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Atualizado semestre letivo 2022-1

DIREITO EMPRESARIAL II. - PROF. RICARDO LUPION.


SOCIEDADE ANÔNIMA

DO CAPITAL SOCIAL: AÇÕES.

CAPITAL SOCIAL:

Para início das atividades de uma sociedade, torna-se fundamental o aporte de recursos indispensáveis à
organização da empresa, nos termos do seu objeto social, cabendo aos sócios a transferência de parte do seu
patrimônio para o da pessoa jurídica. Em contrapartida, recebem ações da companhia em valor correspondente.
A sociedade não tem o dever de restituir ou remunerar – embora possa fazê-los, desde que atendidos certos
pressupostos econômicos e jurídicos – as contribuições dos sócios feitas a título de capital, sejam elas
realizadas no momento da constituição da companhia ou a posteriori quando da integralização de ações
subscritas em aumento de capital. O acionista tem o retorno do seu investimento atrelado ao sucesso ou
insucesso da empresa.
Caso, no decorrer das atividades empresariais, se faça necessário o aporte de novos recursos, a sociedade
poderá recorrer aos próprios acionistas, os quais poderão ampliar a sua contribuição para o desenvolvimento
da empresa e, consequentemente, se apropriar de um maior numero de ações da companhia.
Todos esses aportes realizados pelos sócios são registrados como capital social na contabilidade da empresa.
Toda sociedade empresária deve possuir uma quantidade de capital financeiro próprio, formado pelas
contribuições dos sócios – denominada capital social – para que possa realizar o seu objeto social.
(FGV Direito Rio. Sociedades empresárias. Editora FGV : Rio de Janeiro, 2010, p. 130)

VALOR DA AÇÃO

Nominal: “Resulta da divisão do capital social da sociedade anônima pelo número de ações emitidas. Trata-
se de simples operação matemática, em que o montante em reais do capital social é dividido pelo número de
todas as ações de emissão da sociedade. Se o capital é, por exemplo, de R$ 5.000.000,00, e o número de ações
emitida é de 5.000.000, o valor nominal será de R$ 1,00”. (COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito
Comercial, volume 2, direito de empresa. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 104)

Patrimonial: “é a divisão do patrimônio líquido da companhia pelo número de ações. Deve-se distinguir entre
o valor patrimonial contábil (histórico ou atual) e o real, de acordo com os critérios de apropriação dos bes
componentes do balanço”. (COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial, volume 2, direito de
empresa. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 107)

De negociação: “é o contrato por livre manifestação de vontade entre quem aliena e quem adquire. O principal
elemento que as partes do negócio levam em consideração, para chegar ao acordo, diz respeito às perspectivas
de rentabilidade da empresa. O valor de negociação de companhia aberta, vendida no mercado de capitais,
pode ser referido pela sua cotação na bolsa de valores.” (COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito
Comercial, volume 2, direito de empresa. São Paulo: Saraiva, 2012, pp. 109-111)

Econômico: “resulta de uma complexa avaliação, procedida segundo critérios técnicos e realizada por
profissionais especializados. O objetivo do cálculo é mensurar o preço que provavelmente um negociador
pagaria pela ação, caso fosse vendida. Usualmente determinado pelo sistema de fluxo de caixa descontado, no
qual se estimam os fluxos futuros de entrada e saída da companhia com o objetivo de definir o valor que se
mostraria mais vantajoso ao adquirente pagar pelas ações da companhia” (COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de
Direito Comercial, volume 2, direito de empresa. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 111-113)
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Preço de emissão: é o valor atribuído pela companha à ação, a ser pago pelo acionista adquirente em oferta
primária.

Preço de emissão na constituição da companhia: definido pelos fundadores. R$ 3,00 cada ação, com emissão
de 1.000.000 de ações, valor do capital social será de R$ 3.000.000,00.

Ágio: diferença entre o preço de emissão e o valor nominal. Se forem emitidas 1.000.000 de ações com o valor
nominal for R$1,00 e preço de emissão for R$ 3,00, então, o capital social será de R$ 1.000.000,00 e os
restantes R$ 2.000.000,00 registrados como reserva de capital (art. 182, § 1º, letra “a”).

