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JUNTOS POR UMA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO MAIS FORTE

A importância da valorização da carreira de TI no Governo Federal


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Esse dossiê de valorização da carreira dos Analistas em Tecnologia da Informação (ATI) apresenta, com fatos e
evidências, argumentos que comprovam a real e urgente necessidade de que seja conduzida uma justa valorização
dos servidores públicos responsáveis por conduzir a política de Governo Digital na esfera Federal do Brasil. Nossos
esforços em direção a um Governo Digital mais eficiente têm rendido frutos impressionantes. Para mantermos e
expandirmos esses resultados, precisamos reconhecer e valorizar a espinha dorsal dessa transformação: os ATI.

1. AS CONQUISTAS DA CARREIRA COM A POLÍTICA DE GOVERNO DIGITAL NOS ÚLTIMOS ANOS


A plataforma Gov.br é um marco da transformação digital do governo brasileiro. Desde sua criação, ela já incorporou mais de 4.100
serviços públicos em sua estrutura digital e conta com mais de 150 milhões de cidadãos registrados. Esta evolução não só agilizou
processos e serviços, mas também estreitou e aprimorou a relação do cidadão com o Estado.

Além disso, em suma, os Analistas em Tecnologia da Informação desempenham um papel essencial para a continuidade e a evolução da
agenda de Governo Digital do Brasil que contribui sobremaneira para a melhoria da gestão governamental e do relacionamento entre o
Estado e a sociedade.

Os resultados já alcançados recentemente, de maneira exemplificativa, incluem:

• Em 2022, o Brasil ficou em 2º lugar no índice de maturidade em Governo Digital aferido pelo Banco Mundial;
• Mais de 4.100 serviços digitais oferecidos à sociedade brasileira;
• Maior eficiência e economia ao Governo e à sociedade (cidadão);
• Redução drástica no tempo médio de atendimento dos serviços públicos;
• Melhora nos índices de satisfação dos usuários de serviços públicos;
• Economia de mais de R$ 4,6 bilhões ao Governo Federal somente com a digitalização dos serviços;
• Economia de mais de R$ 3,5 bilhões aos cidadãos com deslocamento para atendimento presencial;
• Racionalização de custos com compras centralizadas de TIC em mais de R$ 1 bilhão de reais; e
• Elaboração e publicação de normativos, catálogos de soluções de TIC, orientações e modelos de contratações de serviços aos
órgãos do Governo Federal, que racionalizam e otimizam o uso dos recursos públicos.

Além disso, a atuação em projetos, programas e ações relevantes do Governo Federal, tais como: eSocial, Sisu, Enem, SouGov.BR,
Plataforma Gov.BR, Login Único, Plataforma de Automação Gov.BR, Auxílio Emergencial, Benefício Emergencial, Portal Gov.BR, Jornada
do Estudante, Meu INSS, CISC Gov.BR, Autocontrole de Defesa Agropecuária, ConecteSUS, TransfereGov entre outros.

Fontes: Brasil é segundo em governo digital no mundo (Banco Mundial) e Modelo de Custos de serviços públicos (Secretaria Nacional de Governo Digital).
2. O GOVERNO ESTÁ SOB ATAQUE CIBERNÉTICO
Nos últimos anos, a administração pública sofreu diversos ataques cibernéticos que afetaram as operações dos órgãos e a entrega de
serviços para o cidadão. O crescimento exponencial da transformação digital provocou um aumento, também exponencial, da superfície
de ataque, ou seja, quanto mais digital o governo for, mais estará sob a mira dos criminosos cibernéticos. A seguir são ilustrados alguns
exemplos de ataques relevantes que apareceram na mídia:

Dados oficiais do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República revelam que ocorreram mais de 18 mil incidentes
cibernéticos desde 2019. Tais dados que levam em consideração apenas as notificações que são realizadas para tal órgão, não refletindo
a realidade, que é infinitamente maior que isso.
Por ser o maior alvo de ataques cibernéticos na América Latina, estimativas de consultorias internacionais apontam que as perdas
financeiras com incidentes cibernéticos no Brasil em 2023 podem ultrapassar os 500 bilhões de reais. Para o setor público, envolve
também a ineficiência na garantia dos direitos fundamentais para os cidadãos, o que torna o prejuízo inestimável.
Os Analistas em Tecnologia da Informação (ATI) vem atuando fortemente para reverter tal quadro, por meio de ações sistematizadas
como o Programa de Privacidade e Segurança da Informação (PPSI), a criação do Centro Integrado de Segurança Cibernética do
Governo Digital (CISC Gov.br) e a publicação de mais de 15 guias operacionais para apoio aos órgãos e entidades.
Mas isso não é suficiente! Diagnósticos de 2022 revelam que:
§ 114 órgãos possuem um ou nenhum servidor dedicado para segurança da informação
§ 94 órgãos responderam que não possuem Equipe de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes (ETIR), e outros 28
órgãos responderam que possuem, mas que não é atuante;
§ 75 órgãos não possuem Gestor de Segurança da Informação, e outros 122 possuem o gestor, mas com acúmulo de funções;
§ 120 órgãos não possuem Processo de Gestão de Riscos de Segurança da Informação;
§ 122 órgãos não possuem Plano de Continuidade de Negócios;
§ 117 órgãos não possuem Plano de Recuperação de Desastres.
Sem ATI valorizados não há TI sustentando adequadamente a transformação digital e, sem isso, não haverá segurança cibernética.
Com isso, o Governo continuará sob ataque e nossos dados e nós, cidadãos brasileiros, é que estaremos em apuros!
3. A ENORME EVASÃO DE PROFISSIONAIS DE TI É O MAIOR DESAFIO DA AGENDA DIGITAL DO PAÍS

Nos últimos anos, a Secretaria Nacional de Governo Digital enfrentou grandes desafios para atrair talentos através de concursos
públicos e processos simplificados destinados à contratação de profissionais de tecnologia. Esses processos têm fracassado
reconhecidamente, em grande parte devido à baixa remuneração oferecida, resultando em vagas não preenchidas e na evasão constante
de profissionais.

A principal carreira do Governo Digital do Brasil, representada pelos Analistas em Tecnologia da Informação, enfrenta uma evasão
superior a 50%. Diariamente, esses profissionais são atraídos por outros concursos ou, em grande parte, pelo setor privado, que oferece
melhores condições de trabalho e uma remuneração mais alinhada à realidade do mercado de TI.

Situação Atual da Carreira


*Evolução de R$ 4 mil reais entre o início e o final de carreira, depois de, no
Comparação salarial com o setor privado: mínimo, 21 anos de serviços prestados ao Brasil (não há estímulo algum).

Governo Federal Mercado de TI no Brasil


- Inicial = R$ 10.452,19 - Inicial = R$ 17.050,00 **Salário de Gerente de TI, com base no estudo recém-lançado pela
renomada https://www.roberthalf.com.br/guia-salarial.
- Final = R$ 14,749,60* - Final = R$ 28.550,00**
Comparação com outras carreiras do setor público:

§ O Governo Federal não possui um plano de carreira definido, remuneração justa e compatível com as atribuições e
responsabilidades do cargo, nem incentivos para o desenvolvimento profissional. Isso torna inviável a retenção de servidores e
a atração de profissionais de Tecnologia, levando a uma taxa de evasão superior a 50%.

§ A dificuldade de atração é evidente, uma vez que as vagas dos três últimos concursos, realizados em 2009, 2013 e 2015, não
foram totalmente preenchidas. A situação não foi diferente na tentativa de contratação de profissionais temporários com perfis
mais técnicos em 2021, na qual também não se conseguiu ocupar todas as vagas disponíveis.
§ Essa situação tem resultado em uma insuficiência de servidores para gerenciar os numerosos processos críticos e
estratégicos, tais como: contratações públicas, gestão e fiscalização de contratos, segurança da informação e proteção dos
dados pessoais da população do país, incluindo o cumprimento da agenda de Governo Digital do Brasil.

