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O ano de 2019 começou com expectativas positivas para a economia,

com a promessa de reformas, melhora nas contas públicas, queda no


desemprego e retomada do investimento e do crescimento.

Mas, ao longo dos meses, parte desse otimismo foi se dissipando. A


demora maior que a esperada na aprovação da reforma da
Previdência, aliada a diversas crises políticas, foi minando a confiança
dos empresários e consumidores, e criando entraves à recuperação
econômica do país.
O cenário externo não ajudou: a guerra comercial entre Estados Unidos e China
"espirrou" aqui dentro, e prejudicou as contas externas brasileiras. A queda dos
juros lá fora também trouxe suas consequências, contribuindo para a valorização
do dólar frente ao real e ajudando a levar a cotação da moeda norte-americana
a bater recordes históricos.

Mas houve boas notícias: ainda que favorecida pelo baixo crescimento
econômico, a inflação perdeu força, e atingiu seus menores patamares em quase
20 anos. Sem pressão sobre os preços, o Banco Central também teve mais
liberdade para reduzir a taxa básica de juros do país, a Selic, para o menor
patamar desde 1999 – incentivando o crédito e o consumo.
A bolsa de valores se beneficiou desse movimento. Com a renda fixa rendendo
menos, o mercado de ações se tornou mais atrativo para os investidores, que
levaram o Ibovespa a bater sucessivos recordes, passando dos 110 mil pontos.

A esperada retomada do emprego, no entanto, ainda não aconteceu. Apesar da


criação de vagas apontada pelo Cadastro Geral de Emprego e Desemprego
(Caged), a taxa de desemprego termina o ano nos dois dígitos, com a
informalidade ainda acima de 40%.
Assim como ocorreu em anos anteriores, as expectativas para o crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) foram sendo reduzidas ao longo do ano. Em janeiro,
os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, esperavam que
o PIB chegasse ao final do ano com uma alta de cerca de 2,5%.

Mas, enquanto a reforma da Previdência patinava e o governo mantinha


travadas outras medidas de incentivo à economia, o otimismo foi perdendo
fôlego. Em agosto, as projeções atingiram seu pior nível, com o Focus apontando
para uma estimativa de alta de 0,8% no PIB anual.

A partir daquele mês, com a aprovação da reforma da Previdência pela Câmara,


houve uma leve inversão, e as estimativas voltaram a subir, ainda que de forma
mais modesta. A expectativa, agora, é de uma alta próxima a 1% (o dado oficial
sobre o PIB de 2019 só será divulgado em março).
Para os brasileiros que ainda têm vivos na memória os anos de alta desenfreada
dos preços, 2019 foi um alento. A inflação não deu sustos em ninguém ao longo
do ano – exceto pela alta nos preços das carnes a partir de novembro, resultado
de um pico de exportações do produto para a China.

Em outubro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, considerado a


inflação oficial do país) chegou a cair abaixo do piso estabelecido pelo governo,
de 2,75%.

A má notícia é que esse comportamento da inflação se deve, em boa parte, ao


baixo crescimento da economia: sem aumento da demanda, não houve pressão
de alta sobre os preços. Com o crescimento abaixo do esperado, a inflação
também caminha para fechar o ano menor do que o previsto – em janeiro, a
estimativa era de uma taxa de cerca de 4%.
Se a economia não cresce, empresas não investem e consumidores não
compram, o resultado é sentido na pele pela população: o desemprego. Ao
longo do ano, a taxa variou pouco, e se manteve acima de 11%. Chamou a
atenção a persistência do desalento – pessoas que deixaram de procurar
emprego por algum motivo –, que se manteve acima de 4%.

O ano foi marcado ainda pela alta informalidade, que bateu sucessivos recordes
enquanto os brasileiros buscavam uma ocupação no trabalho por conta própria,
na falta de vagas formais. A estimativa é que mais de 38 milhões de pessoas
estejam nessa situação no final do ano.
A inflação em queda, por outro lado, abriu espaço para a queda dos juros no
país. A taxa básica de juros, a Selic, que começou 2019 em 6,5% ao ano,
começou a cair em julho, e vai chegar ao final do ano em 4,5% – a menor desde
que foi estabelecido o regime de metas de inflação no país. O recuo veio na
contramão da alta esperada pelos economistas dos bancos, que viam a Selic a
7% no fim do ano.

