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Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 2

SUMÁRIO
1. Cenário macro
1.1 - Principais variáveis que influenciam os
investimentos
1.2 - Economia global: cenários possíveis
1.3 - Brasil: cenários possíveis

2. Perfil dos investidores


2.1 - Tipos de investidores
2.2 - Teste de perfil
2.3 - Quanto investir em cada modalidade

3. Objetivos e estratégias
3.1 - Reserva de emergência
SUMÁRIO 3.2 - Fuja da poupança

4. Renda fixa
4.1 - CDB
4.2 - Tesouro Direto
4.3 - LCI e LCA
4.4 - Debêntures
4.5 - CRI e CRA

5. Renda variável
5.1 - Fundos imobiliários
5.2 - Fundos de investimentos
5.3 - Exterior
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Introdução
Na dúvida sobre onde investir R$ 100 mil?

A EQI Investimentos te ajuda nessa decisão.

Primeiro, vamos te apresentar o cenário


macroeconômico para o ano de 2022 e
explicar a razão para ele ser levado em
conta nas suas escolhas. Este promete ser
um ano atípico, com eleições presidenciais
polarizadas, alta global da inflação e de
juros, com bancos centrais dando uma gui-
nada em sua atuação até aqui, e ainda guer-
ra na Europa.

Na sequência, falaremos das melhores op-


ções da renda fixa e da renda variável. E
ainda sobre qual deve ser a alocação
correta de ativos de acordo com seu perfil
de investidor.

Confira agora mesmo! Boa leitura!


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Principais variáveis que


influenciam os investimentos em 2022
Juros em alta

Logo na primeira reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central
elevou a Selic, taxa básica de juros, de 9,25% para 10,75%.

E já sinalizou que novo aumento, de menor magnitude, deverá acontecer na próxima reu-
nião, de março.

Para o BTG Pactual (BPAC11), a Selic deve chegar a pelo menos 12,25% ao ano em 2022. Mas
muitas casas já revisam a Selic para cima de 13%, devido à guerra na Ucrânia.

Vale lembrar que a polarização apontada pelas pesquisas eleitorais, lideradas por Luiz Inácio
Lula da Silva e Jair Bolsonaro também pode elevar a estimativa da Selic em 2022.

Juros altos e os efeitos na economia

Se, por um lado, a alta da taxa de juros ajuda a conter a inflação, por outro pode gerar re-
cessão.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) comentou em nota que a alta da Selic prejudi-
caria a retomada dos empregos e a recuperação da economia. Para Robson Andrade, presi-
dente da entidade, o Banco Central poderia não ter acelerado o reajuste da Selic. Isso por-
que os efeitos dos aumentos dos juros nos últimos meses já começam a ser sentidos sobre a
inflação.

“Os aumentos anteriores da taxa de juros já começaram a ter reflexos na economia. Nesse
sentido, percebemos que a atividade econômica dá sinais de desaquecimento e, nos próxi-
mos meses, os efeitos defasados do aumento da Selic vão continuar contribuindo para de-
sestimular o consumo e desacelerar a inflação”, declarou. Para a CNI, o impacto negativo dos
juros mais altos sobre o crédito para os consumidores e as empresas aumentam as chances
de recessão.

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também se manifestou sobre a alta da Selic.
De acordo com a entidade, as sucessivas elevações aumentarão os custos para o comércio
e para o setor produtivo em geral. Em comunicado, disse que a alta dos juros não se justifica-
ria. A razão é que a pressão dos preços ocorre por problemas de oferta, como alta nos com-
bustíveis e energia, e não por causa do excesso de demanda.
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Até quando vai a alta da Selic?

Para Elias Wiggers, assessor e sócio da EQI Investimentos, as perspectivas para a Selic são
de alta durante 2022, justamente porque o governo está buscando desancorar as expectati-
vas de inflação.

“Enquanto as variáveis que puxam a inflação perdurarem, e com a recente escalada do con-
flito no Leste Europeu e ainda sob influência de questões relacionadas à pandemia, os juros
continuarão altos. Nesse sentido, a expectativa do mercado é de que a Selic permaneça en-
tre 10% a 12,5% pelos próximos 18 ou 24 meses, para depois começar a baixar de novo para
uma posição considerada neutra a partir do final de 2023”, analisa.

O assessor observa ainda que, sob o aspecto macroeconômico, juros altos não são competi-
tivos.

“Nenhum país cresce com juro alto. Isso é uma anomalia, para corrigir outra, que é a in-
flação. Por isso, a tendência natural é que o custo do dinheiro sempre caia, pois não faz sen-
tido juros altos em um país que precisa crescer. Além disso, juros mais baixos também são
mais baratos para governos endividados, como o brasileiro. Quanto mais baixa a Selic, me-
lhores as condições de financiamento da dívida pública”, conclui.

Investimento externo

A trajetória de alta da Selic tende a ser be­néfica para investimentos em renda fixa e também
variável no Brasil. Os estrangeiros estão vindo para o país, de olho na Selic em alta e tam-
bém nas “pechinchas” da bolsa brasileira - ou seja, empresas com bons fundamentos, mas
que estão sendo negociadas com desconto.

O fluxo estrangeiro de entrada em bolsa foi recorde em fevereiro (R$ 44 bilhões), totalizando
R$ 76 bilhões no ano de 2022 (quase 2/3 do total que entrou em 2021).
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Inflação

A inflação em 2022 deverá ficar acima de 6%, de acordo com as projeções do mercado. No
entanto, a escalada depende da duração da guerra e dos impactos sobre os combustíveis.

De acordo com as projeções até aqui, 2022 será o segundo ano consecutivo de estouro da
meta de inflação. Podendo acontecer o mesmo em 2023.

Além disso, os economistas apontam riscos para o segmento de alimentos e custos elevados
para a indústria como fatores que os levam a revisar para cima a projeção para o IPCA (Índi-
ce de Preços ao Consumidor Amplo, usado para as metas oficiais do governo) de 2022.

O atual cenário para a inflação está mais complicado do que no início da pandemia, sendo
que os principais motivos apontados são: a alta dos preços de commodities, como alimentos
e petróleo; a falta de insumos decorrente dos lockdowns; a crise energética; e as dificulda-
des de transporte (frete). Logicamente, sem esquecer dos fatores políticos, que pressionam o
dólar e, consequentemente, os preços no mercado interno.
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Projeção de IPCA a 6%

A inflação fechou 2021 acima de 10%. E as expectativas para 2022 e 2023 devem superar a
meta. A projeção do BTG para a inflação de 2022 (em meados de março) era de 6,20%. Para
2023, 3,30%.

O banco acredita que o Banco Central deve continuar endurecendo o discurso nas próximas
reuniões do Copom, mantendo a Selic perto de 12% durante todo o ano.

De acordo com os economistas do BTG, nem o aperto da Selic deverá recuperar a ativida-
de econômica no ano que vem. Segundo eles, “taxa de juros mais alta e atividade econômi-
ca mais fraca no segundo semestre de 2021 devem nos levar a um crescimento próximo de
zero em 2022. Mesmo assim, a inflação só deverá convergir para a meta em 2023”, afir-
mam.
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Economia global: cenários


possíveis
A guerra entre Rússia e Ucrânia adiciona ainda mais instabilidade ao cenário macroeconômi-
co, que já vinha de recuperação da pandemia e alta de inflação e juros.

As projeções, a partir do novo cenário com o conflito no leste europeu, dependem agora da
confirmação de um entre dois cenários possíveis.

1. Avanço da guerra
Se a guerra continuar, o crescimento mundial será menor e os juros americanos devem ficar
mais baixos.

“Nesse cenário, vemos logo à frente uma estagflação: situação de baixo crescimento, mas
com inflação mais alta”, alerta Denys Wiese, head de renda fixa da EQI.

2. Arrefecimento da guerra
Se a guerra acabar rapidamente, o FED irá normalizar a política monetária nos EUA.

“Se essa normalização for rápida no aumento de juros, o PIB americano cairá na mesma ve-
locidade. Isso trará um cenário ruim para os investidores”, diz.
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“Já se o aumento dos juros for mais lento, a economia tende a fazer um pouso mais suave.”,
explica.

Contudo, Wiese observa que não há como prever quanto tempo esses ajustes na economia
americana devem levar.

“Estamos falando de algo que pode durar de um a cinco anos, por exemplo”, explica.

Recomendações para os investidores diante do cenário de conflito no leste europeu

“O investidor não deve ser ‘herói’, deve procurar qualidade, não se alavancar, indo devagar
perante o contexto internacional”, orienta Denys:

• É hora de ser seletivo quanto aos investimentos;


• Procurar profissionais para orientação da carteira;
• No mercado de ações, dê preferência às ações que não precisam de alavancagem para
crescer, como mercados mais consolidados como: alimentos básicos, saneamento e ener-
gia, que tendem a ter melhor performance;
• Comprar dólar para se proteger.

Tensões geopolíticas aumentam a chance de estagflação

Em função de tanto a Rússia quanto a Ucrânia serem grandes produtoras de commodities,


esse será o principal canal de contaminação da atividade e da inflação nas outras econo-
mias.

