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1. Espécies de Tributos
Farto dos garridos reclamos e anúncios luminosos na cobertura de prédios
lisboetas, que segundo o presidente da CML desarmonizavam a estética da cidade e
afastavam os turistas, o executivo camarário de Lisboa apresentou à respetiva
Assembleia Municipal uma proposta de criação de uma Taxa Especial a incidir sobre
todo e qualquer objeto e estrutura publicitária colocado na cobertura ou telhado dos
imóveis sitos nos bairros históricos do Castelo, Mouraria, Príncipe Real e Chiado.
Ainda de acordo com a proposta, o tributo deveria assentar sobre (i) o valor tributário
dos prédios e, sempre que este valor se revele manifestamente desatualizado, (ii) sobre
uma ponderação da média dos rendimentos sujeitos a IRS declarados pelos proprietários
desses imóveis. A referida proposta propunha também a criação de isenções específicas
para (i) os imóveis cujo valor patrimonial não excedesse os € 2.500 e para (ii) as sedes
dos partidos políticos.
Quid iuris?
RESPONDER QUE A I) CORRESPONDE A UMA IMPOSTO, A II) TBM; A
III) CORRESPONDE A UM BENEFÍCIO FISCAL.
CONCLUIR QUE: A TAXA ESPECIAL TEM CARACTERISTICAS DE
DIVERSOS TIPOS DE TRIBUTOS: ATENDENDO À SUA FINALIDADE,
APARENTA CARACTERISTICA DE TAXA PELO FACTO DE APRESENTAR
UMA ESSENCIA BILATERAL, NO SENTIDO DE APRESENTAR UM
SINALAGMA JURIDICO, OU UMA CONTRAPARTIDA IMEDIADA ESPECÍFICA
– PRESTAÇAO DE REMOÇÃO DOS ANUNCIOS PUBLICITÁRIOS. AS
CLAUSULAS CORRESPONDEM 2 DELAS A IMPOSTOS E A ULTIMA A
BENEFÍCIO FISCAL.
REFERIR INCONSTITUCIONALIDE DA 2ª CLAUSULA.
Resolução: a finalidade está certa. Havia uma preocupação relacionada com o bem estar
geral, já que se pode tratar de questões de ambiente, turismo, etc. há a utilização de um
bem semi publico.
Atendia a uma questão parafiscal. Aponta mais para contributo?
Identificação do tributo em geral – ou seja, identificar no caso que é uma taxa e falar,
em cada alínea, o que é contrariado de características dessa mesma taxa.
Na iii) falar que a ideia de isenção contraria a característica de bilateralidade da taxa, já
que não existe nenhuma contrapartida.
Os impostos poderão ter isenções (ex de isenções no IRS).
Taxa ad valorem – assenta numa percentagem; não tem um valor fixo. Ex: portagem
não é porque é um valor fixo.
Incide sobre o prédio – sobre o valor tributário do prédio; indícios de capacidade
contributiva.
Património (direto) vs. Rendimento (indireto)
Era contribuição especial? 4º/3 tem que ser serviço publico, entidades de base não
territorial, consignação de receita ou utilidade de grupo. Aqui no caso poderia ser, já
que estamos a falar de ambiente/turismo…
Taxas especiais até 2010 eram considerados inconstitucionais. O critério de caracter
alheio – estava-se a cobrar uma taxa sobre um espaço que era privado
Depois de 2010, os municípios passaram a adotar a ideia de remoção do obstáculo
jurídico, que por essa característica não são consideradas inconstitucionais.
165º + 103º/2 CRP Principio da legalidade – é a lei que cria um imposto.
Aqui existia uma ideia de presunção forte de contrapartida no caso de contribuição para
SS – é uma contribuição financeira; no caso da quotização por parte do empregador, não
existe presunção de contrapartida – é um imposto. Taxa social única – não há
relativamente uma taxa, mas tem este nome.
