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A CONTABILIDADE NACIONAL
Macroeconomia – ramo da economia que estuda o funcionamento da economia como um todo, no que diz
respeito ao Produto Nacional (PN), ao Rendimento Nacional (RN), à evolução dos preços (inflação), à taxa de
desemprego, às Despesas Nacionais (DN), ao comercio internacional (balança de pagamentos) e outros
indicadores.
Crise de 1929:
Contabilidade nacional – conjunto de operações que permite apurar o valor das diversas grandezas
macroeconómicas de um país, articulando-se através de um sistema de contas (sistema nacional), que visa…
• SEC 2010 – versão mais recente do Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais, instituída pelo
regulamento (UE) nº 549/2013, de 21 de maio de 2013.
Atualmente, impõe o estatuto de obrigatoriedade a todos os Estados-Membros da UE e sua aplicação não se
limita à contabilidade nacional, sendo também utilizado para o apuramento de contas de diferentes
períodos (Ex.: contas trimestrais) e contas de âmbitos geográficos diferentes (Ex.: contas regionais).
Território económico – Engloba todo o espaço terrestre, aéreo, zonas francas (regiões não abrangidas pelos
sistemas fiscais), enclaves territoriais no estrangeiro, jazigos naturais em águas internacionais e meios de
transporte marítimos ou aéreos que pertençam a agentes residentes.
Unidade residente – Agente económico que mantém uma residência fixa e um centro de interesse
predominante em determinado território, há pelos menos 1 ano (Ex: jogadores de futebol).
2. Mercantis ou não mercantis. A sua distinção é feita tendo em atenção se os bens e serviços são, ou
não, comercializados.
2. Sociedades financeiras, todas as entidades cuja principal função é a prestação de bens e serviços
financeiros, incluindo-se também os intermediários e auxiliares financeiros, que efetuam operações
financeiras por conta própria, em nome de terceiros, como é o caso dos bancos.
3. Administrações públicas, no qual se inserem as entidades públicas não mercantis do país, como os
ministérios, secretarias de estado ou direções gerais e têm como principais funções prestar serviços não
comercializáveis para satisfazer as necessidades coletivas e efetuar a redistribuição dos rendimentos.
5. ISFLSF (instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias), que prestam serviços gratuitos e
contribuições voluntárias.
6. Resto do mundo
Unidade de produção homogénea – unidades produtivas que utilizam o mesmo processo de fabrico ou
processos semelhantes na produção dos seus produtos. Ex.: empresas de embalagens ou sacos de plástico.
Além disso, ao contabilizarmos todos os bens produzidos pelas UPH, obteremos o produto a que dizem
respeito, ou seja, o seu somatório.
Ramo de atividade – conjunto de todas as unidades de produção de um produto que exercem o mesmo tipo
de atividade económica.
• Ótica do Produto – permite dar a conhecer o conjunto de bens e serviços que foram produzidos durante
um determinado período de tempo (geralmente, um ano), num país.
• Ótica do Rendimento – modo como os rendimentos (trabalho e capital) são gerados na atividade
produtiva e distribuídos pelos diferentes agentes económicos.
• Ótica da Despesa – mostra de que forma foram aplicados os rendimentos distribuídos (consumo ou
investimento)
• Valor acrescentado, visto que foi totalmente gerado de novo durante o processo produtivo
• Bruto, porque engloba o montante de encargos com a reposição de capital fixo que sofreu desgaste
ao longo do processo produtivo.
Método dos produtos finais – para evitar o problema da múltipla contagem, contabilizando apenas o
produto final.
Noção de Produto
Consumo de capital fixo (amortizações) – valor correspondente à depreciação do capital fixo devido ao
passar do tempo.
Produto – valor correspondente à riqueza gerada pelas unidades institucionais de um país, ao longo de um
certo período de tempo (geralmente 1 ano ou 1 trimestre). Pode ser:
• Produto Interno – Produto realizado em território económico nacional, independentemente de ter sido
produzido por agentes nacionais ou estrangeiros.
• Produto Nacional – Produto obtido por agentes nacionais com residência em território nacional há mais
de um ano, independentemente de ter sido realizado em território nacional ou não.
• Saldo dos rendimentos com o resto do mundo (SRRM) – diferença entre os rendimentos primários
recebidos do RM e aos rendimentos primários enviados para o RM.
Produtos a preços de base = custo de bens e serviços utilizados na produção + remuneração dos
fatores de produção + outros impostos sobre a produção – subsídios à produção
• Produto a preços no produtor – Produto valorizado à saída das unidades produtivas. Ao produto a
produtos de base, acrescentam-se todos os impostos sobre produtos líquidos de subsídios (impostos –
subsídios), exceto o IVA.
Preços de produtos = Preços de base + impostos sobre os produtos exceto o IVA – subsídios aos produtos
• Produto a preços de aquisição – Produto contabilizado em função do valor entregue aos compradores.
Ao produto a preços de base, juntam-se todos os impostos sobre os produtos líquidos de subsídios
Preços de aquisição = preços de base + todos os impostos sobre produtos – subsídios aos produtos +
margens de distribuição
• Produtos a preços correntes – produto valorizado a preços nominais, ou seja, aos preços vigorados no
período a que se referem e que incluem o valor da inflação.
• Produtos a preços constantes – produto contabilizado aos preços de um ano-base (como referência) e
que serve para efeitos de cálculo da evolução real da economia, pois permite retirar o efeito da inflação.
• Excedente Bruto de Exploração (EBE), que corresponde aos rendimentos provenientes do fator capital
(os juros, lucros, rendas…) e do valor das amortizações. Rendimento misto abrange os rendimentos dos
trabalhadores por conta própria, que não se enquadram nem como salários, nem como lucros.
• Impostos sobre a produção e importação líquidos de subsídios, são pagamentos obrigatórios, depois de
deduzidos os subsídios, que incidem sobre a produção, a importação de bens e serviços, propriedade ou
utilização de terrenos e entre outros, que são cobrados pelo Estado ou pelas instituições da UE.
Rendimento Nacional (Bruto ou Líquido), representa o conjunto dos rendimentos primários recebidos pelas
unidades institucionais residentes.
Rendimento Pessoal Disponível dos Particulares = Rendimentos primários (salários, rendas, lucros e
juros) + Rendimentos secundários (transferências internas e externas) – impostos e contribuições sociais.
Rendimento Disponível Líquido (RDL) = PNB – consumo de capital fixo + transferências
correntes líquidas do exterior (remessas que os emigrantes enviam para o país)
Poupança – parte do rendimento disponível que não é aplicada no momento presente e que é reservada
para utilização futura.
Poupança Líquida = RDL – despesas suportadas com os bens e serviços (usados para
satisfazer as necessidades individuais e coletivas)
Consumo total (CT): corresponde às despesas de consumo final efetuadas por agentes residentes em
território nacional. Abrange o consumo privado, ou seja, as despesas dos agentes privados (C) e o consumo
público, que são as despesas do Estado (G).
Investimento Bruto (I): conhecido por formação bruta de capital e é composto essencialmente pela:
• Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que corresponde ao valor do investimento com a aquisição
de bens duradouros (Ex.: carro, casa, joias / metais preciosos, ações…)
• Variação de Existências (VE), que representa as oscilações dos stocks de existências entre 2 períodos
diferentes, sendo contabilizadas as suas alterações no início e no fim do ano.
Exportações (X): transações de venda de bens e serviços de unidades residentes para unidades não
residentes. Constituem uma componente da despesa porque para os bens e serviços serem transacionados,
terão de ser produzidos primeiro, tendo havido custos com a produção.
Importações (I): aquisições de bens e serviços por parte de unidades residentes a unidades não residentes.
Ao contrário das exportações, é necessário deduzir o valor dos bens e serviços comprados ao exterior, visto
que os gastos de produção foram suportados pelas empresas não residentes.
Despesa Interna
Além disso, é necessário analisar também o processo de formação da Despesa Interna de um País, associada
a 2 conceitos: Procura Interna e Procura Global.
1. Procura Interna: corresponde às despesas suportadas pelos agentes residentes com a produção de
bens e serviços em território nacional.
2. Procura Global: corresponde aos encargos que as empresas residentes têm de suportar com a
produção de bens e serviços comercializáveis a agentes residentes e não residentes.
DI = PIB
Resumidamente… O que é o PIB? Representa o resultado final da atividade económica dos residentes
num determinado território, num dado período de tempo, medido segundo 3 óticas:
Economia não registada (ENR) em Portugal como percentagem do PIB oficial entre 1970 e 2009: Verifica-se
uma tendência de aumento, devido ao aumento dos impostos e às crises, que levam ao aumento da
criminalidade e atividades ilícitas (considerado “dinheiro fácil”).
Externalidades: efeitos que a atividade produtiva exerce sobre terceiros e que podem ser:
• Positivas (carácter benéfico), como a melhoria da esperança média de vida proporcionada pela
descoberta de novos medicamentos na indústria farmacêutica.
• Negativas (carácter prejudicial), como a poluição dos rios resultante das descargas de resíduos
tóxicos e lixo das empresas.
• A Contabilidade Nacional não discrimina a natureza dos bens e serviços produzidos numa economia,
registando apenas o seu valor (não importa se são armas ou medicamentos). Além disso, alguns
aspetos não são avaliados, como a qualidade de vida da população ou as suas condições sociais.
Estas limitações caracterizam-se pela imagem incompleta com que a realidade económica é retratada, ou
seja, uma visão economicista.
Apesar de não permitir efetuar uma avaliação completa do nível de bem-estar da população de um país,
continua a ser um instrumento de análise importante, que deve ser complementado com outros
instrumentos de medição.
9.5. As Contas Nacionais Portuguesas
O Sistema de Contas português está sujeito às normas impostas pelo sistema de contabilidade da UE, o SEC
(Sistema de Contas Europeu), segundo o qual os países integrantes são obrigados a apresentar a sua
informação contabilística com uma periodicidade anual e trimestral.
Trata-se de informação estatística de teor económico, que se refere às atividades que são desenvolvidas
pelos diversos setores institucionais e as operações realizadas nos diversos ramos de atividade, fornecida
através de quadros estatísticos que espelham a igualdade existente entre os empregos e os recursos.
O QCEI, recai sobre os diversos agentes económicos, reunindo-se no mesmo quadro as contas dos vários
setores institucionais do país, segundo uma dada sequência. Este quadro é apresentado sob a forma de um
conjunto integrado de contas económicas, composto por:
• Contas correntes – dizem respeito à produção, formação, distribuição, redistribuição e utilização dos
rendimentos sob a forma de consumo final (Ex.: depósito no banco).
• Contas de acumulação – variações dos ativos e dos passivos e as variações do património líquido
(Ex.: aumento do valor de um determinado bem, como casas; depósitos a prazo, poupança).
No QRE, é dada maior importância à informação sobre os bens e serviços produzidos num país, registando
todas as entradas (recursos) e saídas (empregos) do país, por ramo de atividade e por produtos.