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A Inflação
O Impacto nos
Negócios e Precauções
a tomar

AUTOR:
AGOSTINHO COSTA

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O que é a inflação?
A inflação é o conceito que traduz “o aumento contínuo e generalizado, do preço de
bens e serviços”.
A inflação reduz o valor da moeda ao longo do tempo. Quando a inflação aumenta, o
poder de compra diminui.
Em termos práticos, podemos entender a inflação, como a redução do poder de
compra da moeda. Exemplificando, podemos exprimi-la da seguinte forma: Inflação,
significa que hoje, se compra menos com 1 euro, do que se comprava ontem.
A maioria dos negócios, é afetada de forma negativa pela inflação. Pode provocar
uma falsa ideia de crescimento, provocada pelo aumento de preços. Para avaliar o
efeito da inflação nos seus negócios, os empresários devem questionar-se, se o
negócio é capaz de manter o seu Cash Flow, em termos reais.
Quando a inflação fica fora de controlo, o cenário económico fica mais incerto,
desestimula o investimento e prejudica o crescimento da economia. Por tal razão, os
Bancos Centrais, através da sua política monetária, têm como uma das suas
principais tarefas, o seu controlo. No último ano, com a inflação a subir, os Bancos
Centrais tiveram de atuar de forma agressiva. Em poucos meses passou-se de taxas
de juros historicamente baixas – chegaram a estar negativas – para subidas
sucessivas, com o objetivo de poder regressar a níveis baixos e estáveis da taxa (2%).
Mesmo assim, apesar destas últimas subidas, o nível atual das taxas de juro, não
igualou o crescimento da inflação.
Nas, ao mesmo tempo que os Bancos Centrais tentam controlar a inflação em alta,
as condições de crédito financeiro, tornam-se cada vez mais restritivas. Ora, a nível
empresarial, muitas organizações apresentam uma vulnerabilidade financeira
elevada, face ao seu alto endividamento.
Com as taxas de juro a subir, o Serviço da Dívida (juros + amortização de capital)
dessas organizações, torna-se “pesado”. Os encargos financeiros que numa época
normal devem representar um valor inferior a 30% dos Resultados Operacionais, em
muitas organizações empresariais, já ultrapassam neste momento, os 50%. Isso
significa perigo para um funcionamento sustentável dessas organizações.
Neste ambiente macroeconómico incerto, é crucial encontrar um equilíbrio, entre
controlar a inflação e evitar um aperto excessivo das condições financeiras, que
pode sufocar muitas organizações empresariais, originando desemprego e
problemas sociais. O BCE (Banco Central Europeu), não terá uma tarefa fácil, para
assegurar esse equilíbrio.
Estamos, pois, num período de mudança. Como tal é crucial as organizações
conseguirem adaptar-se às mudanças em curso. As organizações muitas vezes não
estão preparadas para enfrentar adequadamente esse tipo de situações, que podem
acabar por afetar negativamente o seu desempenho. A incapacidade duma
organização, para se adaptar ao ritmo de mudança que o contexto atual apresenta,
pode conduzi-la á insolvência.
Por tal facto, é muito importante, as organizações entenderem os impactos da
inflação na continuidade do negócio, por forma a prepararem-se para os enfrentar.
O impacto da inflação
nos negócios
Vejamos alguns exemplos desses efeitos da inflação:

Aumento de custos das matérias-primas e das mercadorias - este aumento,


provoca um maior o custo de produção ou de custo de aquisição dos bens
comercializados. No entanto, é muito vulgar estes aumentos não serem total ou
parcialmente repercutidos nos clientes. A repercussão do aumento de preços no
cliente, deve ser feito com ponderação, pois caso contrário, o cliente pode
procurar alternativas, em concorrentes que não aumentaram os preços de igual
forma. Contudo, a não repercussão dos preços terá como consequência, uma
provável redução das margens %.
Aumento dos gastos com serviços externos - como energia e outros,… É
recomendado monitorizar o consumo e se possível implementar políticas de
redução deste tipo de gastos.
Crescimento das taxas de Juro - isto acontece porque com a inflação a crescer,
o Banco Central costuma aumentar a Euribor, que serve de referência para todas
as outras taxas do mercado. Logo, as linhas de crédito tornam-se mais caras em
comparação aos momentos de inflação mais baixa. Os períodos de inflação alta,
são por esta razão, péssimos para quem precisa obter crédito e para quem está
endividado.
Crédito mais difícil - a inflação aumenta o risco de incumprimento dos
devedores. Desta forma, a análise de risco de crédito torna-se mais rigorosa,
fazendo com que o acesso ao crédito fique mais difícil, para as empresas com
pior classificação de risco.
Redução do poder de compra do consumidor - como os reajustes salariais,
normalmente não acompanham o aumento de preços, as pessoas têm menos
dinheiro para consumir, reduzindo as compras que não são essenciais.
Aumento das despesas com o pessoal - se a inflação aumenta, os salários
poderão ou não ser reajustados num percentagem próxima da mesma, para
restituir a redução no poder compra dos trabalhadores. A empresa terá um
agravamento dos seus gastos fixos, mas pode não conseguir repercutir este
aumento nos seus preços de venda.
Maior incerteza nas de vendas - a inflação envolve preços mais elevados. Os
bens e serviços essenciais, podem agora consumir uma parcela maior do
rendimento das famílias. Como tal, é natural que eles reduzam parte ou
eliminem na totalidade os consumos de serviços ou de produtos não essenciais.
Isso pode contribuir para riscos de queda na faturação deste último tipo de bens
e serviços.
Como podemos constatar, uma das maiores ameaças da inflação para o negócio,
é originada a partir da incapacidade do negócio de repercutir os aumentos de custos
nos preços aos seus clientes, sem que com isso tenha perda do volume de vendas e
da instabilidade das vendas, face à alteração do poder de compra dos consumidores.
Estudos recentes, confirmam que uma grande parte das empresas, tiveram
aumento de custos, superior ao valor da inflação. Mas, mais preocupante ainda, foi o
facto de que a grande maioria dessas empresas, apenas conseguiram repercutir
uma parte dos aumentos de custos, nos seus preços. Algumas delas absorveram a
maior parte do aumento dos custos, sem repercutir nada. Isso tem impactos
significativos nas suas Margens, nos seus Resultados, no seu Cash-Flow.
Com as margens a cair, com os custos fixos a aumentar, o Break Even da empresa
dispara (volume de negócios que a empresa tem que faturar, para não ter prejuízo) e
então teremos as empresas com quebras acentuadas nos seus Resultados de
Exploração, ou a entrarem mesmo na Zona de Prejuízos. Em simultâneo assistimos
também a uma redução do seu Cash Flow de Exploração, motivado quer por
resultados inferiores, quer por aumentos dos atrasos dos clientes e aumento dos
incumprimentos. Para agravar esta situação, com as taxas de juro a subirem, o custo
da dívida aumenta.
A médio prazo, esta situação não é sustentável para uma grande parte das
organizações, se estas não arranjarem alternativas de gestão á situação atual.
Em resumo, podemos dizer que, independentemente da sua área, os negócios
serão prejudicados pela inflação alta e, por isso, poderão:

Ter aumento de custos;


Ter uma quebra na Rentabilidade;
Ter menos dinheiro na tesouraria;
Entrar em incumprimento, porque o seu Cash Flow diminuiu;
Entrar em insolvência.

Alguns Especialistas da Área de Risco, são de opinião que o número de negócios


que em 2023 vai deixar de conseguir cumprir com as suas obrigações, irá aumentar.
Na sua opinião, as insolvências irão apresentar uma taxa de crescimento superior a
20%. Segundo eles, as principais causas, serão:

Uma redução potencial da procura de bens e serviços;


Uma instabilidade de preços elevada, com impactos negativos na rentabilidade;
O Aumento dos custos de financiamento;
O Aumento dos riscos de incobráveis.

Perante estes factos, é importante para a sobrevivência das empresas, gerir


adequadamente os seus riscos, a fim de poder evitar que entrem em
incumprimento.
O aumento da inflação pode afetar qualquer negócio, no entanto destacamos
alguns tipos de negócios, que pelas suas características, poderão ser mais afetados.
São eles:

Pequenos negócios: nestes, o aumento dos custos e a dificuldade da


repercussão nos preços, pode esmagar as margens e acentuar a quebra de
vendas, pondo em risco a sua sobrevivência.
Negócios de produtos serviços não essenciais: a prioridade das pessoas passa
a ser comprar bens e serviços essenciais e como tal, face à redução do poder de
compra das famílias, a procura destes produtos ou serviços pode ter uma quebra
acentuada, pondo em risco a sua existência.
Negócios com Necessidade de Investimentos: um negócio que precisa
reinvestir capital no seu imobilizado (instalações, equipamentos, …), com uma
certa periodicidade, terá mais dificuldades, pois a inflação aumenta os custos de
reposição desses ativos.
Sendo assim, é relevante conhecer os principais efeitos da inflação nas empresas e
compreender as formas de se proteger de cenários de inflação alta.
Como reduzir o impacto da
inflação nos negócios
Não é possível ficar imune ao impacto da inflação. Algumas medidas podem
contudo, ajudar a reduzir os seus efeitos.

A menos que as organizações desenvolvam estratégias muito claras, …


Para recuperar as suas margens,
Que consiga melhorias na produtividade,
Que tenha um controlo rigoroso dos gastos
E esteja focada, para além destes factos, em que clientes que paguem
atempadamente,
… antevemos pois que venham a ter sérios problemas.

Os impactos da inflação nas organizações, são muito variáveis, mas podem ser
geridos, se os gestores estiverem preparados para encarar diferentes cenários
desfavoráveis.
Estando conscientes dos impactos que a inflação pode gerar nas finanças
empresariais, é agora crucial saber como proteger-se o negócio desses efeitos.
As organizações precisam de se preparar para enfrentar as mudanças que num
período de inflação alta, irão encontrar no mercado, planeando e procurando
soluções adequadas ao negócio.
Os impactos da inflação nas organizações, são muito variáveis, mas podem ser
geridos, se os gestores estiverem preparados para encarar diferentes cenários
desfavoráveis.
Estando conscientes dos impactos que a inflação pode gerar nas finanças
empresariais, é agora crucial saber como proteger-se o negócio desses efeitos.
As organizações precisam de se preparar para enfrentar as mudanças que num
período de inflação alta, irão encontrar no mercado, planeando e procurando
soluções adequadas ao negócio.
Vejamos então algumas dessas medidas:

Repercutir os aumentos de preços - o aumento nos preços permite que o


negócio compense os efeitos da inflação. Mas, cuidado com a repercussão de
preços. Como os custos empresariais aumentam com a inflação, é normal que a
empresa considere a hipótese de repercutir esse aumento, nos clientes. No
entanto, em certas situações, isso pode originar uma quebra nas vendas. Se os
concorrentes não repercutirem um aumento tão elevado nos preços praticados
ao cliente, a empresa perde competitividade no mercado. Desta forma, é preciso
estudar com muito cuidado a repercussão total ou parcial dos custos, nos preços
ao cliente.
Encontrar formas para reduzir custos e despesas - outro ponto de
compensação para contornar os efeitos da inflação alta, é a redução de gastos
que não são fundamentais no momento. Com menos gastos Fixos mais
rapidamente a empresa atinge o Ponto Crítico do negócio.
Novos segmentos de mercado - a fim de evitar uma quebra da faturação,
procurar novos segmentos de mercado, respondendo a necessidades específicas
de atuais e de novos clientes. É preciso descobrir novas oportunidades de
negócio e aplicar um conjunto de medidas, para compensar os efeitos negativos
da inflação.
Rever o Mix de produtos ou serviços - reduzir os bens e serviços com menor
procura e com menor margem %, de maneira a ter um Mix de produtos e
serviços que combine uma maior procura por parte dos clientes e que
simultaneamente tenham melhores margens %.
Realizar ações de marketing - Este é um momento importante para identificar
necessidades e oportunidades dos seus clientes para as atender, ampliando as
suas vendas.
Estrutura de dívida adequada - outra forma de compensar os efeitos da
inflação nas empresas, é estar atento ao nível de endividamento da organização,
assim como ao tipo de dívida (de curto ou de médio prazo). Pode ser importante
renegociar dívidas, principalmente se tivermos um peso elevado de dívidas de
curto prazo. O objetivo será ajustar o calendário do compromisso das dívidas, a
um Cash-Flow mais reduzido que a empresa possa porventura vir a ter, por
forma ajustar o seu Cash-Flow, ao Serviço da Dívida.
Melhorar o Planeamento Financeiro - um bom planeamento permite avaliar
riscos e definir estratégias para os contornar. Num período de inflação em alta, é
de extrema importância elaborar um bom Plano Financeiro e simular vários
cenários, por forma a visualizar diferentes situações possíveis e dessa forma
estudar como enfrentar os problemas com que a organização poderá ter que
enfrentar.
Aumentar o controlo financeiro do negócio - temos que estar atentos à
margem % Média do negócio, pois é com ela que vamos pagar os gastos fixos. Se
ela diminuir bastante, pode comprometer a sobrevivência do negócio.
A importância do Planeamento
e Controlo Financeiro
Conforme tivemos oportunidade de referir, a inflação pode afetar os Resultados e as
Finanças de qualquer organização.
Com a inflação alta, um negócio pode rapidamente ter quebras acentuadas nos
resultados ou ficar insolvente se não tiver uma boa gestão.
Nem sempre é possível repercutir os aumentos de custos parcial ou totalmente, no
cliente final. A empresa pode ter que gerir uma redução nas margens de lucro.
Novos cenários, exigem também novas formas de ver oportunidades de negócio ou
alternativas para contornar os efeitos negativos.
Perante tais situações, o planeamento financeiro será fundamental para
garantir estabilidade financeira do negócio, assim como resultados que de outra
forma não seriam obtidos. Com o planeamento financeiro, podemos observar os
efeitos de diferentes cenários e antecipadamente estudar e debater com a equipa,
soluções para cada caso.
O planeamento financeiro, pode desta forma, ser uma importante ferramenta de
gestão no seu negócio, que ajudará a superar os impactos duma inflação elevada.
Poderá auxiliar a rever a faturação assim como a repensar as áreas de atividade e as
prioridades do negócio. Será possível fazer uma melhor gestão dos recursos e
potenciar as atividade que tenham no contexto atual maior capacidade de criar
riqueza.
Da mesma forma que é importante implementar um Plano Financeiro, é essencial
realizar um acompanhamento da execução do orçamento. O controlo financeiro
permite identificar desvios na execução do plano e a tomada de medidas corretivas
em tempo útil, por forma a minimizar os problemas.
Com um bom planeamento e utilizando as ferramentas de controlo adequadas, será
possível minimizar os impactos negativos da inflação e proteger-se de situações
graves em termos económicos e financeiros no seu negócio.

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