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A Ação

Liquidez de uma Ação

Tipos de Ações

Subscrição

Bonificação

Juros sobre Capital Próprio

Desdobramento (Split)

Agrupamento (Inplit)

Valor Contábil x Valor de Mercado

A Ação

Os títulos negociáveis em Bolsa (ou no Mercado de Balcão, que é aquele em que as operações de compra
e venda são fechadas via telefone ou por meio de um sistema eletrônico de negociação, e onde são
negociadas ações de empresas não registradas em bolsas de valores e outros ativos e títulos) são
aqueles de sociedades anônimas de capital aberto. A sociedade anônima, também conhecida como “S/A”,
tem o seu capital dividido em ações, que são parcelas referentes àquele capital. Mas o capital da empresa
pode ser aberto ou fechado, e as características de cada um estão mostradas a seguir:

- Empresas de Capital Aberto, também conhecidas como “companhias abertas”, são aquelas que têm
valores mobiliários (ações ou debêntures) registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários, que é
uma autarquia federal cuja função é disciplinar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários), e que
podem negociar no mercado de balcão ou em Bolsas de Valores.

- Empresas de Capital Fechado, ou “companhias fechadas”, são aquelas que não podem negociar valores
mobiliários no mercado.

Como saber se uma empresa é aberta ou fechada?


Antes de mais nada, deve-se observar o aspecto jurídico da empresa, o qual indica se ela é uma empresa
individual ou uma empresa societária. O capital das empresas individuais pertence a apenas um
indivíduo, enquanto que no caso das empresas societárias há dois ou mais sócios a quem pertence o
capital da companhia. Os tipos mais conhecidos de empresas societárias são as sociedades anônimas
(S/A) e as sociedades por quotas de responsabilidade limitada, em que cada sócio tem responsabilidade
proporcional à quota que detém na sociedade. Então, analisa-se se podem negociar valores mobiliários
no mercado.

Já foi dito que a ação de uma empresa aberta é a menor parcela em que se divide o capital social desta,
ou seja, o patrimônio da companhia. O capital social pode ser definido como a “representação legal,
denominada em moeda, dos valores aportados pelos proprietários de uma empresa”.

Quando um investidor compra uma ação de uma certa empresa, ele se torna sócio dessa empresa, e
sendo sócio dela, pode tanto valorizar seu investimento, caso a empresa tenha um bom desempenho,
quanto desvalorizá-lo, caso a empresa enfrente dificuldades. Em suma, o investimento em ações está
ligado a um risco.

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Liquidez de uma Ação

A definição de liquidez de uma ação está relacionada à velocidade com que ela se transforma em
dinheiro. Por exemplo, as ações de uma empresa X, que possuem uma grande demanda por parte dos
investidores, serão mais líquidas do que as da empresa Y, com menos demanda, uma vez que será mais
fácil negociar (comprar e vender) as ações de X do que as de Y, logo será mais fácil transformar em
numerário as ações de X.

Tipos de Ações

- Ações Ordinárias ou ON (Ordinárias Nominativas): Os investidores que possuem ações deste tipo têm
direito a voto nas assembléias da companhia. Eles também têm o direito de usufruir do chamado tag
along, que é o direito dos acionistas minoritários de alienar suas ações, no caso de venda da empresa ou
de alienação de ações realizada pelos controladores da companhia. Nesse caso, os minoritários deverão
receber pelo menos 80% do preço pago pelas ações dos demais acionistas.

- Ações Preferenciais ou PN (Preferenciais Nominativas): Este tipo de ação não dá ao acionista direito a
voto nas assembléias. Este tipo de ação é típico do mercado brasileiro; no mercado norte-americano,
mais desenvolvido, não se encontra esse tipo de ação.
No Brasil, as ações PN são as mais líquidas, e seus detentores têm prioridade no recebimento de
dividendos da empresa.

Uma observação: as chamadas Blue Chips, ou “ações de primeira linha”, são aquelas mais líquidas, mais
negociadas e de maior peso no índice da bolsa em que são negociadas. O nome Blue Chip se refere,
historicamente, às fichas de maior valor nos cassinos americanos, daí a origem do termo no tratamento
das empresas de ações mais líquidas.

Subscrição

A subscrição de novas ações no mercado, também conhecida pelo nome de underwriting, ocorre quando
a empresa emite novas ações e as lança no mercado, buscando captar recursos para viabilizar um plano
de investimentos, amortização de dívidas ou por outro motivo. Esta emissão faz parte do chamado
Mercado Primário de Ações.

