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MEDINDO A RENDA NACIONAL

(Mankiw, 23)

RENDA E DESPESA DA ECONOMIA


 O PIB mede duas coisas ao mesmo tempo: a renda total de todas as pessoas da
economia e a despesa total com os bens e serviços produzidos ira economia. O
PIB consegue medir tanto a renda total quanto despesa total porque, na
verdade, as duas são a mesma coisa. Para a economia como um todo, a renda
deve igual à despesa.

MENSURAÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO


 Produto interno bruto (PIB) é o valor de mercado de todos os bens e serviços
finais produzidos em um país, em um dado período de tempo
o O PIB soma vários tipos diferentes de produtos em uma única medida
de valor da atividade econômica. Para isso, usa os preços de mercado.
Como os preços de mercado medem o montar te que as pessoas estão
dispostas a pagar por diferentes bens, eles refletem o valor desses bens
o O PIB tenta ser abrangente. Inclui todos os itens produzidos na
economia e vendidos legalmente nos mercados
o O PIB inclui tanto os bens tangíveis (alimento, vestuário, carros) quanto
os serviços intangíveis (cortes cabelo, faxina, consultas médicas).
o Quando a International Paper produz papel que a Hallmark usa para
fazer um cartão, o papel é chamado intermediário, e o cartão, bem final.
O PIB inclui somente o valor dos bens finais. A razão é que o valor dos
bens intermediários já está incluído nos bens finais.
o O PIB inclui os bens e serviços produzidos no presente. Não inclui
transações que envolvam itens produzidos no passado.
o O PIB mede o valor da produção dentro dos limites geográficos de um
país.
o O PIB mede o valor da produção que tem lugar em um intervalo de
tempo específico. Geralmente esse intervalo costuma ser de um ano ou
um trimestre. O PIB mede o fluxo de renda e despesa durante esse
intervalo.

OS COMPONENTES DO PIB
 Para entender como a economia está usando seus recursos escassos, os
economistas estudam a composição do PIB de acordo com diversos tipos de
dispêndio. Para fazer isso, o PIB (que chamaremos de Y) é dividido em quatro
componentes: consumo (C), investimento (1), compras do governo (G) e
exportações líquidas (EL):
o Y = C + I + G +EL

 CONSUMO: O consumo é a despesa das famílias em bens e serviços, com a


exceção de compra de novas moradias. Os "bens" incluem as despesas das
famílias em bens duráveis como carros c eletrodomésticos, e bens não
duráveis, como alimento e vestuário Os "serviços "incluem itens intangíveis,
como cortes de cabelo e serviços de saúde. As despesas das famílias em
educação também são incluídas no consumo de serviços (embora seja possível
argumentar que elas se encaixariam melhor no próximo componente).

 INVESTIMENTO: O investimento é a compra de bens que serão usados no


futuro para produzir mais bens e serviços. É a soma das compras de bens de
capital, estoques e estruturas. O investimento em estruturas inclui despesas
em imóveis residenciais novos. Por convenção, a compra de uma casa nova é a
única forma de categoria de despesa das famílias classificada como
investimento, e não consumo.

 COMPRAS DO GOVERNO: As compras do governo incluem os gastos em bens


e serviços dos governos municipais, estaduais e federal. Isso inclui os salários
dos funcionários do governo e as despesas públicas.
o O significado das "compras do governo" exige algum esclarecimento.
Quando o governo paga o salário de um general do Exército ou de um
professor, o salário faz parle das compras do governo. Quando o
governo paga um benefício da Seguridade Social a um idoso ou
benefícios de seguro-desemprego a um trabalhador demitido
recentemente, a história é bem diferente: esse tipo de dispêndio é
chamado pagamento de transferência porque não é feito em troca de
um bem ou serviço produzido correntemente na economia. Os
pagamentos de transferência afetam a renda das famílias, mas não
refletem a produção da economia ida ponto de vista macroeconômico,
os pagamentos de transferência são como impostos negativos).

 EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS: As exportações líquidas são iguais às compras, por


parte dos estrangeiros, de bens produzidos internamente (exportações) menos
as compras internas de bens estrangeiros (importações). Uma venda feita por
uma empresa nacional a um comprador de outro país, como a venda pela
Boeing à British Airways, aumenta as exportações líquidas.
o A palavra líquida na expressão exportações líquidas refere-se ao fato de
que as importações são subtraídas das exportações. Essa subtração é
feita porque outros componentes do PTB incluem as importações de
bens e serviços. Por exemplo, suponha que uma família compre um
carro de $ 30 mil da Volvo, a fabricante sueca. Essa transação aumenta
o consumo em $ 30 mil porque as compras de carros fazem partidas
despesas de consumo. E também reduz as exportações líquidas em í 30
mil porque o carro é uma importação. Em outras palavras, as
exportações líquidas incluem os bens e serviços produzidos no exterior
(com sinal negativo) porque esses bens e serviços já estão incluídos no
consumo, no investimento e nas compras do governo (com sinal
positivo).

PIB REAL VERSUS PIB NOMINAL


 Como acabamos de ver, o PIB mede a despesa total em bens e serviços em
todos os mercados de uma economia. Se a despesa total aumenta de um ano
para outro, pelo menos uma entre duas coisas deve ser verdadeira: (1) a
economia está produzindo uma quantidade maior de bens e serviços ou (2) os
bens e serviços estão sendo vendidos a preços mais elevados.
o Para fazer isso, os economistas usam uma medida chamada PIB real
que real responde à seguinte questão hipotética: Qual seria o valor dos
bens e serviços produzidos este ano se os avaliássemos aos preços
vigentes em algum outro ano específico no passado?
(CÁLCULO DEFLACIONAL CAIRÁ NA PROVA)

PIB E BEM-ESTAR ECONÔMICO


 Como vimos, o PIB mede tanto a renda total quanto a despesa total da
economia em bens e serviços. Assim, o PIB per capita nos fala da renda e das
despesas do indivíduo médio na economia. Como a maioria das pessoas
preferiria ter maior renda e desfrutar de uma despesa maior, o PIB per capita
parece ser uma medida natural do bem-estar econômico do indivíduo médio.
o Em suma, o PIB não mede diretamente as coisas que fazem a vida valer
a pena, mas mede nossa capacidade de obter os insumos para uma
vida que valha a pena.
o O PIB, entretanto, não é uma medida perfeita do bem-estar. Algumas
coisas que contribuem para uma boa vida ficam de fora dele. Uma delas
ó o lazer. Suponha, por exemplo, que todas as pessoas da economia
subitamente começassem a trabalhar todos os dias da semana, cm vez
de desfrutar de lazer nos fins de semana. M.us bens e serviços seriam
produzidos e o PIB aumentaria. Mas, apesar do aumento do PIB, não
poderíamos concluir que todos estariam em melhor situação.
PRODUÇÃO E CRESCIMENTO
(Mankiw, 25)

PRODUTIVIDADE: SEU PAPEL E SEUS DETERMINANTES


 O papel-chave da produtividade na determinação dos padrões de vida é tão
verdadeiro para as nações quanto para os marinheiros presos em uma ilha.
Lembre-se de que o produto interno bruto (PIB) do um país mede duas coisas
ao mesmo tempo: a renda total auferida por todas as pessoas da economia e i
despesa total com os bens e serviços produzidos na economia. O PIB é capaz
de medir duas coisas simultaneamente porque para a economia como um todo,
elas precisam ser iguais. Dito de maneira mais simples, a renda de uma
economia é igual à produção da economia.

