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SOCIEDADE ANÔNIMA

 Lei nº 6.404/76: Lei das sociedades anônimas - LSA.


 Capital social: dividido em ações.
 Sociedade institucional, ou seja, é uma sociedade não contratual.
o Sobre a sociedade institucional não recaem as disposições do contrato social, mas da
legislação (no caso, a Lei nº 6.404/76).
 Natureza empresarial, nunca simples, independentemente da atividade que ela explore
(art. 982, § único, CC).
o Art. 982, § único, CC - Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a
sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
o Sociedade de capitais, mercantil: contribuição do sócio tem maior importância.
 Estatuto da sociedade: deve sempre definir o objeto social a que a sociedade se destina.
 Sociedade empresária: deve ser registrada na Junta Comercial.
 Nome: denominação (objeto da sociedade), acompanhado do termo “companhia” ou
“sociedade anônima” (artigo 3º da Lei 6.404/76.)
 Natureza contratual: ato institucional.

ESPÉCIES DE S.A. (art. 4º da LSA):


a) Companhia aberta: valores imobiliários podem ser vendidos no mercado de valores
mobiliários. Ex: Drogasil, Lojas Marisa, Petrobrás;
o Possui relações com todo o mercado investidor. Deve ser registrada e ter seus
valores mobiliários registrados perante a CVM.
b) Companhia fechada: ações não podem ser vendidas na Bolsa de Valores. Não há
possibilidade de negociação destas ações no mercado de valores mobiliários.
o É restrita aos próprios membros da sociedade.

FECHAMENTO DO CAPITAL SOCIAL


 Previsto em lei: Instrução Normativa 361, de 5 de março de 2002.
 Fenômeno/procedimento no qual uma Sociedade inicialmente aberta pode se tornar
fechada.
 Necessário cancelar o registro da sociedade e de seus títulos juntos à CVM.
 Artigo 4º, parágrafo 4 da Lei das S.A.: para fechar o capital social e cancelar o registro na
CVM, deverá ser feita pelo controlador uma oferta pública para aquisição de todas as ações
em circulação por preço justo. Tal oferta também pode ser feita pela própria companhia, nos
casos em que se admite a aquisição de ações para permanência em tesouraria.
 Preço justo: CVM: é o valor pelo qual as ações serão compradas pelo ofertante, deve ser
definido por meio de um laudo de avaliação da companhia, que é feito por uma empresa
com experiência comprovada na área.
 Efetivação do cancelamento: é necessário:
o a oferta seja aceita por acionistas que representem 2/3 das ações em circulação; ou
o se o mesmo quórum concordar com o cancelamento; ou
o ainda se, somados os que concordam com o cancelamento e os que aceitam a
proposta, atingir-se tal quórum.
 A aceitação da oferta deverá ocorrer em leilão na bolsa de valores ou no
mercado de balcão, no qual as ações sejam admitidas à negociação.
 Fechamento branco do capital social? Impedida com a Lei das S.A. visto que impõe pratica
que impeçam a subsistência de ações desprovidas de liquidez no mercado.

CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE ANÔNIMA

PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES (ART. 80, LSA): aplicam p companhia aberta e fechada:


1. Subscrição de todo o capital social fixado, por pelo menos 2 sócios: é sociedade
pluripessoal no momento da constituição. Devem se comprometer a pagar (contrato
adesão).
 Pode ser pública (arts. 82 a 87 da Lei 6.404/76) ou particular (art. 88 da Lei 6.404/76)
 Essa é a regra geral, que comporta 2 exceções em que a S.A. pode ser unipessoal:
a) Empresa Pública: pode ter como acionista apenas 1 pessoa, que neste caso pode
ser a União;
b) Subsidiária Integral: (art. 251, LSA): A subsidiária integral é um tipo de S.A. que
tem só um acionista, necessariamente uma sociedade brasileira (art. 1.126, CC). Ex:
Transpetro (só tem 1 acionista, a Petrobrás).
2. Integralização de pelo menos 10% do preço de emissão das ações subscritas em
dinheiro:
 Se S.A. for instituição financeira, esse percentual será de 50% (Lei 4.595/64, art. 27).
3. Depósito no Banco do Brasil ou outro banco autorizado pela CVM do capital realizado:
 Fundadores tem 5 dias do recebimento das quantias, p depositar.
 Se a sociedade for constituída: adquire personalidade jurídica, e tem direito de levantar os
depósitos efetuados em seu favor.
 Se a sociedade NÃO for constituída no prazo de 6 meses dos depósitos, os subscritores
farão jus à restituição dos valores depositados, que será efetuada diretamente pela
instituição depositária (art. 81, parágrafo único, da Lei 6.404/76).

