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A ILUSÃO DO “LIVRE ARBÍTRIO”

                                                                                    Por Lisandro Hubis


 
Tanto os biólogos ingleses Richard Dawkins, como Freud e Darwin
mostraram que, somos vítimas de nossas imposições inconscientes e das
forças que nos predispõem. Pois não somos totalmente responsáveis
pelo que fazemos ou deixamos de fazer.
Segundo a Física relativista de Einstein, a Quântica de Max Planck
e a Teoria das Incertezas de Heisenberg, há todo um determinismo
relativo nos fenômenos físicos.
E os seres apenas fazem aquilo que precisaria ser feito.
Até porque, os nossos comportamentos e decisões são
condicionados pelo ambiente em que vivemos, por nossa origem, por
nossa natureza, por nossa genética, por nossa idade, nossa saúde, nossa
cultura, nossa religião, nossa inteligência, a política, nossos traumas,
nossas fobias e os nossos vícios.
Sendo, assim, o famoso "Livre arbítrio" é só uma camuflagem,
onde escondemos que, mesmo antes de nascer, já somos condicionados
por fatores que podem ou não nos serem favoráveis.
Nas desordens do livre-arbítrio, Desordem Obsessiva Compulsiva,
Síndrome de Touree e nas síndromes em geral, o individuo faz coisas
involuntárias que ele não deseja fazer,como por exemplo, ir contra a
própria vontade, sentir alguma necessidade irresistível de lavar as mãos
várias vezes ao dia, realizar alguns tiques ou fazer movimentos sem que
o doente tenha a intenção de realizá-los.
A constatação de que, em prisões e hospícios de segurança
máxima, existe um número elevado de homens XYY, reforça o
conhecimento de que, o cérebro humano é guiado por emoções, instintos
e vários "Eus", que disputam entre si, o controle da mente...
Além disso, os que nascem com alguma deformidade, como por
exemplo, os Xifópagos Dicéfalos (um corpo com duas cabeças), são
provas de que, somos o que somos. De que não podemos mudar ou
ultrapassar os nossos limites biológicos. E de que não exercemos o “Livre
Arbítrio”. Já que mesmo antes de nascer, somos condicionados por
fatores que não nos seriam favoráveis.
Já que a biologia impoe limite ao que podemos fazer, e nunca
podermos escolhe TODAS as possibilidades que existem no universo, mas
sim, só algumas. È evidente que, as nossas escolhas atuais dependem
das escolhas que já foram feitas pelos que nasceram antes de nós. E dos
que interagem conosco.
Como tudo que acontece com o universo, a natureza e o homem
está ligado aos acontecimentos anteriores, aos acontecimentos atuais e
aos acontecimentos locais.Pois tudo têm alguma causa ou é fruto do
meio onde se encontra.
Fica evidente que, as “escolhas” humanas atuais dependem da
personalidade, da capacidade, dos recursos disponíveis e dos que
interagem com o indivíduo.
Até porque, estamos todos subordinados aos fatores econômicos,
aos fatores sociais e aos fatores geográficos que nos governam.
A Liberdade é poder escolher o que é melhor para nós e não ter
que acreditar, ter que servir e ter que temer algum personagem
mitológico... E seria imoral, absurdo e injusto que alguém seja salvo e vá
para o Céu... simplesmente porque teve a sorte de nascer na época certa,
num local favorável, numa família adequada ou com alguma
característica vantajosa, sem defeitos físicos-mentais.
O famoso “Livre-Arbítrio” apregoado pelo suposto Deus dos
Hebreus, seria apenas uma ilusão e não uma escolha pessoal. Mesmo
que o falado “Livre Arbítrio” influenciasse o chamado “mau moral”,
ocasionado pelas ações ou omissões do homem... É evidente que, a
ilusão do “Livre Arbítrio” não tem nenhuma influência sobre os males
naturais.
Os acontecimentos sobre os quais não temos controle e a
inevitabilidade dos seres da pirâmide alimentar precisarem se devorar
uns aos outros.
Explique por que no mundo criado por um Deus misericordioso, o
forte vive do fraco? O superior usa o inferior. E em todas as biosferas, há
criaturas espreitando para atacar outras criações? Por que o conforto de