§ Tal cenário de risco já foi objeto de Acórdãos do TCU (Acórdãos nºs: 2471/2008-TCU-Plenário; 1.200/2014-TCU-Plenário;
2326/2017-TCU-Plenário e 2789/2019-TCU-Plenário), Levantamento de Pessoal de TI - TCU (Levantamento de pessoal de TI -
TCU - 2015), Relatórios de Auditoria da CGU nos diversos órgãos do SISP; OCDE (“Digital Government Review of Brazil - Towards
the Digital Transformation of the Public Sector (2018))”; ONU (UN E-Government Survey 2020); IPEA (Atlas do Estado Brasileiro
(v.2.6.4a)) entre outras instituições e organismos nacionais e internacionais.

§ Os servidores convivem com um cenário de insegurança jurídica desde 2016 devido ao veto do dispositivo legal que criou, em
2010 o cargo, o que pode obstruir inclusive a realização de novos concursos sem que a situação seja resolvida.
“Com mais de 800 mil vagas abertas até 2025, especialista diz que Brasil precisa criar praticamente um exército de novos profissionais”
- 86% das empresas estão preocupadas ou muito preocupadas com a capacidade de reter profissionais de tecnologia nas empresas.
- 54% das empresas afirmam que a taxa de rotatividade (turnover) de profissionais de tecnologia aumentou nos últimos anos.
- 46% das empresas de tecnologia dizem que vão abrir vagas parar profissionais de tecnologia nos próximos anos.

Fonte: https://valorinveste.globo.com/objetivo/empreenda-se/noticia/2022/03/31/empresas-de-tecnologia-podem-criar-quase-800-mil-vagas-ate-2025.ghtml

4. VALORIZAR OS ANALISTAS EM TI É INVESTIR NO FUTURO DIGITAL DO PAÍS


Perceba a seguir como os Analistas em Tecnologia da Informação (ATI) possuem as características e os critérios mais adequados
para que o Governo faça um investimento na valorização desses profissionais, entendendo que, mais do que um justo reconhecimento,
esta é a oportunidade de resolver definitivamente os desafios do Estado para lidar de forma responsável com a agenda digital do País:

§ Uma carreira que possui um modelo de atuação moderno, de natureza transversal, em que o padrão de alocação desses
profissionais é descentralizado e eles estão em mais de 230 órgãos da Administração Pública Federal;

§ Com formação de nível superior, a carreira foi recém-criada (2009) e possui praticamente 100% da sua força de trabalho em
atividade, de maneira que o investimento realizado impactará na valorização direta de servidores ativos.

§ São profissionais com perfil de gestão e atribuições voltadas à gestão, uma previsão nas atribuições da Lei de criação do
Cargo, e que pode ser comprovado na prática pela alta taxa de ocupação em que 70% desses servidores estão em cargos de
liderança.

5. É PRECISO RETER ANTES DE ATRAIR NOVOS TALENTOS, NÃO O CONTRÁRIO!


Diante da recente autorização de 300 vagas para o concurso de Analista em Tecnologia da Informação, o Governo tem uma grande
oportunidade de resolver definitivamente o problema. Acontece que, considerando a precariedade nas condições atuais de trabalho e a
consequente evasão que afeta a carreira, caso a situação assim permaneça, o cenário certamente será o seguinte:

§ Mais um concurso fracassado, talvez o pior da história, pelo salário defasado e incompatível com a responsabilidade do cargo.

§ Ampliação da taxa de evasão, que além do mercado ainda aquecido, conta agora com um cenário de retomada dos concursos.

Contudo, se a Administração reconhecer a oportunidade que tem em mãos e implementar medidas de valorização da carreira de
Analistas em Tecnologia da Informação antes da realização do concurso, isso certamente resultaria em:

§ RETENÇÃO dos talentos que promoveram os resultados alcançados pela política de Governo Digital do Brasil nos últimos anos.

§ ATRAÇÃO de novos talentos, através da realização de um concurso público para uma carreira de TI valorizada e forte.

#ValorizeJÁ

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