O Banco Central usa essa taxa para auxiliar no controle de preços: se a inflação
sobe, juros altos tornam o crédito mais caro e fazem contrair o consumo,
refletindo em alta menor de preços. Com a inflação já baixa, os juros são
reduzidos e ajudam a baratear o crédito, apoiando o consumo.
Juros mais baixos significam ganhos menores nos investimentos em renda fixa –
e boa notícia para o mercado de ações, que se torna um destino mais atrativo
para o investidor em busca de maiores retornos.

Ajudada ainda por outros fatores, como juros baixos também no exterior e um
clima positivo nos mercados mundiais, a bolsa brasileira bateu sucessivos
recordes em 2019. Em março, o Ibovespa, principal indicador do mercado,
alcançou os 100 mil pontos pela primeira vez. E em dezembro, chegou aos 112
mil.
Se a trajetória de crescimento decepcionou, a alta do dólar espantou. A previsão do
mercado no boletim Focus do início do ano era que a moeda norte-americana
chegasse ao final de 2019 cotada ao redor de R$ 3,80, próxima ao patamar do
encerramento de 2018.

Já em março, no entanto, a alta da moeda começou a ganhar força, e em maio voltou a


fechar acima dos R$ 4. Já em novembro, bateu recordes nominais sucessivos – por
enquanto, a maior cotação foi a de R$ 4,2584, em 27 de novembro.

A queda da taxa básica de juros mais uma vez foi uma das responsáveis: com a redução
do rendimento das aplicações por aqui, em um cenário ainda de incertezas, os
investidores buscaram opções lá fora, retirando dólares do país.

Incertezas sobre a economia mundial, como a guerra comercial entre China e Estados
Unidos, e a piora das contas externas brasileiras, também ajudaram a desvalorizar o
real frente ao dólar ao longo do ano.
Quadrix – 2019 – CRA-PR

Com base nas ideias expressas no texto acima e em temas correlatos, julgue o item.

(1) O novo ministro de Minas e Energia é ligado à área de desenvolvimento de tecnologias nucleares da Marinha do
Brasil.
(2) O ministro, integrante do novo governo que assumiu em janeiro último,
assegurou a continuidade do processo de privatização da Eletrobras.

(3) O “preconceito dos brasileiros em relação à energia nuclear” se explica por


ser essa fonte tida como uma das maiores emissoras de gases de efeito estufa.

(4) Ao defender a energia nuclear, o novo ministro sinaliza integrar o grupo de


membros do governo que defende a finalização das usinas nucleares em
construção na Amazônia.
O Paraná é o primeiro estado do Brasil a receber autonomia para administrar contratos de exploração
de áreas dos portos organizados. Com a medida, a gestão dos arrendamentos de instalações
portuárias, que antes era decidida pela Secretaria Nacional de Portos, passa a ser controlada pela
empresa pública Portos do Paraná. O arrendamento consiste de um contrato de cessão de área para
exploração privada da atividade portuária. O processo prevê a realização de editais de concorrência,
leilão na Bolsa de Valores de São Paulo, gestão dos contratos e a fiscalização da execução desses
contratos.

Internet: <www.aen.pr.gov.br> (com adaptações).

A receita gerada nos processos licitatórios referidos nesse texto será de propriedade

a) da União.
b) do estado do Paraná.
c) da Secretaria Nacional de Portos.
d) dos municípios portuários.
e) da empresa pública Portos do Paraná.
A mineração é uma atividade econômica muito importante para o estado de
Minas Gerais. Uma consequência direta e imediata da mineração nas
comunidades onde se instala é

a) alterações climáticas.
b) degradação ambiental.
c) diminuição de emprego.
d) proliferação de doenças.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em 27.04.2018,
indicadores referentes ao desemprego no Brasil, levantados por meio da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

(https://exame.abril.com.br. 27.04.2018, acessado em 17.05.2018)

Dentre os resultados apresentados, destaca-se:

a) a diminuição do número de trabalhadores formais, o menor nível em seis anos.


b) o crescimento recorde, desde 2016, do número de jovens com carteira assinada.
c) a queda na taxa de desemprego, favorecida pela inflação alta em 2017.
d) o maior aumento dos postos formais de trabalho dos últimos doze meses.
e) a taxa de informalidade, uma das menores, considerando-se o biênio 2016-2017.

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