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Filosofia 10º Ano

Ficha Formativa
O problema do livre-arbítrio

1. Caraterize o libertismo.

 O libertismo é uma teoria sobre o problema do livre-arbítrio que defende que nem
tudo está determinado precisamente porque temos livre-arbítrio, ou seja, defende que
podemos controlar nossas ações e que, em pelo menos algumas ocasiões, podemos
escolher agir de uma forma diferente. Assim, as escolhas humanas não são causadas
da mesma forma que os acontecimentos do mundo, existe intenção do agente.

2. Negar o determinismo significa, na perspetiva libertista, dizer que nada

do que acontece é determinado?

 Não, negar o determinismo, na perspetiva libertista, não significa dizer que nada do
que acontece é determinado, porque os libertistas não negam que haja determinismo,
mas negam que as nossas ações estejam causalmente determinadas.

3. Para o libertista, a sua teoria é indeterminista?

 Não, os libertistas defendem a ideia de que o determinismo e o indeterminismo são


falsos, ou seja, eles defendem que nem tudo o que acontece é o resultado de causas
anteriores ou o efeito do acaso.

4. Exponha uma objeção ao libertismo.

 Os libertistas defendem que as decisões tomadas por um sujeito têm origem ou numa
deliberação anterior ou então é uma escola aleatória (a liberdade não é aleatória,
assim, a escolha aleatória não prova a existência de livre-arbítrio).

5. Leia o texto e responda às questões que se seguem.


«Suponhamos o seguinte caso. Uma jovem recebe duas cartas no mesmo correio;
uma é um convite para ir com o seu namorado a um concerto, a outra é um
pedido para que visite uma criança doente num bairro de lata. A rapariga é uma
grande apreciadora de música e receia bairros de lata. Ela deseja ir ao concerto e
estar com o namorado; ela receia as ruas imundas e as casas sujas, e evita correr o
risco de contrair sarampo ou febre. Mas ela vai ver a criança doente e não vai ao
concerto. Porquê?
Porque o seu sentido do dever é mais forte. Ora, o seu sentido do dever é em
parte devido à sua natureza – isto é, à sua hereditariedade –, mas é
principalmente devido ao meio. Como todos nós, a rapariga nasceu sem quaisquer
conhecimentos e com apenas uns rudimentos de uma consciência. Mas foi bem
ensinada e a instrução faz parte do seu meio. Este ensino, que faz parte do seu
meio, controla a sua vontade.
Quando alguém diz que a sua vontade é livre, quer dizer que é livre de todo o
controlo ou interferência; que pode dominar a hereditariedade e o meio.
Respondemos que a vontade é governada pela hereditariedade e pelo meio. A
hereditariedade e o meio tendo feito de um ser humano um ladrão, ele irá roubar.
A hereditariedade e o meio tendo feito honesto um ser humano, ele não irá
roubar.
Quer dizer, a hereditariedade e o meio decidiram a ação da vontade antes de ter
chegado a altura da vontade agir».
Robert Blatchford, Not Guilty,
Albert and Charles Boni, Inc., 1913, p. 35.
5.1. Mostre por que razão este texto pertence a um determinista radical.

 O texto pertence a um determinista radical porque a razão pela qual a rapariga


escolheu ir ver a criança doente em vez de ir ao concerto tem uma causa. A sua
decisão resulta de influências hereditárias e da maneira como foi criada e educada, por
isso resulta de acontecimentos anteriores.

5.2. Exponha as razões que um libertista apresentaria para negar a tese

que é defendida no texto.

 Para negar a tese que é defendida no texto um libertista diria que a jovem mesmo
tendo condicionantes que implicaram a sua escolha ( influências hereditárias), a
decisão de visitar a criança doente foi livre, pois esta podia ter ido ao concerto por
mais condicionada que estivesse pelas suas influencias hereditárias, ou seja, fez o que
quis, porque quis.

5.3. Um determinista moderado estaria completamente de acordo com o

autor do texto?

Bom trabalho! 😊

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