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MANUAL DO

ESOCIAL
PARA
ÓRGÃOS
PÚBLICOS
INTRODUÇÃO
O eSocial centraliza e unifica o
envio de informações dos órgãos da
administração direta e indireta da
União, Estados e Municípios. Além
disso, moderniza o cumprimento
tanto das obrigações tributárias prin-
cipais quanto das obrigações acessó-
rias, tornando o processo mais fácil e
transparente, facilitando a fiscaliza-
ção, principalmente da Receita Fede-
ral do Brasil.
O objetivo é simplificar processos e
eliminar o retrabalho. Mas, na prática,
isso acontece? Sim, mas para isso os
órgãos públicos precisam otimizar as
atividades e contratar soluções tecno-
lógicas que facilitem o processo.
Claro, para isso também é preciso
conhecer a fundo o eSocial e estar
atento às informações que devem ser
enviadas por meio da plataforma.
Para te ajudar a entender melhor o
eSocial e a cumprir as obrigações
trabalhistas, fiscais e previdenciárias
de acordo com a legislação, vamos
abordar as principais dúvidas sobre o
assunto nesse e-book.
CONFIRA OS TÓPICOS QUE ABORDAREMOS
O que é eSocial?
Quando o eSocial foi lançado?
E o SPED? O que é?
Quais informações serão enviadas ao eSocial?
Como funciona e qual é a sequência de transmissão dos arquivos do eSocial?
Eventos iniciais e de Tabela
Eventos não periódicos
Eventos periódicos
Quem deve aderir ao eSocial?
Quais são os benefícios do eSocial?
Benefícios para empresas
Benefícios para o governo
Quais são as obrigações acessórias?
Aumento do total de dados solicitados
Unificação dos envios
Alteração dos prazos de envio
Qual o prazo de adesão ao eSocial
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3 - Pessoas Física
Grupo 3 - Pessoas Jurídicas
Grupo 4
Quais são as multas e sanções?
Exames médicos
Laudos de medicina do trabalho
Folha de pagamento
FGTS
Admissão
Alteração de informação
CAT
Afastamento
Contrato de aprendiz
Conclusão
O que é o eSocial?
O eSocial integra o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e tem o
objetivo de simplificar o envio de informações trabalhistas, fiscais e previdenciárias
aos órgãos gestores facilitando o cumprimento das obrigações acessórias.

Une diferentes entes federais e permite que as informações sejam enviadas uma
única vez, gerando transparência, confiabilidade e um maior controle dos órgãos
fiscalizadores. O ambiente do eSocial é totalmente digital, exigindo maior
aprimoramento dos processos de RH, Medicina, Jurídico, Tributário e Segurança do
Trabalho da empresa devido à maior exposição dos dados.

Quando o eSocial foi lançado?


O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas (eSocial) foi criado pelo Decreto 8.373/2014.

O eSocial rege-se pelos seguintes princípios:


I - viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

II - racionalizar e simplificar o cumprimento de obrigações;

III - eliminar a redundância nas informações prestadas pelas pessoas físicas e


jurídicas;

IV - aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho,


previdenciárias e tributárias; e

V - conferir tratamento diferenciado às microempresas e empresas de


pequeno porte

A plataforma simplifica a comunicação entre os órgãos públicos e os gestores,


aumentando a segurança das informações transmitidas. Embora, em um
primeiro momento, pareça complicado, o objetivo do sistema é tornar a gestão
contábil e fiscal mais simples.
E o Sped? O que é?
O SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) é uma plataforma utilizada por
empresas públicas e privadas para enviar informações às autoridades fiscais.
Substitui livros e documentos fiscais da empresa, mesmo daquelas imunes ou
isentas.

Assim, para cumprir as obrigações fiscais e contábeis, prefeituras e demais órgãos


públicos não precisam mais preencher documentos físicos, basta acessar o Sped e
fazer tudo eletronicamente. O objetivo é simplificar o cumprimento das obrigações
tributárias e unificar o envio das informações aos órgãos municipais, estaduais e
federais, criando um ambiente mais seguro e menos burocrático.