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Setembro/2018
CLASSIFICAÇÃO: Espécie, forma e classe

ESPÉCIE: Ordinárias (ON) e Preferenciais (PN)

Ordinárias – ON – atribui o direito de voto ao acionista.

As ações ordinárias basicamente conferem aos acionistas direito de um sócio comum. Os titulares de uma ação
dessa espécie (ordinarialistas) não possuem nenhuma vantagem, nem se sujeitam a qualquer tipo de restrição,
no tocante aos direitos que normalmente são atribuídos aos acionistas de uma sociedade anônima. As ações
ordinárias concedem, ao respectivo titular, necessariamente, o direito de voto na assembleia geral. (FGV
Direito Rio. Sociedades empresárias. Editora FGV : Rio de Janeiro, 2010, p. 140)

Preferenciais – PN – Troca do voto pelo privilégio. Atribuição de uma vantagem financeira ao acionista.
Art. 17, I: prioridade na distribuição de lucros (dividendos). Dividendo mínimo. (ex: às ações preferenciais
é garantido o dividendo mínimo correspondente a 12% do preço de emissão). Dividendo fixo: (ex: às ações
preferenciais é garantido o dividendo fixo de 12% correspondente do capital social).
Art. 17, II: prioridade no reembolso do capital.

As ações preferenciais são aquelas que atribuem ao seu titular determinada vantagem, em relação às ações
ordinárias, na distribuição dos lucros da sociedade. Esse tratamento diferenciado deve ser definido no estatuto
da sociedade. O preferencialista (titular de ações preferenciais) usufrui, assim, de uma condição privilegiada,
não concedida aos demais acionista. A natureza e a extensão dessa vantagem, previstas no estatuto, podem se
dar, por exemplo, através do recebimento de um valor fixo ou mínimo, a título de dividendos. (FGV Direito
Rio. Sociedades empresárias. Editora FGV: Rio de Janeiro, 2010, p. 142).

Participação dos acionistas nos lucros. Dividendos: “todos os acionistas são titulares do direito essencial de
participar dos lucros da companhia. Aliás, é a expectativa de se beneficiar dos ganhos decorrentes da
exploração de certa atividade econômica que motiva, normalmente, as pessoas a se tornarem sócios de uma
sociedade empresária. Note-se, porém, que embora todos os acionistas tenham direito à parcela dos lucros, não
o têm em igualdade de condições. É possível, em certos casos, que alguns receba, por ação, dividendo maior
do que outros; ou que uma parte dos acionistas, em determinado exercício, deixe de receber dividendos, porque
o pago aos demais consome a totalidade do lucro líquido destinado aos sócios. Cada acionista participa dos
lucros sociais de acordo com a espécie, classe e quantidade de ações que titulariza. O direito dos acionistas de
participação nos lucros da sociedade está condicionado, em primeiro lugar, à existência de resultados positivos
distribuíveis. Caso a sociedade não tenha ainda gerado lucro suficiente para comportar o pagamento de
dividendos, os acionistas não tem nenhum direito de crédito. (COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito
Comercial, volume 2, direito de empresa. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 359)

Restrição direito de voto: Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou
alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições,
observado o disposto no artigo 109.
Art. 111, § 1º As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o exercício desse direito se a companhia,
pelo prazo previsto no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos
fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não forem
cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso.

“[...] A mecânica de todas as preferenciais é por demais simples, troca-se o voto por um privilégio. [...]
Efetivamente, seria iníquo para o acionista, que tem como contrapartida da exclusão do seu direito de voto o
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recebimento de um dividendo privilegiado, assistir amordaçado ao desenrolar da decadência da sociedade sem


poder interferir. [...] O espírito é permitir o exercício do poder de controle pelos acionistas prejudicados, ao
menos até que a sociedade retorne ao seu rumo. [...] O direito de participar dos lucros sociais tem caráter
periódico (anual). Assim, a cada ano em que não se pagam os dividendos está-se impedindo um direito
essencial do acionista. A contrapartida para essa obstrução só pode ser o direito de votar para tentar sustar a
infração continuada” (CVM. Processo RJ2002/2941, relatora Diretora Norma Parente).

