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AÇÕES S/A

Quando se fala em sociedades anônimas a primeira lembrança que se apresenta de que é


uma sociedade constituída por ações, motivo pelo qual é de bom alvitre conceituar o
termo ações que nas palavras de Rubens Requião:

…podemos conceituar as ações como um título de crédito ao mesmo tempo em que é


um título corporativo, isto é, um título de legitimação que permite ao sócio participar da
vida da sociedade, além de representar ou corporificar uma fração do capital social.

Observa-se que doutrinariamente há divergências em relação ser a ação um título de


crédito ou não. No conceito abaixo se percebe que não há nenhuma referência quanto a
essa questão, quando assim leciona Fábio Ulhoa Coelho: “A ação é o valor mobiliário
representativo de uma parcela do capital social da sociedade anônima emissora
que atribui ao seu titular a condições de sócio desta”.

Denota-se, portanto, em análise aos conceitos descritos a complexidade do tema, cujo


entendimento varia de acordo com o autor que descreve. Segue-se na óptica do primeiro
doutrinador mencionado que se refere ao ser a ação um título de crédito, considerando
que a ação é transferível, não tem por que não assim a considerar.

Segundo Rubens Requião, nas sociedades anônimas, as ações são consideradas de


tríplice aspecto: a) como parte do capital social; b) como fundamento da condição de
sócio; c) como título de crédito. Pertencem elas a categoria de bens móveis.

Diante deste parecer em relação ao direito societário é complexo determinar o valor da


ação, por tratar-se de um título de crédito e pertencer à categoria de bens móveis deve a
elas ser atribuído valor, pelo estatuto, após a constituição do capital social, e conforme a
doutrina as ações são de valor nominal e sem valor nominal.

Ações com valor nominal

Refere-se a Ação que tem um valor impresso, estabelecido pelo estatuto da companhia
que a emitiu.

As ações com valor nominal são aquelas que estabelecido o capital social, este é
dividido pelo número de ações emitidas pela sociedade anônima.

Para melhor entendimento usamos exemplo de Fábio Ulhoa Coelho, que assim se
profere:

Trata-se de simples operação matemática, em que o montante em reais do capital social


é dividido pelo número de todas as ações de emissão da sociedade (independentemente
de espécie ou classe). Se o capital social é, por exemplo, de R$ 5.000.000,00, e o
número de ações emitidas 5.000.000, o valor nominal será de R$ 1,00.
Argumentam os doutrinadores que as ações com valor nominal são de maior garantia
frente ao mercado. O artigo 13, da lei 6.404/76, menciona que é vedada a emissão de
ações por preço inferior ao valor nominal. Observa-se, também, que a teor da legislação
vigente (art. 11, § 3º da lei 6.404/76) o valor nominal das ações de companhia aberta
não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários.

Denota-se, que a função da ação com valor nominal é exatamente estabelecer ao


acionista uma garantia contra a diminuição do seu patrimônio, que poderia ser motivada
pela emissão de novas ações com preços inferiores, contudo, a lei veda a emissão de
ações com preços reduzidos conforme descrito acima, isso significa que desta forma não
pode haver a redução do capital relativo às ações já adquiridas ou subscritas.

Desta forma, mantém o capital social de acordo com a participação de cada um, o que é
feito de nos próprios estatutos. Para saber se as ações de uma sociedade anônima, têm
ou não valor nominal, é necessário somente a verificação do estatuto constitutivo da
empresa.

Ainda, o cálculo pode ser feito com base no patrimônio líquido da sociedade, calculado
pela fórmula Pl = Pf – Pi (patrimônio líquido = Patrimônio final menos patrimônio
inicial). O valor patrimonial é calculado dividindo-se o patrimônio líquido pelo número
de ações sendo que o valor encontrado não pode ser inferior ao valor mínimo
estabelecido pela CVM.

Ações sem valor nominal

Existindo as ações com valor nominal, pergunta-se: Afinal, o que é uma ação sem valor
nominal, esse tipo de ação não tem valor? Tem valor sim, mas ao contrário das ações
nominais este tipo de ação apenas não recebe um valor pré-fixado, pois se não tivesse
valor não teria como ser a empresa uma sociedade anônima, posto que uma das
características da Sociedade Anônima é ter fim lucrativo, portanto, uma sociedade de
capitais.

Trata-se de Ação para a qual não se convenciona valor emissão, prevalecendo o preço
de mercado por ocasião do lançamento.