A Rússia é a terceira maior produtora de petróleo do mundo e representa aproximadamente


12% da produção mundial.

Já a Ucrânia é responsável por 16% do mercado mundial de trigo. A invasão sofrida pela
Ucrânia e as sanções impostas à Rússia farão com que a oferta destas commodities seja re-
duzida drasticamente, gerando um choque inflacionário.

Portanto, o prolongamento do conflito entre os dois países poderá jogar o mundo num cená-
rio de estagflação.
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Os ciclos econômicos

O termo ciclo econômico se refere às flutuações da economia entre períodos de expansão


(crescimento) e contração (recessão).

“O ciclo econômico é o sobe e desce que a economia faz. O banco central injeta dinheiro na
economia, aumenta a liquidez, com redução dos juros. E, depois, é obrigado a fazer exata-
mente o oposto, para conter a inflação. Ele é obrigado a matar a atividade econômica por um
certo tempo. E como os juros altos mataram a atividade econômica, começa, então, um novo
ciclo de estímulo”, ensina Wiese.

Fatores como ritmo da atividade econômica, taxas de juros, desemprego e gastos do consu-
midor podem ajudar a determinar o estágio atual do ciclo econômico.

Compreender o ciclo econômico pode ajudar investidores e empresas a definir o melhor mo-
mento para se fazer investimentos, pois tem impacto direto na rentabilidade de todos os ati-
vos financeiros, como ações, juros, moedas commodities e até nos lucros das companhias.

Um ciclo econômico completo, em geral, possui quatro fases:

• Aceleração da Expansão: Nesta fase do ciclo, a economia se expande de maneira acelera-


da e o Produto Interno Bruto (PIB) mostra taxas altas de crescimento, as taxas de juros ainda
estão relativamente baixas, o desemprego é alto, porém em trajetória de queda, e a inflação
está controlada

• Topo da Expansão: No topo do ciclo, a atividade não é nem muito quente nem muito fria,
mas ideal. Há pleno emprego, crescimento robusto do PIB, inflação ainda comportada e juros
baixos.

• Desaceleração da Expansão: Nesta fase, pressões inflacionarias começam a aparecer de


maneira mais intensa, o que leva o Banco Central a subir a taxas de juros. O PIB, consequen-
temente desacelera e o desemprego começa a subir. Esta fase também marca o ponto de in-
flexão na tendencia de crescimento econômico.

• Recessão: Nesta fase, a demanda por bens e serviços começa a diminuir de maneira rápida
e constante. O desemprego atinge o pico e a inflação começa a desacelerar. Em resposta à
contração da atividade econômica e à alta do desemprego, o Banco Central começa o pro-
cesso de corte de juros.
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No último ano, após a recessão mais aguda da história, quando o PIB global contraiu -3,12%
por conta da pandemia de Covid, observamos uma recuperação igualmente aguda, após o
início do processo de vacinação e das retiradas das restrições de mobilidade.

As fases dos ciclos econômicos, que em geral tendem a durar de 12 a 18 meses, foram en-
curtadas nesta crise por conta da natureza da pandemia e das consequentes restrições de
mobilidade causadas por ela.

Onde estão os EUA na curva de juros?

Atualmente, a economia global está passando pela transição do final da fase de topo para a
etapa de desaceleração da expansão.

Esta fase é marcada por um crescimento econômico ainda positivo, mas em ritmo menor. Ela
também é marcada por uma inflação crescente, um mercado de trabalho bastante aquecido
e pelo início do processo de altas de juros.

Os EUA estão finalizando a fase expansionista, iniciando possivelmente este mês um movi-
mento de subida de juros, com contração da atividade.

O banco central americano, Federal Reserve (Fed), vem sinalizando que deve iniciar o pro-
cesso de aperto monetário em março de 2022.

Antes de a Guerra da Ucrânia começar, a curva de juros americana já precificava quase 7 al-
tas de 25 pontos-base (0,25%) para 2022.
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Além disso, os membros do Fed também sinalizaram que pretendem começar a reduzir a sua
carteira de títulos, que está avaliada em 9 trilhões de dólares. Estas duas ações devem enxu-
gar de maneira significativa a liquidez da economia e ajudar na redução da inflação.

Diante disto, os EUA podem fazer dois movimentos: o de “pouso suave” ou de “pouso força-
do”.

Cenário-base é de estagflação nos EUA

A EQI Research aponta como cenário com 70% de probabilidade de acontecer o de estagfla-
ção.

Isto é: um ambiente de inflação alta e crescimento baixo da atividade.

Este cenário parte do princípio de que a guerra da Ucrânia se prolonga e a ruptura na oferta
de commodities como petróleo, trigo e fertilizantes seja duradoura.

Cenários alternativos: pouso suave ou pouso forçado

Além dele, há dois cenários alternativos: o de “Pouso suave” e o de “Pouso forçado”, cada
um com 15% de chance de acontecer.

Eles partem do princípio de que a guerra encontra uma resolução rápida e os preços das
commodities se normalizam.

Assim, o foco volta a ser direcionado para o processo de aperto monetário por parte do FED
e suas consequências na atividade americana.

Pouso suave – Neste cenário, os indicadores de atividade e inflação desaceleram de manei-


ra organizada e gradual.

Pouso forçado – Aqui, uma alta de juros muito mais intensa e rápida levaria a a uma reces-
são em 2023. A inflação acabaria sendo mais persistente e duradoura do que o Fed projeta
e ele seria obrigado a a fazer um aperto monetário mais rápido e intenso.
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Cenário Brasil

O Brasil, atualmente, está para entrar no momento de recessão, que seria o final de um ciclo,
com um novo ciclo de estímulo sendo iniciado na sequência. Ou seja: juros terminam de su-
bir, para depois caírem. O que deve começar a acontecer a partir de 2023, apontam os ana-
listas.

A EQI Research confirma que o Brasil se encontra na fase do ciclo recessivo e que é espera-
do um crescimento do PIB de 0,3% em 2022.

“Nosso cenário base, com 80% de probabilidade, parte da premissa de que a corrida elei-
toral continua empurrando o discurso dos principais candidatos para o populismo. Seria um
ambiente de piora fiscal marginal que não se torna dramática e em linha como status quo”,
explica Aline Cardoso, head da EQI Research.

No cenário alternativo A, com 10% de chance de se concretizar, um candidato market friendly


sobe nas pesquisas com reais chances de ir para o segundo turno.

No cenário alternativo B, também com 10% de probabilidade, a piora fiscal se torna muito
grave e contamina os mercados de forma clara.
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Cenários: base e alternativos

Cenário-base

Para Luis Moran, co-head da EQI Research, o cenário brasileiro segue inspirando cuidados.
“Achamos que o cenário mais provável é o de que o discurso de responsabilidade fiscal seja
paulatinamente abandonado. Além disso, as propostas que vemos dos candidatos à eleição
são cada vez mais populistas, em busca da vantagem eleitoral. Dessa forma, ocorrem impac-
tos fiscais que vão levando à perda da confiança e a uma piora das expectativas de forma
geral”, analisa.

Para a EQI, a probabilidade de ocorrência do cenário descrito acima é de 80%. Isso seria po-
sitivo para juros pós-fixados, exportadoras, bancos e ações defensivas. Por outro lado, títu-
los prefixados e indexados ao IPCA+ e ações em geral (especialmente small caps) sofreriam
mais com este cenário.

Cenário alternativo 1

Além do cenário acima, considerado o mais provável atualmente, a equipe da EQI traçou ou-
tros dois cenários alternativos para as eleições de 2022.

O primeiro contempla um candidato que adote um discurso mais racional e pró-mercado


como diferencial eleitoral.

Nessa situação, a estratégia seria migrar para o centro ideológico, justamente para tentar
captar o eleitor mais de centro (a chamada “terceira via”).

A EQI vê essa alternativa com probabilidade de 10% de acontecer.


Nesse caso, os analistas avaliam que Ibovespa, juros prefixados, IPCA+ e small caps pode-
riam ser beneficiados.

Por outro lado, os juros pós-fixados, exportadoras e ações defensivas não seriam tão favore-
cidos nesse contexto.

Cenário alternativo 2

Já o cenário alternativo 2 seria a continuidade do que temos hoje. Nesse sentido, não have-
ria uma piora fiscal, ou seja, um furo ainda maior no teto de gastos.

Para Moran, em que pese esse contexto apresentar certa estabilidade, seria um cenário de
mediocridade.
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Isso porque o crescimento ficaria próximo de zero, e a inflação ainda permaneceria alta. Não
ocorreria piora substancial, mas o crescimento seria muito baixo e a inflação ainda permane-
ceria alta. Possivelmente, isso levaria a uma recessão.

Para a EQI, a probabilidade descrita acima é de 10% hoje. “Nessa situação, o contexto demo-
raria a ser potencialmente bom para a bolsa. No entanto, à medida que o tempo for passan-
do e que nos aproximarmos da eleição, as chances desse cenário acontecer devem diminuir
bastante”, conclui.