Substituição fiscal: primeiro é de referir no caso que estamos perante uma relação
jurídica tributária, sendo caracterizada por ser de direito público, entre sujeito ativo e
passivo, sendo o primeiro o titular do crédito tributário (18º/1 LGT) e o segundo está
submetido ao cumprimento da obrigação tributária (18º/3 LGT). No caso, o sujeito ativo
é o Estado (18º/1 e 2) e os sujeitos passivos no caso são os trabalhadores enquanto
contribuintes (18º/3 e 4 LGT) e a SPQ enquanto substituta tributária obrigada ao
cumprimento das prestações tributárias destes contribuintes (20º/1 LGT + 24º e 18º/2
LGT).
A retenção na fonte pelo 34º trata-se das entregas ao sujeito ativo pelo substituto
tributário dos rendimentos pagos pelo substituído e trata-se de um mecanismo de
substituição útil para auxiliar o fisco a liquidar e cobrar as receitas fiscais para garantir a
capacidade financeira do Estado.
18º/2 + 24º. Sujeito ativo estado. Sujeito passivo empresa enquanto substituto e
trabalhador enquanto contribuinte.
Tipo de rendimento: rendimento do trabalhado dependente categoria A 2º/1 a) Código
do IRS o próprio artigo segundo tem a referencia de salário, daí se aplicar aqui este tipo
de rendimento.
Retenção na fonte:
Por conta do imposto final a pagar – era o caso: 71º à contrário CIRS não se
aplica no artigo
A título definitivo
18º, 20º, 28º, 34º LGT – substituição tributária: sujeito ativo, o credor, vai exigir a
prestação tributaria a pessoa diferente do contribuinte. Não estamos confinados a uma
relação bilateral, mas triangular em que há o contribuinte, substituto e credor.
Contraordenação 114º
Crime 105º
Consiste em dinheiro que não pertence à empresa, esta terá que ser um “fiel
depositário”. A empresa tem dois deveres:
Reter na fonte
Entregar ao estado essa quantia retida
Processo de execução fiscal – reversão 23º/1 LGT: a empresa fica sujeita a juros
compensatórios (25º) já que terá de compensar o retardamento.
Contribuições:
Em sentido amplo
Em sentido restrito
4. Princípio da legalidade
Após a outorga, por parte da Assembleia da República, de uma lei de
autorização legislativa, onde se permitia ao Governo «tributar em IRS todos os
rendimentos pessoais que decorram de uma relação de trabalho dependente», é
aprovado um decreto-lei que prevê:
«1 – As prestações a que o trabalhador tenha direito por efeito da lei ou do
contrato de trabalho, assim como as despesas cujo encargo a entidade patronal
assuma no predominante interesse daquele, serão tributadas em IRS.
2 – O valor tributável das prestações e despesas a que se refere o número
anterior será o seu valor nominal ou, na falta deste, o valor mais próximo das
condições normais de mercado.
3 – As despesas do n.º 1 não serão dedutíveis para efeitos do apuramento do
lucro tributável em IRC e, acaso se mostrem excessivas, serão tributadas
autonomamente à taxa de 42%.
4 – Será fixada, por Portaria, a lista das prestações a que referem os n. os 1, 2 e
3, bem como os critérios concretos para apuramento do seu valor.
5 – São isentados do pagamento do imposto os trabalhadores da construção
naval.»
O Governo aprovou finalmente o decreto-lei que procede à alteração do imposto
sobre a venda de imóveis, pondo termo à imensa fraude que se tinha instalado no sector
da construção civil.
O imposto passa a ser calculado de acordo com o “valor objetivo” de cada
imóvel, um valor a fixar pelos serviços de finanças atendendo à sua “localização”,
“equipamentos” e “antiguidade”, bem como a “outros fatores relevantes” que a lei em si
mesma não especifica. Por portaria do Ministro das Finanças haver-se-ia de precisar
melhor estes elementos e o peso relativo de cada um no cálculo do valor tributável.
