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A mensagem de Fernando Pessoa

 É uma obra composta por 44 poemas de carácter nacionalista alimentados pelo


mito sebastianista numa perspetiva épico-lírico.

 O assunto da obra não são tantos os portugueses e os seus feitos gloriosos ou os


acontecimentos históricos mais significativos, mas a essência de Portugal e a sua
missão a cumprir.

É agrupado em 3 partes:

 Parte I- “Brasão” que simboliza o nascimento da nação.


Esta parte reúne um conjunto de poemas onde desfilam um conjunto de figuras
históricas até D. Sebastião que estão associadas ao nascimento e à construção da
Pátria.

 Parte II- “Mar Português”. Nesta parte são referidas personalidades e


acontecimentos ligados ao período das descobertas, através de poemas inspirados
no sonho da conquista dos mares.
O poeta evoca a expansão marítima levada a cabo por os navegadores
portugueses que, ultrapassando a dor, sublimaram a pátria. Nesta parte é
representado a vida da nação.

 Parte III- “O encoberto” que representa a morte da nação. E com ela a ideia de
ressurreição. Nesta parte o poeta apresenta a imagem de uma nação moribunda
mas, ao mesmo tempo, a esperança de que a morte tenha um poder rejenerador.

1º poema- “O dos Castelos”

 1ª Quadra- referência à Europa ( distinção entre Ocidente e Oriente)

 2ª Estrofe- referência a dois países europeus- Itália e Inglaterra, destacando-se no


final Portugal- Afunilamento. Europa- figura feminina- personificação, sendo
Portugal “O rosto” papel preponderante na civilização ocidental.

 “Jaz”- Europa moribunda, apagada, sem vida vida, sem ação (“Fita”)- que necessita
ser despertada, desvendando-se assim o futuro do passado.

 Cabe a Portugal conduzir a Europa e o mundo a um império espiritual- missão a


cumprir- ligar espiritualmente o Oriente ao Ocidente.

2º poema- “O das Quinas”

 A missão sagrada de Portugal. As Quinas são, na sua dimensão espiritual, as cinco


chagas de Cristo.
 Neste poema, primeiramente é nos dado um aviso para quem quer enfrentar e
compreender o significado de luta e sofrimento. Depois dá um conselho: para
termos cuidado com o que desejamos. “Baste a quem baste o que lhe basta”, ou
seja, devemos nunca desejar mais do que está destinado.
 “Os Deuses vendem quando dão” - não foram os homens os criadores do destino
da Europa e de Portugal, mas os “deuses”, que selecionaram homens superiores;
estes conquistam “a glória com desgraça”, com um sofrimento idêntico ao de
Cristo. Ser criador ou continuador de nações ou impérios exige o abandono da vida
simples e uma entrega absoluta ao destino que Deus preparou. Para alcançar a
glória é preciso sofrer…

 Na última estrofe, Pessoa compara a luta dos portugueses que tiveram no passado
com a luta de Cristo na cruz.

3º poema- “Ulisses”

 Ulisses poderá representar a vocação marítima dos portugueses já que é do mar


que chega este antepassado mítico dos portugueses.

 Ulisses é o fundador mítico de Lisboa. O mito como um nada capaz de gerar os


impulsos necessários à criação da realidade; enquanto estiver oculto, nada vale;
quando revelado e explicado, desvenda a verdade.

 Na 3ª e última estrofe dá-se a passagem do nada ao tudo: “a lenda vem (escorre)


de cima; ao entrar na realidade, fecunda-a – fazendo o “milagre” de tornar
irrelevante a vida cá de baixo, dita do mundo real, objectivo: “Em baixo, a vida,
metade/De nada, morre”.Só readquire vida aquilo que o mito/nada tudo fecunda
– e o processo não é do passado, mas intemporal – daí os tempos verbais no
presente.”

 Metáfora “fecundá-la”- sugere a regeneração da nação através do mito que dá


sentido à vida.

4º poema- “Viriato”

 Viriato foi o fundador da Lusitânia, a “luz que precede a madrugada” lusa, o


prenúncio da existência futura de um povo tão guerreiro, humilde e corajoso como
ele próprio; símbolo do heroísmo.
 O poema refere a importância da memória histórica.
 Responsável da Nação Portuguesa e é preciso não esquecer Viriato.
 Termina com uma metáfora, ou seja, o mito é uma fonte de inspiração que ajuda a
renovar coisas.

5º poema- “ O conde D.Henrique”

 O conde, fundador do Condado Portucalense, lutando contra os mouros, deu


origem à construção de um reino cristão exemplar. O herói cumpre a vontade
divina, mesmo quando não sabe o que fazer com a espada (arma que combate o
mal / que constrói a paz).
 Pai de D. Afonso Henriques
 As grandes obras têm como agente Deus
 A espada é símbolo de força e este traz essa mudança porque acaba por ser o pai
da pessoa que trouxe nacionalidade.

