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E-BOOK

Sucessão Patrimonial
Garanta que o seu patrimônio seja um legado
para as próximas gerações

Sucessão Patrimonial 1
Sumário
Introdução 3

Capítulo 1
O que é sucessão patrimonial? 4

Capítulo 2
As holdings patrimoniais 12

Capítulo 3
Sucessão patrimonial além da holding:
doação, FIIs, fundos exclusivos, seguro
de vida e previdência privada.
19

Capítulo 4
Por que investir em ativos financeiros
com liquidez sucessória? 27

Capítulo 5
Planejamento sucessório
com ativos no exterior 31

Capítulo 6
Assessoria patrimonial:
como ter a melhor estratégia de sucessão 38

Sucessão Patrimonial 2
Introdução
A sucessão patrimonial tem por missão garantir
longevidade para o seu patrimônio, transformando
os ativos que você construiu ao longo da vida em um
legado para as próximas gerações.

Manter esse patrimônio organizado desde já é o que vai


permitir a perpetuação do legado, evitando impostos
inesperados, falta de liquidez dos ativos na hora em
que mais se precisa deles e disputas familiares ou
qualquer outra dor de cabeça que geralmente ocorre
em processos sucessórios.

Para fazer uma correta sucessão patrimonial, você


pode contar com dois aliados: a boa informação e
uma assessoria especializada. Vamos te proporcionar
as duas coisas neste e-book. Acompanhe!

Sucessão Patrimonial 3
Capítulo 1

O que é sucessão
patrimonial?
Um dos momentos mais difíceis na vida é, sem
dúvida, a perda de um ente querido. Porém, por
mais difícil que possa ser, é preciso lidar nessa hora
também com a sucessão patrimonial, que envolve
direitos de familiares e herdeiros.

A sucessão patrimonial é um dos itens que deve


constar em um bom planejamento financeiro. Por
meio dela, é possível definir como a família irá dispor
do patrimônio no futuro. Isso reduz as chances de
disputas patrimoniais e ajuda a conferir segurança
financeira no longo prazo aos herdeiros.

Mas, afinal, o que é sucessão patrimonial?

Basicamente, planejar a sucessão patrimonial é


determinar, ainda em vida, como os bens serão
distribuídos entre os herdeiros.

O planejamento sucessório evita o processo de


inventário judicial, que é demorado e pode ser
bastante custoso também. Além disso, a via judicial
pode trazer desgastes por disputas familiares, o que
pode ser evitado com um adequado planejamento.

Sucessão Patrimonial 4
A questão
tributária na
sucessão patrimonial
Quem deseja fazer o planejamento sucessório deve
ficar de olho sempre nos impostos que deverão ser
pagos.

Via de regra, os herdeiros devem pagar o imposto


ITCMD, que pode chegar até 8%, as custas com
advogados (que são de no mínimo 6% de acordo
com a OAB), emolumentos (de 1% a 2% em média) e
ainda as custas judiciais que variam de acordo com
o Tribunal de Justiça de cada Estado.

Mas é possível reduzir os custos na transmissão


de patrimônio. Uma assessoria patrimonial
compreende e analisa o perfil de cada pessoa e
situação para conseguir montar estratégias
diferentes para cada caso.

Imagine que você tem um patrimônio inventariado


de R$ 4 milhões. Cerca de 10% do patrimônio será
para custos do inventário.

Sucessão Patrimonial 5
Em um cenário A, isso custaria R$ 400 mil para
alguém pagar para ter direito a esse patrimônio.

Num cenário B, com uma estratégia de sucessão


de seguro e em conjunto com holding e ganhando
benefício fiscal ao longo do tempo, você poderia ter
R$ 210 mil de custo. Ou seja, uma redução de 47%
para a sucessão do seu patrimônio.

Isso porque o planejamento de longo prazo permite


ao investidor ter autonomia e alavancagem mais
adiante, seja por redução de custos de impostos,
seja por acumulação via seguro ou previdência ao
longo do tempo.

Por isso mesmo não há data certa para começar uma


sucessão patrimonial. É possível começar, inclusive,
quando se é jovem e se tem pouco patrimônio.
O foco, desde sempre, deve ser em montar uma
estrutura mais eficiente para o patrimônio.