“Nas ações preferenciais, transcorrido o prazo estipulado no artigo 111, § 1º, da Lei 6404/76 sem que haja
rateio dos dividendos, a aquisição do direito ao sufrágio é automática e imediata. [...] Da exegese da norma,
constata-se que, transcorrido o prazo estipulado em lei sem que haja divisão dos lucros, a aquisição do direito
de voto é automática e imediata.” (CVM Processo RJ2003/7844, relatora Diretora Norma Parente).

Capital Social. Proporção ON x PN : até 50% de PN – art. 15, § 2º: O número de ações preferenciais sem
direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento)
do total das ações emitidas. Se o capital é, por exemplo, de R$10.000.000,00, o número de ações emitida é de
10.000.000, sendo 5.000.000 de ações ordinárias e 5.000.000 de ações preferenciais.

FORMA:

Como se materializam as quotas sociais na LTDA?

Nominativas: Livro de registro de ações.


Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes,
revestidos das mesmas formalidades legais: I - o livro de Registro de Ações Nominativas [..]. II - o livro de
"Transferência de Ações Nominativas", para lançamento dos termos de transferência, que deverão ser
assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus legítimos representantes;

Art. 31. A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de
"Registro de Ações Nominativas" [...] § 1º A transferência das ações nominativas opera-se por termo lavrado
no livro de "Transferência de Ações Nominativas", datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus
legítimos representantes.

Art. 24. Os certificados das ações serão escritos em vernáculo e conterão as seguintes declarações: I -
denominação da companhia, sua sede e prazo de duração; II - o valor do capital social, a data do ato que o
tiver fixado, o número de ações em que se divide e o valor nominal das ações, ou a declaração de que não têm
valor nominal; [...] IV - o número de ações ordinárias e preferenciais das diversas classes, se houver, as
vantagens ou preferências conferidas a cada classe e as limitações ou restrições a que as ações estiverem
sujeitas; V - o número de ordem do certificado e da ação, e a espécie e classe a que pertence; [..] VIII - a data
da constituição da companhia e do arquivamento e publicação de seus atos constitutivos; IX - o nome do
acionista; [..] XI - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois diretores, ou do agente emissor de
certificados.

Escriturais – art. 34 – Instituição Financeira – Conta de depósito de ações


Art. 34. O estatuto da companhia pode autorizar ou estabelecer que todas as ações da companhia, ou uma ou
mais classes delas, sejam mantidas em contas de depósito, em nome de seus titulares, na instituição que
designar, sem emissão de certificados. § 2º Somente as instituições financeiras autorizadas pela Comissão de
Valores Mobiliários podem manter serviços de escrituração de ações e de outros valores mobiliários.

Art. 35. A propriedade da ação escritural presume-se pelo registro na conta de depósito das ações, aberta em
nome do acionista nos livros da instituição depositária. § 1º A transferência da ação escritural opera-se pelo
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lançamento efetuado pela instituição depositária em seus livros, a débito da conta de ações do alienante e a
crédito da conta de ações do adquirente, à vista de ordem escrita do alienante, ou de autorização ou ordem
judicial, em documento hábil que ficará em poder da instituição. § 2º A instituição depositária fornecerá ao
acionista extrato da conta de depósito das ações escriturais, sempre que solicitado, ao término de todo mês em
que for movimentada e, ainda que não haja movimentação, ao menos uma vez por ano.

O que são ações escriturais?

Ações escriturais são ações mantidas apenas em contas de depósito, sem emissão de certificado, em nome de
seus titulares, em uma instituição devidamente autorizada pela CVM a prestar esse tipo de serviço.

Na prática, quando uma pessoa adquire pela primeira vez ações escriturais de uma empresa, uma conta
eletrônica (Conta de Valores Mobiliários) individualizada é aberta em seu nome, na qual são inseridas as
informações relativas à titularidade das ações, com os dados do comprador e a quantidade das ações.