A lei 6.404/76, em seu artigo 14, § único, consolida no direito brasileiro a ação sem
valor nominal, nos seguintes termos:

Art. 14. O preço de emissão das ações sem valor nominal será fixado, na constituição da
companhia, pelos fundadores, e no aumento do capital, pela assembléia-geral ou pelo
conselho de administração (artigos 166 e 170, § 2º).

Parágrafo único. O preço de emissão pode ser fixado com parte destinada à formação de
reserva de capital; na emissão de ações preferenciais com prioridade no reembolso do
capital, somente a parcela que ultrapassar o valor de reembolso poderá ter essa
destinação.

Sobre esse tipo de ação Rubens Requião consegue em sua obra esclarecer perfeitamente
o que ela representa na sociedade anônima a teor do que abaixo é citado.
…ao se dizer que a ação “não tem valor nominal”, não se quer significar que ela não
tenha, ou não represente um valor correspondente à fração do capital social. Ela
representa uma fração do capital social e, portanto, possui efetivamente um valor.
Apenas não se expressa nominalmente, no seu texto, um valor. Consultando-se o
estatuto, saber-se-á que o capital social foi divido em frações, e qual o valor relativo a
essa fração tendo em vista a quantidade de ações emitidas.

Na verdade, as ações sem valor nominal assim são denominadas quando no seu texto
não se faz contar o valor nominal, motivo pelo qual, quando da sua negociação o preço
é determinado pelo valor de mercado.

Ressalta-se, que o valor dessas ações é flutuante, sem se fazer constar o valor nominal
elas podem aumentar ou diminuir de acordo com o mercado, porém, nunca podem ser
inferiores ao valor mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários.

Diante da flexibilidade que podem sofrer essas ações em consideração ao capital social,
evita as chamadas bonificações, como ocorre nas ações com valor nominal, que
amparadas por um valor pré-fixado, sobrevindo o aumento dessas ações, advém
bonificações para os acionistas que não podem ficar no prejuízo.

Denota-se em relação a essas ações a preocupação dos doutrinadores referente a


segurança jurídica e contábil do investimento, dentre as quais, segundo Modesto
Carvalhosa:

a) O da falta de critérios adequados para o cálculo do número de ações que devem ser
emitidas na hipótese de aumento de capital mediante incorporação dos lucros e reservas.

b)Não se exclui a possibilidade de manobras fraudulentas em detrimento dos demais


acionistas, o que acarretaria a responsabilidade dos administradores e controladores.

Concebe-se que no Brasil as ações sem valor nominal são pouco utilizadas pelos
motivos acima expostos, contudo, havendo provas de fraude em relação às mesmas
sobrevém a responsabilidade contra a atitude na pessoa do fraudador.

Observa-se, ainda, que uma mesma sociedade anônima pode emitir ações com valor
nominal e sem valor nominal ao mesmo tempo, a teor do art. 11, § 1º, quando descreve:

Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital social e
estabelecerá se as ações terão, ou não, valor nominal.

§ 1º Na companhia com ações sem valor nominal, o estatuto poderá criar uma ou mais
classes de ações preferenciais com valor nominal.

Ocorrendo disposição no estatuto de que o capital da sociedade anônima dispõe de


ações da espécie ordinária nominativa sem valor nominal e da espécie preferencial
nominativa, a sociedade poderia emitir novas ações ordinárias a preço inferior.

Quanto a esta disposição sobrevém uma crítica de Fábio Ulhoa Coelho, se referindo
sobre a diluição do valor das ações preferenciais com valor nominal em caso de diluição
das ações sem valor nominal, nos seguintes termos: “…em ocorrendo isso, a diluição
atingiria, na mesma medida, também as ações preferenciais com valor nominal,
tornando-se inoperante a garantia que o estatuto pretendeu conferir aos seus titulares”.

Classificação das ações

Numa sociedade anônima há três critérios para classificar as ações que são: espécie,
forma e classe.

1) Espécies de ações

A espécie da ação é que leva em consideração a natureza dos direitos e vantagens do


acionista e se manifesta em três critérios: ações ordinárias, ações preferenciais e ações
de fruição.

1.1 Ações Ordinárias

Este tipo de ação é a que confere ao acionista os direitos de um sócio comum. O titular
dessa espécie de ação não possui nenhuma vantagem nem se submete a qualquer tipo de
restrição aos direito atribuídos aos sócios. Segundo Irineu Ballone além de concederem
aos seus titulares, participação nos lucros da companhia (dividendos) e outros direitos
comuns (ordinário = comum) a todos os acionistas, têm como principal característica à
concessão do direito de voto nas decisões tomadas nas assembléias gerais, dando aos
acionistas que as possuem o poder de deliberar sobre os destinos da companhia, de
decidir sobre a destinação dos lucros, de alterar o estatuto, de eleger ou destituir
diretores, etc.