Quanto custa
um inventário?
O processo de inventário pode custar de 10% a 20%
do valor total da herança, considerando honorários

Sucessão Patrimonial 6
advocatícios, custas processuais e o ITCMD (Imposto
sobre Transmissão Causa Mortis e Doação). Esse
imposto é obrigatório nos casos de transmissão de
bens de uma pessoa falecida ou doação ainda em
vida.

Mas não basta fazer um testamento para evitar o


inventário?

Diferentemente do que muitos pensam, o testamento


não evita o inventário, pois ele não é automático. Isso
significa que é preciso abrir um processo judicial ou
extrajudicial.

Além disso, o testamento só tem eficácia “post


mortem”, e corre o risco de sofrer tentativas de
anulação. Por isso, existem outros instrumentos
teoricamente mais seguros e que podem ser
utilizados de forma isolada ou em conjunto com o
próprio testamento quando o assunto é sucessão
patrimonial.

Tipos de testamento
Uma forma de transmitir a vontade quanto à sucessão
é a elaboração de um testamento. Este pode ser
feito por qualquer pessoa plenamente capaz de

Sucessão Patrimonial 7
seus atos, podendo ser alterado quanto a seu
conteúdo e por quantas vezes desejar.

Sua elaboração não depende de um advogado.


Porém, sempre é aconselhável recorrer à opinião
de um profissional da área. Acima de tudo, ele terá
o objetivo de evitar omissões ou problemas de
interpretação legal e que podem comprometer a
vontade da pessoa que deseja transmitir seus bens.
Existem cinco tipos de testamentos previstos no
Código Civil:

Testamento público

É aquele emitido por um tabelião do registro de notas,


que possui competência exclusiva para a realização,
atendendo a formalização legal exigida para sua
elaboração. Deve possuir duas testemunhas, que
não devem ter interesse direto no mesmo, sendo
registrado em livro específico.

Por ser realizado em cartório é chamado de público.


Porém, não possui características de ter os seus
dados divulgados publicamente. Neste caso, seu
conteúdo só pode ser divulgado após o falecimento
da pessoa e para aqueles que o sucederem.

Sucessão Patrimonial 8
Testamento cerrado

É um documento fechado, emitido pela própria


pessoa interessada ou por outra que este venha
a designar, mas que não seja beneficiário do
testamento e deve ser assinado pelo testador.

Há necessidade de registrá-lo junto a um tabelião


que deverá emitir o termo de aprovação. É preciso
atestar a autenticidade do documento e providenciar
seu registro com sua assinatura, do emitente
testador e de duas testemunhas.

Para este tipo, o tabelião não possui acesso ao


conteúdo do documento, ficando responsável
apenas por emitir o termo de aprovação e lacrá-lo.
Após selado, o lacre só pode ser rompido pelo juiz
de direito, no caso de falecimento do testador.

Testamento particular

Refere-se àquele que é emitido de próprio punho


pelo testador, não podendo conter rasuras e
espaços em branco. Caso ocorram rasuras, elas
terão de possuir ressalvas por parte do testador.

Este tipo tem uma exigência: de que seja lido pelo


emitente na presença de três testemunhas idôneas,
capazes e devidamente qualificadas, devendo
assinar o documento após sua leitura.

Sucessão Patrimonial 9
Após a morte do testador, ele deve ser validado pelo
juiz de direito, com a convocação das testemunhas
e herdeiros, sendo um instrumento de certo risco,
pelo fato de poder ocorrer a não localização destes.
Desta maneira, o testamento não possui validade.

Codicilo

É o instrumento pelo qual a pessoa expressa suas


últimas vontades quanto aos procedimentos de
seu enterro, distribuição de bens de pequeno valor,
tais como roupas, móveis etc. Não possui grandes
formalidades e não é utilizado com frequência,
porém é uma forma de se estabelecer a vontade
da pessoa.

Testamentos especiais

Utilizados para situações de caráter específico,


sendo utilizados por integrantes das forças armadas
que estejam embarcados em serviço ou situações
de guerra.

Sucessão Patrimonial 10
Sucessão patrimonial:
quatro fases da vida
Basicamente, do ponto de vista patrimonial, a vida
de uma pessoa pode ser dividida em quatro fases,
que não seguem necessariamente uma ordem
cronológica.