A partir daí, quando um investidor vende ou transfere suas ações a outro investidor, essa transferência é
registrada eletronicamente nessas contas, subtraindo a quantidade negociada da conta do vendedor e somando
à conta do comprador.

Da mesma forma, sempre que ocorrem eventos corporativos, como bonificações de ações, desdobramentos ou
grupamentos, eles também são registrados nessas contas.

A propriedade da ação escritural presume-se pelo registro na conta de depósito das ações, aberta em nome do
acionista, nos livros eletrônicos da instituição depositária.

A atividade de manter os registros eletrônicos nas contas de valores mobiliários dos investidores é chamada
de escrituração de valores mobiliários.

Os prestadores de serviço de escrituração de ações

Os prestadores de serviço de escrituração de ações são instituições contratadas pelas companhias, para abrir e
manter, de forma eletrônica, o livro de registro de ações escriturais.

A legislação brasileira estabelece que esse serviço deva ser prestado por pessoa jurídica autorizada pela
Comissão de Valores Mobiliários.

Essas instituições funcionam como um elo entre a companhia e os investidores (ou a central depositária), sendo
responsáveis por controlar, em sistemas informatizados, o livro de registro de acionistas, por registrar e tratar
as ordens de movimentações recebidas do titular, como a venda ou transferência das ações, e por providenciar
o tratamento dos eventos incidentes sobre as ações, como o recebimento de dividendos, bonificações,
grupamentos e desdobramentos de ações.

As instituições que realizam a escrituração de ações para uma determinada companhia assumem a obrigação,
perante os investidores, de disponibilizar e enviar, periodicamente, informações relativas à sua posição como
acionista, como também sobre as movimentações ocorridas.

Entre as principais informações disponibilizadas estão: mensalmente, quando houver movimentação, o extrato
da conta, ou sempre que solicitado; anualmente, até o final do mês de fevereiro, o saldo existente ao final do
ano anterior; e, sempre que solicitado, as informações relativas aos eventos.

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CVM. Portal do Investidor. Disponível em


https://www.investidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/prestadores_de_servicos/acoes_escriturais.html

CLASSE:

“Mecanismo de compatibilização dos mais diferentes interesses que motivam os acionistas a ingressar na
companhia. Nesse contexto, o estatuto deve agrupar as ações que conferem os mesmos direitos em classes,
designando-as por uma letra A, B, C, etc). As ações preferenciais sempre podem ser divididas em classes,
cabendo ao estatuto especificar a gama de direitos e restrições correspondentes a cada uma”. (COELHO, Fabio
Ulhoa. Curso de Direito Comercial, volume 2, direito de empresa. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 134)

Possibilidade de assegurar diferentes direitos ou vantagens para ações da mesma classe. Exemplo. Ações ON,
Ações ON 1 ou Ações PN, Ações PN 1)

Art. 15. § 1º As ações ordinárias e preferenciais poderão ser de uma ou mais classes.

AÇÕES ON

Uma ação, um voto:


Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da assembléia-geral.

Voto plural:
Art. 110-A. É admitida a criação de uma ou mais classes de ações ordinárias com atribuição de voto plural,
não superior a 10 (dez) votos por ação ordinária:

I - na companhia fechada; e

II - na companhia aberta, desde que a criação da classe ocorra previamente à negociação de quaisquer ações
ou valores mobiliários conversíveis em ações de sua emissão em mercados organizados de valores mobiliários.

“Já adotado em países como Estados Unidos e Reino Unido, o voto plural permite que uma única ação tenha
direito a múltiplos votos durante as assembleias gerais de acionistas. Com o mecanismo, os acionistas originais
podem manter o controle de suas empresas mesmo sem deter a maioria do capital social, eliminando a
necessidade de celebração de acordo de acionistas com um grupo de investidores. Assim, o mecanismo garante
maiores poderes de deliberação para os fundadores da companhia. Até a sanção da nova lei (14.195/21) o voto
plural era vedado no Brasil pela Lei das S.As. e o direito de voto tinha como base o capital investido pelo
acionista na companhia — quanto mais investimentos, maior a participação na tomada de decisões.” (O que é
voto plural e como funcionará no Brasil. Revista Capital Aberto, setembro/2021)