Além disso, o sistema facilita a fiscalização pelos órgãos reguladores e contribui


para o crescimento do país.

Quais informações serão enviadas ao eSocial?


Os órgãos públicos municipais, estaduais e federais devem enviar as seguintes
informações ao eSocial:

– CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho;

– GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social;

– RAIS - Relação Anual de Informações Sociais;

– CAGED - Cadastro de Empregados e Desempregados, no intuito de controlar


admissões e demissões de empregados sob o regime da CLT;

– LRE - Livro de Registro de Empregados;

– DIRF - Declaração do imposto de Renda Retido na Fonte;

– CD - Comunicação de Dispensa;

– GRF - Guia de Recolhimento do FGTS;

– CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social;

– DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais;

– PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário;

– MANAD - Manual Normativo de Arquivos Digitais;

– QHT - Quadro de Horário de Trabalho;

– GPS - Guia da Previdência Social;

– Folha de Pagamento.
Como funciona e qual é a sequência de transmissão
dos arquivos do eSocial?
Todas as informações jurídico-trabalhistas referentes aos trabalhadores dos
órgãos públicos são transmitidas ao sistema público por meio de eventos. Estes são
classificados em três tipos: Eventos Iniciais e de Tabelas, Eventos não Periódicos e
Eventos Periódicos, observados os seguintes prazos:

Eventos Iniciais e de Tabela


Todas as informações jurídico-trabalhistas referentes aos
trabalhadores dos órgãos públicos são transmitidas ao
sistema público por meio de eventos. Estes são classificados
em três tipos: Eventos Iniciais e de Tabelas, Eventos não
Periódicos e Eventos Periódicos, observados os seguintes
prazos:

Eventos não Periódicos


Não ocorrem em data pré-fixada, pois depende dos
eventos que ocorrem entre o órgão federado e o colaborador.
São exemplos de eventos não periódicos admissão, alteração
de dados, reintegração, desligamento e comunicação de
acidente de trabalho.

Eventos Periódicos
São os eventos transmitidos até o dia 07 do mês seguinte,
ou seja, a periodicidade é definida previamente.
Remunerações, pagamentos e a contribuição sindical
enquadram-se nessa categoria.

Quem deve aderir ao eSocial?


Pessoas físicas e jurídicas que atuem como empregadores devem aderir ao
programa. Em 2018, o eSocial se tornou obrigatório para empresas com
faturamento anual superior a R$ 78 milhões, empresas do Simples Nacional,
Microempreendedores Individuais e pessoas físicas que contratem empregados.
O cronograma de adesão ao eSocial é o seguinte:

Grupo 1: Empresas com faturamento anual superior


a R$78 milhões, 1ª fase em 08/01/2018;

Grupo 2: Empresas com faturamento anual de até


R$78 milhões, exceto as optantes do Simples
Nacional, primeira fase em 16/07/2018;

Grupo 3: Empregadores pessoa física (exceto os que


tenham empregado doméstico) optantes do
Simples Nacional, produtor rural PF e entidades
sem fins lucrativos, primeira fase em 10/01/2019;

Grupo 4: Órgãos públicos e organizações


internacionais. Primeira fase em 21/07/2021.

Ou seja, todos os órgãos da administração direta e indireta da união, estados e


municípios devem enviar informações dos trabalhadores, como Comunicação de
Acidente de Trabalho (CAT), contribuições previdenciárias, folha de pagamento,
admissão e demissão. Informações sobre a contratação de mão de obra não onerosa
e de produção rural também devem ser prestadas.

As últimas atualizações sobre esse tópico foram publicadas nas portarias:


Portaria Conjunta SRFB/SEPT/ME nº 71, de 29 de junho de 2021 e Portaria Conjunta
MTP/RFB/ME nº 2, de 19 de abril de 2022.
Quais são os benefícios do eSocial?
A centralização de informações e a facilidade do envio traz importantes
benefícios para empresas e para a fiscalização tributária e trabalhista. Entre eles,
vale ressaltar:

Benefícios para as empresas


O eSocial contribui para a digitalização dos serviços
públicos, substituindo processos morosos em papel por
sistemas automatizados. A ferramenta elimina o
retrabalho e agiliza os processos já que os dados são
enviadas aos órgãos competentes uma única vez. Por
exemplo: a mesma informação era enviada para a Caixa,
para o INSS e para o MTE, em datas diferentes. Conclusão:
mais agilidade, eficiência e fim do retrabalho.