Vale lembrar que existem metas intermediarias e


formas de organizar a sucessão patrimonial mesmo
antes de concluídas as demais etapas.

Fase 1 – planejamento da vida: qual profissão a


pessoa vai seguir e qual caminho vai percorrer para
conseguir patrimônio?
Fase 2 – fase de acumulação: período de construção
de patrimônio.

Fase 3 – realização de projetos: fase de


aposentadoria, com a realização de projetos e foco
em manter o padrão de vida.

Fase 4 – planejamento sucessório: momento de dar


continuidade ao patrimônio para a família.

Planejamento
Proteger Sucessório

Realização
de Projetos
Rentabilizar

Planejamento Fase de Acumulação Aposentadoria

35 65 90

Sucessão Patrimonial 11
Capítulo 2

As holdings
patrimoniais
Holding patrimonial: o que é
e quais as suas vantagens?

Uma das formas mais eficientes de gerenciamento


do patrimônio é pela criação de uma holding
patrimonial. Trata-se de uma pessoa jurídica criada
com o intuito de administrar os bens familiares, o
que facilita muito o processo sucessório.

Além de praticidade na gestão patrimonial, as


holdings familiares proporcionam considerável
economia tributária em determinadas situações.

O que é uma holding


patrimonial?
Uma holding patrimonial é uma pessoa jurídica
constituída com o objetivo de administrar um
patrimônio individual ou de uma família.

Ao ser criada essa entidade, o patrimônio pessoal


(bens móveis, imóveis, participações empresariais,
entre outros) deixa de ser de propriedade das

Sucessão Patrimonial 12
pessoas e passa para o nome da empresa. Isso
faz com que a administração desses bens se torne
mais simples e menos custosa, inclusive quando
há falecimento de algum dos familiares e é preciso
dar início à sucessão patrimonial.

Da mesma forma que outros formatos jurídicos, as


holdings patrimoniais têm um objeto social definido.
Além disso, é preciso registrar o seu contrato social
em uma Junta Comercial.

Outro ponto positivo dessa estrutura empresarial


é a geração de alguns benefícios fiscais, os quais
veremos na sequência.

Quais as principais
vantagens de uma
holding patrimonial?
As holdings patrimoniais facilitam diversos aspectos
relacionados à gestão de bens familiares. A seguir,
conheça alguns dos principais:

Sucessão Patrimonial 13
1 – Administração patrimonial

Pelo fato dessa empresa ser a detentora do


patrimônio de pessoas físicas, a responsabilidade
do controle e da administração desses bens passa
a ser dela.

Normalmente, a administração de uma holding


familiar é realizada por algum dos sócios. No
entanto, é comum também que um terceiro seja
contratado especificamente para desempenhar essa
tarefa. Quando isso ocorre, o administrador externo
fará a gestão patrimonial conforme os interesses
dos membros da holding.

Com a criação dessa holding, as chances de


problemas de dilapidação patrimonial são
consideravelmente reduzidas. Isso porque essa
empresa reúne todo o patrimônio da família sob
uma única gestão. Dessa forma, todos os membros
da família conseguem acompanhar a administração
dos ativos de forma mais transparente.

2 – Planejamento sucessório

Outra vantagem de criar uma holding familiar diz


respeito ao planejamento sucessório. Se todas as
regras sobre a sucessão dos bens constarem no

Sucessão Patrimonial 14
contrato social, esse planejamento fica bem mais
simples do que um inventário judicial.

Quando não há uma holding que administre os bens,


a partilha fica mais cara e lenta. Isso porque, em
um processo judicial, há custos com advogados,
impostos e outras despesas referentes ao andamento
do processo legal.

Outro ponto a ser observado são possíveis


desavenças familiares que podem ocorrer quanto
aos critérios de divisão do patrimônio. Ao contrário,
quando existe uma holding, os sócios recebem cotas
ou ações da empresa, proporcionais ao seu direito
de participação na herança.

Por fim, uma holding patrimonial proporciona mais


flexibilidade do que um testamento em relação à
distribuição dos bens.

No caso do testamento, o detentor do patrimônio


só pode dispor de 50% de seus bens quando
há herdeiros necessários. Em outras palavras, é
obrigatório que metade do patrimônio seja dividido
entre o cônjuge, descendentes e ascendentes.