 Determinantes:
o CAPITAL FÍSICO: Os trabalhadores são mais produtivos se dispõem de
ferramentas para trabalhar. O estoque de equipamentos e estruturas
usado para produzir bens e serviços é chamado de capital físico ou,
simplesmente, capital. Por exemplo, quando os marceneiros fabricam
móveis, usam serrotes, tomos e brocas de perfurar. Uma quantidade
maior de ferramentas permite que o trabalho seja realizado com maior
rapidez e precisão. Ou seja, um trabalhador que tenha apenas
ferramentas manuais básicas fabricará menos móveis por semana do
que outro que tenha equipamento de marcenaria sofisticado e
especializado.

o CAPITAL HUMANO: Um segundo determinante da produtividade é o


capital humano. Capital humano é a expressão utilizada pelos
economistas para designar o conhecimento e as habilidades que os
trabalhadores adquirem por meio de educarão, treinamento e
experiência. O capital humano inclui as habilidades adquiridas nos
programas de primeira infância, nos ensinos fundamental e médio, na
universidade e no treinamento no emprego para trabalhadores adultos.

o RECURSOS NATURAIS: Um terceiro determinante da produtividade são


os recursos naturais. Recursos naturais são os insumos
proporcionados pela natureza, como terra, rios e depósitos minerais. Os
recursos naturais se apresentam sob duas formas: renováveis e não
renováveis. Uma floresta é um exemplo de recurso natural renovável.
Quando uma árvore é derrubada, uma muda pode ser plantada em seu
lugar para ser utilizada no futuro. O petróleo é um exemplo de recurso
natural não renovável. Como ele é produzido pela natureza ao longo de
milhões de anos, sua oferta é limitada. Uma vez esgotadas as reservas
de petróleo, é impossível criar mais.

o CONHECIMENTO TECNOLÓGICO: Um quarto determinante da


produtividade é o conhecimento tecnológico - conhecer as melhores
maneiras de produzir bens e serviços. Há cem anos, a maioria dos
norte-americanos trabalhava em fazendas porque a tecnologia
agropecuária exigia uma grande quantidade do insumo trabalho para
alimentar toda a população. Hoje, gradas aos avanços da tecnologia
agropecuária, uma pequena fração da população é capaz de produzir
alimento suficiente para o país todo. Essa mudança tecnológica
disponibilizou mão de obra para a produção de outros bens e serviços .

CRESCIMENTO ECONÔMICO E POLÍTICAS PÚBLICAS


 POUPANÇA E INVESTIMENTO: Como o capital é um fator de produção
produzido, uma sociedade pode alterar a quantidade de capitai de que dispõe.
Se hoje a economia produz uma grande quantidade de novos bens de capital,
amanhã ela terá um maior estoque de capital e poderá produzir mais de todos
os tipos de bens e serviços. Portanto, uma maneira de aumentar a
produtividade futura é investir mais recursos correntes na produção de capital.

 RENDIMENTOS DECRESCENTES E EFEITO DE ALCANCE: A visão tradicional


sobre o processo de produção é de que o capital está sujeito a rendimentos
decrescentes: com o aumento do estoque de capital, o produto adicional gerado
por uma unidade adicional de capital cai. Em outras palavras, quando os
trabalhadores já dispõem de uma grande quantidade de capital para utilizar na
produção de bens e serviços, dar-lhes uma unidade adicional de capitai
aumenta muito pouco sua produtividade.

 INVESTIMENTO ESTRANGEIRO: O investimento estrangeiro é uma maneira


pela qual os países podem crescer. Mesmo que parte dos benefícios desse
investimento retome ao proprietário estrangeiro, o investimento aumenta o que
de capital da economia, propiciando maior produtividade e maiores salários.
Além disso, o investi estrangeiro c uma maneira pela qual os países pobres
podem aprender tecnologias avançadas desenvolvidas e usadas por países
mais ricos. Por essas razões, muitos economistas que assessoram governos de
menos desenvolvidos apoiam políticas que incentivam o investimento
estrangeiro.

 EDUCAÇÃO: Alguns economistas argumentam que o capital humano é


particularmente importante para o crescimento econômico porque propaga
externalidades positivas. Uma externalidade é o efeito das ações de uma pessoa
sobre o bem-estar de quem esteja próximo. Uma pessoa instruída, por
exemplo, poderia gerar novas ideias sobre a melhor forma de produzir bens e
serviços. Se essas ideias entrarem para o conjunto de conhecimentos de uma
sociedade, de modo que todos possam usá-las, então elas serão uma
externalidade da educação. Nesse caso, o retomo da instrução para a sociedade
é ainda maior do que o retomo para o indivíduo. Esse argumento justificaria os
grandes subsídios ao investimento cm capital humano que observamos sob a
forma de educação pública.

