Você está na página 1de 3

INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ – IFCE CAMPUS IGUATU

DEPARTAMENTO DE ENCINO
CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL – SEM. IV
DISCIPLINA: DIREITO E LEGISLAÇÃ SOIAL – DLS

LUIZ CARLOS ANTUNES DA SILVA

REFLEXÃO ACERCA DA NOVA PROPOSTA DE REFORMA DA PREVIÊNCIA

IGUATU-CE
2019
REFLEXÃO ACERCA DA NOVA PROPOSTA DE REFORMA DA PREVIÊNCIA

Muito se tem discutido nos últimos meses sobre a reforma da previdência.


Entra e sai governo, e cada chefe de Estado lança sua proposta para uma “melhoria”
na crise da economia do país. Um dos alvos na tentativa de superação dessa crise é
a reforma da Previdência, que desde Constituição de 1988 já passou/sofreu por seis
reformas em suas regras.
A Previdência é uma política pública que visa à distribuição direta de renda e
a redução do pauperismo no país. Tendo em vista a nova proposta da proposta de
reforma do atual (des) Governo Federal, este trabalho objetiva fazer uma breve
explanação acerca de alguns pontos norteadores para o entendimento dessa
proposta.
A proposta do (des) governo foi apresentada em fevereiro deste ano e prevê
mudanças que, sendo aprovadas pela Câmara dos Deputados, segue para o
Senado Federal e para uma póstuma aprovação. São várias as novas regradas
propostas, porem iremos tomar como exemplo é a de idade mínima e tempo de
contribuição. Existem também algumas regras de transição, porém não iremos nos
deter a elas.
A proposta para aposentadoria por idade, tanto para funcionário público e
privado, é: mulher de 60 anos para 62 anos e homem permanece 65 anos, porém a
contribuição de ambos aumenta de 15 anos para 20 anos, sendo que a média
salarial do/a trabalhador/a aposentado cai de 90% da média salarial para 60% de
todos os salários contribuídos e para receber o salário integral deverá contribuir por
40 anos.
Tendo como base o atual salário mínimo (R$ 954,00) o/a aposentado/a
passaria a receber R$ 572,4 (isso numa hipótese que todos os anos de contribuição
fossem R$954,00). Este critério de mudança é misógino e sexista, pois na sociedade
machista a qual estamos inseridos, as mulheres têm jornada tripla de trabalho, que
além de trabalharem dois horários fora de casa, ainda têm os cuidados domésticos
familiar com filho/a (s) e com o lar.
Tomemos como exemplo claro deste descaso, uma mulher trabalhadora fabril
para conseguir receber seu salário integral aos 62 anos de idade, ela deverá ter
iniciado sua carreira aos 22 anos de idade. Porém, tendo em vista o desemprego no
Brasil, qual trabalhadora consegue permanecer tanto tempo contribuído com a
previdência? Imaginemos uma pessoa idosa aos 60 anos trabalhando num chão de
fábrica, com todas as suas limitações físicas e problemas de saúde típicas do
envelhecimento: um real descaso com a classe trabalhadora.
Vale lembrar que aposentadoria por tempo de contribuição seria extinta nessa
nova proposta. A atual regra é: mulher contribui 30 anos e homem, 35 anos, e não
há idade mínima para ambos.
Como podemos notar, as novas mudanças proposta pela PEC 287 (Reforma
da Previdência) são subumanas e fazem com que a classe trabalhadora esteja na
linha de frente nessa desvalorização do/a cidadão/ã. Além do exemplo que usamos,
podemos citar também a diminuição do BPC (Benefício de Prestação Continuada)
destinado à pessoa idosa e PcD (pessoa com deficiência).
É dever do Estado, por meio do seu Governo, garantir dignidade à sociedade
civil, mas como podemos notar não há dignidade onde o/a trabalhador/a não
possam se quer chegar e gozar a sua aposentadoria. Sabemos que a crise
econômica no nosso país é real e que se faz necessário um reforma previdenciária,
porém uma reforma que vise melhoria aos que mais precisam e não que aumente a
desigualdade socioeconômica.
O (des) Governo tem usado muitas estratégias para conseguir convencer a
sociedade civil, tais como o usa das sociais mídias, programas de tv/rádio e,
principalmente, de famosos aliados na tentativa de uma hegemonia na sociedade.
Essas estratégias aliadas à desinformação fazem com que a sociedade permaneça
calada diante da usurpação de seus direitos. Diante desta barbárie é necessária a
união da classe trabalhadora, dos seus sindicatos e partidos, que juntos possam
lutar por uma economia-política justa, igualitária e contra os retrocessos.

REFERÊNCIAS:
PEREIRA, P. A. P.. Estado, sociedade e esfera pública. Disponível em: <
http://cressrn.org.br/files/arquivos/8jWy8e5p39eA46R2v6H9.pdf> Acesso em: 05 de maio de
2019.

KAURU, T.. TEMÓTEO, A.. Mudanças na aposentadoria. Disponível em: <


https://economia.uol.com.br/reportagens-especiais/reforma-da-previdencia-o-que-muda-na-
aposentadoria/index.htm#mudancas-na-aposentadoria> Acesso em: 05 de maio de 2019.

GUELLER, M.. Brasil já fez seis reformas nas regras da previdência. Disponível em: <
https://economia.estadao.com.br/blogs/o-seguro-morreu-de-velho/brasil-ja-fez-seis-
reformas-nas-regras-da-previdencia/> Acesso em: 05 de maio de 2019.

Você também pode gostar