Por outro lado, na holding patrimonial, não existe


essa obrigatoriedade. Nesse caso, o doador é livre

Sucessão Patrimonial 15
para definir, por meio de cotas, como seu patrimônio
será distribuído.

3 – Blindagem dos bens familiares

Uma holding também pode ser utilizada como forma


de proteção patrimonial.

Esse tipo empresarial pode ter diferentes formatos


societários. Quando se determina de que forma
a holding será constituída, é possível limitar as
atribuições de cada sócio. Dessa forma, pode-se,
por exemplo, impedir que pessoas estranhas à
família ingressem na sociedade. No caso de
casamentos e separações, o patrimônio familiar fica
mais seguro.

Outro ponto importante diz respeito a dívidas


pessoais dos familiares. Pelo fato de os bens estarem
sob gestão de uma pessoa jurídica, eles não podem
ser utilizados como garantias de empréstimos
pessoais. Dessa forma, ficam protegidos em
situações de inadimplência. Ou seja, se um membro
da família sofrer uma execução judicial, isso não terá
reflexo no patrimônio da holding, de acordo com a
legislação vigente.

4 – Benefícios tributários

Uma das vantagens fiscais de uma holding familiar


é a possibilidade de elisão fiscal. Basicamente,

Sucessão Patrimonial 16
esse instrumento possibilita a diminuição da carga
tributária de forma legal, sem configurar sonegação
de impostos.

Por exemplo: digamos que uma holding tenha sido


aberta para administrar imóveis familiares que têm
receita de locações. Se os aluguéis fossem recebidos
pela pessoa física, a alíquota do imposto poderia
chegar a 27,5%. No entanto, no caso de uma holding,
o tributo sobre o mesmo aluguel terá alíquota de 11%
a 14%.

Ou seja, a margem de lucro dos alugueis acaba


sendo bem maior quando os imóveis estão sob a
administração de uma holding.

Como abrir uma


holding patrimonial?
Como vimos no início, o processo para a abertura
de uma holding familiar segue as mesmas etapas
de qualquer empresa.

Basicamente, os primeiros passos são definir o


regime jurídico, elaborar o contrato social e registrá-
lo junto aos órgãos competentes. Em relação ao

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regime tributário, uma das ressalvas é que esse tipo
de empresa não pode ser enquadrada no Simples
Nacional.

Se você está avaliando a possibilidade de abrir


uma holding, é importante contar com o apoio de
profissionais especializados, como um advogado
especialista em planejamento patrimonial e um
assessor de investimentos.

Sucessão Patrimonial 18
Capítulo 3

Sucessão patrimonial
além da holding
familiar
Além das holdings patrimoniais, existem outros
instrumentos permitidos pela legislação brasileira
para fins de sucessão patrimonial. A seguir, confira
alguns dos mais utilizados.

- Doação
- Fundos imobiliários (FIIs)
- Fundo de investimento exclusivo
- Previdência privada
- Seguro de vida

Entenda mais sobre cada um deles a seguir.

DOAÇÃO COM RESERVA DE USUFRUTO

Como uma alternativa para um processo sucessório


mais simples existe a possibilidade de efetuar
uma doação em vida com reserva de usufruto.
Esta alternativa é uma forma mais transparente de
exercer a vontade da pessoa, através da divisão
de bens imediata, evitando possíveis embates no
futuro.

Sucessão Patrimonial 19
Este modelo deve ser aplicado sempre visando a
preservar os direitos dos herdeiros, estabelecido
no Código Civil. Isso é bastante positivo, pois
elimina a necessidade de abertura de inventário
caso o doador venha a faltar. Se existirem outros
bens a serem objetos de partilha, ocorre a partilha
sem a transmissão imediata do direito a posse do
bem. Nessa situação somente se concretizará no
momento do falecimento do doador.

Este tipo de doação deve ser feita através de


escritura publica quando envolver bens imóveis.
Após a emissão da escritura, é necessário efetuar
o registro da matrícula em um cartório de registro de
imóveis. Em se falando de bens móveis, através de
escritura particular, deve ter anuência do cônjuge
para este processo.

A doação com reserva de usufruto permite ao


doador utilizar o bem para sua ocupação ou para
obter renda com o mesmo. No entanto, este bem
passa a ser de propriedade do sucessor devidamente
identificado. Portanto, a posse só será devida em
caso de falecimento do doador.