6º poema-”D.Teresa”

 Mãe de D.Afonso Henriques


 Símbolo da maternidade (Revelação,mistério)
 Todas as nações são mistério, ou seja, os heróis nascem de alguém.
 Apelo à nossa memória, orgulho e a memória do rei não pode diluir-se no tempo.
 No fim, faz um apelo à recuperação da esperança perdida através da renovação do
mito.

7º poema-”D. Afonso Henriques”

 1º Rei de Portugal e é conhecido como conquistador pelas batalhas que ganhou


 Faz referência à força que ele teve
 É um exemplo para todos
 Faz um apelo à mudança que esta é abençoada
 Criador da nação (faz referência ao “Pai”-Ele)
 O poeta pede a força de D.Afonso através da memória.

8ºpoema- “D.Dinis”

 O seu cognome é “O Lavrador”- plantou naus a haver

 A importância das letras e da cultura. -O rei trovador que lançou as sementes dos
Descobrimentos.

 Assim como trigo é a base do pão também o pinhal é a base para a construção das
naus através das madeiras

 Anáfora e personificação presentes nos últimos dois versos, o que mostra que a
grandeza é intemporal.

 É um percusor das descobertas.

9º poema- “D. João o primeiro”

 Na 1ªestrofe quem traça o destino é Deus


 A chama – imortalidade
 Na 2ªestrofe há um elogio a Portugal e a D.João I que é encarado como o mestre,
ou seja, o herói, exemplo a seguir.

10º poema- “ D. Filipa de Lencastre”

 Mulher de D.João o 1º
 Representa uma nova dinastia
 Na 1ªquadra só se realiza os feitos se os deuses quiserem
 A 2ªquadra é referente ao título do poema.

11º poema- “D. Duarte Rei de Portugal”

 Na 1ªestrofe explica que D. Duarte nasceu com um propóstio. Nasceu para


governar; “Em dia e letra escrupuloso e fundo”- descontentamento do poeta.

 Na 2ª estrofe faz a apologia ao seu descontentamento que ele vivia.

 Na parte final ele menciona que não foi inútil a sua ação porque foi cumprida.

12º poema- “ D. Pedro”

 Na 1ª estrofe fala em clareza porque os seus atos eram claros; era transparente,
honesto, acredita em Deus como aquele que atinge o patamar máximo; este refe
que apenas quer obter sem que isso interfira no ser.

 Na 2ª estrofe tudo que ultrapassa isso é Deus.

13º poema- “D.João Infante de Portugal”

 No 1ºverso mostra que ele não teve o estatuto de rei; era humilde que eleva o rei a
ele

 Na 2ª estrofe mostra-nos a soberania marítima portuguesa através da persistência


e luta; a alma portuguesa é marcada pelo sonho e ambição.

 No ultimo verso “O todo, o nada” deparamo nos com uma antitese.

14º poema-”D.Sebastião, Rei de Portugal”

 O sujeito poético autocaracteriza-se como louco de forma positiva pelo que


conquistou e por querer ir mais além.
 Na 2ªparte este faz a apologia à loucura elogiando e incitando outros a tomarem-la.
 Ainda nesta parte o “interlocutor” do sujeito poético passa a ser mais geral e ele
lança às gerações futuras um desafio, que é, ao mesmo tempo, a apologia da
loucura, como sinónimo de sonho e ambição.

15º poema-”Nun Alvares Pereira”

 Foi um militar que ajudou na Batalha de Aljubarrota


 Na 1ªestrofe fala numa aríola,esta refere-se à sua santidade e à sua espada
 Teva a “El xacaribar” que simboliza a união com Deus, ou seja o poder mágico;
simboliza a mudança, a força e a coragem; teve também a técnica do quadrado.
 Na 3ªestrofe o poeta pede a Nun Alvares Pereira para ver a luz da espada, os
caminhos a seguir.
16ºpoema- “D.João o segundo”

 Impulso para os descobrimentos


 Limite da terra dominada
 Solidão nos grandes feitos
 Ocupar o “mundo e o céu”
 Mundo a temer o alcançar
 Atitulde reflexiva-planeia a descoberta
 Elogia o homem como ser visionário, desvenda os mistérios do mar

Parte II- “Mar Português”

 A apostrofe inicial faz uma interpelação ao mar que é responsável pelo sofrimento
mas também pela grandeza
 As lágrimas de Portugal é a metáfora da dor e do sacríficio passado para cumprir o
sonho proposto
 Na 2ªestrofe faz nos uma interrogação retórica se todos os sacríficios valem a pena
quando o objetivo é alcançar a grandeza da alma.
 Faz uma interpelação ao Cabo Bojador por ser dificil de dobrar, ou seja, se o
homem queria mesmo cumprir o sonho teria de passar pela dor e sacríficio.
 Ultimos 2 versos- Imortalidade

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