Na ponta mais favorecida por esse contexto, teríamos os juros prefixados, IPCA+, bancos, ex-
portadoras e ativos defensivos. Já os juros pós-fixados, Ibovespa e small caps seriam as al-
ternativas menos atrativas no cenário 2.
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2. Perfil do investidor
Como a melhor aplicação muda de pessoa a pessoa, de acordo com o perfil e o objetivo de
cada um, vamos
apresentar algumas das principais características que diferenciam os investidores. Isso é
importante pois existem alocações (divisão entre tipos diferentes de investimentos) mais
apropriadas –
mas não engessadas – para cada um.

Basicamente, os perfis são divididos pelo grau de tolerância ao risco que se topa correr na
aplicação –
que pode ser até integral ou parcial, dependendo do arrojo do produto. Compra e venda de
ações é um dos
exemplos mais conhecidos, já que podem ser lucrativas ou levar a perdas significativas. Outros,
entre os mais
arriscados, são os mercados futuros e de opções.

Ou seja, quanto maior for a disposição ao risco, maior poderá ser a rentabilidade – e vice-versa.

No mais, é preciso considerar ainda a liquidez do investimento, caso haja necessidade de


retirada do aporte, seja para algo específico, como em um rebalanceamento de carteira, ou
em momentos de estresse do mercado.

Para entender melhor a correlação, vamos enxergar liquidez, rentabilidade e risco como um
tripé, que todo investidor – independentemente se é iniciante ou avançado – deve levar em
conta na hora de escolher um ativo.
Vamos explicar melhor cada um deles:

• Liquidez: É a velocidade com que a pessoa poderá ter aquele dinheiro que estava investido
de volta para as suas mãos. Ou seja, em um investimento com liquidez diária, por exemplo, o
dinheiro volta ao investidor no mesmo dia (D+0). Em um investimento que tenha liquidez D+1,
o investimento pode ser resgatado em 1 dia útil. Em D+30, em 30 dias úteis.

Quanto maior o risco e a rentabilidade, mais longos são os prazos de resgate.

• Rentabilidade: É o grau de sucesso de um determinado investimento. Em outras palavras, é


o percentual que um ativo vai render acima de uma aplicação feita. A rentabilidade pode ser
atrelada a algum indicador (renda fixa) ou ser variável (renda variável). O Tesouro Direto Selic,
por exemplo, rende o mesmo percentual da taxa Selic (no início de 2021 em 2% a.a).
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• Risco: Qualquer aplicação financeira tem um grau de risco, que varia das menos arriscadas
até as de alto grau de risco. O investidor precisa estudar, analisar e entender bem todos os
fatores que envolvem a compra de um ativo. Entre eles, estão saber exatamente para quem
está emprestando dinheiro, quais as taxas envolvidas, as probabilidades de perdas, os riscos
do mercado, do setor, legais e regulatórios.

Assim, é possível imaginar que liquidez, rentabilidade e risco são conceitos que, muitas vezes,
são inversamente
proporcionais. Portanto, é necessário abrir mão de um para ganhar em outro.

Tipos de investidor
Sabendo de tudo isso, já é possível determinar se o investidor é conservador, moderado ou
agressivo/ arrojado. Assim, se define, sobretudo, a parcela de renda fixa e de renda variável a
se ter na carteira.

A priori um investidor de perfil conservador não deve expor o capital ao risco e, portanto, as
ações não deveriam fazer parte do portfólio.

É compreensível, porém, que estes conservadores também busquem se aventurar em


investimentos dessa modalidade por conta de retornos mais atrativos. Isso ocorre, principalmente,
em momentos de taxa Selic em baixa - o que não é o caso deste ano.
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Teste de perfil
Vamos conhecer agora, com mais detalhes, as características de cada perfil de investidores.

Conservador
• Prefere não correr riscos;
• Tem planos definidos para o uso dos recursos;
• Busca remuneração considerável e mais segura, sem investir em ativos que oscilem e que
possam gerar perdas;
• Geralmente, aloca quase a totalidade dos investimentos em renda fixa, em produtos de baixo
risco.

Moderado
• Meio-termo entre os conservadores e os agressivos/ arrojados;
• Gosta de segurança, mas tem maior tolerância aos riscos;
• Procura carteira mais balanceada, entre renda fixa e renda variável;
• Divide as aplicações entre as com liquidez e as com possibilidade de rentabilidade mais
elevada;
• Mesmo concentrando maior dos aportes em aplicações conservadoras, admite perdas até
certo patamar, visando alcançar algum retorno mais elevado no médio e no longo prazos.

Agressivo/Arrojado
• Busca possibilidade de retornos mais elevados e aceita seus riscos;
• Geralmente é experiente, entende o funcionamento do mercado, os diferentes produtos de
investimentos disponíveis, assim como os seus riscos, rentabilidades e expectativas;
• O investidor agressivo/arrojado quer obter lucros
acima da média do mercado, e investe mais na renda variável para atingir este objetivo.
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Quanto investir em cada modalidade


Após identificar o perfil corretamente, chegou o momento de definir o quanto investir em cada
modalidade de investimento.

Nesta hora, a participação de um assessor de investimentos pode ser importante para auxiliar
na tomada de decisões mais assertivas e convergentes com os objetivos do investidor.

Apenas como referência apresentamos algumas opções de alocações de R$ 100 mil para
cada perfil de investidor.
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3. Objetivos e estratégias
As carteiras com determinados produtos para perfis específicos, como vimos no capítulo anterior,
atendem a uma finalidade genérica de proteção de capital e ganhos acima da inflação.

Entretanto, os objetivos e as estratégias específicas de cada investidor devem ser levados em


conta na hora
de montar uma carteira.

Por este motivo, o teste de perfil é só o começo. Entender mais profundamente a realidade e a
disposição ao risco, assim como as definições quanto a prazos de investimentos, é uma tarefa
um pouco mais sofisticada, e que exige uma análise mais criteriosa.

Nestes momentos, sobretudo por se tratar de economias acumuladas ao longo de um período


ou de uma vida,
a ajuda de um assessor de investimentos pode ser importante.

Reserva de Emergência
O primeiro passo para qualquer pessoa que deixou de ser gastadora e conseguiu o grande
feito de se tornar uma poupadora deve ser formar uma reserva de emergência.

Reserva de emergência é aquele montante em dinheiro que só pode ser aplicado em


investimentos que não contenham riscos e que possuam alta liquidez.

Ou seja, aplicações que possam ser resgatadas imediatamente.

Isto porque a reserva de emergência é o recurso que o investidor precisa ter disponível para
usar a qualquer momento, diante de imprevistos.

O montante necessário à reserva de emergência deve ser o equivalente a pelo menos seis
meses do valor mensal necessário para pagar as contas essenciais do investidor.

Onde investir

A reserva de emergência não trará altos rendimentos, é fato, mas ela pode ter uma performance
melhor, dependendo de onde for alocada, sempre dentro das opções da renda fixa que
apresentamos a seguir.

As opções da renda fixa são, na verdade, diferentes modalidades de empréstimos feitos pelos
investidores. Quando o empréstimo é feito ao governo, trata-se de títulos públicos (Tesouro
Direto).
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Quando o empréstimo é para bancos, se chama Certificados de Depósitos Bancários, os


chamados CDBs; as Letras de Crédito Imobiliário, LCI; as Letras de Câmbio, LC; e as Letras de
Crédito do Agronegócio, LCA.

E quando o empréstimo é para empresas, são as debêntures.

O investidor pode aplicar diretamente nestes ativos ou por meio de fundos multimercado que
contenham estas classes de ativos.

Como o próprio nome diz, a rentabilidade destes investimentos será fixa, ou seja, a remuneração
da aplicação fica definida no momento do investimento.

As modalidades de renda fixa são balizadas pela Selic que, o início de 2022, já se encontra
a 10,45%, devendo ultrapassar os 12% ao ano. Mas, em termos comparativos, em agosto de
2016, a taxa básica era 14,25%. E chegou a 45%, em março de 1999.

Proteção contra inflação

Quem quer investir em renda fixa para a construção da reserva de emergência, diversificar os
investimentos ou manter o patrimônio dentro de um perfil conservador, a dica na atualidade é
ter atenção à inflação, além da Selic.
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Rendimento

Vale lembrar que o CDI não rende, já que ele não é um investimento. Na verdade, ele é uma
taxa que serve de referência para investimentos. A Selic funciona da mesma forma.

Assim, o percentual do CDI é que serve como referência para os investimentos.

Por exemplo, procurando informações sobre investimentos, o investidor se depara com tabelas
de rentabilidades passadas com informações como “90% do CDI”, “100% do CDI” ou ainda
“120% do CDI”. Mas o que isso quer dizer?

O patamar de 100% do CDI é uma boa


referência para uma carteira de
investimentos, porque traz um ótimo
balizador para um portfólio: a taxa
básica de juros.

Nenhum investimento pode serconsiderado


bomse performar abaixo disso.
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Fuja da Poupança
Ao contrário do que alguns brasileiros ainda possam acreditar, a poupança não deve ser
considerada um bom investimento, bom investimento, mesmo com o atual cenário de juros
altos.

E isto vale também para a composição da reserva de emergência.