A doação pode ter características de duração


variadas, podendo ser sob a forma de prazo

Sucessão Patrimonial 20
vitalício, com reserva de data ou com condição
específica para seu término. Assim como podem
ser definidas condições de restrições para vendas,
impenhorabilidade, etc.

SUCESSÃO PATRIMONIAL COM FUNDOS


IMOBILIÁRIOS (FIIS)

Se uma pessoa morre e tem um imóvel, esse


patrimônio vai ser dividido entre os herdeiros. Com
os ativos financeiros, o processo é o mesmo, só que
essa divisão é muito mais simples de ser feita.

Quando há um imóvel na partilha, os herdeiros


viram condôminos. Dessa forma, é preciso repartir
percentuais desse ativo, de forma a atender cada
um dos herdeiros.

Tal situação pode gerar muita confusão, porque uns


querem vender, outros, alugar ou reformar. Mas é
preciso consenso para todas as decisões.

No entanto, se há cotas de um FII a dividir, o processo


de partilha se torna bem mais simples.

Isso porque os FIIs funcionam como condomínios


fechados e, por isso, suas cotas podem ser

Sucessão Patrimonial 21
transmitidas como doação. Isso facilita a sucessão
patrimonial.

Distribuição de
dividendos
Outro ponto positivo da sucessão patrimonial
com FIIs é o fato de que os dividendos continuam
sendo creditados normalmente. Se os herdeiros
dependerem dessa remuneração, pode-se entrar
na justiça para ter acesso aos pagamentos antes do
término do inventário.

Outro ponto a observar sobre os dividendos dos FIIs


é que os rendimentos que vieram depois da morte
do titular das cotas não têm a tributação do imposto
de transmissão. Isso porque, a partir do falecimento,
as cotas já são consideradas pertencentes aos
herdeiros, independentemente de o inventario já
estar concluído.

Facilidade e eficiência
tributária
O professor Arthur Vieira de Moraes ensina que a
sucessão patrimonial com fundos imobiliários pode

Sucessão Patrimonial 22
facilitar a vida de famílias que acumularam grande
patrimônio imobiliário.

“Quando o titular morre, muitos herdeiros não têm


dinheiro para pagar o imposto, pois falta liquidez no
patrimônio imobiliário. Logo, uma solução para isso
pode ser transformar esses imóveis em FIIs, para
facilitar a sucessão”, observa o professor.

Além disso, existe uma questão de eficiência


tributária, por causa da isenção de IR, para aluguéis
e dividendos. Essa isenção não é encontrada na
holding patrimonial.

Moraes observa ainda que transformar os imóveis


familiares em FIIs pode evitar prejuízos com a venda
forçada. Ou seja, quando os herdeiros sacrificam o
preço dos imóveis na venda para poder pagar as
custas do inventário.

FUNDO DE INVESTIMENTO EXCLUSIVO PARA O


PLANEJAMENTO PATRIMONIAL

O fundo de investimento exclusivo é recomendado


para pessoas ou grupos que possuem recursos
acima de R$ 10 milhões, dado o alto custo de
manutenção fixa que estes veículos possuem - que
gira em torno de R$ 100 mil a ano. Com esse recurso,
podem realizar aplicações específicas que

Sucessão Patrimonial 23
garantem uma sucessão patrimonial.

Esses fundos podem ser constituídos de duas


maneiras:

Fundo aberto: que permite investir e resgatar


livremente.

Fundo fechado: que possui janelas de resgate e


investimento pré-programadas.
Dentre as vantagens de se constituir este tipo de
fundo podem ser mencionadas:

Gestão personalizada
Obtida através do direcionamento de um gestor
específico para tratar deste fundo que irá atuar
dentro do mandato estabelecido em regulamento
definido entre as partes.

Planejamento sucessório
Viabilizado pela possibilidade de realizar doação
em vida aos herdeiros. Sendo assim, pode usar as
mesmas cláusulas de quando se doa um imóvel,
por exemplo, o usufruto.

Sucessão Patrimonial 24
Vantagens tributárias
Movimentações de compras e vendas realizadas
por estes fundos internamente possuem
diferimento tributário. Isto é, o capital será
rentabilizado sem pagar imposto de renda até que
o cotista realize saques (amortize) suas cotas.

