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Direito da Atividade Comercial

04-03-2022 – Ricardo Afonso

As sociedades comerciais são um instrumento jurídico destinado ao exercício coletivo


de uma empresa.

Ao lado temos o instituto societário, em relação à primeira apresenta vantagens


incomparável de tal forma que é o único instrumento quando pretende desenvolver
um projeto comercial.

Art 13º, nº2

Este esquema societário comporta vantagens enormes. A grande vantagem é o


instituto da responsabilidade limitada. A ideia fundamental é a de que os sócios não
respondem pelas dividas que a sociedade contraia. O sócio enquanto sócio nada tem a
vem com as vissiciitudes decorrentes da atividade comercial. O património dos sócios
não é afetado.
A responsabilidade e autonomia patrimonial permitiu uma lógica que é possível definir
um quadro com a certeza que o património dos sócios não é posto em causa com o
desenvolvimento do projeto.
Do ponto de vista histórico também tem importância aquilo que é a...

Empresa é a unidade produtiva.


A sociedade comercial é a pessoa jurídica que é a proprietária da empresa. As
sociedades podem ter um objeto exclusivo ou não.
Os sócios são as pessoas que detém o capital social da sociedade.

Logica da sociedade e logica societária (importante).

Conceito técnico de socialidade comercial no direito português


Ramo de direito privado que tem uma vocação cirúrgica.
Direito privado especial. O conceito de sociedade comercial deve assentar no direito
civil, que depois vai ser diferenciada através dos requisitos de comercialidade, artigos
1º, nº 1 e 2 do Código das sociedades comerciais. O conceito base é o conceito de
sociedade cível do 980º CC. Na analise interpretativa deste conceito entende-se que
este conceito assenta em 4 elementos essenciais:

Elemento pessoal - Duas ou mais pessoas. Característica da plurisociedade


Elemento material - Contribuição com bens e serviços
Elemento finalístico - Correspondente ao...que não seja de mera fruição
Elemento Escopo – Que se comporta ao lucro pelos sócios

Em regra, a sociedade tem na sua génese um contrato. A sociedade tem por natureza
uma matriz contratual. Esta regra contratual comporta exceções importantes.
Em regra, a sociedade, tem uma génese contratual. O ato jurídico que esta na base da
criação das sociedades é um contrato, na sequência desses contrato o que nasce é
uma pessoa jurídica, com personalidade jurídica e com autonomia patrimonial.

ELEMENTO PESSOAL

Este elemento pessoal comporta algumas exceções. Em regra, são precisas duas
pessoas para se constituir uma sociedade, uma exceção são as sociedades anonimas
(263º, nº1 CSC), que são precisas 5 pessoas.
No outro plano a exceção ao princípio da pluripessoalidade tem a ver com o fenómeno
da unipessoalidade. Unipessoalidade superveniente e originaria.

Unipessolidade originaria temos duas situações - Artigo 488º que prevê que uma
sociedade pode ser a única detentora do capital da outra. Temos uma sociedade
pessoal que tem um único sócio.
Sociedades unipessoais por quotas – todos os dias se constítuem muitas destas
sociedades. 270º A – CSC (exceção ao principio geral da pluripessoalidade).
A matriz da logica societária é de raiz pluripessoal.

Unipessoalidade superveniente – Não se constitui como sociedade unipessoal, por


determinada altura passa a ter um único sócio. Constitui uma irregularidade que não é
grave, pois confere um ano para resolver a situação, caso não o faça, causa de
dissolução: artigo 142, nº1 al a). Ela pode ser requerida por alguém que tenha
legitimidade, por ex. algum credor.

ELEMENTO PATRIMONIAL

Muito importante.
É preciso que as pessoas dos sócios adotem elementos patrimoniais.
O património resulta da entrada dos sócios. Esta expressão “contribuem com bens e
serviços” é genérica.
Hoje basicamente só existem sociedades anónimas e por quotas, as sociedades de
responsabilidade limitada.
Nas sociedades anónimas e por quotas não são possíveis contribuições de indústria, ou
seja de serviços, os sócios tem de realizar as suas contribuições com bens. Proibidas
nas sociedades por quotas e anónimas, artigo 202º, nº2 (por quotas), artigo 277º, nº1
(anónimas).
As entradas podem consistir em dinheiro (hipótese mais corrente), essa contribuição
vai ser determinante naquilo que são os direitos dos sócios. Mas as entradas
consistentes em bens, podem ser também em espécie, bens suscetíveis de avaliação
pecuniária, não podem ser bens absolutamente impenhoráveis. Estes bens são sujeitos
a uma avaliação pelo revisor geral de contas (ROC) artigo 28º CSC, para evitar que o
bem possa ser subrevaloriado. Estes bens que os sócios mandam para a sociedade vão
simultaneamente desempenhar uma dupla função: estes bens vão constituir o capital
social, o valor global da entrada dos sócios vai corresponder ao capital social. O capital
social pode-se definir uma cifra jurídica de natureza contablistica, tendencialmente
imutável, representativa do valor global da entrada dos sócios. Mas simultaneamente
a entrada dos sócios dão também origem o património líquido, ao património com o
qual a sociedade vais começar a explorar a sociedade, é o património que a sociedade
dispõe. Este património todos os dias vai ser alterado, diminui ou cresce.

O Capital social e o património líquido são idênticos no momento da constituição da


sociedade, porque são formados a partir da mesma realidade, mas depois só por
coincidência se mantém iguais, pois há alterações, nunca mais haverá correspondência
entre o capital social e o património líquido.

Principio da intangibilidade do capital social


Artigo 32ª, que relaciona esta temática com a questão dos lucros. A sociedade é por
natureza com fim lucrativo, este é que arca o fim da sociedade.
A lógica deste principio é de criar uma certa sustentação ao capital social.
Diz-se que é intangível no sentido que a lei pretende proteger a capacidade
patrimonial da sociedade.
1ª consagração da lei que se destina a proteger a consistência da patrimonialidade da
sociedade: Temática dos lucros – dinheiro que a sociedade ganha para além daquele
que os sócios la colocaram aquando da constituição da sociedade. Art.32.
Esta proteção do artigo 32º é completada com a proteção do artigo 35º que vem
chamar a temática dos prejuízos.

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