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Graduanda: Nicolli Mendes Theodorovicz Turma 6.

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Atividade 14 - Direito Tributário

Questões:

1. Precisar o sentido da expressão “normas gerais de direito tributário”, a partir da


análise do termo “gerais”?

As normas gerais do direito tributário são pertencentes ao sistema tributário nacional e


sujeitas ao regime jurídico manifesto na Constituição Brasileira, do qual extrai deste último toda sua
possibilidade de reflexo e efeitos. Paulo de Barros de Carvalho enuncia o sistema como sendo um
conjunto estruturado de proposições unitárias harmônica relacionadas entre si por um ponto
comum. Assim, respaldando-se no esclarecimento de Aurora Tomazini de Carvalho, pode-se
agregar que tal conceito faz referência a ideia de “uma totalidade construída, composta por várias
partes – um conglomerado”. O ordenamento jurídico corresponde a um conjunto de normas
positivadas, sendo a união de dispositivos no texto das leis. Nesse sentido, pode-se dizer que o
direito posto não alcançaria o status de sistema, no qual o termo é reservado para designar a
contribuição da atividade do jurista. Sendo assim, o conjunto de textos brutos que traduzem a lei
pode ser chamado de ordenamento, ao passo que somente se estará diante de um sistema quando
houver a interferência do jurista, interpretando a letra da lei e transformando-a em norma.

2. Diferençar lei complementar nacional de lei complementar federal.

A Lei Complementar é utilizada em matéria tributária para fins de complementação e


atuação constitucional. A Lei Complementar serve para complementar dispositivos constitucionais
tributários não autoaplicáveis, dispositivos de eficácia limitada. Por sua vez, importa frisar que a
Lei Complementar, ainda que vigente em toda a extensão territorial nacional, não é superior às leis
federais ordinárias. O seu caráter de lei geral em matéria tributária e seu quórum especial são o que
destacam a Lei Complementar no ordenamento jurídico. Acima dessas leis, como lei maior, está a
Constituição, bem como seu âmbito de validade está sempre ligado ao desenvolvimento e a
integração do texto constitucional.
Destarte, o at. 146 da Constituição Federal destaca: Art. 146. Cabe à lei complementar: I -
dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III -
estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de
tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a
dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito,
prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado
pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados
no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e
da contribuição a que se refere o art. 239. Nos ensinamentos de como disse Souto Maior Borges, o
quorum exigido na Constituição - requisitos de existência e validade - fornece a diferença especifica
da lei complementar em contraste não só com a lei ordinária, mas ainda com as outras categorias
legislativas. É esse quórum atributivo que, ao somar-se ao gênero "atos normativos" forma a espécie
que distingue a lei complementar das outras espécies daquele mesmo gênero. Mas isso não basta,
porque a Constituição o associa, à inclinável exigência de inserção do ato legislativo num âmbito
material de validade próprio.

3. Explicar as diferenças entre as correntes dicotômica e tricotômica na aplicação das


normas gerais de direito tributário, posicionando-se perante a questão.

De acordo com o entendimento da corrente dicotômica do direito tributário, analisando o


enunciado do artigo 146 da Constituição Federal, pode-se visualizar apenas uma função para a lei
complementar, qual seja, estabelecer normas gerais em direito tributário. Estas normas gerais
teriam, assim, a finalidade de dispor sobre conflitos de competência ou regular limitações ao poder
de tributar, conforme explana Carlos Eduardo Pretti Ramalho. Ramalho ainda esclarece que para
essa teoria, os incisos do artigo 146 não podem ser interpretados de forma isolada. Com base no
princípio federativo e da autonomia dos municípios, a forma do exercício da competência tributária
dos entes tributantes não ser tolhida pelo legislador complementar, podendo, a referida espécie, ser
utilizada apenas com os objetivos de dispor sobre conflitos ou regular limitações. Por sua vez, a
corrente tricotômica defende a ideia de que a lei complementar prevista no artigo 146 da
Constituição Federal tem a tríplice função de dispor sobre conflitos de competência entre as pessoas
políticas em matéria tributária, regular as limitações constitucionais ao poder de tributar e
estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária.
4. O art. 3° da LC 116/03 prescreve que, para fins de incidência do ISS, considera-se local
da prestação do serviço o estabelecimento prestador, preceitua, porém uma série de exceções.
Pergunta-se: a) A norma veiculada pelo artigo 3° é geral (art. 146, III da CF) ou dirime conflito de
competência (art. 146, I da CF)? Considerando-se que é no local da prestação de serviços (que
normalmente coincide com o local do estabelecimento prestador) que se materializa o fato gerador
do ISS, conforme preconiza o artigo 146, inciso III, alínea “a”, e 156, inciso III, da Constituição
Federal, está em consonância com a Constituição Federal, não havendo portanto conflito de
competência.

4. O art. 3° da LC 116/03 prescreve que, para fins de incidência do ISS, considera-se


local da prestação do serviço o estabelecimento prestador, preceitua, porém uma série de
exceções. Pergunta-se:

a) A norma veiculada pelo artigo 3° é geral (art. 146, III da CF) ou dirime conflito de
competência (art. 146, I da CF)?

Considerando-se que é no local da prestação de serviços (que normalmente coincide com o


local do estabelecimento prestador) que se materializa o fato gerador do ISS, conforme preconiza o
artigo 146, inciso III, alínea “a”, e 156, inciso III, da Constituição Federal, está em consonância
com a Constituição Federal, não havendo portanto conflito de competência.

b) A legislação ordinária municipal deve observar tal mandamento?

c) Pode a lei complementar em caráter geral ampliar ou limitar a competência


impositiva dos municípios estabelecida na CF?

5. O A LC 70/91 estabeleceu isenção da COFINS para as sociedades civis de prestação


de serviços profissionais, que foi revogada pelo art. 56 da Lei 9.430/96. Pergunta-se:

a) Que posição ocupa, no sistema jurídico, norma inserida por lei complementar que
dispõe sobre matéria de lei ordinária?

b) Pode lei ordinária revogar norma introduzida por lei complementar? Neste caso, há
que se falar que a isenção da COFINS para as sociedades civis de prestação de serviços
profissionais está revogada:

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