O acionista que detém mais da metade desse tipo de ações é o controlador da


companhia, motivo pelo qual, segundo Fábio Ulhoa Coelho, pode eleger os
administradores, aprovar a maior parte de alterações estatutárias, decidir os assuntos de
natureza geral do interesse da sociedade, etc.

Neste sentido, frisando as palavras proferidas pelo professor Mariano Gagliardo, em


aula ministrada, “que dono de uma sociedade anônima é o sócio majoritário”, posto que
as decisões em relação à companhia por ele são adotadas, por isso já denominado sócio
controlador, enquanto que os sócios minoritários nada podem decidir, pelo contrário,
ainda tem que haver a intervenção do Estado regulando através de normas os seus
direitos.

1.2 Ações Preferenciais

A ação preferencial é aquela de que dá ao seu detentor um tratamento diferenciado em


relação ao acionista possuidor de ação ordinária, cuja definição deve se fazer presente
no estatuto da sociedade, fixando a preferência nesse tipo de ação.

Na conceituação de Fábio Ulhoa Coelho, Ações preferenciais são aquelas que atribuem
ao titular uma vantagem na distribuição dos lucros da sociedade entre os acionistas. A
natureza e a extensão da vantagem devem ser definidas pelo estatuto, que lhes deve
assegurar, por exemplo, o recebimento de um valor fixo ou mínimo a título de
dividendos.
Assim sendo, se num determinado exercício após o pagamento dos dividendos
preferenciais mínimos a empresa não obter lucros para o pagamento dos acionistas
ordinários, estes ficam sem nada receber, pois os lucros obtidos foram suficientes tão
somente a satisfazer os acionistas preferenciais mínimos, a teor do que reza o estatuto.

Após o pagamento aos acionistas preferenciais, dos dividendos mínimos, caso sobrar
lucros, porém, insuficientes ao mesmo valor do pagamento aos acionistas preferenciais,
os acionistas ordinários receberão da companhia pagamento diferenciado de acordo com
a espécie de ação obtida.

Contudo, caso os lucros da empresa forem suficientes naquele exercício ao pagamento


dos acionistas preferenciais e também dos acionistas ordinários e a companhia ainda
obtiver lucros sobrando, o pagamento dos dividendos serão realizados em igualdade
para os acionistas, independente da espécie de ação que caracteriza seus titulares.

Outra vantagem conferida aos titulares de ações preferenciais é o dividendo fixo. Neste
caso, a teor do que leciona Fábio Ulhoa Coelho, “aos titulares de ações preferenciais é
assegurado dividendo fixo de 12% da parte correspondente do capital social”. E, mais
uma vez, se os lucros da empresa forem suficientes somente para pagamento dos
acionistas preferenciais de dividendo fixo, os acionistas ordinários nada recebem,
porém, se os lucros forem suficientes também para pagar os acionistas ordinários,
receberão o mesmo valor a título de dividendos.

Realizado o pagamento dos acionistas preferenciais em dividendos fixos e também dos


acionistas ordinários e sobrando recursos na companhia, o valor correspondente será
distribuído entre os acionistas ordinários, posto que os preferenciais já tiveram direito
ao valor fixo conferido no estatuto, considerando, também, que a sociedade anônima
não pode pagar ao acionista preferencial de dividendo fixo valor superior ao
estabelecido no estatuto.

Outro tipo de vantagem nessa espécie de ação é o dividendo diferencial, a ser pago aos
titulares de ações preferenciais pelo menos 10% superior ao valor atribuído aos
acionistas ordinários, cujo dividendo só é devido em havendo omissão no estatuto
quanto à vantagem do acionista preferencial em dividendo fixo ou mínimo.

Considerando que os titulares de ações preferenciais de uma companhia obtêm


vantagens, em contrapartida, podem sofrer restrições fundadas ao direito de voto nas
assembléias gerais, conforme prevê o art. 111 da LSA. Diante disso, o estatuto da
companhia é que deve mencionar se há ou não essa restrição, sendo o voto restrito a
esses acionistas os mesmos ficam excluídos da participação das decisões de interesse da
companhia.