SEGURO DE VIDA RESGATÁVEL

O seguro de vida resgatável é um veículo que


permite o acesso à liquidez em um prazo médio de
cinco dias (podendo chegar até 30, de acordo com a
Susep), após a entrada da documentação solicitada
pela seguradora.

Diferente dos seguros de vida tradicionais, esses


mecanismos sofisticados permitem que você
saque o valor investido de acordo com as
condições de contratação. Isso permite que caso
você não precise mais transmitir aquele recurso,
resgate e usufrua ainda em vida.

PREVIDÊNCIA PRIVADA

Outra alternativa é o investimento em previdência


privada, que garante renda para aquele que contratou

Sucessão Patrimonial 25
esta modalidade de investimento. Nesse sentido,
permite ainda que seus beneficiários se favoreçam
deste valor em caso de morte do responsável por
esta aplicação.

A vantagem de uma previdência no planejamento


sucessório é exatamente o fato de não entrar em
inventário. O valor chega aos herdeiros, que podem
utilizar essa liquidez imediata para o desembaraço
do inventário ou para qualquer outro fim.

Vale pontuar que um processo de inventário, ao ser


eliminado permite minimizar a dor e sofrimento dos
herdeiros.

Sucessão Patrimonial 26
Capítulo 4

Por que investir em


ativos financeiros com
liquidez sucessória?
Por Allan Teixeira, assessor patrimonial

O processo sucessório é uma parte natural do ciclo


de nossas vidas. Porém, é ainda uma temática pouco
explorada no Brasil, em comparação com outros
países, além de ser um assunto um tanto sensível,
por se tratar da perda de um ente querido.

O planejamento sucessório é um processo em que


todos os bens, investimentos, direitos e empresas de
uma pessoa são organizados de maneira estratégica
para posterior distribuição entre herdeiros.

Ter um planejamento sucessório irá permitir


a transmissão dos bens móveis, imóveis e do
patrimônio financeiro através de meios menos
custosos, garantindo uma maior liquidez. Ainda,
irá minimizar os frequentes constrangimentos que
podem ocorrer nestas ocasiões, como problemas
judiciais e taxas tributárias onerosas, preservando a
autonomia da vontade do patriarca ou da matriarca

Sucessão Patrimonial 27
e garantindo a segurança financeira dos familiares.
Por esta e outras razões, torna-se importante investir
com assertividade, tendo em consideração os ativos
financeiros e como eles poderão impactar em caso
de um processo sucessório.

Planejamento
sucessório: o que são
ativos financeiros?
Os ativos financeiros são instrumentos intangíveis,
cujo valor deriva de um acordo contratual existente.
Tratando-se de mercado financeiro, os ativos são
os investimentos e os passivos são as despesas.
Eles podem ter diferentes características e uma
delas é a liquidez.

A liquidez indica a facilidade com que este ativo


poderá ser convertido em dinheiro, como vamos
ver em seguida.

Sucessão Patrimonial 28
Entenda o que é
liquidez sucessória
Para compreendermos a importância em investir
em ativos financeiros como maior liquidez,
vamos entender o que realmente é a LIQUIDEZ
SUCESSÓRIA.

Trata-se de um recurso financeiro necessário para


que os herdeiros realizem a transmissão em caso
de falta do(a) patriarca/matriarca.

A falta de liquidez torna-se um entrave no processo


sucessório, pois implica na liberação rápida de
recursos e ativos, comprometendo a eficácia do
mesmo.

O que fazer para ter


liquidez sucessória?
Existem alguns ativos que podem fazer esse
complemento. O importante é ter uma parte do
seu patrimônio que não passe pelo processo de
inventário, pois, no momento de uma falta, quando
não há liquidez e todos os bens estão bloqueados

Sucessão Patrimonial 29
(ativos financeiros, bens imobilizados e até mesmo
as participações e cotas da empresa), você terá
uma parte dos seus ativos livre deste processo, que
pode muitas vezes ser custoso e demorado.

Um bom planejamento sucessório garante que parte


do seu patrimônio (pelo menos 10%) estará isento de
pagamento de impostos, advogados e emolumentos.
Um caso bastante conhecido que costumo citar é
o do apresentador Gugu Liberato, que deixou 15
milhões de reais com liquidez sucessória, através
de seguro de vida, para seus herdeiros.