Isto porque a poupança tem um rendimento muito baixo na comparação com outras alternativas
do mercado, igualmente seguras e com alta liquidez.

Ou seja, quem fica na poupança está, na verdade, perdendo dinheiro.


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4. Renda Fixa
Quando se escuta falar de um investimento de renda fixa é importante que se saiba exatamente
o que isso quer dizer.

A renda fixa significa que o percentual de rendimento de uma aplicação é combinado no


momento da aquisição do título e que, geralmente, este percentual está atrelado a uma taxa
de referência que já existe na economia.

Na data do vencimento do título o investidor recebe o retorno de acordo com o que foi acordado
na hora da compra.

Ou seja, existem títulos de renda fixa que oscilam conforme a inflação.

Por exemplo, um título de renda fixa com vencimento em 2025 que acompanha a taxa de
inflação (IPCA) e paga um adicional de 5%.

Isso significa que, quando chegar 2025, o investidor vai receber exatamente a variação do IPCA
no período mais 5%. Assim, mesmo que não se tenha como prever a inflação, o rendimento irá
acompanhar a perda de poder de compra da alta dos preços.

Da mesma forma, existem muitos títulos de renda fixa atrelados ao CDI, como vimos no capítulo
anterior, que acompanham a taxa básica de juros. Neste caso, ao final do prazo de vencimento,
o investidor recebe um percentual acumulado do CDI no período.

Mercado secundário

Quando dizemos que a renda fixa não é tão fixa assim significa que ela também pode variar.
A variação ocorre somente para quem vende o título antes do vencimento. Para entender, é
importante explicar que existe um
mercado secundário dos títulos de renda fixa.

Neste mercado, os investidores podem comprar e vender todos os dias, e as taxas vão variar
conforme as expectativas que existem no mercado.

Quando o investidor compra um título, ele vai perceber que este título oscila todos os dias.
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Como funciona

Imagine o caso de um investidor que tem um título préfixado que rende IPCA mais 4%.

Se hoje este título estiver sendo negociado no mercado por IPCA mais 5%, o papel sofre uma
desvalorização. Já quando o mercado está negociando o mesmo título a IPCA mais 3%, o papel
sofre uma valorização.

Marcação a mercado

Esta variação é chamada de marcação a mercado, o que acontece diariamente com o Tesouro
Direto e com mais clareza nas debêntures e nos fundos de investimentos que investem nestes
tipos de ativos – podendo deixar
alguns investidores nervosos.

O segredo para não sofrer com a oscilação é ficar com o título até o seu vencimento.

Assim, a rentabilidade continuará a ser IPCA mais 4%, neste exemplo. Não importa o quanto
ele mudou de valor ao longo do caminho.

Principais Títulos

Agora que explicamos o que é a renda fixa e como ela funciona, confira os principais tipos de
investimentos
que podem ser feitos neste mercado:

CDB

O CDB é um dos investimentos de renda fixa mais conhecidos pelos brasileiros e vamos conhecer
os seus detalhes, vantagens e desvantagens.

Primeiramente, CDB significa Certificado de Depósito Bancário.

Esse título é emitido por bancos. Na prática, é como se o investidor estivesse emprestando
dinheiro para o banco, em troca do recebimento de juros.

Como funciona?

No momento da aplicação, a pessoa fica sabendo de todas as condições do CDB.


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As mais importantes são a taxa de juros e o prazo de vencimento.

A respeito da taxa de juros é importante saber que pode ser prefixada ou pós-fixada.

• Prefixada: O investidor já conhece desde o início o percentual do rendimento. Por exemplo,


uma taxa
de 8% ao ano.

• Pós-fixados: A taxa varia acompanhando alguma referência, como o CDI e a inflação (IPCA).
Assim, o investidor já sabe que receberá uma porcentagem do rendimento dessas taxas.

Historicamente, os CDBs pós-fixados ao CDI são bastante utilizados no Brasil. Isso porque a
taxa de juros (Selic) era elevada, e o CDI é praticamente igual à Selic.

Liquidez do investimento

Alguns CDBs também têm carência. Ou seja, determinam uma data a partir da qual ele pode
ser resgatado.

Por exemplo, o CDB pode ter vencimento em três anos, mas carência de seis meses. Isso
significa que o dinheiro não pode ser sacado antes de seis meses.

A liquidez da aplicação é algo muito importante de ser considerado. Muitas instituições liberam
o resgate apenas no prazo de investimento.

Caso o investidor possa ficar três anos sem precisar do recurso, vale a pena investir em um
CDB de prazo de
resgate de três anos, mesmo que não tenha liquidez. Isso porque a taxa será mais atrativa.

Afinal, o banco terá mais tempo para trabalhar com o dinheiro.

Caso ele acredite que precisará usar o dinheiro para uma emergência, é melhor aplicar em um
CDB de liquidez diária. Ou seja, que pode ser resgatado todo dia. A desvantagem, neste caso,
é que as taxas são mais baixas.
Os CDBs de liquidez diária também são uma boa pedida em momentos de muita turbulência
e baixa visibilidade
no mercado.
Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 28

Um fator que interfere na rentabilidade é o perfil do banco. Quando o CDB é emitido por um
banco tradicional, a remuneração costuma ser mais baixa. Isso porque a solidez financeira
dessas instituições traz menos riscos para os investidores.

Já os CDBs emitidos por bancos médios costumam oferecer retornos mais atrativos, por que,
em teoria, o risco envolvido é maior.

Riscos do CDB

Ao adquirir um CDB o investidor tem que compreender os riscos envolvidos no investimento.


No caso, a quebra
do emissor, já que este não honrará seu compromisso.

No entanto, o investidor conta com uma vantagem, que é a garantia dada pelo Fundo Garantidor
de Crédito
(FGC). Esta proteção vai até o limite de R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira, no limite
de R$ 1 milhão.

Por essa razão, clientes com mais recursos preferem investir em CDBs de bancos variados.

Tributação do investimento

A tributação dos CDBs é semelhante à maioria das aplicações de renda fixa. Confira:
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Vantagens

Para resumir, as principais vantagens do CDB são a segurança e a possibilidade de liquidez


diária. Além
disso, a rentabilidade pode ser interessante, a depender dos fatores apontados acima.

Mas provavelmente uma das maiores vantagens do CDB é a facilidade de aplicação, com uma
grande variedade de emissores, prazos e taxas disponíveis.

Tesouro Direto
Os investimentos disponíveis no Tesouro Direto chamam a atenção de muita gente. Mais de
um milhão de pessoas investem seus recursos na plataforma, e a tendência é que esse número
continue aumentando.

Em outras palavras, ao comprar esses títulos o investidor está emprestando seu dinheiro ao
governo em troca
de uma remuneração por um determinado período de tempo.

Investir no Tesouro Direto é fácil e rápido. Basta ter acesso à internet e uma conta na instituição
financeira. Mas antes de começar a investir nesses títulos é importante entender o que é o
Tesouro Direto, como ele funciona e de que forma a pessoa pode escolher os investimentos
mais adequados para os objetivos dela.

Quando nos referimos ao Tesouro Direto estamos falando de um programa que foi implementado
pelo
Tesouro Nacional do Brasil em parceria com a bolsa.

Sua operação teve início em 7 de janeiro de 2002. O objetivo do Tesouro Direto é popularizar
o investimento
em títulos públicos federais às pessoas físicas por meio da internet.

Ao adquirir os títulos do Tesouro Direto, o investidor estará adquirindo papéis referentes à


dívida do governo federal. Eles são emitidos para financiar os gastos do governo com saúde,
educação e infra-estrutura, etc.

Feito isso, a pessoa poderá começar a investir na comodidade de casa.


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Remuneração

Os juros pagos no Tesouro Direto podem ser prefixados ou pós-fixados (geralmente atrelados
a um indexador, como o IPCA).

Note que, ao comprar títulos pós-fixados, o investidor não sabe quanto receberá no final –
apenas no vencimento seu rendimento será conhecido, já que estará sujeito ao desempenho
da economia.

Como escolher

Antes de escolher um título do Tesouro Direto, o investidor deve, primeiramente, saber qual é
o objetivo da aplicação.

Pode ser uma meta de longo prazo, como investir para aposentadoria, ou de prazo mais curto,
como a compra de um carro daqui a cinco anos.

Outra hipótese é que o investidor precise do dinheiro ainda mais rápido, num prazo menor que
um ano. Esta avaliação do prazo é essencial, pois vai ajudar a escolher algo que não cause
nenhum tipo de arrependimento.
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Curto Prazo

Caso o objetivo seja comprar um carro ou realizar algum projeto em um prazo mais curto, o
melhor é procurar papéis com o vencimento correspondente.

Ou seja, com vencimento em 2025, caso seja um projeto para daqui a quatro anos.

Neste caso, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA + podem se enquadrar, desde que o
vencimento não seja muito distante da data atual.

O Tesouro IPCA costuma ser escolhido por quem espera uma alta da inflação. Caso contrário,
o Tesouro Prefixado costuma ser preferido.

