Você está na página 1de 9

Sentidos 12, Unidade 3 – Fernando Pessoa, Mensagem Cenários de resposta

Página(s) Domínio / texto Cenário de resposta

116 Expressão Oral 1. Tópicos de análise


− As figuras representadas no Padrão dos Descobrimentos estão relacionadas com a expansão marítima;
− Camões cantou os feitos lusitanos e escreveu a epopeia Os Lusíadas, em que narra a descoberta do caminho marítimo para a Índia; D. Sebastião, cujo
desaparecimento alimentou um mito, foi também o rei a quem Camões dedicou a sua epopeia; D. Afonso Henriques, o Conquistador, é o responsável pela
fundação e expansão do reino português; Ulisses, representado no célebre episódio do canto das sereias, é considerado o fundador de Olissipo, a futura
Lisboa.
− O objeto que assume proeminência é o Padrão dos Descobrimentos, símbolo do período áureo desta época; sobre o continente africano, encontra-se o
símbolo heráldico do Brasão.
− Os óculos estão associados a Fernando Pessoa.
− O manuscrito pode representar a obra onde Pessoa irá destacar um conjunto de situações e/ou pessoas que estiveram relacionadas com os Descobrimentos,
ao mesmo tempo que evoca o manuscrito de Os Lusíadas.
− Globalmente, a imagem funciona como uma previsão dos textos que vão ser explorados e dos assuntos abordados na obra da autoria de Fernando Pessoa.
Constitui uma espécie de pré-leitura ou de preparação para o que vai ser explorado na Unidade 3.

117 Leitura 1. O autor do texto mostra-se agradado pelo facto de, pela primeira vez, o Dia de Camões e das Comunidades ter sido celebrado pelo presidente da República
junto de comunidades luso-descendentes, revelando esse apreço em afirmações como: “Foi, e triplamente muito bem: por o ser, por o ser em Paris, pelo
completo e diversificado programa” (ll. 20-21); “Paris era a escolha ‘obrigatória’” quer por se tratar da cidade com mais emigrantes portugueses, quer pelo
simbolismo que representa para nós.

2. A evocação de Manuel Alegre é pertinente, uma vez que o escritor se refere aos emigrantes portugueses, obrigados pelas circunstâncias políticas e sociais a
abandonar o país e a fixar-se em França (cf. poema “Lusíada Exilado”).

3. O texto apresenta como tese a pertinência e as comemorações do Dia de Portugal se terem realizado junto de comunidades de emigrantes, onde Portugal
também está e é. As imagens retratam o momento da chegada a Paris, em 1965, de uma vaga de emigrantes “que as circunstâncias obrigaram a deixar o País
para trabalhar longe dele” (ll. 7-9). As fotografias retratam também as vivências de dificuldades naquele país estrangeiro. Assim, esta comemoração em Paris
acaba por ser um tributo a todos os portugueses da diáspora, que as fotografias de Gérard Bloncourt homenageiam.

119 Informar 1. Resposta de caráter pessoal.

120 Educação Literária 1.


a. Itália
b. Inglaterra
c. Portugal

2. Na primeira quadra é referida a Europa e faz-se uma particularização geográfica, mediante a distinção entre Oriente e Ocidente, sendo esta a região em que
o poema se vai focar; na segunda apontam-se dois países europeus (Itália e Inglaterra); no final, o destaque afunila-se em Portugal.

3. No poema, a Europa surge descrita como uma mulher, considerando-se que Portugal, em termos geográficos, é o rosto do continente europeu, olhando o
Ocidente. Estes aspetos podem ser verificados na ilustração que acompanha o poema.
1
Sentidos 12, Unidade 3 – Fernando Pessoa, Mensagem Cenários de resposta

4. O verbo jazer remete para uma Europa moribunda, que é necessário despertar da letargia em que se encontra, aspeto que surge no verbo fitar, também
associado a Portugal e representa a vocação marítima dos portugueses. Percebe-se, deste modo, a afirmação “futuro do passado” (v. 11), pois o
desvendamento foi futuro do passado e promete repetir-se.

5. A missão profética pressente-se na caracterização do olhar, que é esfíngico e fatal, e que aponta para uma atitude contemplativa e expectante, para o
enigma e para o mistério que envolve os Descobrimentos. Além disso, este olhar, que vem do rosto que é Portugal, fita o Ocidente que é futuro do passado,
depreendendo-se, assim, que este é o único país da Europa moribunda capaz de fazer renascer o Velho Continente – é essa a sua tarefa messiânica.

121 Educação Literária 1. “O mito é o nada que é tudo” porque, sendo mito, não tem existência concreta; porém, como corresponde a uma crença/ fé, pode ser tudo, dado que as
crenças alimentam/dão sentido à realidade.

2. Para comprovar a tese, o sujeito poético serve-se de dois conjuntos de argumentos:


(1) o Sol, um elemento da realidade física, e um elemento transcendente, Deus, que é “morto”, “vivo e desnudo”, apontando para a ressurreição e para o seu
poder regenerador, apesar de não ter existência física;
(2) a crença de que Ulisses aportou no local onde agora se situa Lisboa e aí terá fundado a cidade.

3. Depois de ter fundamentado a sua tese, o sujeito poético passa para a generalização, pondo a realidade na dependência da lenda, como se a primeira não
fizesse sentido sem a segunda, porque é a lenda que fecunda a realidade. Sem o mito, a vida seria um vazio.

4. Uma das metáforas presentes surge na utilização do verbo “fecundar”, que, no contexto, sugere o poder regenerador do mito, a sua capacidade de dar
sentido à vida e de fazer surgir a realidade.

5. Em ambos os textos, a figura simbólica de Ulisses deu sentido à vida dos portugueses porque, ao fundar a cidade de Lisboa, colocou a primeira pedra do
império português.

6. “Este” e "aqui" têm referência deítica de natureza espacial; “aportou” é temporal e pessoal.

7. O pronome “(l)a” tem como referente “a realidade” e exemplifica a coesão gramatical referencial.

122 Educação Literária 1. D. Dinis escreve um “Cantar de Amigo”, uma alusão ao facto de o rei ter sido também poeta (autor de cantigas trovadorescas). Além disso, é também
referido como “o plantador de naus a haver” (v. 2), numa clara menção à plantação do pinhal de Leiria por si ordenada.

2. O presente do indicativo contribui para a mitificação do herói, mostrando que, no seu tempo, foi a sua ação que preparou involuntariamente o futuro dos
Descobrimentos, tornando o seu contributo intemporal.

3. Sugere-se no poema que a plantação do pinhal de Leiria teria sido preponderante para a construção dos barcos a utilizar nos Descobrimentos (“O plantador
de naus a haver”, v. 2), daí que, involuntariamente, o rei tivesse preparado o futuro.

4. O poema integra a primeira parte da obra, “Brasão”, sendo o sexto poema da secção “Os Castelos”. D. Dinis foi o sexto rei de Portugal e antecede o ciclo dos
Descobrimentos. Preparou o futuro, criando, no presente, condições para o alargamento do Império, que será cantado na segunda parte da obra.

5. A expressão “E a fala dos pinhais, marulho obscuro” (v. 8) contém uma personificação e sugere o caráter mítico de D. Dinis, uma espécie de intérprete de

2
Sentidos 12, Unidade 3 – Fernando Pessoa, Mensagem Cenários de resposta

uma vontade superior, que anunciava aos ouvidos do rei um novo ciclo de conquistas. A metáfora está patente em “um trigo / De Império” (vv. 4-5) e sugere
que a génese, a origem do futuro teve início em terra. No fundo, tal como o trigo é a base do pão que alimenta os povos, também os pinheiros serão a base da
construção dos barcos que alimentarão os Descobrimentos. O trigo “ondula” ao sabor do vento, os barcos ao sabor das ondas.

6.
a. Trovador; b. Plantador
A síntese do poema revela-se pertinente, uma vez que destaca a figura de D. Dinis e as ideias-chave do poema. Associam-se a este rei duas atividades distintas,
destacando-se aquela que está mais diretamente relacionada com os Descobrimentos.
v
123 Educação Literária 1. A matriz épica evidencia-se no tom de exaltação heroica que se depreende da evocação do fim trágico do herói, que tem uma forte dimensão histórica.

2. A primeira parte, que corresponde à primeira estrofe, apresenta a autocaracterização do sujeito poético como louco. A segunda, relativa à segunda estrofe,
faz a apologia da loucura, elogiando-a e incitando outros a tomá-la, ou seja, a dar continuidade ao sonho que levou D. Sebastião ao norte de África – o de ir
mais além.

3. Como consequência da concretização do sonho, orgulhosamente assumido pelo sujeito poético, este encontra a morte (“Ficou meu ser que houve”, v. 5),
verificando-se a destruição física. Porém, desse fim trágico, resultaram a sua mitificação e a sua imortalidade: o sonho continua assim a fecundar a realidade.

4. O elogio da loucura é visível no repto lançado aos destinatários para que se deixem imbuir pelo sonho, que é o motor da ação. O apelo lançado assume,
assim, uma dimensão nacional e universal. É pela loucura, pelo sonho, que o ser humano se distingue dos animais, da “besta sadia, / […] que procria” (vv. 9-
10).

5. A anáfora, presente em “Louco, sim, louco” (v. 1), “Minha loucura” (v. 6) e em “Sem a loucura” (v. 8), permite ao sujeito poético enfatizar a ideia da loucura,
uma vez que esse é o seu traço caracterizador e o motor da ação humana. A metáfora, por sua vez, também pode ser encontrada no vocábulo “loucura”, que
assume aqui valores conotativos e uma dimensão positiva. Só esta força será capaz de reerguer a nação.

6. O poema é constituído por duas estrofes, de cinco versos (quintilhas). Quanto à métrica, os versos são irregulares, apresentando seis, oito ou dez sílabas
métricas. A rima é cruzada e emparelhada tal como se percebe pelo esquema rimático ababb / cdcdd.

7.1 Os dois textos enaltecem a ação e a determinação do rei D. Sebastião – surge como um rei valente e dominador, que, por isso, alcançará a imortalidade.
Esta dimensão mítica é expressa pela jovem Maria da obra Frei Luís de Sousa, que enaltece a sua ousadia e rejeita a possibilidade de o rei ter morrido “às mãos
dos mouros”: “Não pode ser, não pode ser, Deus não podia consentir em tal” (ato II, cena 1). Maria alude ainda às profecias que transformarão esta crença
num verdadeiro mito (“Pois não há profecias que o dizem? Há, e eu creio nelas”, idem). Note-se que também o verso de Pessoa (“Ficou meu ser que houve,
não o que há”) remete também para a imortalidade que D. Sebastião alcançou.

124 Educação Literária 1. A realização da "obra" está, em primeiro lugar, condicionada pela vontade divina, e depois pelo sonho do homem. Cumpridas estas duas fases, a obra
nascerá.

2. Deus quis que a terra fosse apenas uma e que o mar fosse um fator unificador. Para tal, seria necessário primeiro desvendá-lo para permitir a união entre
continentes e povos.

3. Deus escolheu o Infante para cumprir a missão de unificação da terra através do mar. Este é, assim, o símbolo do herói, o agente da vontade divina,
predestinado para o grande feito do domínio dos mares.

3
Sentidos 12, Unidade 3 – Fernando Pessoa, Mensagem Cenários de resposta

4. A forma verbal “Sagrou-te” é sugestiva, uma vez que semanticamente se associa à predestinação, à eleição divina, assumindo, por isso, uma conotação
religiosa. Foneticamente, remete para o nome do eleito, conhecido como “Infante de Sagres” e também para a escola de navegação que este fundou e que
simboliza o início da expansão marítima.

