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REDUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA EM PROL

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DOS COLABORADORES
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Adriana Nascimento
ã Jocélia Maria de Oliveira Melo
o Meireane Mascarenhas
A Rute Lima Anias
Unime
L MBA em Planejamento Tributário
e Setembro/2013
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C
o RESUMO
m O objetivo geral dessa pesquisa é conseguir meios lícitos de diminuir a carga tributária da
p Bahiapark e reverter em benefício de seus funcionários. Foi utilizada pesquisa documental e
l de campo, além da busca pela internet e consulta da legislação em vigor.
e
m Palavras-chave: Redução. Tributos. Benefícios. .
e
n
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a
r INTRODUÇÃO

n
º Considerando que a alta carga tributária no Brasil é a grande vilã dos empregadores,
frustrando muitas vezes o desenvolvimento de muitas empresas, principalmente àquelas com
1
2 menor poder de investimento, fica cada vez mais difícil sobreviver com o grande número de
3 tributos impostos pelo governo do nosso país.
,

d A carga tributária no Brasil é imensamente desproporcional aos


e
serviços prestados. A avidez em ampliar as receitas, sem afrontar os
1 interesses do grande capital, fez crescer as distorções dos sistemas
4
tributários, criando desproporções entre os vários segmentos
d econômicos, com claro privilégio para o setor financeiro e com
e
resultados bastante regressivos, sobretudo com ampliação da carga
d incidente sobre o trabalho.
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1 e 2 Informação retirada da pesquisa de campo feita nos estacionamentos da Bahia Park em
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julho/2013
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(ANFIP, 2003 p.11)

A carga tributária brasileira é considerada uma das maiores do mundo no pagamento da


atividade de emprego e uma das menores nas receitas de capital.

É noticiado que o Brasil apresenta o pior desempenho em retorno à população, aos


inúmeros tributos arrecadados que deveriam retornar de forma satisfatória, contribuindo
principalmente para melhoria da saúde e da educação dos seus habitantes.
A arrecadação de impostos no País atingiu a marca de R$ 1,5 trilhão
em 2011 e ultrapassou o patamar de 35,13% em relação ao PIB. Os
números são do documento “Estudo sobre Carga Tributária /PIB X
IDH”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
(IBPT), que não coloca o Brasil em posição favorável em relação a
outros países, como a Austrália, por exemplo, que apresenta o melhor
desempenho em termos de retorno à população dos impostos pagos.
IRBES (Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade)

Vislumbrando alternativas para redução lícita da Carga Tributária das organizações, o


Planejamento Tributário se faz imprescindível, levando em conta a necessidade de buscar
profissionais competentes e comprometidos, principalmente na área contábil e jurídica,
através de um esforço conjunto com os demais envolvidos na questão, para que se alcance o
sucesso desejado.

Tributos

Por tributo, entende-se toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada – art. 3º do Código Tributário
Nacional – CTN.
O tributo tem como principal objetivo arrecadar recursos financeiros para o Estado e
também se destina como fonte de recursos ao custeamento de atividades não próprias do

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Estado, as quais são desenvolvidas por intervenção de entidades específicas, na maioria das
vezes em forma de autarquia.
Assim, segundo Machado Hugo (2004 p. 76) quanto a seu objetivo, o tributo é:

a) Fiscal, quando seu principal objetivo é a arrecadação de recursos


financeiros para o Estado.
b) Extrafiscal, quando seu objetivo principal é a interferência no
domínio econômico, buscando um efeito diverso da simples
arrecadação de recursos financeiros.
c) Parafiscal, quando o seu objetivo é a arrecadação de recursos para
o custeio de atividades que, em princípio, não integram funções,
próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades
específicas.

Alguns tributos que as empresas brasileiras estão sujeitas:


O FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – permite ao trabalhador formar
uma reserva de capital, além disso, proporciona proteção financeira em caso de demissão sem
justa causa. Deverá ser recolhido até o dia 7 de cada mês, através da GFIP, o valor
correspondente a 8% do salário de cada funcionário, depositado em contas abertas em nome
dos respectivos funcionários. Além deste percentual incidir sobre o salário, incide também
sobre o valor das horas extras, adicionais de periculosidade e insalubridade, trabalho noturno,
13º salário, férias e aviso prévio. Por ser uma obrigação do empregador, o FGTS não é
descontado do salário do trabalhador. (Disponível em www.caixa.gov.br, acesso em
20/06/2013).
O INSS é um seguro da Previdência Social que visa promover o bem estar da
sociedade. É descontado de 8 a 11% do salário do trabalhador e deve ser recolhido pela
empresa através da GPS até o dia 20 de cada mês. Cabe à empresa o pagamento de 20% sobre
o total das remunerações pagas aos empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem
serviço. Além disso, deve ser acrescentado de 1 a 3%, referente ao risco laborativo, que varia
entre leve, médio e grave; a empresa deve fazer o enquadramento do grau de risco
mensalmente, baseado na atividade econômica preponderante, de acordo com relação contida
no Anexo V do Decreto 3.048/99. (Disponível em www.mpas.gov.br, acesso em 20/06/2013).
O Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ é retido e recolhido de acordo com a forma
de tributação da empresa: Simples Nacional Lucro Presumido, Lucro Real ou Lucro
Arbitrado. A base de cálculo é determinada no momento da ocorrência do fato gerador,

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referentes aos períodos de apuração trimestrais. A alíquota é de 15% sobre o lucro real que
poderá ser acrescido o adicional de 10%, caso a parcela trimestral ultrapasse o valor de R$
60.000,00. (Disponível em www.receita.fazenda.gov.br, acesso em 20/06/2013)
A CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - acompanha a mesma forma de
tributação do lucro do IRPJ. A alíquota é de 9% para as pessoas jurídicas em geral, e de 15%,
para instituições financeiras, de seguros privados e de capitalização. (Disponível em
www.receita.fazenda.gov.br, acesso em 20/06/2013)
O PIS/PASEP – Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do
Servidor Público e a COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social são
calculados com base no faturamento da empresa. De modo geral, há dois tipos de regime de
incidência, cumulativo e não- cumulativo. No regime cumulativo a base de cálculo é o total
das receitas e as alíquotas são 0,65% para o PIS/PASEP e 3% para a COFINS; estão sujeitas
ao regime cumulativo as empresas que apuram o IRPJ baseado no lucro presumido ou
arbitrado. No regime de incidência não-cumulativo há a permissão de desconto de crédito e as
alíquotas são 1,65% para o PIS/PASEP e 7,6 para a COFINS. Em geral, as empresas que
apuram o IRPJ com base no lucro real estão sujeitas ao regime de incidência não-cumulativo.
(Disponível em www.receita.fazenda.gov.br, acesso em 20/06/2013)
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS tem como fato gerador a
prestação de serviço, de acordo com o art. 84 da Lei 7.186/96. Poderá ser devido no local do
estabelecimento prestador ou no local da prestação do serviço, obedecendo a critérios da
legislação.
ISS - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do
Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei
Complementar 116/2003, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do
prestador.
O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento
prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas

hipóteses previstas nos itens I a XXII do artigo 3ºda Lei Complementar 116/2003.

A alíquota mínima de acordo com a Emenda Constitucional 37/2002, em seu artigo 3 º,


incluiu o artigo 88 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, fixando a alíquota

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mínima do ISS em 2% (dois por cento), a partir da data da publicação da Emenda
(13.06.2002). A alíquota máxima de incidência do ISS foi fixada em 5%.

Devido à pesada carga tributária do Brasil que acaba por inviabilizar negócios, levando
empresas a fecharem as portas, não apenas por causa da elevada tributação, mas também pelas
dívidas fiscais adquiridas em autos de infração, vem crescendo a busca por profissionais que,
através de meios lícitos, fazem com que as empresas paguem menos tributos.

Planejamento Tributário

Falar sobre Planejamento tributário lembra, geralmente, os termos elisão e evasão