Ao valor assim determinado aplicar-se-ia uma taxa única de 2% nas grandes
cidades, podendo, fora delas, oscilar a taxa entre os 0,8% e 1%, consoante deliberação
das assembleias municipais, uma solução que a Federação dos Municípios Portugueses
sustenta ser inconstitucional por comprimir em demasia a autonomia financeira local.
Inconstitucionalidade orgânica pq não havia autorização legislativa.
Dois valores:
O valor declarado pelo sujeito passivo
O valor patrimonial tributário – apurado pela AT
O valor declarado sobrepõe-se ao VPT.
75º/1 LGT – presunção de boa fé o valor declarado pelo sujeito passivo. Ele beneficia
desta ideia de boa fé, e a AT poderá declarar em sentido contrário esta presunção. Se
conseguir reunir os indícios necessários que contrariem a presunção em favor do sujeito
passivo, inverte-se o ónus da prova.
Se atendermos ao artigo 11º EBF sobre aplicação no tempo das normas sobre
benefícios fiscais o nr1 indica que as normas que alterem os benefícios fiscais
só se podem afetar a factos tributários futuros – no caso, a eliminação do
benefício fiscal não se irá aplicar a anteriores contratações de jovens
desempregados, pelo que aí haveria uma violação do 103º/3 e do principio da
proteção da confiança, sendo inconstitucionalidade material.
Neste caso, não parece que houvesse nenhuma vantagem em que as mais-
valias fossem tributadas imediatamente. Assim, havia uma expetativa dos
particulares, fundada em boas razões e razões legítimas para que isto não
acontecesse. E não acho que prevalecesse o interesse público uma vez que
isto afetaria toda a gente que tivesse com os planos de vida (3º requisito) já
feitos para a continuidade da tributação das mais-valias em determinada altura
e que teria toda a sua vida afetada em função desta nova medida legislativa.
Princípio da confiança violado – não pode haver retrospetividade (103º/3).
Quid iuris?
10º/3 vs. 43º/1
STA considera ser de obrigação única.
6. IRS e IRC: capacidade contributiva, coleta mínima e sinais exteriores de
riqueza, finalidade do imposto, confisco, dedutibilidade de gastos
Sistema fiscal PT – ideia de prejuízos e lucros do ano anterior; 52º CIRC
Matéria coletável – 15º/1 a) CIRC; 87º CIRC a matéria coletavel aplica-se a taxa que é
variável.
Aplicada a taxa temos a coleta – resulta da aplicação À matéria coletável do imposto.
90º e ss CIRC
IRC manual de Gustavo lopes Coimbra? Código anotado almedina
Por entre mais uma “crise das instituições democráticas”, a Assembleia da
República aprova um novo pacote de medidas de luta contra a fraude e a evasão fiscais.
Princípio da tributação do rendimento real – Princípio do abuso fiscal:
quanto às medidas adotadas pela AR, podemos indicar estar no âmbito do
princípio do rendimento real presente no art.104º/2, nesse onde se define o
rendimento a tributar, que é definido pelo rendimento real (diferença entre os
proveitos e gastos) ou pelos métodos indiretos. O lucro tributável está ainda
densificado no 17º/1 CIRC que parte do resultado apurado pela contabilidade,
mas que não depende totalmente desse resultado. É adaptado aos princípios e
finalidade jurídico-fiscais como o princípio da igualdade, capacidade
contributiva nas suas manifestações do rendimento real e de proibição de
abuso fiscal.
O Direito fiscal noa pode aceitar sem reservas o conceito de lucro
contabilístico, por uma questão de prevenção, estabelecendo limites às
deduções de gastos, transmissões de prejuizões e todas as normas que
reduzam a capacidade contributiva, pelo que se estabeleceu o 23º CIRC para
determinar os gastos indispensáveis.