CONSTITUIÇÃO PROPRIAMENTE DITA: são diferentes para a companhia aberta e a companhia


fechada:
 Constituição da Companhia Aberta/ subscrição pública/ constituição sucessiva, etapas:
a) Companhia faz o registro de emissão na CVM, buscando que esta autorize a
emissão das ações.
b) há a contratação de uma instituição financeira intermediadora que fará a
negociação das ações;
c) haverá a assembleia de fundação da companhia.
 Constituição da Companhia Fechada/ subscrição particular/ constituição simultânea:
- Acionistas fundadores se dirigem ao Tabelionato de Notas para fazer uma escritura
pública da companhia, ou
- Fazem também lá uma assembleia de fundação.
 Assembleia de constituição: lê o recibo de depósito, discute e vota o estatuto da companhia
(só poderá ser alterado c unanimidade dos subscritores). -> não havendo oposição de + 1/2
dos subscritores, a sociedade será declarada constituída pelo presidente da assembleia ->
deve eleger os 1os administradores, p q a sociedade possa funcionar -> eleger os membros
do conselho fiscal, se for o caso.

PROVIDENCIAS COMPLEMENTARES: alguns doutrinadores afirmam não ser necessário.


 Arquivamento, no caso de constituição por meio de assembléia, devem se arquivar os
documentos contidos no art. 95 da Lei 6.404/76. Já no caso de constituição por meio de
escritura pública, é necessário o arquivamento somente da escritura (96 da Lei 6.404/76)
 Publicação dos atos constitutivos (art. 98 da Lei 6.404/76). Até 30 dias após o arquivamento.
 Eventual transferência de propriedade de bens com os quais se subscreveu o capital social.
 Tais providências estão a cargo dos primeiros administradores da sociedade e visam à
aquisição da personalidade jurídica e à publicidade do nascimento da companhia.

