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APRESENTAÇÃO
Bons estudos.
DESAFIO
Nos tempos atuais, dada a velocidade das informações, é sabido por todos que são serviços
públicos essenciais os de segurança pública, educação e saúde. Nesta ótica, podemos constatar
que os recursos necessários para o cumprimento desta obrigação por parte da União, Estados e
Municípios estão relacionados à arrecadação tributária. Porém, na prática, se estuda a criação
dentro do Sistema Tributário Nacional, de um tipo de tributo específico para financiamento de
guerra, pois surge o entendimento que, mesmo sem perigo eminente de tal situação, o País
necessita criar reservas para este fim.
Com base na Constituição Federal, se aplica a União instituir um tributo sobre guerra?
Justifique sua resposta.
INFOGRÁFICO
Neste infográfico, você pode verificar que o Sistema Tributário Nacional é constituído por um
conjunto de dispositivos legais que determinam o poder de tributar do estado. Ele existe para
regular as relações da sociedade com a finalidade de atender aos seus princípios fundamentais,
ou seja, sistema existe para exigir a cobrança de tributos, que devem resguardar as garantias
fundamentais do cidadão.
CONTEÚDO DO LIVRO
Existe um conjunto de normas legais que formam o Sistema Tributário Nacional. A Constituição
Federal não instituiu tributo algum, mas definiu exatamente qual o poder da União, Estados e
Municípios em legislar. Acompanhe no capítulo Sistema Tributário Nacional da obra
Constituição e Tributação.
CONSTITUIÇÃO E
TRIBUTAÇÃO
Magnum Eltz
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-404-5
Introdução
Este capítulo é dedicado ao entendimento do Sistema Tributário Na-
cional (STN) no que diz respeito à fiscalização tributária pública e ao
seu propósito. Você analisará a Constituição Federal do Brasil e a fonte
primária de toda a ordem jurídica, instituída a partir do art. 145 até o
art. 162 do STN. Nesses artigos, encontramos a definição de competên-
cias tributárias entre os entes políticos da Federação, que são a União,
os estados, o Distrito Federal e os municípios. Ademais, entre outras
questões tributárias, também se definem, nesses artigos, as limitações
ao poder de tributar.
tributário aplicáveis à União, aos Estados e aos Municípios”, uma vez que
o seu Livro 1º trata exatamente do STN e o segundo das regras gerais do
Direito Tributário. No entanto, ao ser incorporado à Constituição Federal
de 1988 a partir da manifestação explícita contida no art. 34, § 5º, do Ato de
Disposições Constitucionais Transitórias, “que assegura a validade sistêmica
da legislação anterior” (CARVALHO, 2012, p. 299), o CTN se integra ao
STN. Esse sistema é composto pelas disposições contidas no próprio CTN e
na Constituição Federal como um arranjo legislativo que compõe a criação
dos tributos, recepcionados pelo novo ordenamento jurídico pós-1988, e a sua
regulação pelas disposições preexistentes do CTN de 1966, pois:
A legislação do STN pode ser identificada como legislação no seu sentido formal,
composta pela Constituição Federal, por leis ordinárias e complementares, bem como
tratados internacionais ratificados pelo Congresso Nacional e pela legislação em sentido
amplo, dotada de requisitos de generalidade e abstração que compreendem normas
administrativas e decisões judiciais. Outras fontes do Direito, como costumes e tratados
internacionais não ratificados, também fazem parte do STN.
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Amaro (2006) explica que compõem funções típicas das leis complementares
estabelecer normas gerais de direito tributário. Embora a disciplina geral do
sistema tributário já esteja na Constituição, obedece ao quadro constitucional
aumentar o grau de detalhamento dos modelos de tributação criados pela Cons-
tituição Federal. Segundo o autor, poderíamos dizer que a Constituição desenha
o perfil dos tributos (no que concerne à identificação de cada tipo tributário, aos
limites do poder de tributar, etc.) e que a lei complementar adensa os traços gerais
dos tributos, preparando o esboço que, finalmente, será utilizado pela lei ordinária.
À lei ordinária, compete instituir o tributo, na definição exaustiva de todos os
traços que permitam identificá-lo na sua exata dimensão, ainda abstrata, pois
a dimensão concreta dependerá da ocorrência do fato gerador. Este, refletindo
a imagem minuciosamente desenhada na lei, originará a obrigação tributária.