Visto que a AR pretende evitar a continuação de fraude e evasão fiscais isto
respeita o princípio do abuso fiscal, esse que é uma manifestação do princípio
da igualdade e se traduz no facto de sempre que os gastos possam ser
utilizados abusivamente pelo sujeito passivo, provocando a erosão das bases
tributárias, é legitimo ao legislador impedir/limitar a dedução desses gastos.
Guia-se por um tipo médio de dedução de gastos ou até mesmo pela
impossibilidade de dedução.
Normas anti-abuso: (51º/14 CRP) são adotadas medidas anti-abuso para
evitar estes comportamentos, sendo exemplo o 23º-A CIRC que estipula quais
os gastos que não são dedutíveis
Ideia de fraude e evasão fiscais como meios ilícitos – a fraude consiste
num conceito utilizado para infrações fiscais (tipo legal 103º e 104º do Regime
Geral das Infrações Tributárias); a evasão fiscal consiste em infrações
administrativas ou criminais que são sujeitas a sanções específicas; estas têm
de estar tipificadas na lei formal (165º/1 c) e d) + nr2 CRP) e é ainda um
conceito que abrange todos os diferentes tipos de crimes e contraordenações
fiscais utilizado para situações de abuso ou elisão fiscal (73º/10 CIRC).
A evasão e a fraude fiscal distinguem-se – são ambas atividades puramente
ilícitas, contra legem. Repercutam-se na aplicação de crimes ou
contraordenações visadas para as matérias fiscais. A evasão contem todos os
ilícitos, enquanto a fraude consiste num tipo apenas.
Elisão fiscal – deriva de lacunas não intencionais existentes no OJ; tem como
finalidade exclusiva de evitar as normas de incidência, ou reduzir/eliminar a
matéria tributável ou coleta do imposto, não existindo correspondência entre a
forma jurídica adotada (licita) e a substancia do negócio, havendo um
“esquema artificial” ou não existindo “razoes económicas válidas” para o
negócio. As principais práticas de elisão são a utilização de NJ ou atos que
visam contornar a lei/o propósito do legislador; interpretação da lei fiscal em
sentido diverso daquilo que pretendia ser o objetivo do legislador.
legitimidade da AR para legislar – Por fim, note-se que a AR tem
competência para legislar sobre a fraude e evasão fiscal presente no art.165º/1
c) e d) CRP, podendo ainda o Governo legislar sob autorização legislativa.
Antes do mais, todas as empresas passam a estar sujeitas a uma coleta mínima
no valor anual de mil euros, a aplicar já relativamente ao ano em curso e
independentemente dos lucros que resultem da sua atividade. Trata-se de uma medida
com um propósito elementar de moralização a que se soma a eliminação de todos os
benefícios fiscais relativos a cooperativas, fundações e instituições de utilidade pública,
dados os abusos que nesta matéria têm vindo a ser constatados pela Administração.
Atender a aplicação ao ano em curso – primeiramente analisando a ideia de
aplicação da lei ao ano em curso, já que se trata de tributar empresas estamos
no âmbito do IRC, imposto de formação sucessiva, sendo uma obrigação
periódica. A jurisprudência entende que o 103º/3 CRP apenas proíbe a
retroatividade absoluta, não se estendendo à retrospetividade – que é o caso.
Há um facto que se formou no passado, mas que ainda vigora no presente e
tem efeitos para o futuro. A lei nova seria aplicável a situações que se mantêm
no ano em curso – isto desde que não violasse o teste da confiança estipulado
pelo Ac.128/2009:
Comportamento que crie expetativas nos particulares (criação de
benefícios fiscal – expetativa de que vai durar durante o prazo
determinado)
Expetativas fundadas em boas razões, legítimas e fundadas (confirma-
se. Expetativa legítima. Investimento na confiança. Contratação de
jovens desempregados. Do nada o Estado vem dizer que
retroativamente retira o benefício fiscal)
Planos de vida
Não haver interesse público que se sobreponha (18º/2 CRP)