 SAÚDE E NUTRIÇÃO: A expressão capital humano geralmente se refere à


educação, mas também pode ser usada para descrever outro tipo de
investimento nas pessoas: gastos que promovam a saúde da população, pois,
demais fatores mantidos constantes, trabalhadores saudáveis produzem mais.
Fazer os investimentos certos na saúde da população é uma forma de
aumentar a produtividade e melhorar o padrão de vida.

 DIREITOS DE PROPRIEDADE E ESTABILIDADE POLÍTICA: Os direitos de


propriedade referem-se à capacidade das pessoas de exercer autoridade sobre
os recursos que possuem. Por isso, os tribunais desempenham um papel
importante nas economias de mercado: eles fazem que os direitos de
propriedade sejam cumpridos. Por meio do sistema de justiça penal, os
tribunais desencorajam o roubo. Além disso, por meio do sistema de justiça
cível, os tribunais garantem que compradores e vendedores respeitem os
contratos.
o Uma ameaça aos direitos de propriedade é a instabilidade política.
Quando revoluções e golpes de Estado ocorrem com frequência, não se
sabe se os direitos de propriedade serão respeitados no futuro; a
prosperidade econômica, portanto, depende, em parte, da prosperidade
política. Um país que tenha um sistema judiciário eficiente,
funcionários públicos honestos e uma constituição estável irá desfrutar
de um padrão de vida econômica mais elevado do que outro que tenha
um sistema judiciário fraco, funcionários e corruptos e revoluções e
golpes de Estado frequentes.
 LIVRE-COMÉRCIO: A maioria dos economistas de hoje acredita que os países
pobres se dão melhor quando adotam políticas voltadas para fora, que os
integrem à economia mundial. O comércio internacional de bens e serviços
poda melhorar o bem-estar econômico dos cidadãos de um país. O comércio é,
de certa forma, um tipo de tecnologia. Quando um país exporta trigo e importa
produtos têxteis, beneficia-se da mesma forma se tivesse inventado uma
tecnologia capaz de transformar trigo em produtos têxteis. Portanto, um país
que elimine as restrições ao comércio experimentará o mesmo tipo de
crescimento econômico que ocorreria após um grande avanço tecnológico.

 PESQUISA E DESENVOLVIMENTO: Incentivos a pesquisa e inovações


tecnológicas, como, por exemplo, bolsas de apoio à pesquisa em áreas
estratégicas; outra maneira de a política governamental incentivar a pesquisa é
por meio do sistema de patentes, quando uma pessoa ou empresa inventa um
novo produto, como uma nova droga, por exemplo, o inventor pode solicita
uma patente. Se o produto for considerado realmente original, o governo
concede a patente, que dá ao inventor direito exclusivo de fabricação do
produto por um número determinado de anos.

DESEMPREGO E MERCADO DE TRABALHO

(Gremaud, 4)

PRODUTO POTENCIAL

 Produto potencial é aquele que poderia ser alcançado e sustentado no futuro


usando eficiente e plenamente os fatores de produção ao longo do tempo.
Assim, comparando-se o produto efetivo com o produto potencial, pode-se dizer
se essa economia está utilizando de maneira plena e adequada seus fatores de
produção. Se o PIB potencial estiver muito acima do PIB efetivo, deve existir a
não-utilização adequada de alguns dos fatores de produção, ou seja, o não-
emprego eficiente desses recursos. Essa diferença entre o PIB potencial e o PIB
efetivo é chamada de hiato do produto.
 O grande problema envolvido no conceito de produto potencial é que não
existem medidas claras para esse conceito. E um conceito teórico que pode ser
estimado levando-se em consideração principalmente aspectos populacionais,
a evolução da produtividade e dos ganhos tecnológicos e o crescimento do
estoque de capital.