É no contexto da segunda atribuição constitucional das leis complementares
que o autor elucida sobre a superada discussão da recepção do CTN, uma vez
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Vigorava, então, a Constituição de 1946, que não previa a figura de lei com-
plementar, como modelo legislativo diferenciado da lei ordinária. Aquela
Constituição (art. 55, XV, b) inseria na competência da União a tarefa de criar
normas gerais de direito financeiro (naquela época, abrangendo o direito
tributário, que ainda não ganhara foros de ramo autônomo), e a União cumpria
suas incumbências legislativas por meio de lei ordinária.
Esse tipo de problema foi resolvido pelo princípio da recepção, segundo o qual as
normas infraconstitucionais anteriores à Constituição são recepcionadas pela nova
ordem constitucional, salvo no que contrariarem preceitos substantivos do novo
ordenamento.
Por conseguinte, é a lei ordinária (da União, dos estados, do Distrito Federal
ou dos municípios) que implementa, em regra, o princípio da legalidade tributária.
Conforme referido, a Constituição não cria tributos, mas define competências.
Em regra, a lei complementar também não cria tributos, mas complementa a
Constituição. Segundo proposto por Amaro (2006), a regra é a lei ordinária
exercer a tarefa de criar, in abstracto, o tributo, que, in concreto, nascerá com
a ocorrência do fato gerador nela previsto. Assim, enquanto a Constituição cria
tributos de forma imprópria, a função das leis ordinárias é a criação própria
desses tributos, cumprindo com o preceito da legalidade tributária.
Uma alternativa legal à lei ordinária são as chamadas leis delegadas. Amaro
(2006, p. 172) orienta que “[...] são elaboradas pelo Presidente da República
sobre matérias específicas, [...] prestam-se à criação de tributos (ressalvados os
que demandem lei complementar), matéria que não se inclui entre as vedadas
pelo art. 68”. Segundo ele, no Direito Tributário:
[...] não se tem feito uso desse modelo normativo, que, previsto também
na Constituição de 1967, sofria então a concorrência dos decretos-lei e dos
projetos de urgência, mecanismos mais céleres que o das leis delegadas; na
atual Constituição, as medidas provisórias têm deixado no esquecimento a
figura da lei delegada (AMARO, 2006, p. 172).
[...] vimos, também, que, por ato do Poder Executivo, pode ser reduzida e
restabelecida a alíquota da contribuição referida no art. 177 da Constituição.
Esses atos do Executivo, obviamente, não se confundem com os decretos
regulamentadores, expedidos para fiel execução da lei (CF, art. 84, IV), aos
quais não cabe, pois, modificar a lei ou inová-la em nenhum aspecto do fato
gerador do tributo (AMARO, 2006, p. 189),
O autor também explicita que o CTN outorga competência aos atos nor-
mativos expedidos pelas autoridades administrativas (art. 100, I). Trata-se das
portarias, instruções, etc., editadas pelas autoridades, visando explicitar precei-
tos legais ou instrumentar o cumprimento de obrigações fiscais (por exemplo,
ao aprovar modelos de documentos a serem utilizados pelos contribuintes).
Dessa forma, conclui-se que o STN é composto por normas das mais varia-
das naturezas jurídicas, que desempenham importantes funções dentro desse
sistema normativo específico. Embora a definição de legislação tributária do
CTN seja completa, essas fontes esparsas possuem funções maiores e menores
dentro da organização e funcionalidade do Direito Tributário. Elas apresentam:
ALEXANDRE, R. Direito tributário esquematizado. 10. ed. São Paulo: Forense, 2016.
AMARO, L. Direito tributário brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 13 mar. 2018.
BRASIL. Emenda constitucional nº. 6, de 15 de agosto de 1995. Altera o inciso IX do
art. 170, o art. 171 e o § 1º do art. 176 da Constituição Federal. 1995. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc06.htm>.
Acesso em: 13 mar. 2018.
BRASIL. Lei nº. 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional
e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/L5172.htm>. Acesso
em: 13 mar. 2018.
CARVALHO, P. de B. Curso de Direito Tributário. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
DICA DO PROFESSOR
Veja a seguir mais detalhes que explicam como se constitui o Sistema Tributário Nacional.
EXERCÍCIOS
B) O sistema existe para exigir a cobrança de tributos, que devem resguardar as necessidades
dos políticos.
E) O sistema tributário instituído no Brasil é composto dos tributos, dos princípios e das
normas que regulam tais tributos.
NA PRÁTICA
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor: