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P R O F.

I S R A E L
“ Disciplina:
DIREITO TRIBUTÁRIO E
EMPRESARIAL
» CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO

» O conceito de tributo encontra-se descrito no artigo 3ºdo Código Tributário Nacional (Lei no 5.172/1966),
o qual traduz que: “Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela

Unidade 1 se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”.

» Unidade 1
» CONCEITO DE DIREITO
TRIBUTÁRIO
Para Souza (1993, p. 40), um dos percursores da ciência tributária no Brasil, “Direito Tributário é o ramo do direito público que rege
as relações jurídicas entre o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de
receitas que correspondam ao conceito de tributos”.

De acordo com Machado (2004, p. 63), defensor de uma concepção mais garantista, “é o ramo do Direito que se ocupa das relações
entre o Fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de limitar e protegendo o cidadão
contra os abusos desse poder”.
DIREITO FINANCEIRO E DIREITO TRIBUTÁRIO

O direito financeiro é o ramo do direito público (domínio deontológico, ciência do dever e da obrigação) que tem por objeto a
disciplina jurídica das atividades jurídicas do Estado, com exceção daquelas de natureza tributária. A exceção das atividades de
natureza tributárias é relevante porque essas atividades de criação, cobrança e fiscalização de tributos também são atividades
financeiras do Estado, mas pertencem ao objeto específico do direito tributário e foram extintas do direito financeiro (MAZZA,
2018).
DIREITO TRIBUTÁRIO COMO RAMO DO DIREITO PÚBLICO

Por estabelecer uma atividade de natureza formal, o direito


tributário é ramo de direito material, obrigacional, na relação
jurídica ligando o fisco ao contribuinte, direito comum no sentido
de ser aplicável à generalidade das pessoas.
RELAÇÕES DO DIREITO TRIBUTÁRIO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO

O direito financeiro é o estudo da normatização das atividades financeiras do Estado. Assim, entende-se que a criação, cobrança e fiscalização de tributos são atividades materialmente
financeiras, mas que foram subtraídas do campo de interesse do direito financeiro para integrar, pelo processo de especialização, o objeto do direito tributário (MAZZA, 2018).
Primeiramente, as relações do direito tributário com o direito constitucional decorrem principalmente do fato de que a Constituição contém as bases do ordenamento jurídico, é nela que
se encontra o próprio fundamento de validade do tributo, a outorga de competência tributária para as várias pessoas políticas (União, estados, Distrito Federal e municípios), e por fim,
define os lineamentos básicos do sistema tributário nacional (os princípios constitucionais tributários, as limitações ao poder de tributar, a discriminação de rendas e a repartição das
receitas tributárias). É também na Constituição que se regulam os tipos de normas veiculadoras de preceitos tributários e o respectivo campo de atuação, ou seja, quando a matéria é de
competência normativa da lei complementar, quais as matérias reservadas à lei ordinária, às resoluções do Senado Federal, os convênios etc.
O direito administrativo empresta ao direito tributário uma importante base valorativa e principiológica, como: os princípios administrativos da legalidade, impessoalidade, segurança
jurídica, publicidade, entre outros.

O direito civil contribui com diversos institutos e conceitos para o direito tributário, sendo um ramo de sobreposição porque utiliza conceitos e institutos próprios de outros ramos do
direito (MAZZA, 2018). Em todos os seus setores – direitos reais, direito das obrigações, direito de família, direito das sucessões –, fornece vários conceitos para a lei fiscal. Os contratos, as
relações de família, as questões sucessórias e a propriedade tramitam na seara tributária, constituindo fatos geradores para a cobrança de tributos.
O direito penal tem relação com o direito tributário, especialmente a existência dos chamados crimes contra a ordem tributária, tipificados na Lei no 8.137/90, que revogou a antiga Lei de
Sonegação Fiscal (4.729/65). O crime mais importante definido na Lei é o de supressão ou redução de tributo (MAZZA, 2018).
O direito processual penal colabora com os seus ritos utilizados para apuração e julgamento dos crimes contra a ordem tributária, sendo um ramo do direito público com o qual o direito
tributário tem uma relação de proximidade e colaboração (MAZZA, 2018).
O direito empresarial possui pontos de conexão com o direito tributário especialmente no que diz respeito ao tema da responsabilidade tributária (MAZZA, 2018).

O direito processual civil define as normas adjetivas (formais) a serem observadas quando a questão tributária material for levada a juízo pelo contribuinte ou pelo fisco (MAZZA, 2018). O
direito processual civil define as normas adjetivas (formais) a serem observadas quando a questão tributária material for levada a juízo pelo contribuinte ou pelo fisco (MAZZA, 2018).

O direito internacional público relaciona-se ao direito tributário com a celebração de tratados e convenções internacionais versando sobre questões tributárias. A participação do Brasil no
Mercosul tem criado novos desafios envolvendo tributação internacional, especialmente ao equilíbrio da balança comercial nas importações e exportações (MAZZA, 2018).
FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

Quando a palavra fonte é utilizada sob a ótica jurídica, adquire sentido próprio e especial, significando o nascedouro, o que determina as regras norteadoras de determinado
instituto.
As fontes são, portanto, o modo de expressão do direito. Em sistemas de direito escrito, como o brasileiro, a fonte básica do direito é a lei. Tal concepção é ainda mais importante no
direito tributário, uma vez que é regido pelo princípio da legalidade.
A doutrina e a jurisprudência exercem, também no campo tributário, sua importância na construção do direito, mas com influência mais restrita, em virtude do princípio da estrita
legalidade dos tributos. Cabe salientar a diferença entre legislação tributária e Lei tributária. Conforme quadro a seguir:
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

O substantivo fonte pode evidenciar vários sentidos, dependendo da interpretação que se lhe atribui. Comumente, poderíamos entendê-lo como “aquilo
que origina ou produz; origem, causa” (AURÉLIO, 2010).
Contudo, quando a expressão fonte é utilizada sobre o ponto de vista jurídico, adquire sentido próprio e específico, significando a origem das regras
norteadoras de determinado instituto. Fontes do direito são centros criadores de regras jurídicas, no direito tributário podemos encontrar as seguintes
fontes: materiais, reais e formais (primárias e secundárias). Fontes materiais são os órgãos habilitados pelo sistema para produção de normas tributárias,
assim como os acontecimentos sociais relevantes para criação de regras jurídicas.
Exemplo: Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, Presidência da República (na edição de medidas provisórias tributárias)
(MAZZA, 2018).
Fontes formais são os veículos introdutores de normas tributárias, como as leis ordinárias, as leis complementares, as medidas provisórias, a Constituição
Federal etc. As fontes formais se dividem em primárias e secundárias (MAZZA, 2018).
» EMENDAS CONSTITUCIONAIS
As emendas constitucionais podem modificar as regras tributárias contidas no texto constitucional, inserindo novos comandos ou suprimindo os já existentes sem violar as Cláusulas
Pétreas (MAZZA, 2018). As Cláusulas Pétreas são consideradas um Dispositivo constitucional que não pode ser alterado nem por Proposta de Emenda à Constituição (PEC). As cláusulas
pétreas inseridas na Constituição do Brasil de 1988 estão dispostas em seu artigo 60, §4º. São elas: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação
dos Poderes; e os direitos e garantias individuais (SENADO, 2018). Assim como ocorre com o próprio texto constitucional, as emendas constitucionais não criam tributos, pois esta tarefa é
exclusiva do legislador ao definir legalmente os cinco aspectos da hipótese de incidência tributária (aspecto pessoal, material, territorial, temporal e quantitativo) (MAZZA, 2018).

» LEI ORDINÁRIA
O direito tributário, em regra, é disciplinado por lei ordinária. O uso de lei complementar em matéria de tributação constitui exceção. Desta maneira, as leis
ordinárias são o veículo normativo mais importante para disciplina dos temas tributários não gerais de competência federal. Neste sentido, cabe à lei ordinária
disciplinar tudo aquilo que não estiver sobre reserva de lei complementar (MAZZA, 2018).

Todavia, como ocorre na esfera federal, a lei ordinária também é a


fonte formal mais importante para o direito tributário nos âmbitos
estadual, distrital e municipal. Compete à Lei Ordinária, entre
outros temas, instituir, majorar, reduzir e extinguir todos os
tributos de competência dos Estados, Distrito Federal e Municípios
(MAZZA, 2018).
MEDIDAS PROVISÓRIAS

A partir da publicação da medida provisória, o Congresso Nacional tem prazo de sessenta dias, prorrogável, uma vez, por igual período, para aprová-la ou rejeitá-la. Sua aprovação poderá
ser feita na íntegra ou com alterações. Por outro lado, havendo a rejeição da Medida Provisória, esta não pode ser reeditada. Por fim, apesar de ter força de lei, sua utilização é restrita. No
campo tributário, poderá ser utilizada para a instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, da Constituição da República (BRASIL, 1966b), só
produzindo efeitos no exercício financeiro seguinte, se houver sido convertida em lei até o último dia daquele ano em que foi editada.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I - importação de produtos estrangeiros;
II- exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários;
Art. 154. A União poderá instituir: II- na iminência ou no caso de
guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não
em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
LEIS DELEGADAS
Trata-se de ato normativo oriundo do Poder executivo, em forma de lei, emanado de delegação expressa do Poder legislativo, tão somente para casos específicos
e concretos
De acordo com o dispositivo constitucional sob enfoque, o Presidente elabora a lei delegada, após o deferimento do pedido de delegação formulado ao
Congresso Nacional, que o confere mediante resolução. O objeto da delegação é restrito, não podendo envolver os atos de competência exclusiva do Congresso
Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria adstrita à lei complementar e determinadas matérias próprias
da legislação. Por outro lado, no campo tributário não há restrições à delegação em matéria tributária, podendo a lei delegada instituir e aumentar tributos, nos
casos em que não se exige lei complementar.

DECRETOS REGULAMENTARES
Decretos e regulamentos são atos administrativos gerais e abstratos, expedidos privativamente pelos Chefes do Executivo (MAZZA, 2018).
Ainda no que corresponde ao decreto regulamentar, conforme determinação do art. 84, inciso IV, da Constituição Federal (BRASIL, 1988), é de competência
privativa do Presidente da República “sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”. O decreto,
portanto, traça as regras para a fiel execução da lei da qual é dependente, sendo mero complemento e de cujos limites não se pode afastar, observadas as regras
de interpretação estabelecidas pelo Código Tributário Nacional.
NORMAS COMPLEMENTARES
Norma complementar é aquela que completa uma norma constitucional que não é autoexecutável, ou seja, não possui eficácia própria e está sujeita à aprovação
por maioria absoluta. As normas complementares do Direito Tributário são estabelecidas pelo art. 100 do Código Tributário Nacional (BRASIL, 1966a) e,
juntamente com as fontes principais, compõem a legislação tributária. O artigo 100 do CTN afirma serem normas complementares à legislação tributária:
» ATOS NORMATIVOS
Os atos normativos são normas genéricas expedidas pelas autoridades administrativas, visando, com maior detalhamento, explicar o conteúdo e alcance do
regulamento. Assim, interpretam certo ponto sujeito à atuação administrativa, restando ao contribuinte o seu cumprimento. São exemplos: as portarias, as
circulares, as resoluções, os pareceres normativos, entre outros. Assim como os decretos regulamentares, os atos normativos obedecem ao rigor hierárquico das
normas, pelo que devem guardar conformidade à lei da qual são dependentes. Devido a sua natureza infralegal, não podem criar deveres e proibições e nem
contrariar dispositivos legais (MAZZA, 2018).

» DECISÕES ADMINISTRATIVAS
Por força de lei, as decisões administrativas possuem eficácia normativa. Elas são emitidas por órgãos singulares ou coletivos, por exemplo, os pareceres
normativos proferidos pela Secretaria da Receita Federal, as decisões dos Conselhos de Contribuintes do Ministério da Fazenda, entre outros. Importante
ressaltar que portaria do Ministro da Fazenda vem sendo utilizada para modificar as alíquotas do II (Imposto de Importação) e do IE (Imposto de Exportação).
Trata-se de uma delegação ao Ministro, da competência atribuída ao Presidente da República para, nos limites da lei, promover a modificação das alíquotas
desses tributos aduaneiros (MAZZA, 2018).

CONVÊNIOS
Os convênios são ajustes ou acordos que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios celebram entre si, para a prática ou realização em conjunto de
certos e determinados atos. Podem, os convênios, visar à execução de suas leis, serviços ou decisões, através da atuação de funcionários federais, estaduais ou
municipais.
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA
Interpretar uma lei significa extrair seu exato conteúdo, significado e alcance. A interpretação é necessária para que se possa aplicar a lei às situações concretas
sob estudo. O processo de descoberta do sentido e vontade da lei diante de certo caso, frequentemente, demanda um trabalho muito mais amplo do que a
simples leitura do texto legal. Com a finalidade de facilitar o entendimento e alcance da legislação tributária, tanto ao administrador tributário quanto ao
administrado (contribuinte e/ou responsável), o Código Tributário Nacional (BRASIL, 1966a) coloca várias regras de interpretação e integração, evidenciadas
precisamente nos artigos 107 ao 112, o qual será objeto de nosso estudo, neste último tópico desta unidade.
INTEGRAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Na integração, o operador do direito vale-se do argumento de ordem lógica, como a analogia, a equidade, bem como os demais previstos no art. 108 do Código
Tributário Nacional, sob uma perspectiva que está fora do alcance do texto expresso da norma (BRASIL, 1966a). Neste sentido, a integração é o processo pelo
qual o operador do direito, utilizando instrumentos oferecidos pelo próprio sistema jurídico, supre a ausência de norma específica para regulação de determinado
caso, preenchendo as chamadas lacunas da lei (MAZZA, 2018).
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Prevê o art. 108, após a analogia, o emprego dos princípios gerais de direito tributário, como outro instrumento de integração, que se encontram na Constituição
Federal (BRASIL, 1988), tais como:
» a) da capacidade contributiva: (art. 145, §1º da CF/88); A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: § 1º Sempre que possível, os
impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte;
» b) da estrita legalidade: (art. 150, inc. I da CF/88): Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I -
exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
» c) da anterioridade da lei: (art. 150, inc.III, alínea “b”, da CF/88): III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
» d) da proibição do confisco: (art. 150, inc. IV da CF/88): IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
» e) da proibição das barreiras tributárias interestaduais e intermunicipais: (art. 150, inc.V da CF/88): V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
» f) das imunidades de impostos: (art. 150, inc. VI, da CF/88): VI - instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e
de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. e) fonogramas e videofonogramas musicais
produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser;
» g) das competências privativas: (arts. 153 a 156 da CF/88): Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior,
de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
» PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PÚBLICO
» Como já aprendido em tópico anterior, o direito tributário é considerado ramo do direito público. Portanto, por consequência natural e legal, deve-se procurar neste os princípios
aplicáveis aos casos sob estudo, os quais não se tenha norma jurídica expressa e não se tenha alcançado o êxito no processo de integração, através da analogia e dos princípios gerais de
direito tributário. A principal fonte da qual emanam tais princípios é a Constituição Federal. Podem ser mencionados os seguintes princípios B (RASIL, 1988):
» a) da isonomia ou da igualdade perante a lei: (art. 5º, da CF/88): Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
» b) da irretroatividade das leis: (art. 5º, inc. XLV, da CF/88): Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
» c) da ampla defesa dos litigantes em processo administrativo e judicial: (art. 5º, inc. LV da CF/88): aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
» d) da liberdade profissional: (art. 5º, inc. XIII, da CF/88): é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
» EQUIDADE
» O verbete equidade pode ser encontrado em dicionários comuns ou vocabulários jurídicos. Vejamos o conceito apresentado por Aurélio (FERREIRA, 1986, p. 675) a respeito da palavra
equidade:
» Equidade. [Do lat. aequitate.] S. f. 1. Disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um. 2. Conjunto de princípios imutáveis de justiça que induzem o juiz a um critério de
moderação e de igualdade, ainda que em detrimento do direito objetivo. 3. Sentimento de justiça avesso a um critério de julgamento ou tratamento rigoroso e estritamente legal. 4.
Igualdade, retidão, equanimidade. [Var. pros.: equidade.]
» A equidade, portanto, funda-se na ideia de igualdade, sendo aplicada para a consecução do justo. Representa aquele sentido de justiça que, por vezes, se separa da lei para atender a
circunstâncias concretas que, se não levada m consideração, cometer-se-ia a pior das injustiças.

» PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PRIVADO


» Quanto à utilização dos Princípios Gerais de Direito Privado, assim determina o Código Tributário Nacional, em seu art. 109 (BRASIL, 1966a, s.p.): “Art. 109. Os princípios gerais de
direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários”. É
importante salientar que este artigo se refere aos princípios gerais de direito privado, e não às leis de Direito Privado. Assim, os conceitos, as formas, os institutos encontrados no
Direito Civil, prevalecem no Direito Tributário.
» VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

» Vigência da legislação significa legislação em vigor, ou seja, válida para ser aplicada. É o termo jurídico que expressa a existência da lei tributária. Ela se verifica
com a publicação da lei no Diário Oficial. Assim que são promulgadas e publicadas as leis, inclusive as tributárias, estas passam a existir no ordenamento
jurídico. Esta sua existência não se confunde, necessariamente, com a produção de seus efeitos, isto é, são frequentes leis que, embora já aprovadas e
promulgadas, não possuem ainda a eficácia, ou porque não decorreu o prazo previsto para que entrem em vigor, ou porque sua eficácia se encontra paralisada
pela incidência de um princípio constitucional, como o da anterioridade, ou do prazo nonagesimal.

» APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA


» A aplicação da legislação diz respeito a sua incidência sobre os fatos concretos, produzindo, dessa forma, efeitos jurídicos, quais sejam, os direitos e
obrigações para as partes envolvidas (sujeitos ativo e passivo) na relação jurídica tributária. A regra geral, inclusive as leis tributárias, é de que as normas
sejam elaboradas para regular fatos futuros, consoante o estabelecido no art. 6º, caput, da Lei de Introdução do Código Civil Brasileiro: as leis não retroagem,
mas têm efeito imediato e geral (BRASIL, 2002b). Em matéria tributária, no aspecto temporal, o importante é o momento da ocorrência do fato gerador. Assim, a nova norma só é aplicável aos fatos
geradores futuros ou ainda pendentes (BRASIL, 1966a).
APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Há algumas situações excepcionais em que é possível a aplicação da lei tributária nova a fatos passados, mesmo que ela nada dita nesse sentido. Esse acontecimento é chamado de
retroatividade benigna, em matéria de infrações.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação
ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei
vigente ao tempo da sua prática.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplica-se
ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os
poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.
UNIDADE 2

CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS


“ Disciplina:
O ÚNICO LUGAR ONDE O SUCESSO VEM ANTES DO TRABALHO
É NO DICIONÁRIO

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