5. O apelo final é dirigido a Deus e justifica-se pelo desalento causado pelo fim do Império marítimo. Torna-se, assim, urgente um novo sonho, que potencie a
construção de um império de outra ordem, mais completo porque integrará uma dimensão material e outra espiritual.

6. A gradação, presente no primeiro verso, reflete as etapas que permitirão a concretização da obra: querer, sonhar, nascer. A personificação, a sugerir a
rapidez das descobertas, está presente em “E a orla branca foi de ilha em continente, / Clareou, correndo, até ao fim do mundo” (vv. 5-6). Emprega-se ainda a
apóstrofe (“Senhor”, v. 12) para identificar o interlocutor e a necessidade da intervenção divina para o nascimento de um novo império.

125 Leitura 1.
Um artigo de divulgação científica trata temas da área das ciências, apresentando novos dados, resultados de pesquisas efetuadas em determinados
domínios.
Acrescente-se que, dependendo do público a que se destina, o artigo pode assumir um caráter mais tecnicista e hermético (quando dirigido a
especialistas) ou mais acessível (se destinado ao público em geral).
O texto aqui apresentado tem uma natureza fundamentalmente expositiva, as ideias estão hierarquizadas, a informação é seletiva (limita-se a dar
conta dos microrganismos existentes em águas termais quentes), além de apresentar rigor e objetividade lexical e de informação.

126-127 Educação Literária 1. O mostrengo apresenta-se como senhor dos mares do fim do mundo e como monstro voador, semelhante ao morcego, que voa, chia e tem um aspeto
aterrador, porque é "imundo e grosso” (v. 13); mostra-se ainda arrogante e ameaçador. O homem do leme, por sua vez, revela-se, inicialmente, amedrontado
e intimidado, mas, num crescendo de coragem e de determinação, mostra a sua ousadia e valentia, acabando por vencer o seu interlocutor.

2. O navegador muda de atitude quando se consciencializa de que está em representação de um povo e a cumprir a missão que lhe foi incumbida pelo seu
soberano, o rei de Portugal. Trata-se, pois, de um herói simbólico, representativo de um povo – daí o caráter épico –, mas que assume simultaneamente uma
posição pessoal, carregada de dramatismo, o que lhe confere a dimensão lírica.

3. O mostrengo simboliza o mar desconhecido, os obstáculos e perigos com que os marinheiros se confrontaram e o medo do desconhecido. O homem do
leme é símbolo da coragem, da ousadia e da determinação do povo português, que, mesmo com medo, nunca deixou de lutar para cumprir a missão dos
Descobrimentos.

4. O tom dramático que se depreende do poema resulta do diálogo que se estabelece entre os dois intervenientes e do ambiente de terror e de mistério que
os envolve. A tensão entre os dois interlocutores está também patente na pontuação expressiva, nomeadamente nos pontos de interrogação e de
exclamação, nas formas verbais que sugerem movimentos violentos e nas expressões que remetem para apreensões sensoriais.

5.1
Semelhanças: O mesmo objetivo → engrandecimento dos portugueses; o conteúdo épico → a luta com o mar e a coragem do marinheiro representante do
povo português; o valor simbólico → perigos e obstáculos que os marinheiros enfrentaram no desvendar dos mares; o medo → as duas figuras provocam
reações de terror nos marinheiros.
Diferenças: Mostrengo: aspeto animal, próximo do morcego; figura que aterroriza por voar e chiar; derrotado pela coragem e determinação do marinheiro
português; interlocutor: homem do leme ao serviço do rei D. João II, reinado em que foi ultrapassado o cabo das Tormentas; tom mais épico e dramático;
texto mais curto, mas mais simbólico. Adamastor: aspeto humano, embora medonho; figura aterrorizadora pelo tamanho e pelo aspeto; interlocutor: Vasco

4
Sentidos 12, Unidade 3 – Fernando Pessoa, Mensagem Cenários de resposta

da Gama, ao serviço do rei D. Manuel; tom mais lírico do que épico, sobretudo na segunda parte do episódio.

127 Compreensão do 1.
Oral a. trágico/funesto/de terror
b. determinação/coragem/ousadia
c. homem do leme
d. perigos/desastres
e. “No fundo do mar”
f. “Em dias cinzentos”

127 Informar 1. O autor do texto centra a sua atenção na relação intertextual que a obra Mensagem estabelece com Os Lusíadas, de Luís de Camões. Convoca, para o efeito,
alguns poemas desta obra de Fernando Pessoa e cruza-os com alguns episódios da epopeia de Camões.

129 Leitura 1.
a. V
b. F
c. F
d. V
e. V
f. V

2.
2.1 [B]
2.2 [C]
2.3 [D]
2.4 [A]

130 Educação Literária 1. A apóstrofe inicial, presente em “Ó mar salgado”, permite interpelar e identificar o responsável pelo drama e pelo sofrimento dos portugueses envolvidos
nos Descobrimentos.

2. O valor metafórico dos versos deve-se ao facto de se sugerir que o sal do mar advém das lágrimas vertidas pelos portugueses, as quais, por sua vez,
simbolizam o sofrimento e a dor inerentes aos Descobrimentos.

3. As expressões que se associam ao sofrimento são utilizadas para comprovar a afirmação inicial, apresentada nos dois primeiros versos do poema. São elas:
“lágrimas”, “cruzarmos” (que remete para a palavra cruz, símbolo do sofrimento de Cristo), “choraram”, “rezaram”, “noivas ficaram por casar” (devido à
morte dos amados), “Bojador” (simbolizando os perigos e obstáculos encontrados), “dor”, “perigo” e “abismo”.

4. A interrogação retórica introduz e enfatiza a reflexão posterior sobre a necessidade e a utilidade dos sacrifícios.

5. A dimensão épica resulta da valorização e do entusiasmo perante a concretização do sonho e de ideais elevados, como foram os Descobrimentos
portugueses, capazes de conduzir à imortalidade. A vertente lírica, por sua vez, decorre da expressão dos sentimentos do “eu” poético perante os efeitos

5
Sentidos 12, Unidade 3 – Fernando Pessoa, Mensagem Cenários de resposta

nefastos das descobertas e também da descrição do sofrimento dos que foram afetados por este empreendimento.

130 Compreensão do 1.
Oral a. Turismo de Portugal
b. Portugal, situado geograficamente no local onde a terra acaba, é caracterizado como um país de marinheiros, gentes calorosas, um país de contrastes cuja
riqueza é a diversidade, com uma natureza intocável; é uma nação jovem e acolhedora; é um país cheio de cor, onde o sol brilha o ano inteiro; é uma terra
maravilhosa e cativante.
c. Planícies sem fim; praias banhadas pelo Atlântico e pelo sol; florestas encantadas; país de artistas que deixaram a sua marca; castelos imponentes; palácios;
o passado ao lado do futuro; praias intermináveis para desfrutar; vários cenários de diversão.
d. Linguagem verbal e não verbal, com recurso a várias imagens, delas resultando a persuasão, alimentada pela linguagem valorativa do locutor.
e. Promover turisticamente Portugal.

2. O anúncio publicitário convoca diferentes linguagens e neste sobressai a verbal e a icónica. Com efeito, o orador descreve de forma entusiástica e assertiva
as imagens que vão passando, acompanhadas por um fundo musical, e que refletem as razões pelas quais Portugal é um país a visitar. Nesta argumentação,
destaca-se a variedade e a beleza paisagísticas, a diversidade de atividades de lazer, a riqueza cultural e gastronómica, entre outros aspetos. O objetivo é, pois,
promover turisticamente Portugal, tal como evidencia o slogan final.

131 Educação Literária 1. O tema do poema, tal como sugere o título, é a súplica a alguém (Senhor, Deus, D. Sebastião…) para que devolva ao povo português a chama que as cinzas
ocultaram.

