades são organismo dotados de capacidade de exercício diferentes


das pessoas singulares, expressa através de órgãos sociais, para conseguirem formar a sua
vontade e serem representados perante terceiros, através dos seus órgãos. Mas
independentemente da posição que se adote desta discussão doutrinaria, a verdade é que não
se discute que para estas funcionarem precisam de órgãos.

Estamos perante uma verdadeira representação? a natureza da pessoa coletiva é que para que
esta se determina precisa de outros órgãos para imputar à sociedade outros atos.

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