O benefício também se estende amplamente para que


seja feita de forma mais fácil e mais rápida a correção de
erros, com a possibilidade da empresa retificar dados
incorretos enviados ao eSocial diretamente pelo software
ou pelo módulo Web e módulo SST.

Benefícios para o governo


O eSocial substitui diferentes documentos, que traziam
informações redundantes e eram apresentadas em
diferentes formatos. É o caso do CAGED, RAIS, DIRF, que
tornavam os processos mais burocráticos e sujeitos a
erros de digitação.

Contribui ainda para a um melhor controle do


cumprimento dos direitos previdenciários e trabalhistas
e para a agilidade dos procedimentos internos. Também
é importante destacar que o eSocial mitiga os crimes
tributários como a sonegação de impostos e a fraude
fiscal, que faziam com que a Administração Fiscal deixe
de recolher o tributo devido.
Quais são as obrigações acessórias?
Órgãos públicos devem utilizar o eSocial para enviar informações previdenciárias,
fiscais e trabalhistas às entidades responsáveis. O registro dos dados é feito por meio
de layouts, de forma totalmente digital.

As informações fornecidas já eram enviadas pela administração pública, só que


separadamente. As obrigações acessórias que se enquadram no eSocial são as
seguintes:

Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP);

Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (GRF);

Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF);

Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged);

Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF);

Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);

Manual Normativo de Arquivos Digitais (Manad);

Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT);

Relação Anual de Informações Sociais (RAIS);

Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP);

Livro de Registro de Empregados (LRE);

Quadro de Horário de Trabalho (QHT);

Comunicação de Dispensa (CD);

Guia da Previdência Social;

Folha de pagamento.
Aumento do total de dados solicitados
As obrigações acessórias permanecem as mesmas, mas o novo programa do
governo federal é mais completo que as opções disponíveis até então. Com isso, há
mais de 2 mil campos e 45 arquivos para preenchimento necessário. Entre as
opções, estão:

dados sobre dependentes;

dados sobre estagiários;

informações pessoais;

declarações de condições do ambiente de trabalho e sobre a saúde


do empregado.

Benefícios para as empresas


A empresa entrega todas as obrigações por meio da
plataforma digital e está isenta de fazer
encaminhamentos desnecessários, referentes à RAIS,
GFIP e Caged, por exemplo.

Aumento do total de dados solicitados


A folha de pagamento tradicional exige o envio da comunicação de
modificações no prazo de até 40 dias. No novo modelo, o prazo é reduzido. Por
exemplo: a admissão de um colaborador deve ter a sua informação repassada até 1
dia antes do começo do trabalho. Já o CAT precisa ser encaminhado no dia seguinte
ao do acontecimento ou imediatamente apóso acidente, caso esse tenha sido fatal.

Apesar do prazo ser mais apertado, o que impacta diretamente o setor de RH


das administrações públicas, o objetivo é tornar o processo mais ágil. Da mesma
maneira, os processos são mais rígidos, o que garante a uniformidade dos dados.
Quais são as possíveis multas e sanções?
Órgãos da administração direta e indireta da união, estados e municípios que
não cumprirem as recomendações estão sujeitos a multas e sanções. As
penalidades implicam no aumento de gastos o que é claro pode gerar sérios
problemas para a administração e responsabilização dos agentes públicos.

Além disso, conforme determinado no Art. 206 da Instrução Normativa RFB


Nº 2110, da Receita Federal do Brasil, publicada no DOU em 19/10/2022, a
inexistência de débitos em relação às contribuições devidas à Previdência Social é
condição necessária para que os estados, o Distrito Federal e os municípios possam
receber as transferências dos recursos do Fundo de Participação dos Estados e do
Distrito Federal (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Essa
condição também é imprescindível para celebrar acordos, contratos, convênios ou
ajustes, bem como receber empréstimos, financiamentos, avais e subvenções em
geral de órgãos ou entidades da administração direta e indireta da União.

Veja, a seguir, quais são as principais sanções:

Exames médicos
Os trabalhadores registrados devem ter um Atestado de Saúde
Ocupacional (ASO). A periodicidade de execução do Exame
clínico e dos exames complementares é definida pelo Médico
Responsável pelo PCMSO seguindo o que determina a NR 7.
O ASO deve ser renovado quando há mudança de função e
quando o colaborador retorna à atividade após um período de
afastamento. O valor da multa varia entre 402,53 até R$
4.025,33.

Laudos da Engenharia de Segurança do


Trabalho e da Medicina do Trabalho
Empregados que recebem periculosidade e insalubridade
devem receber benefícios adicionais, caso não seja possível que
o Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho
afaste a caracterização por meio do Laudo de Periculosidade e
do Laudo de Insalubridade, por meio de um alinhamento muito
forte com o Programa de Gerenciamento de Riscos da NR 1.
Caso os laudos não cumpram as especificações legais, o
empregador sofrerá pesadas sanções legais.
FGTS
Os órgãos públicos também devem enviar as informações do
FGTS aos órgãos gestores por meio do eSocial. Quem não fizer o
depósito, não realizá-lo após a notificação e calcular o valor
errado está sujeito a multas que variam entre R$ 10,64 a R$
106,41 por trabalhador. Em caso de reincidência, a punição é
mais severa.

Admissão
Os dados da admissão devem ser enviados até um dia antes do
início do trabalhador começar a trabalhar. Caso o prazo não seja
observado, o órgão será multado. O valor pago é de R$3 mil - o
valor será dobrado em caso de reincidência.

O empregador também será multado caso a carteira de


trabalho do empregado não seja assinada. Além disso, caso
descumpra as especificações, o órgão contratante poderá ser
penalizado.

Alterações de informações
O empregador deve informar as alterações do contrato e no
cadastro dos trabalhadores. As informações são preenchidas na
etapa de saneamento de dados que é voltada para a garantia
das exigências legais.
Os empregadores que ignorem essa etapa devem pagar multa
no valor de até R $600,00 por trabalhador.

CAT
Todos os acidentes de trabalho devem ser reportados ao INSS,
mesmo nos casos em que o colaborador segue na empresa. Se
houver falecimento, a informação deve ser enviada
imediatamente, caso contrário, no primeiro dia útil após a
ocorrência.

Em caso de descumprimento, será aplicada multa calculada de


acordo com o valor do salário de contribuição. O valor da
punição será dobrado em caso de reincidência.
Afastamento
Afastamentos superiores a 3 dias precisam ser notificados. Caso
a informação não seja enviada ao eSocial, o órgão será
notificado e multado de acordo com as normas do Ministério do
Trabalho.

Contratação de aprendiz
Os estabelecimentos públicos de qualquer natureza são
obrigados a empregar aprendizes em número equivalente a
cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, dos
trabalhadores existentes em cada unidade.

A não contratação implica em multa no valor de um salário


mínimo aplicada conforme o estabelecido em lei. A multa será
cobrada em dobro no caso de reincidência.
Conclusão
O eSocial já é uma constante no
dia a dia dos órgãos governamentais que
passaram a informatizar seus processos,
tornado-se mais eficientes. A ferramenta
facilita a fiscalização e garante o
cumprimento das obrigações fiscais,
previdenciárias e trabalhistas.

E no local em que você trabalha,


como vem sendo a experiência até o
momento? Contar com uma ferramenta
para envio e fiscalização dos dados
tributários e trabalhistas como o software
SGG facilita o envio de informações e é
integrado ao eSocial.

Todos os dados de Segurança do


Trabalho e Medicina Ocupacional ficam
armazenados em um só local com
interface simples e prática. Além disso, dá
para otimizar o fluxo operacional dos
setores administrativos e de recursos
humanos do ente estatal.

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