Nas palavras de Fábio Ulhoa Coelho, “O preferencialista sem direito de voto torna-se,
assim, mero prestador de capital”.O preferencialista pode, portanto, exercer o direito de
fiscalização quanto à administração da companhia sem direito de interferência. Porém,
podem adquirir o direito de voto em algumas situações, as ações preferenciais sem
direito de voto adquirirão o exercício desse direito se a companhia, pelo prazo previsto
no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os
dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o
pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos os
cumulativos em atraso.

Nota-se, portanto, vantagens e restrições quanto às ações preferenciais e em caso de não


pagamento dos dividendos fixos e mínimos a teor do § 1º do art. 111, conforme acima
mencionado, a cláusula estatutária é nula conferindo aos acionistas preferenciais o
direito a voto.

1.3 Ações de Fruição

Segundo o professor da UNIP, Sidney Morbidelli, as ações de Fruição “São atribuídas


aos acionistas cujas ordinárias ou preferenciais foram totalmente amortizadas”.

Por amortização, nas palavras de Fábio Ulhoa Coelho, entende-se:” a antecipação ao


sócio do valor que ele provavelmente receberia, na hipótese de liquidação da
companhia”.

O art. 109, inc. II da LSA, diz ser um direito essencial do acionista, participar do acervo
da companhia, em caso de liquidação, cujo direito pode ser exercido em dois momentos:
na efetivação da partilha, ou por antecipação, na amortização das ações.

Por esse motivo, no momento da liquidação os acionistas com ações, total, ou


parcialmente amortizadas, não podem concorrer em igualdade com os demais
acionistas, podendo, contudo, participar da distribuição líquida do capital social da
companhia dissolvida, somente depois de assegurado o direito dos acionistas com ações
não amortizadas e valor correspondente a estas, corrigido monetariamente, conforme
prescreve o art. 44, § 5º, da LSA.

Quanto ao direito de voto dos titulares dessa espécie de ações depende do que deliberar
a assembléia geral.

Segundo a doutrina, citada por Gecivaldo Vasconcelos:

Há, contudo, três hipóteses de restrição dos direitos societários dos acionistas com ações
de fruição que não dependem de previsão estatutária ou deliberação assemblear, ou seja,
restrições que alcançam todos os acionistas com ações integralmente amortizadas: a)
concorrem ao acervo líquido da sociedade somente após a compensação em favor das
ações não amortizadas; b) ao exercerem o direito de recesso, o reembolso das ações
também é objeto de compensação; c) não têm direito ao recebimento de juros sobre o
capital próprio.

A possibilidade de adquirir ações de fruição se dá quando a companhia ao invés de


distribuir dividendos, resolve amortizar um lote de ações, isso ocorre geralmente por
sorteio, pagando o valor nominal a seus titulares. Em seguida permite-se que aqueles
antigos titulares adquiriram outras ações em substituição, as de gozo ou fruição. Cujas
ações não representam o capital da empresa, e terão apenas os direitos que forem
fixados nos estatutos ou nas assembléias.

2) Forma de Ações
Observa-se que até o ano 1990, admitia-se a forma das ações em nominativas,
escriturais, endossáveis e ao portador. Com o advento da lei 8.021/90, as endossáveis e
ao portador foram eliminadas e as companhias que possuíam essas duas formas de ações
tiveram o prazo de dois anos para adaptação dessas ações em nominativas e escriturais.

Não obstante, encontrarmos ainda hoje na doutrina e inclusive na própria lei das
sociedades anônimas a menção dessas formas de ações, segundo Fábio Ulhoa Coelho
elas foram tacitamente extintas.

Por terem sido extintas por legislação não societária, acabaram permanecendo, na LSA,
muitas referências a essas formas de ações. A revisão de 1997 eliminou parte delas, mas
não revogou expressamente todos os dispositivos prejudicados com a abolição das ações
endossáveis e ao portador (p. Ex., arts. 21,22, parágrafo único, 26, 112 e outros). Claro,
esses dispositivos estão tacitamente revogados, desde 1990.

Assim sendo, temos hoje, a teor do art. 20 da LSA, que “as ações devem ser
nominativas”, e quanto a esse aspecto dividem-se em nominativas e escriturais, cuja
classificação se dá pela forma de transferência da sua titularidade.

2.1 Nominativas

Ações nominativas “São aquelas em que se declara o nome de seu proprietário”. São
transferidas por termo lavrado no Livro de Registros de ações nominativas, recebendo o
cessionário, novas ações, também com a indicação de seu nome.