Tal mecanismo, em síntese, permite que empresas emitam ações ordinárias com poder de voto superior às
demais, possibilitando que um acionista (geralmente o fundador) exerça o controle da companhia ainda que
com pequena participação no capital social. Na prática, o voto plural possibilita a captação pública de recursos
sem perda do poder de mando na companhia, o que representa uma interessante opção para escalada de
empresas que pretendem manter o plano de gestão e desenvolvimento dos seus fundadores. [...] Outro aspecto
relevante do voto plural brasileiro é a restrição de seu uso apenas para companhias fechadas ou companhias
abertas que não tenham negociado ações ou valores mobiliários conversíveis em ações em mercados
organizados. Ou seja, o voto plural continua vedado às companhias já listadas em bolsa de valores. A intenção
do legislador, nesse ponto, foi "não mudar as regras no decorrer jogo", já que a adoção do voto plural poderia
representar um prejuízo aos acionistas minoritários de tais companhias.” Voto plural à brasileira: um

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verdadeiro "antes feito que perfeito" Daniel Magalhães Disponível em


https://www.migalhas.com.br/depeso/357720/voto-plural-a-brasileira-um-verdadeiro-antes-feito-que-perfeito

AÇÕES PN

Vantagens, preferências financeiras diferenciadas para acionistas detentores de ações preferenciais, como por
exemplo, o dividendo a ser pago para diferentes classes (A, B ou C) da mesma espécie de ação preferencial.

Cabe ao Estatuto especificar os direitos e restrições correspondentes a cada uma das classes das ações.

CIRCULAÇÃO DAS AÇÕES: A sociedade anônima é sempre uma sociedade de capital. A livre circulação
das ações é princípio fundamental do regime jurídico das sociedades anônimas. Vigora, para as companhias,
o princípio da livre circulação das ações, do que resulta que o acionista pode alienar as suas ações,
independentemente de anuência dos demais integrantes da sociedade. Somente na sociedade anônima fechada
o estatuto pode estabelecer limitações à negociação das ações nominativas, desde contanto que regule
minuciosamente tais limitações e não impeça a negociação, nem sujeite o acionista ao arbítrio dos órgãos de
administração da companhia ou da maioria dos acionistas, conforme artigo 36, da LSA. (COELHO, Fabio
Ulhoa. Curso de Direito Comercial, volume 2, direito de empresa. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 139)

SUSPENSÃO DA NEGOCIAÇÃO: É medida adotada pela CVM de prevenção e correção de práticas


irregulares no mercado de capitais contra especulações ou oscilações artificiais.

CIRCUIT BREAKER NA BOVESPA - entenda o que é

A Bolsa de Valores possui uma série de mecanismos responsáveis por garantir a proteção de investidores e do
próprio mercado de ações. Se você já investe há algum tempo, certamente já ouviu falar do circuit breaker.
Mas será que você sabe o que é esta ferramenta? Sabe como ela realmente funciona?

Se você ainda não sabe como responder essas perguntas, este artigo pode te ajudar. Você vai aprender agora o
que é circuit breaker e o que fazer em um momento de muito estresse do mercado.

O que é circuit breaker na Bovespa?

De uma forma bem direta, podemos dizer que circuit breaker é um mecanismo de segurança utilizado para
interromper todas as operações da Bolsa de Valores do Brasil, a B3. Este mecanismo é acionado nos momentos
em que as ações negociadas nesse mercado sofrem grandes quedas consideradas atípicas em seus preços.

A utilização do circuit breaker tem como principal objetivo proteger e acalmar a volatilidade excessiva do
mercado financeiro.

Ao realizar essa parada, o esperado é que aconteça um balanceamento do mercado, equilibrando o número de
ordens de venda e o número de ordens de compra.

A tendência é que, com o equilíbrio causado pelo circuit breaker, as quedas sejam amenizadas e o mercado
volte ao seu movimento natural.