Saiba como a assessoria patrimonial pode ajudar


É o assessor patrimonial que poderá alertar para uma
boa gestão do patrimônio que inclua estratégias e
soluções facilitadoras em um processo sucessório,
como é o caso do investimento em ativos financeiros
com maior liquidez sucessória.

Através de uma abordagem cada vez mais integral,


reunindo assessoria de investimentos e patrimonial,
será possível permitir maior rentabilidade e proteção,
diminuindo riscos e a complexidade dos processos
quando se trata do seu patrimônio.

Sucessão Patrimonial 30
Capítulo 5

Planejamento
sucessório com
ativos no exterior

Quem está fazendo o seu planejamento sucessório


com ativos no exterior deve considerar a análise da
carga tributária que incidirá no momento da partilha
da herança.

Isto é fundamental, pois o investidor brasileiro pode


ser tributado tanto aqui, como no país onde está a
custódia dos ativos.

Sucessão Patrimonial 31
Além disso, é preciso considerar que o peso da carga
varia conforme o tipo de investimento e o local.

Para não errar na estratégia, é preciso ter inteligência


fiscal e conhecer muito bem as especificidades de
cada região.

Entenda agora como é possível ter mais segurança


no planejamento e na transmissão de seus bens
aos herdeiros.

Formas de tributação
nos mais diversos
países e os impactos
na herança
Internacionalizar os investimentos é uma tendência
crescente entre os brasileiros. No entanto, para
investir no exterior é preciso atenção não apenas
à tributação dos ativos, como também, às questões
que envolvem a sucessão dos bens.

“Muitos investidores sabem que precisam ter uma


carteira dolarizada, mas fazem isso sozinhos, sem

Sucessão Patrimonial 32
inteligência fiscal. Dessa forma, ficam expostos à
maior incidência de imposto e maior risco na sucessão
patrimonial, deixando os herdeiros com uma missão
ingrata a ser resolvida”, observa Allan Teixeira,
assessor patrimonial da EQI Investimentos.

De acordo com o especialista, para evitar custos


inesperados nestas situações, é preciso considerar
que o país onde está a custódia do bem é competente
para tributar.

A carga tributária pode variar conforme o tipo de


investimento e o local. Veja alguns exemplos:

Brasil Estados Unidos Suíça Alemanha Itália Japão

Imposto 2 a 8% 40% 50% 50% 8% 60%


sobre herança
Isento a
Imposto
sobre doação depender do 40% 50% 50% 8% 50%
valor, até 8%

Tributação de
investimentos nos
EUA: como funciona?
Como um dos destinos preferidos dos investidores
brasileiros, os EUA possuem uma tributação que
deve ser conhecida pelo investidor.

Sucessão Patrimonial 33
Entender as diferentes modalidades de incidência
de impostos é fundamental para traçar a melhor
estratégia de sucessão patrimonial.

Veja algumas delas:

Tributação americana em aplicações


via fundo de investimentos

Como o patrimônio desses fundos estrangeiros


é dedicado à alocação fora do país, a alíquota do
imposto incidente é diferenciada.

Enquanto os fundos tradicionais são tributados em


uma faixa que compreende de 15% a 22,5% do
lucro do investimento, os fundos de investimentos
estrangeiros têm alíquota fixa em 15% sobre os
ganhos.

Outra diferença fica por conta da apuração e


recolhimento do imposto, que nesse caso é
responsabilidade do investidor.

É necessário fazer todos os cálculos e realizar o


pagamento até o último dia do mês posterior à
apuração.

Sucessão Patrimonial 34
Já a parte sucessória desses fundos funciona de
forma idêntica aos fundos nacionais.

Tributação americana sobre ganhos de capital

Outra forma de investir no exterior é fazendo


aplicações diretamente em ativos internacionais,
como ações, cotas de real states e debêntures.

Quando houver valorização desses ativos e o


investidor realizar lucro, o imposto incidirá sobre
essa valorização. É o chamado ganho de capital,
e o tributo deve ser calculado e pago por quem
realizou a aplicação.

Um ponto importante nesse caso fica por conta da


isenção no pagamento de impostos, caso o valor
de venda em um único mês fique abaixo de R$ 35
mil.