um espécime depende do trituramento de outras, consideradas
inferiores, seu alimento ou sua fonte de recursos?
Embora o homem seja a criatura menos efêmera de todas e todo
dia seja dia dele fazer o que lhe dá na veneta. As ações, crenças e
liberdade de escolher dos humanos sofreriam pressões e interferências,
já que nossas possibilidades de acreditar, contestar ou mesmo de fazer
algo, seriam limitadas pelo nosso genótipo, a influência dos que
interagem conosco, o momento histórico e os recursos de que dispomos.
O “Livre arbítrio é uma tolice ou uma utopia”, até porque tudo o que
acontece com o homem e o universo, está interligado aos
acontecimentos anteriores, ao atual e aos acontecimentos locais. Está
subordinado aos fatores sociais, geográficos e econômicos. È o fruto do
meio onde nos encontramos. Depende da nossa personalidade e do que
está interagindo conosco. E os livros religiosos são tão seletivos no uso
dos relatos. Que citam os fatos favoráveis às suas idéias, mas ignoram
ou interpretam à sua maneira tudo o que lhes poderia ser desfavorável.
Como não podemos escolher entre TODAS as possibilidades existentes.
Não pedimos para nascer, não podemos escolher o nosso sexo, a
nossa raça o nosso biótipo. Viemos pagar pelo nosso comportamento
passado, evoluir ou cumprir alguma missão. Podemos ser vítima de
algum CRIME, de algum ACIDENTE, de algum AGRESSOR ou ter o nosso
corpo invadido pelo DIABO...
Deus é um julgador que impõe o seu juízo à força.
Desde o momento em que foi criado, o homem foi proibido de
poder fazer certas coisas...E o próprio Jesus já dizia que, não fazia a sua
vontade... Mas sim, a Vontade do seu Pai e "Quem quiser vir após mim
NEGUE-SE a si mesmo tome a sua Cruz e siga-me".
Além do “Livre arbítrio” não existir, do sacrifício do personagem
Jesus, que teria morrido na Cruz para dar perdão aos nossos pecados
anteriores, ser pura mitologia, e Lutero ter negado o “Livre arbítrio”, a
tal ponto, que chegou a escrever um livro intitulado "O arbítrio escravo".
Na sua “Doutrina da dupla predestinação”, Calvino defendeu a
tese de que, Deus criaria os homens já destinados ao Céu ou ao Inferno...
É que o Inferno seria apenas um lugar mitológico, virtual e de localização
indefinida.Já que as superstições são só uma forma de preencher o vazio
existente nas mentes dos que não conseguem se emancipar do
sobrenatural.
Quando os humanos não tivessem medo do Inferno e não
acreditarem mais na “Vida Eterna”, eles não seguirão os seus líderes
religiosos.
Como a crises, as catástrofes, as dificuldades e o “Adapte-se ou
morra”, não são regidas por forças sobrenaturais, mas sim, a única
forma que a “Mãe natureza” encontrou para selecionar os que vivem em
ambientes hostis ou competitivos. Para obter segurança e
responsabilizar alguém por tudo de ruim que possa acontecer, os
místicos criaram a saída de acreditar no Demônio.
Todavia eu insisto que o Demônio não existe! E alego que, mesmo
que o Demônio existisse, ele não seria o culpado por nossos fracassos,
perversões, fraquezas ou taras.
Pois um Deus onipresente, onipotente, onisciente, eterno, que
detêm a pose plena e simultânea de todos os seus poderes; que tudo vê
tudo ouve tudo pode e que já saberia de antemão o que iria acontecer...
Não poderia ter sido enganado por Lúcifer até o último minuto.Ainda
que não exista o mais leve sinal de que Deus tenha se envolvido em
qualquer uma das trapaças do Diabo.
Se Deus já saberia que o Demônio se tornaria desobediente e cruel.
Tinha conhecimento de que num determinado momento, dia, hora,
minuto, circunstância e local, sua criatura, terminaria se rebelando. E se
mesmo antes de criar o Demônio, Deus já saberia tudo o que iria
acontecer... Por que Deus teria dado ao Demônio o “domínio sobre a
Terra”?
‘E por que Deus não seria um inapto, ou mesmo um “cúmplice por
omissão”, das coisas feitas pela criatura que Ele imaginou, criou e pôs no
mundo, com o propósito deliberado e específico, de arruinar os seus
filhos rebeldes?

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