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Mensagem
Publicada apenas um ano antes da morte do autor
A obra trata do glorioso passado de Portugal de forma apologética
Tenta encontrar um sentido para a antiga grandeza e a decadência existente na
época em que o livro foi escrito
Glorifica
o estilo camoniano
o valor simbólico dos heróis do passado (Descobrimentos)
Fernando Pessoa acredita que o país deva tornar-se grande como foi no passado
através da valorização cultural da nação
"Mensagem"
Teoria 1: palavra construída a partir da expressão latina: Mens agitat molem (A
mente comanda o corpo)
Teoria 2: tradução da palavra grega "evangelho" ("boa mensagem" ou "boas
novas")
Revisita e cria uma mitologia do passado heroico de Portugal
Estrutura externa
44 poemas
Dividido em três partes
1. Brasão
Utiliza os diversos componentes das armas de Portugal para revisitar
algumas personagens da história do país
2. Mar Português
Época das grandes navegações
Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Fernão de Magalhães…
3. O Encoberto
A parte mais marcadamente simbólica e sebastianista
O termo "O Encoberto" é uma designação ao antigo rei de Portugal D.
Sebastião, o que demonstra sebastianismo
Três etapas do Império Português: Nascimento, Realização e Morte, seguida
de um renascimento
Ulisses
Vivo e desnudo.
E nos criou.
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
De nada, morre.
Ulisses na obra
Tema
Estrutura interna
1. Primeira parte
Vivo e desnudo."
Define o que é o mito
(v1) "é o nada" porque não existe, não é real mas "é tudo" porque da base ou até
mesmo principia a identidade cultural de um povo/país.
(vv2 e 3) O mito revela a verdade ao ser o "sol que abre os céus", é "brilhante" por
carregar essa verdade porém "mudo" porque precisa ser desvendado.
(vv4 e 5) é "Deus" pois representa a origem, a criação, enquanto o "corpo morto"
simboliza um passado irreal e longínquo, já esquecido e sem valor. Porém, é neste
passado "vivo e desnudo" que se encontra a explicação para a realidade.
2. Segunda parte
E nos criou."
A relação de Ulisses com o mar viria a dar vida a ligação do país com as viagens
marítimas
Realce do caráter mitológico de Ulisses e a relação entre povo e mito que faz com
que o que não exista acabe por se tornar realidade no imaginário popular.
3. Terceira parte
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
De nada, morre."
O mito faz parte da realidade ao ser o seu impulsionador, dando consistência a
esta.
Recursos expressivos
Intertextualidade
Os Lusíadas
Com a obra
Com o poema
Conclusão
Em síntese, o poema "Ulisses" nos apresenta o mito da criação de Lisboa pelo herói
mitológico grego e latino Ulisses - ou Odisseu - que da nome ao poema. Fernando
Pessoa nos apresenta, neste livro, a importância da mitologia nacional, que mesmo
não sendo real se torna uma realidade no imaginário popular. O mito é uma narrativa
que apresenta explicações, respondendo e interpretando acontecimentos históricos,
por isso existe uma identificação cultural com o herói Ulisses, com sua história e com
seu destino. Ulisses, além de ser o fundador de Lisboa, carrega em si uma vocação
náutica e aventureira que passa para os portugueses. A lenda recontada nesse poema
abre as portas ao épico e grandioso percurso do livro "Mensagem" de Fernando Pessoa.