fiscal. Sendo que o primeiro trata-se de uma maneira lícita, pela qual, as empresas podem
optar objetivando a redução da carga tributária. Já o segundo, procura ilicitamente, reduzir,
eliminar ou adiar o recolhimento de tributos que são devidos pela existência do fato gerador.
O Planejamento tributário pode ser classificado como instrumento capaz de diminuir a
carga tributária das empresas, aproveitando-se de brechas existentes na legislação ou de
reorganização empresarial, adotando procedimentos operacionais que possam postergar o
pagamento de tributos ou reduzir, de forma lícita, alíquotas, base de cálculo, entre alternativas
de economia tributária.
Como o nome já indica, é feito previamente, a fim de organizar atos administrativos
que resultem em uma economia tributária ou fiscal, dentro dos limites legais permitidos pelo
Estado, identificando as formas menos onerosas para a empresa. Sem dúvida, este
procedimento exige bom senso e elevado conhecimento técnico dos responsáveis pelas
decisões gerenciais e estratégicas das empresas.
Segundo Oliveira (2009 p. 201), “o planejamento tributário é o conjunto de condutas da
pessoa física ou jurídica destinadas a reduzir, transferir ou postergar legalmente os ônus dos
tributos”.
Enquanto Fabretti (2009,p.) designa o planejamento tributário como “o estudo feito
preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus
efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosas”.
Entende-se, ainda, como planejamento tributário “o estudo das alternativas lícitas de
formalização jurídica de determinada operação, antes da ocorrência do fato gerador, para que

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o contribuinte possa optar por aquela que apresente o menor ônus tributário” (OLIVEIRA,
CHIEREGATO, et.al., 2009, p.20).
O planejamento tributário “deve designar tão só a técnica de organização preventiva de
negócios, visando a uma legítima economia de tributos, independente de qualquer referência
aos atos ulteriormente praticados” (TÔRRES. apud Oliveira, 2009 p.201).
O planejamento tributário consiste em um trabalho contínuo em busca de economia de
tributos, de forma legal, através de alterações e/ou adequações administrativas, jurídicas,
operacionais, estratégicas, entre outras situações que podem ser alteradas no âmbito
empresarial, levando-se em conta possíveis mudanças eficazes, caso haja modificações na
legislação fiscal. Abrange alternativas definidas para determinado período, analisando a
quantidade de recursos, preços, prazos, investimentos entre outras variáveis consideradas no
planejamento.
É importante ressaltar que o planejamento tributário, não constitui fraude, pois está
dentro dos limites legais, e diferentemente da fraude, não há distorções ilícitas, nem falsidade
material, muito menos falsidade ideológica.
Elisão Fiscal
A elisão fiscal pode ser nomeada como planejamento tributário, visto que, constitui um
procedimento lícito realizado pelo contribuinte antes que o fato gerador ocorra, com o intuito
de eliminar, reduzir ou adiar a obrigação tributária ou diminuir a quantia devida (OLIVEIRA,
2009).

A EMPRESA

SINART – Sinart Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico Ltda, foi


inaugurada em setembro de 1974, atuando primeiramente administrando o terminal rodoviário
de Salvador e ampliando seus negócios para os segmentos de estacionamentos, aeroportos e
uma rede com três hotéis.
A empresa emprega cerca de cinco mil colaboradores nos cinco estados brasileiros em
que atua, incluindo a Bahia, São Paulo, Paraná, Ceará, Alagoas e Amazonas.
Conforme figura 1...

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No segmento de estacionamento, utilizando o nome fantasia de “Bahia Park”, fundada
em 1989, com a proposta de viabilizar estudo, projeto, implantação e administração de
estacionamentos privados e públicos, a empresa é sediada em Salvador, possuindo no seu
quadro operacional 203 colaboradores, distribuídos em estacionamentos como o do Hospital
Santa Isabel, Salvador Shopping, Center Lapa, Hospital Aristides Maltez, Bahia Marina,
Pituba Parque Center, Shopping Paralela, dentre outros estabelecimentos comerciais e centro -
médicos distribuídos pela cidade.
Com experiência no ramo, a BahiaPark como os outros segmentos da organização,
alcançou outros estados, administrando estacionamentos de Shopping Centers de grande porte
nos estados de Amazonas, São Paulo e Paraná; utilizando nestes estacionamentos, a marca
“AMAZONPARK” e agregando cerca de 32.000 vagas sob sua coordenação.
O serviço de estacionamento privado oferece seguro contra incêndio e roubo e também
vale park com manobrista, serviço que proporciona conforto aos usuários ou convidados em

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eventos, onde o manobrista recebe o veículo, estaciona e o devolve sem que o cliente se
preocupe em estacionar seu carro. As Colisões que venham ocorrer no interior do
estacionamento, não são cobertas pelo seguro, porém são restituídas, quando devidamente
apurados e comprovadas pela empresa.
Adotando sistemas automatizados de controle, dispondo de equipamentos de tíquetes
em códigos de barras, detectores de veículos, leitoras de cartões magnéticos, terminais
inteligentes com cancelas motorizadas, garantindo assim maior agilidade, segurança e
conforto aos usuários que utilizam o serviço.
Especializou-se na operação e administração dos mais variados segmentos de
estacionamento, a exemplo de centros empresariais, odonto – médicos, shoppings centers,
hospitais, terrenos privados e concessões da prefeitura e do estado.
Administrando para terceiros, recebe um percentual sobre o resultado líquido mensal,
que gera em torno de 6 à 20%. O percentual maior fica com o proprietário do terreno e todo o
investimento necessário a implantação e viabilização do estacionamento, fica por conta da
empresa, que subsidia os custos que são amortizados no decorrer da operação do negócio.