O CAPITAL SOCIAL
 Obtenção de recursos podem se dar: Mercado financeiro, por meio de empréstimos. E
Mercado de capitais, por meio da emissão de valores imobiliários.
 No início das atividades sociais, a única forma de financiamento é a emissão de ações,
formando o capital social inicial da sociedade.
 O capital social é “o valor das entradas que os acionistas declaram vinculado aos negócios
que constituem o objeto social”
FORMACAO DO CAPITAL SOCIAL
 Fixado em moeda nacional (art. 5, Lei 6.404/76), formado por dinheiro ou quaisquer bens
suscetíveis de avaliação em dinheiro (art. 7), apenas 10% iniciais em dinheiro (art. 80).
Também é possível em créditos, bens que úteis para realização do objeto social (avaliados
por peritos/empresa especializada).
FUNÇÕES DO CAPITAL SOCIAL
 Produtividade: capital é fator patrimonial inicial que possibilitará o exercício da atividade
empresarial da companhia. Que torna possível o funcionamento inicial da sociedade.
 Garantia: dos credores, pois a garantia incide sobre o patrimônio social.
 Determinação da posição do sócio: à luz de sua participação no capital social, determinadas
faculdades podem ser ou não estendidas a eles.
PRINCÍPIOS DO CAPITAL SOCIAL
 Princípio da determinação: o capital social há de nascer determinado e único, ou seja, há
que se saber, a qualquer momento, qual é o valor do capital.
 Princípio da efetividade: capital deve corresponder a valores que efetivamente ingressem no
patrimônio real da sociedade.
 Princípio da estabilidade/variabilidade condicionada: capital social só pode ser alterado se
obedecidas determinadas condições (art. 6 da Lei 6.404/76), também chamado de fixidez
 Princípio da intangibilidade: capital ñ pode ser restituído aos acionistas durante a vida da
sociedade.
AUMENTO DO CAPITAL SOCIAL
 Há modalidades, para proteger os credores e a própria sociedade:
o Obtenção de novos recursos: emissão de novas ações a serem subscritas, só é
possível se 76% do capital estiver integralizado. Exige a realização de assembleia.
o Capital autorizado: emissão de novas ações, providenciado pelos administradores,
independentemente de assembleia geral e alteração do estatuto. Art. 168 traz
critérios.
o Capitalização de lucros ou reservas: remanejamento de valores sobre o nome de
lucros ou reservas, que já integravam o patrimônio, para nome de capital social. Se
trata de aumento gratuito, pois mantem o patrimônio.
o Conversão de valores mobiliários em ações: As debêntures e as partes beneficiárias
podem conter cláusula que admita sua conversão em ações, com o respectivo
aumento do capital social. Não é gratuito, pois há aumento do patrimônio líquido em
função da redução do passivo.
REDUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
 Redução compulsória: trata de imposição legal, quando o acionista exerce o direito de
retirada, ele faz jus ao pagamento do reembolso de suas ações. Caso não haja valores
disponíveis, a sociedade pode fazê-lo às custas do capital social.
 Redução facultativa: trata de redução decidida pela sociedade, artigo 173 da lei 6.404/76:
o Se houver perda, até o montante dos prejuízos acumulados: redução somente
nominal.
o Se julgar o capital excessivo: há restituição do valor, só se exige que haja
concordância dos credores.

MERCADOS DE VALORES MOBILIÁRIOS


X MERCADO FINANCEIRO:
 Mercado financeiro: a sociedade obtém empréstimos junto a instituições financeiras, como
os particulares em geral.
 Mercado de valores mobiliários: a sociedade pode emitir valores mobiliários, para obter os
recursos diretamente junto ao público investidor, sendo mais interessante para a sociedade
na maioria dos casos. É formado por:
o Bolsa de valores: Entidades privadas. Finalidade é manter um local adequado para a
negociação de valores mobiliários no mercado secundário (a circulação dos títulos se
dá entre investidores): para venda de títulos de seus titulares.
o Mercado de balcão: negociação fora da bolsa, arrolados no artigo 15 da lei 6.385/76:
instituições financeiras, sociedades corretoras e agentes autônomos de investimento.
Há negociação do mercado primário (relação entre o investidor e a própria sociedade
anônima destinatária do investimento) e secundário. As operações são fechadas.

VALORES MOBILIÁRIOS
 Mercado financeiro -> mercado de capitais -> mercado de valores mobiliários -> Valores
mobiliários.
 São uma alternativa de investimento, instrumento de captação de recurso. É um título de
investimento emitidos por uma SA.
 Conceito: “é o conjunto de instituições e de instrumentos que possibilita realizar a
transferência de recursos entre tomadores (companhias) e aplicadores de recursos
(poupadores), buscando compatibilizar seus objetivos.
 Entre os principais valores mobiliários estão: ações, debêntures, commercial papers, bônus
de subscrição, partes beneficiárias.
- Outros tipos: Cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento
decorrentes de tais títulos, os certificados de depósitos de valores mobiliários,
cédulas de debentures, cotas de fundos de investimentos, os contratos de
investimento coletivo e os contratos derivativos.
 Objetivo: captar recursos para a SA. São os chamados “papéis”.

COMISSAO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)


 Entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, mas dotada
de autoridade administrativa independente (art. 5 o da Lei 6.385/76).