DESEMPREGO

 Quando o hiato do produto é elevado, significa que parte dos fatores de


produção está sendo subutilizada, ou seja, deve existir desemprego de alguns
dos fatores. O tipo de desemprego de fator de produção mais importante é o
desemprego do fator trabalho
 Assim, percebe-se que nessa definição é considerado desempregado todo
aquele, maior de 15 anos, que procura emprego, mas não o encontra. A taxa de
desemprego, por sua vez, é definida como sendo a relação entre o número de
desempregados (D) e a população economicamente ativa.
o Fatores que podem distorcer a taxa de desemprego: área na qual foi
feita a pesquisa; critério de idade para PIA; diferenciação entre
desempregados, inativos e ocupados.
TIPOS DE DESEMPREGO E PLENO EMPREGO

 DESEMPREGO CÍCLICO OU CONJUNTURAL: desemprego em função de uma


diminuição do ritmo da atividade econômica. Assim, o desemprego cíclico ou
conjuntural é aquele devido a condições recessivas na economia. Quando há
uma diminuição na atividade econômica, deve existir uma diminuição da
demanda por trabalho por parte dos empresários.
 DESEMPREGO FRICCIONAL: O desemprego friccional é aquele decorrente do
tempo necessário para que o mercado de trabalho se ajuste. Assim, quando
alguém deixa um emprego tendo outro em vista, normalmente entre os dois
momentos esse trabalhador encontra-se desempregado. Nesse caso, o tempo
entre a saída do antigo emprego e o ingresso no novo pode ser em razão da
necessidade de um deslocamento geográfico, de problemas burocráticos ou
mesmo do tempo necessário para a requalificação do trabalhador à nova
função ou ao novo setor de atividade.
 DESEMPREGO ESTRUTURAL: aquele decorrente de mudanças estruturais em
certos setores da economia que eliminam empregos, sem que haja, ao mesmo
tempo, a criação de novos empregos em outros setores. Atualmente, esse tipo
de desemprego é bastante comentado. Frequentemente, o crescimento
econômico é acompanhado por ganhos de produtividade do trabalho. Significa
que, com a mesma quantidade de horas trabalhadas, pode-se conseguir um
número maior de bens e serviços, ou que a mesma quantidade de bens pode
ser produzida com um número menor de horas (com a automação das linhas
de montagem, por exemplo).
 PLENO EMPREGO: A princípio, pleno emprego é o emprego de todos os fatores
de produção, o que em termos da força de trabalho poderia significar a
igualdade entre a população economicamente ativa e a população ocupada ou
empregada. Porém, admite-se que mesmo em pleno emprego haja uma taxa
natural de desemprego.
o Essa taxa é relativa ao desemprego friccional e ao desemprego
estrutural da economia, ou seja, que não se deve a um possível
ambiente recessivo dos negócios e que é até compatível com o
crescimento econômico. Normalmente, a taxa de desemprego natural é
a taxa média de desemprego de longo prazo.

PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO

 O crescimento da população ocupada sem carteira e conta própria indica uma


tendência de precarização das condições de emprego, pois tais pessoas
possuem uma proteção social muito inferior ao setor formal ou registrado do
mercado de trabalho.
o Tomando-se por base os tipos de ocupação que são levantados pelo
IBGE - trabalhador com carteira assinada, sem carteira assinada,
trabalhador por conta própria e empregador -, a caracterização do
mercado de trabalho dito informal envolveria os chamados
trabalhadores sem carteira assinada e os trabalhadores por conta
própria.
POUPANÇA, INVESTIMENTO E SISTEMA FINANCEIRO
(Mankiw, 26)
 O sistema financeiro é composto por instituições presentes na economia que
ajudam a promover o encontro das pessoas que poupam com aquelas que
investem. Como vimos no capítulo anterior, poupança e investimento são
elementos-chave do crescimento econômico de longo prazo: quando um país
poupa uma grande parte de seu PIB, há mais recursos disponíveis para
investimento em capital, e uma maior quantidade de capital aumenta a
produtividade e o padrão de vida de um país.