2. A noite sobrepõe-se ao dia, ao tempo da grandeza, pelo que, neste contexto, a "noite" corresponde ao abatimento, à destruição, à tristeza e ao desalento.

3. O uso da primeira pessoa do plural expressa o coletivo, o povo português aqui representado pelo sujeito poético, que assume como seu o desalento dos
outros. Por isso, a sua súplica é também a dos restantes portugueses.

4. A metáfora e a personificação evidenciam a ideia de que a esperança pode ser novamente avivada, porque, enquanto há vida, há esperança. Assim, tal
como o fogo quase extinto pode ser reavivado pelo vento, também o sonho pode vir a comandar de novo a ação dos portugueses.

5. O desalento é assumido pelo sujeito poético em representação dos outros, porque, no presente e após a conquista do mar, só restam o silêncio e a
saudade. Porém, também sobressai a ideia de que nem tudo está perdido – com uma atitude diferente, a situação pode alterar-se, o que deixa antever a
esperança, a fé na mudança.

6. O poema localiza-se no final da segunda parte (“Mar Português”), depois de ter sido apresentado o percurso glorioso da nação, que se deveu ao poder do
sonho, que é preciso, agora, alimentar.

7. Complemento indireto.

131 Escrita 1.
Introdução: A esperança é fundamental na concretização dos sonhos e dos ideais.
Desenvolvimento:
− 1º argumento: sem esperança, a vida, “metade de nada, morre”, torna-se vazia e sem sentido;
− Exemplo: quem que se limita a viver como “besta sadia, cadáver adiado que procria” está impedido de ser feliz e nunca alcançará a felicidade suprema;
− 2º argumento: o ânimo, a fé, a crença são fatores que se associam à esperança e que permitem derrubar obstáculos e lutar pela concretização dos sonhos;
6
Sentidos 12, Unidade 3 – Fernando Pessoa, Mensagem Cenários de resposta

− Exemplo: situações catastróficas como uma doença terminal, um sismo ou outro tipo de cataclismo podem ser ultrapassados quando a esperança
acompanha quem teve ou esteve sujeito a este tipo de contrariedades.
Conclusão: A importância de nunca se perder a esperança para que a vida faça sentido e valha a pena ser vivida.

132 Educação Literária 1. O sujeito poético critica a felicidade alcançada sem esforço e particularmente aqueles que se contentam com pouco, sem que o sonho os mova,
considerando “triste” todo aquele que vive apenas por viver (1.ª estrofe).

2. O verso configura uma máxima através da qual se faz a apologia da inquietação, do descontentamento e do sonho como meios para ultrapassar os limites e
a finitude humanas.

3. O sonho é determinante para que a vida avance e para que o ser humano se realize. Por isso, deve dominar “as forças cegas” (v. 14), ou seja, tudo aquilo
que impeça o homem de sonhar e de realizar os sonhos.

4. Os quatros impérios são a Grécia, Roma, a Cristandade e a Europa. De acordo com o sujeito poético, estes serão esquecidos pelo surgimento de um novo
império sob o comando de D. Sebastião, o messias redentor que, tal como sugerido pela interrogação final, não terá morrido.

5. A enumeração tem como função presentificar os quatro anteriores impérios que agora darão lugar ao quinto. A interrogação final evidencia que o mito, a fé
e o sonho foram responsáveis pela grandeza dos portugueses de outrora. Uma vez que essas características ainda nã
o desapareceram, a interrogação funciona como um incentivo, que parte da lição que os portugueses de agora deverão tirar da morte de D. Sebastião em
nome de um ideal e de uma quimera.

6. O poema é o segundo da terceira parte, onde a par do desalento pelo fim do império surge a esperança na reconstrução e na afirmação da nação
portuguesa, aqui projetada no mito do Quinto Império.

133 Informar 1. Logo no primeiro parágrafo do texto A, afirma-se que Portugal será a nação “onde se consumará o Quinto Império” (l. 4); no segundo parágrafo diz-se que o
Quinto Império permitiria resolver oposições nacionais.
O texto B apresenta a explicação que justifica o surgimento de um novo império, referindo os impérios anteriores, que se fundirão no Quinto encabeçado por
Portugal, que assumirá assim uma dimensão “universal” (ll. 12-14). Posto isto, facilmente se confirma que por meio do Quinto Império se faz a exaltação de
Portugal.

134 Educação Literária 1. O sujeito poético encontra-se à beira do abismo, nos limites da mágoa, tendo necessidade de se refugiar no mito de um redentor para preencher os seus
“dias vácuos” (v. 6). Mostra-se, assim, convicto da vinda de um messias, embora não saiba quando.

2. Na primeira parte, correspondente aos seis primeiros versos, o sujeito poético dá conta da sua tristeza e do único alento que tem para viver; na segunda,
que se inicia com a conjunção "Mas" (v. 7), o “eu” lança uma série de perguntas introduzidas por "Quando" e dirigidas a uma entidade mítica, designada por
vários nomes (Rei, Hora, Cristo, Encoberto, Sonho, Senhor), e apela à sua rápida vinda, porque só assim ele se libertará da incerteza e se realizará o sonho de
alcançar "A Nova Terra e os Novos Céus" (v. 12).

3. O uso sistemático das interrogações traduz o desespero e a ansiedade do sujeito poético, que interroga o seu presumível interlocutor, com o objetivo de
conhecer as circunstâncias do seu regresso.

7
Sentidos 12, Unidade 3 – Fernando Pessoa, Mensagem Cenários de resposta

4. A “Nova Terra” e os “Novos Céus” simbolizam o novo império, uma nova realidade que será construída com a ajuda do Sonho, do Senhor a quem o “eu” se
dirige.

5. O salvador da Pátria moribunda recebe no poema várias designações, todas elas de caráter místico. Sabendo-se que Fernando Pessoa foi um febroso cultor
do sebastianismo e designando este redentor por “Encoberto”, facilmente se pode associar a mensagem deste texto ao culto sebástico.

6. É o único poema de Mensagem que não apresenta título. É constituído por cinco quadras com regularidade métrica, já que todos os versos têm oito sílabas.
Também apresenta regularidade rimática, pois só existe rima cruzada.

7.1 No poema pessoano, o estado de desalento do poeta é despertado pela presença do “Senhor” que ele evoca; na letra da canção, o “eu” também sairá da
escuridão graças à voz que chama por ele e o lembra que a noite terá fim, tal como a mágoa do sujeito poético do texto pessoano será atenuada pela
convicção na vinda do redentor. As constantes interrogações visíveis no texto de Fernando Pessoa enfatizam a preocupação do sujeito que procura saber
quando virá o seu salvador; o mesmo se percebe no poema da canção, quando o “eu” reafirma que procura por quem não esqueceu, pedindo apenas um
sinal.

135 Educação Literária 1. A nação encontra-se numa situação de crise – indefinição política e social (v. 1); crise de valores, “Nem o que é mal nem o que é bem” (v. 9); desorientação,
“Ninguém sabe que coisa quer” (v. 7). Em suma, a nação está a entristecer, a definhar, a perder o brilho de outrora.

2. Os últimos versos dão conta do estado da nação e são uma espécie de grito de alerta e de esperança que funciona como um pedido de ação: o sujeito quer
que se saia da letargia e que se parta à conquista, cumprindo o sonho, o destino que foi traçado por Deus para o povo predestinado, o povo português.

3. A metáfora sugere o estado de crise em que se encontra o país. O vocábulo “nevoeiro” apresenta, assim, várias potencialidades semânticas: do oculto pode
surgir a luz; quando o nevoeiro se dissipa, o Sol brilha; do nevoeiro pode surgir o salvador. Porém, o que se destaca é a letargia, a inércia e a tristeza que se
abateram sobre Portugal.