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Este mecanismo é uma das ferramentas mais interessantes utilizadas pela Bolsa de Valores. Isso acontece
porque serve para proteger os investidores e evitar que os efeitos de um acontecimento repentino prejudique
os investimentos realizados na Bolsa.

Podemos entender essa ferramenta como uma camada extra de segurança para que você possa investir seu
dinheiro na Bolsa. Imagine escolher a melhor alternativa de investimento e do nada ver um escândalo acabar
rapidamente com toda a aplicação que você fez?

Com a paralisação das negociações, a Bolsa permite que os investidores tenham tempo para se planejar em um
momento de estresse do mercado.

Isso evita que negócios sejam realizados no desespero e aconteça uma queda descontrolada nos preços dos
ativos.

O último acionamento do circuit breaker

A última vez que a B3 acionou o mecanismo de circuit breaker foi em março de 2020. O cenário já estava
trazendo preocupação para muitos investidores pois a epidemia de Coronavírus já havia impactado
negativamente Bolsa de Valores no mundo todo.

Mas no dia 09 de março de 2020, outros fatores para além do surto de Covid-19 influenciaram a paralisação
da Bolsa brasileira. Entre eles, o principal foi a queda no preço do petróleo devido a um desacordo entre a
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia para tentar cortar a produção da
commodity.

Em contrapartida, a Arábia Saudita, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, decidiu reduzir o preço
do barril e aumentar sua produção.

Com isso, o preço do petróleo caiu mais de 30% e afetou mercados no mundo todo.

Por aqui, o pregão mal começou e a Bolsa brasileira já caía mais de 10% em pouco tempo. Então foi necessário
acionar o circuit breaker e paralisar as negociações por meia hora.

Muitos investidores ficaram extremamente preocupados com as consequências dessa queda, pois ações de
várias empresas brasileiras foram impactadas, em especial as ações da Petrobras (PETR4).

No dia seguinte, 10 de março, houve novamente um acionamento deste mecanismo. Isso porque a Organização
Mundial da Saúde (OMS), anunciou que passaria a considerar os casos de Coronavírus (ou Covid-19) como
uma pandemia, ou seja, que sua extensão já tomava proporções globais.

Por causa disso, a Bolsa brasileira registrou queda de 10% e teve suas negociações paralisadas novamente por
30 minutos no início da tarde do dia 10 de março de 2020.

No outro dia, 11 de março, a Bolsa brasileira viveu novamente uma paralisação de 30 minutos e algumas horas
depois de abrir teve uma segunda paralisação de 1 hora. Na esteira dos motivos que provocaram esse circuit
breaker, a pandemia de Coronavírus (Covid-19) acirrou o cenário externo.

Bolsas do mundo todo foram impactadas com a decisão de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de
suspender viagens da Europa (for o Reino Unido) para o país por 30 dias. A exceção vale apenas para pessoas
que possuem residência permanente nos EUA e a "parentes imediatos" de cidadãos norte-americanos.

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Além disso, no Brasil, o acirramento do desacordo entre governo e Congresso brasileiros, com a derrubada do
veto de Jair Bolsonaro sobre o projeto que amplia o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC),
também colaborou com a queda da Bolsa brasileira no dia 11 de março.

Na semana seguinte, o pregão da B3 já iniciou a segunda-feira (16/03) com um novo circuit breaker de meia
hora. Além da situação delicada mundo afora, a nova paralisação também foi incentivada pela divulgação de
dados sobre a economia chinesa em queda e pelo corte na taxa de juros dos EUA saindo de 1,25% para 0,25%.

No entanto, quem estuda o mercado a fundo, e conhece esse mecanismo de proteção, não se deixa abalar
facilmente e continua investindo de cabeça fria.

Esse aprendizado é fundamental para manter os bons resultados e evitar se deixar levar pela maré de desespero
ou euforia do mercado. Além disso, investir focando no longo prazo e não apenas nas crises do presente
também é uma excelente estratégia para valorizar seu capital.

Por isso é tão importante aprender sobre o mercado sempre, especialmente com quem realmente entende do
assunto.

Disponivel em https://blog.toroinvestimentos.com.br/circuit-breaker-bovespa-o-que-e-historico

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