 Composta: 1 presidente, 4 diretores, escolhidos pelo Presidente da República, com


aprovação do Senado Federal. Mandato de 5 anos, cada ano deve substituir um deles. Tem
estabilidade de cargo.
 5 funções: consultiva, fiscalizadora, registraria, de fomento e regulamentar.
o Consultiva: Emite pareceres
o Fiscalizadores: fiscaliza a atuação dos participantes do mercado de capitais, aplica
penalidade a causadores de danos,
o Registraria: compete a ela registrar as sociedades abertas, as entidades
distribuidoras de valores mobiliários e os títulos negociados no mercado.
o Fomentar: a atividade do mercado de capitais, promovendo eventos.
o Regulamentar: as matérias nas Leis 6.385/76 e 6.404/76, não podendo, todavia,
extrapolar os limites da mera regulamentação, isto é, a CVM não tem competência
para criar direito novo.

AÇÕES pág 558 a 584


 São frações do capital social que conferem ao seu titular direito de sócio de uma sociedade
anônima. São emitidas pela companhia para captar investidores.
 A integralização pode se dar com dinheiro, bens ou créditos, mas nunca com prestação de
serviços.
 É livre a negociação de ações, que podem ser eventualmente restringida, mas nunca
impedida (art. 36, LSA).
 Acionista: aquele que adquire a ação.
 Responsabilidade do acionista (art. 1º da Lei nº 6.404/76):
o A responsabilidade é limitada ao preço de emissão da ação. O acionista só assume o
risco de perder o valor investido.
o Preço de emissão das ações: é o valor que se deve pagar para subscrever a ação.
Representando o valor exigido do acionista.
o Não há a solidariedade que existia na sociedade anônima.

Espécies de Ações:
 Ordinárias: conferem direitos comuns ao acionista: participação nos lucros, de fiscalizar a
administração e sempre conferirão ao titular direito de voto.
o art. 110, LSA: cada ação ordinária corresponde 1 voto nas deliberações da
assembleia-geral.
 Preferenciais: dão ao seu titular vantagens econômicas ou políticas. Mas só 50% das
ações de uma S.A. podem ser desse tipo. Ex: o estatuto pode dizer que quem tem ação
preferencial recebe antes dos demais; ou que ele receberá 10% mais de participação dos
lucros do que o que tem ação ordinária.
o art. 111, LSA: O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou
alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou
conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109).
 De Fruição: são utilizadas para a amortização das ordinárias ou das preferenciais. Consiste
na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, dos
direitos a que fazem jus, em caso de liquidação da companhia. AINDA EXISTEM?
QUANTO À FORMA:
 Nominativas: ações em que se declara o nome de seu proprietário em livro de registro de
ações nominativas.
 Escriturais: nelas não há emissão de certificado. São mantidas em conta de depósito, em
nome de seus titulares, junto a uma instituição financeira.
ACIONISTA CONTROLADOR
 Art. 116, Lei 6.404/76: e “o acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a
companhia realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e
responsabilidades para com os demais acionistas da empresa que nela trabalham e para
com a comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e
atender”
 Tem maioria de votos e usa efetivamente esse poder para eleger a maioria dos
administradores da companhia e influir nas decisões da sociedade. Tem a maioria das
ações com direito a voto e usa este poder.
 É diferente de sócio majoritário, porque este pode ter a maioria de ações preferenciais,
por exemplo, mas não a maioria das ações com direito de voto.

DIREITOS ESSENCIAIS DO ACIONISTA


 São inerentes, o estatuto e assembleia não podem privar esses direitos. O direito de voto
não é essencial. São eles (Art. 109, LSA):
I - participar dos lucros sociais;
II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;
III - fiscalizar a gestão dos negócios sociais;
IV – direito de preferência na subscrição de novas ações ou valores mobiliários;
V – direito de retirada ou recesso, da sociedade.