Ao casar a data de vencimento com a data do projeto, é possível ficar livre das oscilações de
mercado. Desta
forma, o investidor não corre o risco de precisar vender o papel antes do vencimento e encontrar
preços
desfavoráveis.

Reserva de emergência

Para a reserva de emergência, que pode ser sacada a qualquer momento, a melhor pedida é
sempre o Tesouro Selic.

Este título é diferente dos outros. Ele acompanha a taxa Selic e vai ganhando um pouco por
dia. Se a pessoa
vende antecipadamente, não corre risco de perder dinheiro.

Antes de continuar, o investidor precisa lembrar que é importante ter pelo menos seis meses de
renda em uma reserva financeira de alta liquidez. Ou seja, este dinheiro deve ser considerado
como colchão de emergência e poderá ser sacado a qualquer momento. Somente depois
de ter este colchão de emergência, a pessoa deve começar a aplicar dinheiro pensando em
prazos mais longos.

Como funciona

Os títulos públicos são emitidos pelo Tesouro Nacional para financiar as atividades do Governo
Federal.

Já o Tesouro Direto é a plataforma de venda de títulos públicos para pessoas físicas na internet.
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Quando o governo emite os títulos públicos, o investidor precisa entender que se trata do
mercado primário.
Isso é feito por meio de leilões em que os compradores são os grandes investidores institucionais.
Os leilões ocorrem uma ou duas vezes por semana.

Ao mesmo tempo, estes títulos são negociados novamente no chamado mercado secundário.
O Tesouro Direto captura os preços praticados no mercado secundário. Com estas informações,
os preços dos títulos são atualizados.

Os preços variam todos os dias. Quando a variação é muito grande ao longo do dia, o Tesouro
Direto atualiza os valores. Para isso, ocorre uma pausa de alguns minutos na negociação para
atualizar os preços.

Cabe esclarecer que os valores negativos são decorrentes do aumento nas taxas de juros de
mercado ocorridas no período.

No entanto, vale dizer que uma vez carregados até o vencimento, os títulos pagam a rentabilidade
acordada no momento da compra.

Segurança

O Tesouro Direto não conta com a garantia do FGC, diferente de aplicações como CDB, LCI,
etc. Em contrapartida, o Tesouro Direto oferece uma segurança enorme que é a garantia do
próprio governo federal.
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LCI e LCA
LCI é a sigla para Letra de Crédito Imobiliário e LCA para Letra de Crédito do Agronegócio.
Ambos são títulos
emitidos pelos bancos para se capitalizarem.

Na prática, não existem diferenças para o investidor entre investir em uma LCI ou em uma LCA.

Uma LCI é um título emitido pelo banco (semelhante ao CDB), onde os valores captados com
esses papéis devem, obrigatoriamente, ser destinados ao financiamento de imóveis.

Já uma LCA é praticamente o mesmo tipo de papel, com a diferença de que os valores são
destinados, neste caso, ao setor do agronegócio.

A segurança de ambos é dada pelo FGC, que é o fundo garantidor de crédito.

Vantagens

Uma das principais vantagens destes investimentos é a isenção de Imposto de Renda. Ou seja,
o investidor não paga IR para aplicar nestas modalidades.

Mas preste atenção: nem sempre a isenção de Imposto de Renda compensa para o investidor. Às
vezes, investimentos com taxas de rendimento mais altas compensam mesmo com a cobrança
de IR.

Por isso, é sempre bom fazer a conta para ver qual é mais vantajoso para o investidor.

Em termos de prazos, o investimento em LCI e LCA, normalmente, varia em torno de 1 ano e


meio a 3 anos.

Debêntures
As debêntures são títulos de renda fixa com nome complicado, mas conceito simples. Para
começar, é um empréstimo que o investidor faz para uma empresa não-financeira, como por
exemplo a Vale (antiga Vale do Rio Doce). Eles funcionam como um CDB.

Um CDB nada mais é do que um empréstimo feito a um banco pelo investidor, com uma
promessa de juros sobre o mesmo. A debênture também é um empréstimo, mas para uma
empresa não-financeira. Ou seja, que não é um banco.
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As formas de rentabilidade são bem variadas e dependem muito da empresa que lança as
debêntures – à semelhança dos bancos em relação aos CDBs. Normalmente a rentabilidade
tem uma parte fixa e outra atrelada a um índice de inflação, como o IPCA.

Atualmente, é possível encontrar debêntures rendendo IPCA + 3% até empresas que pagam
IPCA + 5%. Os prazos normalmente vão de 3 a 5 anos. O comportamento das debêntures é
muito parecido com o comportamento dos Títulos do Tesouro do tipo Tesouro IPCA+ (NTN-B
Principal).

Segurança

Diferente de outros investimentos de Renda Fixa (Poupança, CDB, LCI, LCA), as debêntures
não têm a garantia do FGC. Isto é um ponto desfavorável das debêntures.

Elas representam um empréstimo para uma empresa não-financeira. São como uma “confissão”
de dívida de uma empresa. Da mesma forma que um CDB é um empréstimo do investidor para
um banco.

Muitas das empresas que emitem debêntures são até maiores que os tradicionais bancos
comerciais, onde os poupadores estão acostumados a depositar o dinheiro sem sentir
insegurança. Como comparação, uma empresa como a Vale tem o mesmo tamanho de um
banco como Bradesco, por exemplo.

Em outras situações, a dívida (da debênture) é alienada a um bem da empresa ou a uma garantia
bancária, o que confere ainda mais segurança.
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Para que servem?

Para as empresas, as debêntures são uma forma mais em conta de financiar projetos de médio
e longo prazo, como ampliar seu parque fabril, comprar máquinas, trocar sua frota de veículos,
etc.

Este é o caso da Vale, que em 2015 lançou debêntures para financiar o projeto de expansão
da Estrada de Ferro Carajás.

Captar recursos por meio da emissão de debêntures, na maioria dos casos, é muito mais barato
para a empresa
do que captar esses recursos em bancos. Por isso, é um método largamente utilizado por
empresas de grande
porte.

Para os investidores, as debêntures são uma forma muito inteligente de investir recursos. Isso
porque elas combinam: rentabilidades muito atraentes, isenção de Imposto de Renda, em
alguns casos, e grande liquidez por meio do mercado secundário (ou seja, sem carência). Além
disso, quando falamos de empresas de grande porte, temos garantias fortes como as de um
depósito bancário.
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Rentabilidade

As empresas que lançam as debêntures, ou seja, que captam o recurso, têm liberdade para
determinar a maneira com que vão pagar a rentabilidade de suas debêntures. Esta liberdade
é outro fator que faz com que as empresas gostem muito de captar recursos por debêntures.

No prospecto de lançamento (que vamos tratar mais adiante), a empresa determina como que
vai devolver o capital investido. Basicamente, duas questões devem ser tratadas: a amortização
e os juros.

Juros e Rendimentos

Os rendimentos das debêntures podem ser pagos em juros fixos, juros variáveis, participação
nos lucros das empresas ou ainda prêmios diversos. Os órgãos reguladores definiram algumas
regras limitando às seguintes possibilidades:

• Taxas de juros prefixadas

Bastante utilizada em conjunto com a atualização monetária, a remuneração prefixada, como


o próprio nome já diz, é fixa. Pensando isoladamente na parte prefixada, a remuneração seria
por exemplo de 14% ao ano.

Assim, um investidor que aplique R$ 100 mil vai receber R$ 14 mil por ano de juros/rentabilidade
em seus investimentos.

• Taxas de juros pós-fixadas

Esta já é uma forma bem utilizada de remuneração das debêntures, com o investidor recebendo
um percentual da variação de um índice, normalmente o CDI ou a Selic.

• Atualização Monetária

É o tipo mais utilizado de remuneração, já que protege o capital da corrosão gerada pela
inflação. Normalmente, o indicador utilizado é o IPCA.

Por exemplo, se o capital investido for de R$ 100 mil e a inflação de 3% no ano, ao final o
investidor receberá
R$ 3 mil, ficando com R$ 103 mil, corrigindo assim, o poder de compra do dinheiro.
Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 37

A forma mais tradicional de remuneração funciona de forma mista, parte pela inflação e parte
fixa, exemplo IPCA + 4%. Assim essas debêntures garantem uma rentabilidade fixa acima da
inflação, vejamos: Se a pessoa investir R$ 100 mil e receber IPCA + 4%. Caso o IPCA no final
do período fique em 3%, ela receberá R$ 3 mil referentes à inflação (IPCA) e mais 4% (R$ 4 mil)
referentes à parte fixa da remuneração, totalizando assim R$ 7 mil de rendimentos.

Neste tipo de remuneração é bem comum que a parte fixa seja paga regularmente durante o
período. Por exemplo, anualmente ou semestralmente. Já a parte da inflação remunera o valor
principal que vai ser devolvido no prazo estipulado ou no vencimento, conforme o sistema de
amortização combinado.

Amortização

A amortização é a devolução do principal, ou seja, como o valor investido vai retornar ao


investidor.

Ao investir R$ 5 mil em uma debênture, o investidor precisa saber de que maneira vai receber
os juros, assim como de que maneira o investimento será devolvido, ou seja, amortizado.