Conforme se depreende do Art. 31, §1º e § 2º, da Lei das Sociedades Anônimas, a
propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do nome do acionista no
livro de “Registro de Ações Nominativas” ou pelo extrato que seja fornecido pela
instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações, cuja
transferência opera-se por termo lavrado no livro de “Transferência de Ações
Nominativas”, datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus legítimos
representantes.

Prescreve o parágrafo segundo, que a transferência das ações nominativas em virtude de


transmissão por sucessão universal ou legado, de arrematação, adjudicação ou outro ato
judicial, ou por qualquer outro título, somente se fará mediante averbação no livro de
“Registro de Ações Nominativas”, a vista de documento hábil, que ficará em poder da
companhia.

Em relação a essas ações qualquer ato praticado anteriormente entre vendedor e


comprador não surte efeito, uma vez que a titularidade somente se concretiza no
momento do lançamento no livro específico escriturado pela companhia.

2.2 Escriturais

Por ação escritural, entende-se, segundo Fábio Ulhoa Coelho “é a que se transfere
mediante registro nos assentamentos da instituição financeira depositária, a débito da
conta de ações do alienante e a crédito a do adquirente.”
Conforme preceitua o Art. 34 e seus parágrafos, o estatuto da companhia pode autorizar
ou estabelecer que todas as ações da companhia, ou uma ou mais classes delas, sejam
mantidas em contas de depósito, em nome de seus titulares, na instituição que designar,
sem emissão de certificados.

No caso de alteração estatutária, a conversão em ação escritural depende de


apresentação e do cancelamento do respectivo certificado em circulação.

Somente as instituições financeiras autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários


podem manter serviços de ações escriturais. A companhia responde pelas perdas e
danos causados aos interessados por erros ou irregularidades no serviço de ações
escriturais, sem prejuízo do eventual direito de regresso contra a instituição depositária.

Inexiste, portanto, emissão de certificados nessa forma de ação, elas ficam em depósito
e a cargo da instituição financeira e a propriedade se presume pelo registro na conta de
depósito das ações em nome do acionista nos livros da instituição depositária, desde que
autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários.

O Doutrinador Rubens Requião assim se profere quanto ao depósito dessas ações em


Instituição financeira “Ela se opera nos moldes da vulgar conta de depósito bancário,
com expressivas vantagens de economia de serviços e de custos operacionais”.

Escolher o terreno certo é muito importante para poder construir a casa dos seus sonhos.
Confira 10 características do terreno que podem influenciar sua escolha e que
representam economia na hora de comprar ou de construir.

1. Observe o desnível (topografia)

O terreno pode ser plano, em aclive (sobe em direção ao fundo) ou em declive (quele
que desce, ou seja o nível da rua está mais alto que o fundo).

Quando o terreno tem estas inclinações, um bom projeto pode aproveitar melhor o
traçado natural e evitar grandes cortes de terra ou aterros. É esta movimentação de terra
que deixa a obra mais cara, pois é preciso pensar em estruturas de contenção (muro de
arrimos) e de drenagem, que são bem caras!

Por outro lado, os terrenos mais ingrimes costumam custar menos que os planos e
permitem visuais bem interessantes quando a construção é bem pensada. Mas,
geralmente para acomodar a casa em desnível é preciso fazer alguns degraus. Então, se
você quer uma casa térrea, pense bem antes de comprá-lo!

2. Verifique o tipo de solo


Como a gente não tem visão de raio-X é difícil saber se o solo vai permitir fazer uma
fundação mais simples e mais barata ou se vai ser preciso gastar mais com isso. Para ter
certeza do tipo certo de fundação, é preciso contratar uma sondagem que faz o perfil do
terreno para determinar em que camadas estão os solos apropriados para apoiar o
alicerce!

Se você ainda está começando a pesquisar, observe:

 se há muitas pedras na superfície do terreno, provavelmente será preciso fazer


uma fundação mais profunda e mais cara.
 se há proximidade com rios ou cursos d´água, tubulações e córregos, saiba que
solos alagados também aumentam os custos de fundação.
 Você também pode perguntar para os vizinhos qual tipo de fundação eles
adotaram.

Isso tudo serve para ter uma ideia do tipo de solo, mas nada disso te dá certeza. Vale a
pena contratar um serviço de sondagem de solo quando adquirir o terreno e antes de
fazer o projeto .