DEBÊNTURES
 Título que conferem direito de crédito contra a companhia emissora. Emitir smp q a
companhia precise de dinheiro. Juros e prazos de resgate são estabelecidos pela própria
companhia.
 Cada emissão de debêntures representa um empréstimo realizado junto ao público, com
caráter unitário. Só emprestará algo à sociedade se tiver uma confiança na devolução ao
menos do valor emprestado.
 Em geral, vencem em 8 a 10 dias.
 Art. 52, LSA: Se a companhia não pagar a debênture, o credor pode executar a companhia, como dispõe o
art. 784, CPC (São títulos executivos extrajudiciais: a debênture)
 Assembleia geral determina a emissão de debênture. Art. 59, LSA.
 Art. 59, §1º, LSA: na companhia aberta o Conselho de Administração tmb pode deliberar
sobre a emissão de debêntures. Nesse caso, só pode emitir debêntures do tipo não-
conversível em ações. A do tipo conversível exige a emissão pela assembléia geral.
 As companhias podem emitir debêntures conversíveis em ações, desde que disciplinem, o
procedimento a ser seguido, bem como seus resultados na escritura de emissão.
 Trata de emissão que poderá ter valor expresso em moeda estrangeira.

COMMERCIAL PAPERS:
 Quem subscreve um commercial paper está adquirindo o direito de receber a promessa de
pagamento feita pela companhia em tal título.
 Tem a mesma estrutura ou mecanismo de funcionamento da debênture: são instrumento de
financiamento da companhia, a, tornandose seus subscritores meros credores da sociedade
pela quantia mutuada.
 Mas no commercial paper o reembolso será mais rápido: de 30 a 360 dias na companhia
aberta e de 30 a 180 dias na companhia fechada.
 credor terá um direito de crédito contra a companhia.
 a companhia emissora, ao adquirilos, os extingue.

BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO:
 São títulos emitidos, que conferem aos seus titulares direito de preferência na
subscrição de novas ações.
 Direito prioritário de comprar ações por um preço, normalmente não sujeito às influências do
mercado.
 Só pode ser emitido por sociedade com capital autorizado (art. 168, LSA: O estatuto pode
conter autorização para aumento do capital social independentemente de reforma
estatutária).
 art. 75, § único: Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições
constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será
exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de
emissão das ações.

PARTES BENEFICIÁRIAS:
 Apenas as companhias fechadas, que não vejam instituições financeiras, podem emitir.
 Investimento de risco: beneficiário, por um tempo, obtém um direito de crédito eventual
a ser exercido contra a companhia, caso ela tenha lucros.
 Dão Direito de crédito eventual, consistente na participação nos lucros líquidos anuais. (art.
46, §1º, LSA)
 O beneficiário dessa espécie terá direito apenas de participar dos lucros.
 Necessário fixar no estatuto, inclusive o seu prazo, não sendo superior a 10 anos.
 Podem ser conversíveis em ações, ou seja, o titular de parte beneficiária pode se tornar
acionista.
 Ocorrendo a liquidação da companhia, cessam os direitos dos titulares das partes
beneficiárias, uma vez que a companhia não mais produzirá lucros. A não ser que seja
previsto p resgate ou conversão em ações.
 Muitos a consideram como títulos sui generis, na medida em que não se enquadram nem
como valores mobiliários, nem como títulos de crédito
ÓRGÃOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA pág 660 a 682.
São eles: Assembleia Geral, Conselho de Administração, Diretoria e Conselho Fiscal.
a) Assembleia Geral:
É o órgão deliberativo máximo de uma S.A. As principais deliberações de uma companhia são
tomadas lá. Ex: emissão de debêntures.
É órgão obrigatório (assim como os demais, à exceção do Conselho de Administração). Tem
duas espécies: ordinária e extraordinária.
O art. 132, LSA traz rol de 4 assuntos que só podem ser decididos em uma assembleia geral
ordinária. Todos os demais assuntos são da competência da assembleia geral extraordinária.
Por isso se diz que a competência desta é residual.
São competências da assembleia geral ordinária, de acordo com o art. 132, LSA:
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).
Quórum na Assembléia:
- Para instalação: na 1ª chamada, precisa de ¼ do capital social votante, mas em 2ª
chamada o quórum é por qualquer número de presentes.
- Para aprovação: mais de 50% do total de ações com direito de voto presentes na
assembléia (art. 129, LSA).
b) Conselho de Administração:
Em regra, é órgão facultativo na S.A. Sua principal função é traçar as diretrizes administrativas
da companhia. É o órgão pensante da sociedade anônima.
Mas cuidado! Há 3 situações em que o Conselho de Administração passa a ser obrigatório.
1º) Companhia Aberta;
2º) Sociedade de Economia Mista;
3º) Sociedade de Capital Autorizado.
Ele é composto por no mínimo 3 membros, que não necessariamente precisam ser acionistas,
nem precisam residir no país.
c) Diretoria:
É órgão obrigatório. Aliás, o diretor é o representante legal da S.A. O número mínimo de diretores
é de 2 membros, que podem ser acionistas ou não. Mas aqui há obrigatoriedade de que eles
residam no país.
d) Conselho Fiscal:
Tem por objetivo fiscalizar a gestão da companhia e também de assessoramento da
assembleia geral, especialmente no que tange à prestação das contas.
O Conselho Fiscal tem no mínimo 3 e no máximo 5 membros, todos com suplentes, e os
conselheiros podem ser acionistas ou não. São eleitos pela assembleia geral.
Art. 161, LSA - A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento,
de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido de acionistas.
Por isso, dizemos que ele é órgão de existência obrigatória, mas de funcionamento
facultativo.