Todas as debêntures têm um prazo de vencimento e a amortização pode ser neste vencimento.
Ou seja, o capital investido é devolvido na data do vencimento. Também é muito comum a
amortização em parcelas anuais ou semestrais, exemplo: se investe R$ 5 mil e tem o capital
devolvido em cinco parcelas anuais de R$ 1 mil.

Como explicado anteriormente, muitas vezes essa amortização é atualizada por um índice de
preços. Este, na maior parte das vezes, é o IPCA.

Caso a amortização seja no vencimento e a pessoa tenha investido R$ 10 mil, imaginando


uma inflação de 20%, ela vai receber no final: R$ 12 mil. Isso é apenas o capital que vai ser
amortizado, aqui não estamos falando dos juros do investimento.
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CRI e CRA
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRA)
são títulos de renda fixa emitidos por companhias securitizadoras. O objetivo é financiar, como
os próprios nomes já dizem,
os mercados imobiliário e agrícola. Estes títulos podem ser pré ou pós-fixados.

Ao investir em um CRI ou um CRA, o investidor não tem um banco como intermediário. É


justamente por isso que estes investimentos oferecem melhores taxas de rentabilidade.

Um exemplo de como funcionam na prática. Um banco realiza um empréstimo para uma


produtora de milho.
Para não ter que esperar até o final do prazo para receber o seu dinheiro de volta, ele emite
um CRA e vende para investidores os seus créditos. Então, estes investidores receberão os
juros do período.

O mesmo acontece com os CRIs em relação ao crédito imobiliário.


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5. Renda Variável
Em tempos de juros altos, a renda variável perde atratividade. No entanto, pode conter muitas
oportunidades de compra de ativos por preços descontados.

No entanto, é importante ressaltar que, diferentemente da renda fixa, a renda variável não está
atrelada a rentabilidades pré-estabelecidas.

Como o próprio nome diz, essa aplicação varia e o seu retorno é imprevisível.

Esse tipo de investimento pode ter rentabilidades positivas ou negativas (alta volatilidade) a
depender de uma série de fatores do mercado, tais como:

• PIB e inflação;
• Taxa de juros, câmbio e commodities;
• Estratégias internas e problemas de gestão;
• Governança Corporativa;
• Fusões e aquisições;
• Interferências políticas/econômicas,
• Resultados do balanço, dentre vários outros.

A renda variável tem como característica ter uma


maior possibilidade de rentabilidade e retorno, mas
com maior risco.

Apesar do maior risco, a diversificação de uma carteira de investimentos envolve justamente


a compra de ativos tanto de renda fixa quanto de renda variável.
Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 40

Quem decide investir em renda variável encontra uma série de títulos à venda no mercado –
cada qual com sua característica e rentabilidade.

Um dos mais procurados nesse segmento, sem dúvida, são as ações de companhias abertas
e listadas na bolsa
de valores.

Uma ação nada mais é do que a menor fração do capital de uma empresa, que é emitida,
quando primária, como
forma de captação de recursos com custos menores do que os obtidos com bancos.

O dinheiro que as empresas conseguem captar por meio da venda de ações permite que essa
organização realize investimentos. Além disso, pode pagar suas contas e desenvolver produtos
e serviços.

Desta forma, as empresas podem crescer e se valorizar ao longo do tempo no mercado –


possibilitando a distribuição de dividendos, que são os lucros acumulados em determinado
período, entre os investidores.
Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 41

Para saber com profundidade como investir no mercado de ações, preparamos um e-book
completo com os quatro pilares potencializar os ganhos com renda variável:

Vantagens e desvantagens

Assim como em qualquer segmento do mercado financeiro, os ativos de renda variável possuem
vantagens e desvantagens.

Entre as principais vantagens está a liquidez de seus títulos. Isso significa que o investidor
poderá operar em qualquer prazo, até mesmo em um dia, como no chamado “Day Trade” –
como veremos mais para frente.

Outra vantagem é que todas as operações podem ser realizadas totalmente online. Ou seja,
não é preciso ir até um banco quando quiser realizar qualquer tipo de operação.

Isso porque a responsabilidade de cuidar dos ativos será de uma corretora de valores, que é
responsável pela intermediação entre o investidor e a bolsa de valores.

Entre as desvantagens, a maior é o risco que envolve o mercado de renda variável, uma vez
que podem ocorrer muitas oscilações nas cotações, principalmente no curto prazo.

No entanto, mesmo com o risco envolvido, isso não deve ser um motivo para fugir da renda
variável.
Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 42

Para auxiliar na escolha dos papéis – ou do momento mais apropriado para a compra ou venda
de uma ação –, o investidor pode contar com um assessor de investimentos, que pode ajudar
a mitigar os riscos e ter sucesso nas escolhas.

Estratégias

Antes de investir em ações é preciso saber distinguir e escolher a melhor estratégia de


investimento. Metas de curto, médio e longo prazos têm, também, opções diferentes de
investimentos.

As três principais estratégias de investimentos da renda variável são: Day Trade, Swing Trade
e Buy and Hold.
Cada uma tem suas peculiaridades, exige níveis diferentes de conhecimento e métodos de
análises distintos.

Day Trade: curto prazo

São operações rápidas, realizadas no mesmo dia e com possibilidade de bons ganhos. Nesta
estratégia, o investidor deve saber analisar os gráficos da bolsa e as tendências de mercado
para diferentes ativos.

É uma estratégia que depende de mais estudo, habilidade e tempo de mercado. A rentabilidade
é proporcional ao risco. Ou seja, quanto mais o investidor se expuser, maiores podem ser os
ganhos (e também as suas perdas).

Uma das vantagens do trader é poder operar alavancado. Em outras palavras, ele pode operar
com um dinheiro
que não é dele, e sim disponibilizado pela corretora como forma de um limite. Assim, os ganhos
podem ser potencializados em um dia – assim como as perdas também.

Buy and Hold: longo prazo

Nesta estratégia, o investidor “segura” por um longo período os seus ativos. Por isso, é muito
usada por quem pensa em investir com foco na aposentadoria. O tempo é relativo e depende
de cada pessoa. Mas a proposta é que, desde que os fundamentos da empresa estejam bons,
aquela ação fique na carteira por décadas.
Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 43

Grandes investidores como Warren Buffett vivem desta forma de investimento.

Os ganhos vêm de duas formas: os dividendos/proventos pagos periodicamente pelas empresas e a possibilidade
de valorização das cotas.

Aqui, não é a análise gráfica que conta, mas a fundamentalista. Ou seja, o investidor deve analisar documentos
como os balanços patrimoniais e os demonstrativos de resultados financeiros das empresas para tomar suas
decisões.

Desta forma, o holder deve saber analisar diferentes múltiplos e também o potencial de crescimento de um
negócio.

Swing Trade: meio termo

O Swing Trade é um método intermediário entre o Day Trade e o Buy and Hold. Ou seja, nesta estratégia o
investidor não vende todos os seus ativos em um só dia, mas também não fica com ele em carteira por anos e
anos.

O swing trader geralmente fica dias ou semanas com o mesmo ativo e se aproveita da valorização de determinada
cota para vendê-la e lucrar com a operação.

Quem investe com Swing Trade costuma definir duas metas quando compra um ativo: um valor mínimo de alta e
um valor mínimo de baixa.

Assim, quando a cotação alcançar determinados valores, será a hora de se desfazer daquele ativo. Isso é importante
para evitar grandes perdas nas desvalorizações e a empolgação com grandes altas.

Fundos imobiliários
Nos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) os recursos são aplicados em ativos do setor
imobiliário, como imóveis ou ativos financeiros com lastro em imóveis.

São uma boa opção para quem deseja iniciar no mundo da renda variável ou investir em imóveis
sem a necessariamente adquirir uma casa ou um apartamento. Ao se tornar um cotista de um
FII, o investidor passa a
receber os aluguéis mensalmente, além de ser dono de parte de um imóvel real (ou vários).

Podem ser imóveis comerciais em geral, shoppings center ou até mesmo um único edifício.
Estes fundos que investem em imóveis reais são chamados de fundos de tijolo.

Mas também existem os FII de papel. Estes compram recebíveis imobiliários, que são títulos de
renda fixa voltados ao setor imobiliário, como CRI, LCI e Letras Hipotecárias (LH).
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Como escolher

Os FIIs sofreram grandes perdas com a pandemia da Covid-19, e ainda não se recuperaram
totalmente, sendo possível também encontrar ativos descontados.

Agora, antes de adquirir cotas de um fundo, é importante adotar alguns critérios de avaliação.

Entre eles, uma análise qualitativa, como a localização do imóvel. Ou seja, se está em uma
zona de crescimento;
se a rentabilidade dos aluguéis na região é interessante; se o preço por metro quadrado
também e se está em
uma cidade em crescimento. Além de questões como avaliar os locatários, etc.

Já a tarefa quantitativa pode ser mais simples e feita à distância. Pois nela é possível avaliar os
números do empreendimento. Veja a seguir algumas análises.
Cotação

Por serem listados em bolsa, sua cotação não é fixa, mudando todos os dias de acordo com
a oferta e demanda por suas cotas. Assim, se há mais interessados por um FII, naturalmente
a sua cotação vai subir, assim como ao contrário, quando sofrem desvalorização, por pouca
demanda.