E se as vendas ultrapassarem este teto, a alíquota


incidente sobre o lucro será fixa em 15% dos ganhos.
Ponto de atenção deve ser dado caso o investimento
seja feito via BDR ― Brazilian Depositary Receipt,
pois nessas situações não há nenhuma isenção,
devendo ser pago o imposto de 15% sobre o lucro
qualquer que seja o volume de vendas.

Sucessão Patrimonial 35
Tributação americana sobre
recebimento de proventos

Nessas situações, a tributação do investimento nos


EUA também é diferente daquela que ocorre aqui
no Brasil, pois o recolhimento do imposto ocorre na
fonte.

A alíquota já é fixa em 30% do valor total recebido


como bonificação. A única obrigação do investidor é
declarar à Receita Federal que recebeu os proventos
e que houve desconto na fonte de origem.

Tributação americana sobre investimentos offshore


Nesse tipo de movimentação, o investidor constitui
uma organização e é ela quem fica responsável por
realizar os investimentos. Dessa forma, o processo
de apuração de impostos se torna mais simplificado.

A razão disso é que não há necessidade de


recolhimento do imposto no ato da liquidação da
operação, apenas quando o proprietário da empresa
resgata dividendos ou vende cotas do capital social.
Nessas situações, a alíquota incidente é de 27,5%
do lucro auferido. Vale destacar que trata-se de uma
opção vantajosa em casos nos quais o patrimônio do
investidor é superior a U$ 1,5 milhão, por conta dos
custos contábeis e de manutenção propriamente
dito.

Sucessão Patrimonial 36
Tributação americana sobre recebimento de herança
Como vimos anteriormente, enquanto no Brasil o
tributo de transmissão de heranças é compreendido
entre 4% e 8% a depender do estado, nos Estados
Unidos a alíquota pode chegar a 40% do patrimônio
herdado.

Contudo, existe isenção desta cobrança sobre o


capital a ser sucedido para valores de até U$ 60
mil dólares para uma conta individual e de U$ 120
mil para os casos de conta conjunta.

Outro ponto que merece atenção é a possível


necessidade de abertura de inventário. Caso isso
ocorra, os custos se elevarão mais ainda, pois há
necessidade de contratar uma assessoria jurídica e
fiscal.

Sucessão Patrimonial 37
Capítulo 6

Assessoria
patrimonial:
como ter a melhor
estratégia de sucessão

Para lidar com todas as variáveis que incidem sobre


a proteção de patrimônio, é necessário contar com
o auxílio de um profissional especializado, capaz
de fazer análises de maneira personalizada e de
acordo com a realidade financeira de cada um.

A assessoria patrimonial é uma área multidisciplinar


capaz de cuidar, de forma global, de todo patrimônio,
seja da pessoa física ou jurídica.

Sucessão Patrimonial 38
O principal objetivo deste serviço é oferecer uma
consultoria, sob medida, para tratar de mecanismos
eficientes no oferecimento da proteção financeira
mais indicada para cada caso.

De modo geral, uma assessoria patrimonial é


formada por especialistas das áreas previdenciária,
securitária e jurídica.

Juntos, esses profissionais fazem uma análise


completa , com o objetivo de orientar e conduzir o
cliente em uma jornada de planejamento, proteção
e sucessão de seu patrimônio como um todo.
A assessoria patrimonial ainda pode e deve trabalhar
em conjunto com um assessor de investimentos, em
uma espécie de ‘alfaiataria financeira’. Cada cliente
recebe um estudo aprofundado, com soluções
completamente customizadas. Nunca uma análise
é igual à outra.

Como contratar
uma assessoria
patrimonial?
Qualquer pessoa que tenha interesse em proteger
seu patrimônio pode contar com a assessoria

Sucessão Patrimonial 39
patrimonial da EQI Investimentos. E não é preciso
ser cliente da área de investimentos. Entre em
contato com a nossa equipe!

Pilares da assessoria
patrimonial
Proteção de renda: estratégias financeiras para
proteção do padrão de vida.

Gestão e proteção do patrimônio: alternativas para


proteger o patrimônio.

Liquidez sucessória: recurso financeiro necessário


para que herdeiros realizem a transmissão em caso
de falta do patriarca.

Sucessão patrimonial: estratégias e boas práticas


para transmissão de patrimônio e manutenção da
harmonia familiar.

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