Capital Autorizado
 Art. 168, LSA - O estatuto pode conter autorização para aumento do capital social independentemente de
reforma estatutária. § 1º A autorização deverá especificar:
a) o limite de aumento, em valor do capital ou em número de ações, e as espécies e classes das ações que
poderão ser emitidas;
b) o órgão competente para deliberar sobre as emissões, que poderá ser a assembléia-geral ou o conselho de
administração;
c) as condições a que estiverem sujeitas as emissões;
d) os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de preferência para subscrição, ou de
inexistência desse direito (artigo 172).
§ 2º O limite de autorização, quando fixado em valor do capital social, será anualmente corrigido pela
assembléia-geral ordinária, com base nos mesmos índices adotados na correção do capital social.
Sociedade anônima de pessoas?
 Jurisprudência vem reconhecendo essa característica. Por conta de empreendimentos de
pequeno e médio porte que adotam esse tipo de sociedade.
 Deve-se reconhecer um regime específico, levando em conta o caráter intuitu personae da
sua constituição. Nesse caso, é necessário admitir a dissolução parcial da sociedade e a
resolução do vínculo de um acionista.

QUESTÃO 1, PROVA XVII


A companhia CM Têxtil S/A é de capital autorizado. O Conselho de Administração, com base em
permissivo contido no estatuto social, aprovou o aumento do capital social e a emissão de bônus
de subscrição, ambos no limite do capital autorizado. O acionista minoritário Lobato consultou sua
advogada, questionando-a sobre os pontos a seguir.
A) Tendo em vista que o capital social é uma cláusula obrigatória do estatuto (art. 5º, caput, da Lei
nº 6.404/76), poderia o Conselho de Administração aprovar o aumento do capital? (Valor: 0,50)
B) Poderia o Conselho de Administração aprovar a emissão de bônus de subscrição? (Valor: 0,75)
A) Sim, porque, nas sociedades de capital autorizado, o capital social pode ser aumentado por
deliberação do Conselho de Administração, independentemente de reforma estatutária, com base
no art. 166, II, e no art. 168, caput, ambos da Lei nº 6.404/76.
B) Sim, porque, nas sociedades de capital autorizado, é permitido ao Conselho de Administração
deliberar sobre a emissão de bônus de subscrição, autorizado pelo estatuto, com fundamento no
art. 76, da Lei nº 6.404/76.
Lembrar que os bônus de subscrição são valores mobiliários que atribuem aos seus titulares, nas
condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital social, que será
exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das
ações, com base no art. 75, parágrafo único, da Lei nº 6.404/76.

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