Valor de Mercado

Todos os fundos têm um número de cotas, ou seja, pequenos pedaços em que o fundo é
dividido e negociado. O valor de mercado é justamente o que custaria comprar todos estes
pedaços. Ou seja, chegamos ao valor de mercado multiplicando a última cotação pelo número
total de cotas.

Patrimônio Líquido

O patrimônio é o valor de avaliação dos bens do fundo. Ou seja, quanto vale ou valem os
edifícios do fundo, as participações em outros fundos ou recebíveis imobiliários. Assim, a soma
ou avaliação de todos estes bens forma o patrimônio total do fundo.
Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 45

Dividend Yield

Assim como com as ações, o indicador “Dividend Yield (DY)” – ou rendimento de dividendos
– é muito utilizado
entre os investidores de FIIs.

Exemplo: Um fundo com cota valendo R$ 100 paga um “aluguel” ou rendimento mensal de R$
1 por mês. Se nos últimos 12 meses o investidor acumulou R$ 12 provenientes dos dividendos
dos fundos, consequentemente, o DY é de 12% (R$ 12,00 / R$ 100,00 = 12%).

Os fundos, principalmente os que têm renda de aluguel, distribuem, mensalmente, o lucro


oriundo dos seus aluguéis. Dividindo a receita igualmente entre cada uma das cotas.

Mais uma vantagem dos FIIs vem aqui: essa distribuição é isenta de Imposto de Renda.

Pontos de atenção

O primeiro passo para quem deseja ingressar nestas aplicações é analisar o regulamento, no
item política de investimentos. Veja quais informações são possíveis de serem obtidas:

• Quais ativos o FII pretende alocar sua carteira;


• Taxas de administração, como consultoria e performance;
• Instituição administradora do fundo;
• Periodicidade da distribuição de resultados;
• Prazo de duração do fundo (alguns têm duração específica).

Além do regulamento, alguns FII (nem todos) apresentam relatórios gerenciais. São documentos
bastante didáticos, com um resumo da política de investimentos e uma descrição dos resultados
recentes.

Riscos

Além do risco de desvalorização das cotas, os investidores devem observar outros fatores.
Veja os principais:

• Rescisão de contrato: Os locatários dos imóveis para quem os fundos alugam os imóveis
podem cancelar os
contratos ou encerrar antecipadamente (normalmente esses cancelamentos são passíveis de
multas). Isso gera um impacto na geração de receitas com aluguel dos fundos, o que pode ser
particularmente perigoso quando se trata de um FII com um único imóvel ou com pequena
Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 46

diversificação (2 ou 3 locatários);

• Renda Garantida: É o período em que o fundo “garante” uma renda aos investidores, mas
que pode comprometer o patrimônio. Dessa forma, é importante comparar a renda garantida
com a renda recebida com os aluguéis e que é repassada aos cotistas.

• Imóveis em construção: Há fundos que investem em imóveis na planta, o que pode gerar
uma série de riscos.
Entre eles, a vacância, que pode ser observada pelo nível de ocupação na região do imóvel; o
interesse antecipado de empresas pelo empreendimento; os atrasos nas obras; e a remuneração
dos investidores, se ocorrer antes ou após o término da construção.

Vantagens

Culturalmente, o brasileiro adora investir em imóveis. E o primeiro problema enfrentado


(principalmente pelo pequeno investidor) é o alto investimento inicial de um imóvel.

Na hora de gerar renda vem o próximo problema, que é arranjar um bom locatário. Ou para
quem pensa em comprar e vender, conseguir um comprador para o imóvel.

Sem esquecer da burocracia envolvida para registrar o imóvel, transferir ou ainda dos impostos
envolvidos com a propriedade, entre várias outras coisas. Estes problemas são todos resolvidos
investindo em Fundos Imobiliários.

Em outras palavras, com os FIIs o investidor não precisa ter muito dinheiro para investir e lucrar
com imóveis. Outra vantagem dos FIIs é que envolvem imóveis de grande porte e de ótima
localização, como shoppings, edifícios empresariais, hotéis, colégios, faculdades, hospitais,
indústrias, etc.

A maior parte destes fundos tem ótimos locatários. Normalmente, grandes empresas como
Itaú, Santander, Universal Studios, Petrobras, Caixa, BRF Foods, entre outras, nacionais e
multinacionais, buscam por estes imóveis.
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Fundos de investimentos
Existe uma infinidade de opções de fundos no mercado, reunindo diversos produtos financeiros.

Diferentemente de outros ativos em que o investidor investe diretamente no que ele quer
comprar, nos fundos há um gestor profissional responsável por tomar decisões e tentar
rentabilizar ao máximo o dinheiro investido.

Assim, os fundos têm taxas, como a taxa de administração e de gestão.

Os fundos podem ser comparados a um condomínio, onde o banco é o administrador. Entre


suas atribuições
está documentar os resgates e os aportes, registrar compras e vendas de ativos (os investimentos
propriamente ditos) e cuidar da divisão e apresentação das cotas do fundo.

Já as decisões de investimentos ficam por conta de uma gestora, também conhecida como
Asset.

Adicionalmente, existem o custodiante, instituição financeira onde os recursos e os títulos


investidos ficam “guardados”, e o distribuidor, responsável por “oferecer” os fundos.

Em resumo: os cotistas compram uma quantidade de cotas de um fundo na aplicação e pagam


uma taxa de
administração a um terceiro (administrador e gestor) para coordenar as tarefas do fundo e
gerenciar seus recursos no mercado.

Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista está aceitando suas regras de


funcionamento (aplicação,
resgate, horários, custos, etc) e passa a ter os mesmos direitos dos demais cotistas,
independentemente da quantidade de cotas que cada um possui.

Principais vantagens:
• Acessibilidade;
• Diversificação;
• Gestão profissional; e
• Vantagem tributária.
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Tipos de Fundos

Os fundos são divididos, segundo as definições da Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), conforme suas estratégias e fatores de risco. Isso
facilita a comparação entre performances e auxilia no processo de decisão de investimentos.

Fundos Multimercados

Os fundos multimercados surgiram com a necessidade de investidores de confiarem seus


recursos a um gestor
que poderia investir o seu capital em diferentes tipos de produtos como renda fixa, ações,
juros, moedas, entre outros, no Brasil ou no exterior. Ou seja, são aplicações diversificadas e
com bastante liberdade para investir.

Durante anos, os multimercados se desenvolveram e se especializaram em alguns nichos.


Hoje existem
diversos tipos de fundo multimercado, desde os mais conservadores até os mais arrojados, e
com estratégias
diferentes.

Segundo a classificação da Anbima, existem fundos multimercado do tipo Dinâmico; Estratégia


Específica;
Investimento no Exterior; Juros e Moeda; Long and Short Direcional; Long and Short Neutro;
Livres; Macro
e Trading.

Essa modalidade de investimento sofreu um baque durante a crise como várias outras, mas
mantém boas perspectivas para longo e médio prazo. Dessa forma, é recomendada ao investidor
que deseja correr um pouco mais de risco.

Fundo de Ações

Já os fundos de ações são aqueles investimentos que aplicam o capital dos cotistas em ações
disponíveis no mercado. Costumam estar entre as opções mais arriscadas e também entre as
mais rentáveis do mercado financeiro em geral.

Possuem, no mínimo, 67% da carteira em ações à vista, bônus ou recibos de subscrição,


certificados de depósito de ações, cotas de fundos de ações, cotas dos fundos de índice de
ações e Brazilian Depositary Receipts, classificados como nível I, II e III. O hedge cambial da
parcela de ativos no exterior é facultativo ao gestor.
Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 49

O investidor mais arrojado e com foco no longo prazo deve aproveitar o momento de queda
dos ativos para montar posição em fundos de ações. Isso porque a economia brasileira deve
iniciar o processo de retomada pós-pandemia.

Estes e outros aspectos econômicos nos levam a crer que os ativos brasileiros ainda têm
muito potencial de valorização. E os fundos multimercado mais agressivos e de ações tendem
a se valorizar bastante. Esses fundos somente são indicados caso o perfil de investidor seja
moderado ou agressivo, pois existe risco de grandes oscilações do capital.

Momentos de estresse de mercado são imprevisíveis e normais, mesmo em ciclos econômicos


de alta. O investidor precisa usar esse tipo de investimento com moderação e sabendo da
relação risco/retorno dele.

Renda Fixa e Cambiais

Por fim, existem os fundos de Renda Fixa e Cambial. O primeiro busca retorno por meio de
investimentos em ativos de renda fixa, admitindo-se estratégias que impliquem risco de juros
e de índice de preços, incluindo os emitidos no exterior. Excluem-se estratégias que impliquem
exposição em renda variável.

Já os fundos cambiais aplicam pelo menos 80% da carteira em ativos - de qualquer espectro de
risco de crédito - relacionados diretamente ou sintetizados, via derivativos, à moeda estrangeira.
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Estratégias
Os fundos de investimentos podem contar com diferentes tipos de estratégia, conforme a
cabeça de cada gestor, que podem ser Long Short, Long Only e Long Biased.