O underwriting é um esquema de lançamento de ações mediante subscrição pública, para o qual uma
empresa encarrega um intermediário financeiro, que será responsável por sua colocação no mercado. Um
esquema genérico de underwriting pode ser observado no esquema a seguir: (Fonte: Pinheiro, 2005, p.
160):

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O underwriting apresenta vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens existentes, podemos citar: há


o acesso a uma nova fonte permanente de recursos, fortalecendo a empresa; amplia-se a base da
captação de recursos e o potencial de crescimento da empresa; cria-se liquidez para os títulos de
emissão da empresa aberta e também para o patrimônio dos acionistas; desenvolve-se uma imagem
institucional da companhia junto ao mercado, clientes e fornecedores; etc. Entretanto, há também custos
e obrigações, como citado a seguir: distribuição de resultados aos novos acionistas; contratação de
auditoria independente; trimestralmente, apresentar contas de resultado; anuidade à Bolsa de Valores;
manter fluxo de informações à CVM, Bolsa e mercado; etc.
Existem formas diferentes de se realizar a operação de underwriting:
- Abertura de Capital: quando a sociedade oferece pela primeira vez suas ações ou debêntures à
subscrição pública, por meio de uma (ou mais) instituição financeira.
- Aumento de capital: nesta operação, a empresa oferece suas ações ou debêntures a seus acionistas e
aos investidores em geral.
- Abertura de capital via block-trade: Consiste em colocar no mercado um lote de ações pertencente a
um acionista ou grupo de acionistas por meio de um leilão, em que se parte de um preço mínimo e se
fecha a operação no preço máximo obtido.
- Block-trade de ações ou debêntures de companhias abertas: processo similar à abertura de capital via
block-trade, mas sujeito a alguns procedimentos particulares de negociação, de acordo com regras da
Bolsa e da CVM.

Bonificação

A bonificação é uma espécie de prêmio que o acionista recebe da empresa em função de bons resultados
desta. No caso, o acionista recebe uma quantidade de ações proporcional à quantidade que ele já possui.
Normalmente, as bonificações ocorrem devido ao aumento de capital, por incorporação de reservas ou
lucros em suspenso. Não impactam no patrimônio da empresa, visto que na prática apenas ocorre uma
transferência de valor de uma conta para outra (no caso, de uma conta do Patrimônio Líquido – reservas
de lucros, de reavaliações etc – para outra, de capital).

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A bonificação também representa um aumento do capital da empresa, originando-se da incorporação de


reservas acumuladas ao capital, com a emissão de novas ações, que são oferecidas aos acionistas. Não
envolve captação de recursos.

Juros sobre Capital Próprio

Os juros sobre capital próprio são proventos pagos aos acionistas de acordo com o desempenho da
empresa em um período, e são baseados nas Reservas de Lucros da empresa.

Para a companhia, há uma vantagem em distribuir juros sobre capital próprio em vez de distribuir
dividendos: a contabilização do valor pago aos acionistas é feita como sendo um custo, logo reduz o
montante de imposto de renda devido pela empresa.

Desdobramento (Split)

Neste caso, o que ocorre é apenas a multiplicação do número de ações da empresa, que se desdobra em
determinada proporção. Não causa qualquer modificação no balanço da empresa, provocando apenas a
multiplicação do número total de ações (modifica-se exclusivamente o valor individual das ações). Na
prática, as empresas emitem N novas ações para cada ação antiga, onde a quantidade N pode ser 1, 2,
3, 4 ou mais vezes.

Agrupamento (Inplit)

Processo inverso ao descrito acima. Neste caso o número de ações da empresa é dividido em
determinada proporção. Também não causa qualquer modificação no balanço da empresa, provocando
apenas a redução do número total de ações.

Valor Contábil x Valor de Mercado

O valor de mercado de uma empresa é representado pela cotação das suas ações em Bolsa, multiplicada
pelo número total de ações que compõem seu capital. Para o cálculo adequado do valor de mercado,
deveriam ser consideradas as cotações em Bolsa de cada tipo de ação (ordinárias e preferenciais) e
ponderadas pelas quantidades de cada tipo no capital da empresa. Entretanto, na maioria dos casos, não
há negócios com os dois tipos em Bolsa, motivo pelo qual é freqüente utilizar-se como referência a
cotação da ação mais líquida (com mais negócios em Bolsa) e efetuar a multiplicação pelo número total
de ações.

Valor contábil se refere ao valor dos recursos próprios de uma companhia que aparecem no seu balanço.
É o “valor de livros” ou patrimônio líquido de uma empresa, que é também a diferença existente entre
ativo total e passivo exigível, ou seja:
Valor contábil = Ativo Total Contábil – Passivo Exigível Contábil = Patrimônio Líquido

O valor contábil pode ser entendido como um preço de referência, pois alguns ajustes podem ser
necessários. Esse preço de referência, a partir do qual se negociará a empresa, deve considerar ainda a
geração de valor adicional da empresa e eventuais reservas. Assim, para uma empresa ser negociada por
um valor menor do que o seu valor contábil deve existir uma expectativa real de ocorrência de prejuízos,
a qual absorveria uma parte considerável dos recursos próprios.

O valor patrimonial das empresas não é necessariamente próximo do valor de mercado. Isto se deve
basicamente ao fato de que os dados contábeis são escriturais e podem conter defasagens em relação ao
valor considerado justo para a ação, que é um entendimento subjetivo e pode variar de investidor para
investidor. Os diferentes julgamentos de valor é que fazem, afinal, o mercado funcionar, havendo sempre

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compradores e vendedores e proporcionando liquidez para os ativos. É importante saber que a


contabilidade utiliza como parâmetro o conceito de valor econômico, e não financeiro. Isto significa que
os valores observados nos balanços não têm relação direta com o valor efetivo de realização, o que é
dado pelo mercado.

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