Figura 2...

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Faturamento da Empresa

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A empresa BahiaPark, apostou na informatização dos equipamentos de controle e
cobrança e segurança, o que contribuiu para que a receita auferida refletisse a realidade. Com
os equipamentos automatizados, a qualidade na prestação do serviço, foi o diferencial para
proporcionar mais segurança ao colaborador que faz a cobrança pelo do tempo de
permanência de cada veículo e consequentemente ao usuário que pode conferir e pagar pelo
tempo real de utilização do estacionamento, criando uma relação de confiança e até
fidelidade.
Com mais controle, organização, e treinamento dos colaboradores, a empresa
alcançou de 2010 à 2012 mais 9 estacionamentos, o que garantiu um acréscimo no
faturamento em torno de R$ 2.000.000,00, como podemos constatar no gráfico abaixo.

Figura 3...

Ano Faturamento
2010 R$ 7.643.737,00
2011 R$ 8.270.645,00
2012 R$ 9.277.448,00

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SUGESTÕES PARA AUMENTO DA RECEITA

1 – Foi verificado um valor considerável pago referente resultados financeiros, que seriam
juros pagos decorrentes de impostos como ISS sem movimento, TFF, dentro outros, de filiais
que foram desativadas e que não foram devidamente baixadas, provocando assim valores
injustificáveis. Em 2010 por exemplo, foram desonerados em torno de R$ 45.000,00 contra
R$ 56.000.00, em 2011 e R$ 63.000,00 em 2012, ou seja R$ 164.000,00 foram jogados no
ralo.
Percebemos a necessidade da empresa criar um setor fiscal para que haja um controle
rigoroso quanto aos impostos a serem pagos e o devido cuidado no momento da baixa de
filiais que se não devidamente desvinculadas, podem acarretar prejuízos totalmente
desnecessários.

2 – Constatamos que a empresa conta com mais de 800 mensalistas, cobrando uma média de
R$ 150,00 por mensalidade e que por falta de contrato com esses clientes, o faturamento
arrecadado por essa modalidade, assim como a cobrança por hora ou fração, faz parte do
cálculo do ISS de estimativa feito pela SEFAZ – Secretaria da Fazenda do Município, quando
a lei ......., menciona que ................
Acreditamos que essa medida reverterá na redução de no mínimo 4% do valor
pago pelo ISS.

Estudo de caso

A empresa Bahia Park, dispõe para alguns colaboradores o benefício do ticket


alimentação e para outros esse benefício não é concedido. Fato este que foi constatado através
de uma pesquisa de campo, o qual gera conflitos e insatisfações que certamente de nada
contribuem para o crescimento e qualidade de ambas as partes, empregado x empregador.

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A economia política ensina-nos até agora que o trabalho é a fonte de
toda a riqueza e a medida de todos os valores, de tal jeito que dous
objectos cuja producção custou o mesmo tempo de trabalho têm
também o mesmo valor e devem também ser necessariamente
trocados uns polos outros em vista que somente valores equivalentes
podem ser trocados entre si. (Karl Marx)