4. Trata-se do poema que fecha a terceira parte – O Encoberto – e, por conseguinte, a obra Mensagem. Simbolicamente, aponta para o fim, a morte, ainda
que esta não possa ser entendida como definitiva, pois dar-se-á o renascimento sugerido nos últimos versos.

5. A gradação, a que se associa a enumeração, é visível em “Ninguém sabe que coisa quer. / Ninguém conhece que alma tem, / Nem o que é mal nem o que é
bem” (vv. 7-9) e sugere o estado de desnorte progressivo da nação, centrando-se inicialmente no domínio do saber, depois no do conhecer, culminando num
estado de não distinção entre o mal e o bem. O mesmo efeito expressivo tem a anáfora, pois acentua o caráter negativo que paira sobre a nação, reforçado
pela utilização dos termos antitéticos “Ninguém” e “Tudo”, pronomes indefinidos que intensificam a atmosfera de incerteza e de nebulosidade que a
mensagem do poema veicula.

6.1 Ambas as orações (“que coisa quer”; “que alma tem”) são subordinadas substantivas completivas.

6.2 “Ninguém” é um pronome indefinido.

7. Valor imperfetivo.

136 Informar 1. Segmentos como “Fernando Pessoa pretendeu que o seu livro estivesse acima de qualquer género literário estabelecido, isto é, que, em vez de obedecer
servilmente às regras que definem os modos e os géneros, fundisse ‘toda a poesia lírica, épica e dramática em algo para lá de todas elas’”, (ll. 2-5) “ Mensagem

8
Sentidos 12, Unidade 3 – Fernando Pessoa, Mensagem Cenários de resposta

é um poema épico-lírico-dramático” (l. 6), “Pessoa enaltece através deles a ação de oito heróis” (ll. 13-14) respondem ao solicitado na questão.

2. Os heróis evidenciados na Mensagem assumem todos uma dimensão simbólica, dado serem mitificados e presentificados como modelos e/ou símbolos que
importa voltar a impor num Portugal moribundo como o que existia na época em que esta obra de Fernando Pessoa foi publicada.

137 Informar 1.
a. No texto afirma-se que “o sebastianismo começa por ser um assunto que abrange o Quinto Império e acaba por estar subordinado a este último numa
etapa de escrita cronologicamente posterior”, o que se compreende, bastando, para isso, ver o poema “Quinto Império”, em que se fala no advento desta
realidade espiritual e se refere especificamente o mito sebastianista ao pôr-se em dúvida a morte do rei português. Também neste texto se diz que “Nos
primeiros anos da escrita sebastianista, Pessoa refere o Quinto Império, o império definitivo e universal a ser alcançado após o regresso de D. Sebastião”,
entendido como figura simbólica.
b. D. Sebastião é visto como salvador, como garante da resolução do marasmo em que se encontrava a nação, construindo “o império definitivo e universal”.
Mas mais importante ainda é que o rei português adquire um estatuto simbólico, ilustrando o caráter esotérico da obra pessoana.

2. A unidade estrutural de Mensagem resulta da sua tripartição, na qual se representa o ciclo da vida da nação. Com efeito, na Parte I salienta-se a dimensão
profética de Portugal; na Parte II, os grandes feitos náuticos; na Parte III “profetizam-se […] as realizações futuras da pátria portuguesa”.

139 Verificar 1.
[A] – [3]
[B] – [4]
[C] – [10]
[D] – [1]
[E] – [6]
[F] – [7]
[G] – [2]
[H] – [5]

2.
a. V
b. V
c. F – Fernando Pessoa alimenta os mitos e explora o seu valor.
d. F – O Quinto Império tem uma dimensão imaterial: é um império cultural e espiritual.
e. V
f. V
g. F – O herói, em Mensagem, tem um caráter simbólico.
h. F – O tempo em que surge Mensagem é de deceção, de marasmo e de inércia, o que alimenta um tom disfórico.
i. V
j. V
k. V
l. V

Você também pode gostar