Estas são categorias muito comuns de fundos de ações e fundos multimercados.

Fundos Long Short

A categoria Long Short é um tipo de fundo multimercado que está entre a que mais capta
recursos. Apesar de poderem investir em qualquer tipo de ativos, já que são multimercados,
os fundos Long Short geralmente investem prioritariamente em ações.

Este tipo de fundo tem como foco a compra de um ativo e a venda de outro quase que
simultaneamente e que tenham uma correlação entre si. O ganho vem dos momentos de alta
ou de baixa de determinados ativos.

Ao pé da letra, o Long Short conjuga posições compradas (long) com posições vendidas (short).
Ou seja, o gestor opera tanto comprado (apostando na alta dos preços dos ativos) quanto
vendido (apostando na queda dos preços dos ativos).

Assim, o gestor faz a análise das ações para definir quais estão valorizando mais ou menos e,
assim, poder comprar ou vender e em quais quantidades. Desta forma, o lucro do fundo vem
dos movimentos de compra e venda feitas pelo gestor.

Nos fundos Long Short podem ser usadas como estratégias a intersetorial, a intrassetorial ou
então operações relacionadas a uma mesma empresa.

• A intersetorial é quando o gestor compra ações de um setor e vende de outro.


• Já na estratégia intrassetorial, o objetivo é a diferença
de performance entre companhias de um mesmo setor.
• Podem ser feitas ainda operações relacionadas a uma mesma companhia, como PN x ON
ou holding x subsidiária.

Entre as vantagens dos fundos Long Short estão a baixa correlação com o Ibovespa, a
possibilidade de retornos independente da situação do mercado, possibilidade de alavancagem
e aplicações maiores que o capital do fundo e um risco relativamente controlado.

Fundos Long Only

Nos fundos Long Only, o gestor trabalha apenas com a compra dos ativos. Assim, ele aposta
na valorização de determinado papel para realizar o lucro. No curto e médio prazo pode sofrer
bastante com a volatilidade do mercado, então acaba sendo mais indicado para estratégias de
Guia Definitivo para investir R$ 100 Mil 51

longo prazo.

Por regulamentação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), os fundos Long Only devem
obrigatoriamente ter 67% do patrimônio investido em ações, bônus ou recibos de subscrição,
cotas de fundos de ações, cotas de fundos de índice de ações ou BDRs (Brazilian Depositary
Receipts).

Como esta é uma estratégia que permite apenas ficar comprado, a forma de o gestor se
proteger em períodos de baixa do mercado é aumentando seu caixa. Este tipo de fundo é o
que tem a maior correlação com o índice Ibovespa. Assim, o Long Only tende a subir mais em
momentos de alta do mercado e tende a cair mais nas baixas.

Fundos Long Biased

Os fundos Long Biased podem, inicialmente, lembrar a estratégia dos fundos Long Short. Isso
porque os Long Biased também podem ter posições vendidas e compradas. Mas há uma
diferença importante.

A palavra “bias” em inglês significa “viés”. Assim, os fundos Long Biased podem ter posições
vendidas, mas têm principalmente um “viés comprado”.

Em outras palavras, é um fundo que tem mais flexibilidade e fica no meio termo entre o Long
Only e o Long Short em relação à exposição líquida.

A estratégia dos fundos Long Biased é majoritariamente ter a alocação dos ativos na perspectiva
de alta, mas eventualmente podem aparecer oportunidades e o fundo pode operar vendido
em algumas situações.

Apesar de também ser um fundo multimercado, o Long Biased geralmente aloca a maior parte
do capital em ações.

A estratégia dos gestores para ganhar na baixa com o Long Biased é com o aluguel de ações.

• O proprietário da ação (doador) empresta seu ativo por um período a uma terceira pessoa
(tomador) em troca de uma taxa.
• O tomador aluga as ações do doador e as vende no mercado com o objetivo de recomprá-
las a um preço mais baixo e devolvê-las ao doador.

Este é um tipo de fundo que tem uma exposição maior ao risco, pois não tem uma contraparte
para garantir a operação. Por outro lado, os retornos podem ser maiores que os fundos Long
Short. Assim, é mais indicado para investidores arrojados.
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Qual escolher?

Os fundos Long Only, Long Short e Long Biased podem ser opções para o investidor diversificar
sua carteira de investimentos.

Assim como qualquer ativo, o tipo de fundo ideal para você depende de sua estratégia de
investimentos e do seu perfil como investidor.

Fundos Long Biased tendem a ter uma maior volatilidade, sendo mais recomendados a
investidores arrojados. Fundos Long Short e Long Only têm uma volatilidade menor, podendo
ser usados por investidores com perfil moderado.

Estes tipos de fundos têm sido bastante procurados ultimamente. Isso porque, deixar parte
do patrimônio sob as mãos de um gestor pode ser interessante e possibilitar ganhos na renda
variável.

Pontos de atenção

Taxa de administração: Cobrada sobre o montante investido no fundo e gira entre 1% e 4%.

Taxa de performance: Não é cobrada em todos os fundos, mas é presente na maior parte dos
que operam com ações.

Tributação: Os fundos de ações pagam Imposto de Renda sobre 15% do lucro líquido, enquanto
os de Renda Fixa e Multimercados seguem a tabela regressiva abaixo:
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Riscos

No momento da escolha de um fundo é importante observar quem faz a custódia (onde fica o
dinheiro) e o histórico de sucesso da gestora (quem define o investimento).

Quanto à rentabilidade e risco de cada tipo de fundo isto vai depender da classificação do
fundo e naquilo que o gestor está autorizado a fazer (como uma convenção de condomínio).

Ou seja, o investidor não verá um fundo Referenciado investindo em ações e, portanto, este
tipo de fundo nunca vai gerar retornos negativos.

Exterior

Investir no exterior pode até parecer algo inacessível para o investidor comum, mas na realidade
não é bem assim.

Além de ser algo acessível, a diversificação internacional é uma estratégia que garante maior
proteção, assim como uma diversificação da carteira de investimentos.

Enquanto no Brasil existem pouco mais de 330 empresas listadas na bolsa de valores, há 50
mil companhias nas bolsas mundiais. Outra vantagem dos investimentos internacionais é a
maior liquidez.
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Adicionalmente, ao contrário do que muitos pensam, não é preciso ter conta no exterior
para investir em outros países. É possível fazer este investimento por meio de fundos de
investimento locais regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Veja agora as
principais modalidade disponíveis aos investidores brasileiros:

Fundos

Existem fundos de investimentos focados no mercado externo. Dentro dos fundos, é possível
encontrar fundos de ações ou fundos multimercado, que investem em diferentes tipos de
ativos internacionais.

A grande vantagem dos fundos é que eles contam com gestores que acompanham os mercados
de perto. Para investidores menos experientes, este tipo de experiência é mais adequada.

Vale mencionar os fundos de investimentos em cotas (FIC FIM), que vão investir em cotas de
outros fundos. Podendo ter exposição ao mercado internacional, mas de forma menos direta,
podendo balancear com fundos focados no mercado interno.

BDRs

Desde o último trimestre de 2020, todos os investidores brasileiros passaram a ter acesso aos
Brazilian Depositary Receipts (BDRs), que são valores mobiliários emitidos no Brasil, mas com
lastros em ativos do exterior.

O BDR equivale a um fundo de investimento, pois existe uma intermediação. Ou seja, neste
caso, o investimento não é feito diretamente na empresa.

Quem adquire um BDR está, indiretamente, participando de uma empresa no exterior, tendo
direito aos dividendos distribuídos lá fora.

No mais, acompanham a variação das ações das empresas lá fora. Isto quer dizer que, se
a companhia tiver lucro, o investidor brasileiro se beneficiará por meio da distribuição de
dividendos. Já se os papéis se desvalorizarem, esse reflexo também será sentido por quem os
adquiriu no Brasil.

Por outro lado, é preciso ficar atento também aos efeitos da variação cambial. Já que o dólar
desvalorizado frente ao real prejudica a rentabilidade do BDR. Hipoteticamente, se o investidor
tem, por exemplo, 10% de alta na ação da empresa e alta de 10% do dólar, ganha 20% com o
BDR. Mas o contrário também pode acontecer.
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COE

Mais conhecido como COE, o Certificado de Operações Estruturadas é um produto emitido


por bancos que mescla componentes de renda fixa e variável. A variedade é grande. Alguns
deles são feitos para lucrar com a alta do dólar, pois têm dentro de sua cesta aplicações nesta
moeda.

Entre suas vantagens, a maioria dos COE têm capital protegido. Assim, o investidor recebe de
volta todo o valor investido, mesmo que ocorra uma perda no investimento.

ETFs

Os Exchange Traded Fund (ETFs) são fundos de ações que usam um índice da bolsa de valores
como referência. O foco é atingir o mesmo nível ou superior a um determinado índice. Vale
destacar que o investidor não terá o retorno integral, pois é cobrada uma taxa de administração.
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