Você está na página 1de 4

Apresentação

1º Slide – Olá a todos! No âmbito da disciplina de português foi-nos pedido pela


professora a análise temática e estilística de um poema.
O título do poema que nos foi atribuído é o seguinte: “D. Sebastião, Rei de
Portugal”.
2º Slide – Ao longo desta apresentação vamos abordar os seguintes tópicos:
 A estrutura da obra “Mensagem”;
 Uma noção da história de D. Sebastião;
 Depois proceder à leitura do poema;
 E consequentemente à sua análise.
3º Slide – Este poema faz parte do livro “Mensagem”, escrito pelo poeta
português Fernando Pessoa, o único que ele publicou em vida, em 1934 um ano
anos da sua morte.
Trata-se de um livro que revisita e cria uma mitologia do passado heroico de
Portugal.

4º Slide – Divide-se em 3 partes (“Brasão”; “Mar Português” e “O Encoberto”) e


é constituído por 44 poemas.
O poema que vamos analisar integra-se na primeira parte, o Brasão, que aborda
a origem e a formação da nacionalidade e os heróis lendários e históricos.
5º Slide – Dentro dessa parte, o poema integra-se na secção III, As quinas, e é
considerado a quinta quina do Brasão, como podemos ver…
6º Slide – Muito resumidamente, até porque todos devem saber:
 D. Sebastião foi o décimo sexto Rei de Portugal, nasceu em Lisboa em
1554 e morreu na Batalha de Alcácer Quibir em 1578. Foi nessa data que
partiu para Alcácer Quibir com o seu exército para combater os Mouros,
onde se travou a batalha, mas muitos morreram incluindo o Rei, apesar
de ninguém ter visto o seu corpo. Foi assim que nasceu o mito
sebastianista, porque o povo acreditava que D. Sebastião não tinha
morrido e que iria regressar a Portugal, numa manhã de nevoeiro, para
salvar o país de todos os problemas.

1
7º Slide – Partindo agora para a análise do poema gostaríamos que alguém se
voluntariasse a ler por favor.
O título deste poema remete-nos para um momento importante da nação
portuguesa, onde D. Sebastião assume um papel importante na decisão tomada
de avançar para a conquista de África.
Podemos dividi-lo em duas partes, a primeira parte corresponde à 1ª estrofe e a
segunda parte à 2ª estrofe.

8º Slide – Comecemos por analisar o conteúdo da 1ª estrofe:


 Num discurso de 1ª pessoa, D. Sebastião autocaracteriza-se como
“louco” e assume orgulhosamente essa loucura (pela presença do
adverbio de afirmação “sim”).
 Importa saber que, neste poema, a palavra “loucura” significa “sonho”,
“ideal”, “ambição”, “heroísmo”, …
E o sonho e ambição do Rei era a expansão de Portugal através da
conquista de terras aos mouros.
 A causa dessa loucura é o desejo de grandeza que o sujeito poético
assume com orgulho, como já tinha referido.
 No verso 2, “Qual a sorte a não dá” o «eu» lírico quer-nos transmitir que
a grandeza não é trazida pela sorte, mas sim pelo esforço coragem e
determinação. No entanto, a sua determinação e coragem não lhe
trouxeram a sorte de uma batalha bem-sucedida.
 Em consequência da concretização do sonho, D. Sebastião encontra a
morte em Alcácer Quibir. No verso 3, “Não coube em mim minha
certeza” é notória a sua desilusão, pelo facto de não ter sido capaz de
realizar o seu sonho.
 “Por isso onde o areal está/ Ficou meu ser que houve, não o que há”
No areal ficou apenas o que nele havia de mortal, o ser físico (“Ficou meu
ser que houve”), tendo sobrevivido o ser que há, que permanece e que é
imortal, isto é, o seu ideal, determinação e coragem.
 Nestes dois versos finais, Fernando Pessoa faz conjugar, na figura de D.
Sebastião, história e mito. De facto, historicamente, morreu no areal, isto
é, “o ser que houve” ficou “onde o areal está”, mas o que tem prioridade
para o poeta é o mito, ou seja, “o que há”.

2
9º Slide – Passando para a 2ª estrofe:
 No início desta estrofe o sujeito poético apela a “outros” que tomem e
prossigam a sua loucura, o seu sonho, isto é, que concretizem, no
presente e no futuro, aquilo que ele sonhou e idealizou no passado.
 Nos versos 8 e 9 nota-se uma viva admiração de Fernando Pessoa pela
loucura de D. Sebastião e um claro desprezo pelo homem “besta sadia”,
que vive sem ideias, sem grandes sonhos ou projetos, contentando-se
com a mediocridade.
 No último verso, a interrogação retórica, “Cadáver adiado que procria?”
é muito significativa, porque:
Faz referência à loucura enquanto energia criativa, e como
essencial ao Homem;
É a loucura que nos distingue do animal. O sujeito poético
compara o homem que não sonha, com um animal que se limita a
procriar, sem capacidade de sonhar e sem um ideal a cumprir,
ficando assim o ser humano reduzido à condição de animal
irracional;
Para ele, é através da loucura que o ser humano se projeta para o
futuro e parte em busca de grandes realizações (assim como D.
Sebastião).

10º Slide – Sintetizando o assunto do poema: O sujeito poético afirma encontrar


como base da sua loucura a grandeza, orgulhando-se disso. Em consequência
dessa loucura, encontrou a morte em Alcácer Quibir. O sujeito poético lança
ainda um “desafio” aos destinatários, apelando à loucura e à valorização do
sonho. Sendo a loucura a força da ação.

11º Slide – Relativamente à análise temática do poema, este apresenta apenas


um recurso expressivo. Conseguem identificá-lo?
O recurso expressivo é a repetição, está presente no verso 1 (“Louco, sim,
louco”) e é utilizado pelo sujeito poético para reforçar a ideia de loucura dando
ênfase à ideia de determinação e certeza, uma vez que é isso que o caracteriza.
12º Slide – Quanto à análise formal é constituído: por duas quintilhas;
Os versos são irregulares, apresentando seis, oito, ou dez sílabas métricas.
O esquema rimático é o seguinte: ABABBCDCDD – rima cruzada e emparelhada.

3
13º Slide – Podemos ainda estabelecer uma comparação de “Os lusíadas” com a
“Mensagem”, uma vez que é a D. Sebastião que Camões dedica “Os Lusíadas” e
é a este rei que faz o apelo para continuar a tradição dos antigos heróis
portugueses.
14º Slide – Para terminar, elaboramos um quizz com base nas perguntas do livro
para poderem consolidar melhor a compreensão deste poema. Antes de
avançarmos para o quizz gostávamos de saber se alguém tem alguma dúvida.

Você também pode gostar