3. Confira a posição em relação ao sol

Na hora de escolher o terreno, veja onde o sol nasce e onde ele se põe. O melhor é
deixar os quartos voltados para o nascer do sol. Então veja se a face voltada pro sol
nascente fica num bom lugar do terreno ou se ela está virada pra um prédio alto que faz
sombra no terreno. Veja também se não um terreno vizinho vazio que pode roubar seu
sol mais pra frente.

4. Leve em conta localização e vizinhos

Todo mundo se preocupa com a facilidade de acesso e com a infra-estrutura (transporte,


lazer, serviços) próximas ao terreno. Mas às vezes esquecemos de coisas que
podem causar incomodo. Imagina você querendo dormir e um super barulho de uma
casa noturna? Ou querendo chegar em casa, mas com dificuldade por estar perto de um
grande pavilhão de eventos?

Antes de escolher o terreno e decidir, observe sempre o entorno e visite o terreno em


horários diferentes, inclusive à noite e no final de semana.

5. Além do tamanho, veja os recuos obrigatórios

Cuidado com terrenos muito estreitos porque, em geral, você é obrigado a deixar um
recuo lateral, ou seja, você não poderá ocupar toda a largura do terreno. Quem
determina isso é a Lei de Uso e Ocupação do Solo de cada município.
Em geral, a largura da frente do terreno é valorizada e corresponde a 30% do preço do
lote. Quanto maior a frente, mais caro.E se for de esquina, mais caro também, pois são
mais opções de projeto, de insolação e de ventilação. Embora seja mais caro, pode valer
a pena porque você conseguirá aproveitar melhor o terreno.

6. Cheque o zoneamento e as limitações que ele impõe

O zoneamento divide a cidade em áreas e determina o que pode ser construído em cada
uma delas: só residências, prédios, comércio, indústria ou zonas mistas? O zoneamento
define também o número de andares que se pode construir (tecnicamente isso se chama
gabarito) e quanto pode se ocupar do solo.

O corretor de imóveis pode te ajudar a identificar o zoneamento do terreno ou você


pode pedir uma ficha de informação na prefeitura. Caso seja um loteamento em
condomínio, verifique as condições que o condomínio impõe.

7. Veja o que pode ser feito se houver mata nativa

Veja se o terreno tem muitas árvores. Se você quiser retirar algumas no local onde vai
fazer a casa, verifique na prefeitura se aquele terreno tem restrições. As árvores nativas
são protegidas por diversas leis e você precisará pedir uma licença se quiser cortar. Ou,
o melhor seria planejar a construção sem derrubar nenhuma das árvores, fazendo um
projeto em que elas fiquem bem integradas à casa.

Há também locais de preservação ambiental que não podem ser desmatados e


construídos e faixas próximas a rios que devem ser preservadas. Se informe.

8. Pense sobre a infra estrutura da região

Verifique se a concessionária de luz, de abastecimento de água e as redes de esgoto e de


gás chegam ao seu terreno. Veja também se as ruas são pavimentadas, se a região é
servida por transporte público e se por perto tem hospital, supermercados, padaria,
farmácia, escola e outros serviços que você acha importantes.

Estar em uma área mais estruturada aumenta o custo do terreno, mas pode te dar melhor
qualidade de vida e até fazer você economizar tempo e dinheiro.

9. Cheque a documentação com muito cuidado

Para escolher o terreno, verifique se não há nenhum problema com a documentação do


imóvel. Exija a certidão de propriedade do terreno atualizada (é emitida pelo Cartório
de Registro de Imóveis) para saber se a situação está regular.

Também é importante pedir as certidões de ações dos distribuidores (cartórios) cíveis,


de protesto, de execuções fiscais e de ações federais do proprietário e de seu esposo
(a). Esses documentos indicam se há ações contra o proprietário que envolvam o terreno
a ser vendido. Se o proprietário constar como solteiro na certidão de propriedade e
agora estiver casado, além das certidões em nome de seu cônjuge, ele terá que atualizar
seu estado civil no registro do imóvel (isso se chama tecnicamente de ‘averbação do
casamento perante o Cartório de Registro de Imóveis’).

Se for comprar de pessoa jurídica, você precisa pedir a Certidão Negativa de Débitos
(CND) do INSS.

Seja quem for o vendedor, não se esqueça de pedir o carnê do IPTU, no qual constam as
metragens do terreno e seu valor venal, e a Certidão Negativa de Débitos Municipais,
que mostra se existe dividas com o município, referentes ao terreno.

Fonte: https://tudodireito.wordpress.com/2012/03/13/acoes-sa/

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