Foi perguntado aos colaboradores o que acham da empresa que trabalham e o que
precisa melhorar. Como ponto positivo o salário pago devidamente em dia, no último dia útil
do mês, gera contentamento e segurança no pagamento de suas despesas.Porém a grande
reclamação e insatisfação dos seus 203 colaboradores é a não inclusão de benefícios como o
seguro saúde e ticket alimentação, pois, trabalham em média 7 (sete) horas por dia, com uma
folga semanal, respeitando pelo menos 1 (um) domingo no mês.
Observou-se através da pesquisa de campo, onde foram entrevistados 135
colaboradores correspondentes a 50,37% do quadro efetivo, a necessidade de um
planejamento tributário, para apurar se existe a possibilidade da empresa oferecer pelo menos
um dos benefícios como alimentação para seus colaboradores.
A falta desse benefício é fato desmotivador gerando discursos como transcritos abaixo:
É uma empresa séria, paga no dia certo só que não dá a nosso ticket alimentação que a
muito tempo estamos esperando. Acho que vocês deveriam pensar mais um pouco nesse
assunto que é muito importante para nós, vocês poderiam valorizar mais o nosso trabalho
(informação verbal) 1. Outro colaborador discorreu com a seguinte afirmação: Para nos
alimentarmos, temos que tirar dinheiro do nosso bolso pois não deveríamos (informação
verbal)2.
O resultado da pesquisa nos faz refletir sobre a importância de ter um trabalhador
satisfeito, passando pelo pressuposto que o mesmo irá render muito mais se não precisar
desembolsar uma parte do seu salário para suprir com alimentação durante o período em que
estiver laborando.

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Segundo o artigo de Cely Miranda “O desafio em manter os funcionários motivados:
Fatores motivacionais para o trabalho, quanto mais à recompensa é desejada, mais
desmoralizada é a sua falta”.

Benefícios

O Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT foi estabelecido pela Lei nº 6.321,


de 14 de abril de 1976 e regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, uma
parceria entre Governo, Empresa e o Trabalhador, que visa assegurar aos trabalhadores de
baixa renda, que recebem até cinco salários mínimos, uma
complementação alimentar que propõe melhoria da qualidade de vida , saúde, bem-estar e
aumento de produtividade.
A participação no programa não é obrigatória, sua adesão é voluntária e a empresa
participa pela consciência de responsabilidade social, alertando que , quando a empresa não
participa do PAT, ela está sujeita a recolher os encargos sociais (INSS e FGTS), caso conceda
o benefício - alimentação aos seus colaboradores caracterizando salário In natura, vedado o
direito de usufruir de qualquer incentivo fiscal previsto no PAT.
A empresa que participar do programa terá benefícios como: aumento de
produtividade, redução de absenteísmo (atrasos e faltas), maior integração entre trabalhador e
empresa, redução da rotatividade, isenção do recolhimento dos encargos sociais (INSS e
FGTS) sobre o valor da alimentação fornecida e incentivo fiscal (dedução de até 4% do
Imposto de Renda devido).
Qualquer empresa que tenha funcionários contratados independentemente do regime
tributário ao qual esteja enquadrada (Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real ou
Lucro Arbitrado) poderá aderir ao Programa, porém, somente as empresas tributadas pelo
Lucro Real poderão desfrutar do Incentivo Fiscal da dedução dos 4% no Imposto de Renda
devido. Conforme art. 2º do decreto nº 5 de 1991, a concessão do benefício deve ser garantida
a todos os trabalhadores de baixa renda, sendo facultado a empresa conceder ou não aos

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trabalhadores que recebam salários mais elevados, no entanto, o valor não deve ser
diferenciado preterindo os trabalhadores de baixa renda.
De acordo com o disposto no Art. 4º do Decreto nº 5 de 1991 :

Para a execução dos programas de alimentação do


trabalhador, a pessoa jurídica beneficiária pode manter
serviço próprio de refeições, distribuir alimentos e firmar
convênio com entidades fornecedoras de alimentação
coletiva, sociedades civis, sociedades comerciais e
sociedades cooperativas.

A parcela paga in natura pela empresa não tem natureza salarial, portanto, não
constitui base de cálculo para recolhimento dos encargos sociais nem tão pouco se caracteriza
como rendimento tributável do trabalhador.

Referências

FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária.11.ed.São Paulo, SP:Atlas, 2009.

OLIVEIRA, Luís Martins de, et AL Manual de Contabilidade Tributária, textos e testes


com as respostas.00ed. São Paulo, SP: Atlas, 2009.

Planejamento Tributário. Disponível em: <http://www.ibpt.org.br>. Acesso em 07 jun. 2013.

O Desafio em Manter os Funcionários Motivados. Disponível em:


<http://www.esab.edu.br/monografias/cely-miranda.pdf>. Acesso em 20 jun. 2013.

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Disponível em: <http://www.caixa.gov.br>. Acesso


em 20 jun. 2013.

Previdência Social. Disponível em: < http://www.mpas.gov.br>. Acesso em 20 jun. 2013.

Tributos Federais. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br >. Acesso em 20 jun.


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