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NA ECONOMIA DOS ESTADOS UNIDOS

 MERCADOS FINANCEIROS: Os mercados financeiros são as instituições por


meio das quais uma pessoa que quer poupar pode oferecer fundos diretamente
a uma pessoa que deseje tomar empréstimo.
o Mercado de Títulos: um título é um acordo escrito para a devolução de
uma dívida (I Owe You - IOU). Ele identifica o período de tempo em que
o empréstimo será pago, chamado data de vencimento, e a taxa dos
juros que serão pagos periodicamente até o vencimento do empréstimo.
o Mercado de Ações: As ações representam propriedade da empresa e,
portanto, um direito sobre os lucros que a em presa obtiver. A venda de
ações para levantar fundos c denominada financiamento patrimonial,
enquanto a venda de títulos é denominada financiamento por
endividamento. Embora as empresas usem os dois tipos de
financiamento para levantar fundos para novos investimentos, ações e
títulos são muito diferentes.

 INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS: Os intermediários financeiros são


instituições financeiras por meio das quais os poupadores podem
indiretamente ofertar fundos aos tomadores de empréstimos. A palavra
intermediário reflete o papel dessas instituições, que se situam entre os
poupadores e os tomadores. Aqui trataremos de dois dos mais importantes
intermediários financeiros: os bancos e os fundos mútuos.
o Bancos: Um dos principais negócios dos bancos é receber depósitos das
pessoas que querem poupar e usar esses depósitos para conceder
empréstimos a pessoas que os desejem. Os bancos pagam aos
depositantes um juro sobre seus depósitos e cobram dos tomadores um
juro ligeiramente superior. A diferença entre essas taxas de juros cobre
os custos bancários e rende um lucro para os proprietários dos bancos.

o Fundos Mútuos: Um fundo mútuo é uma instituição que vende cotas ao


público e usa o resultado da venda para comprar uma seleção, ou
carteira de títulos, de diversos tipos de ações, títulos ou ambos. O
cotista do fundo mútuo aceita todos os riscos e retornos associados à
carteira de títulos. Se o valor da carteira de títulos aumentar, o cotista
terá ganhos; se o valor da carteira de títulos cair, o cotista perderá.

POUPANÇA E INVESTIMENTO NAS CONTAS DA RENDA NACIONAL

Y = C + I + G + EL (Fórmula PIB)
Y = C + I + G (Economia fechada)
Y – C – G = I (PIB menos os gastos de consumo e compras do governo igual à
poupança nacional) (S = I)
S = (Y – T – C)¹ + (T – G)²
¹ = poupança privada: Renda menos impostos pagos e gastos com consumo
² = poupança pública: Receita tributária menos gastos governamentais
 Investimento refere-se à compra de novo capital, como equipamentos ou
prédios. Quando alguém toma um empréstimo do banco para construir uma
casa nova, aumenta o investimento nacional (lembre-se de que a compra de
um imóvel é um gasto familiar considerado investimento e não consumo). De
forma similar, quando uma empresa vende ações e usa o resultado da venda
para construir uma nova fábrica, também aumenta o investimento nacional.

O MERCADO DE FUNDOS DISPONÍVEIS PARA EMPRÉSTIMOS


 O termo fundos de empréstimos refere-se a toda renda que as pessoas
decidiram poupar e emprestar, em vez de usar para seu próprio consumo e ao
montante que os investidores decidiram tomar emprestado para financiar
novos projetos investimento. No mercado de fundos de empréstimos, há uma
só taxa de juros que representa tanto o retomo da poupança quanto o custo do
empréstimo.

 OFERTA E DEMANDA DE FUNDOS PARA EMPRÉSTIMOS: O mercado de


fundos de empréstimos, como os demais mercados da economia, é regido pela
oferta e demanda. A oferta de fundos para empréstimos vem das pessoas que
têm alguma renda extra que desejam poupar e emprestar. A demanda por
fundos para empréstimos vem das famílias e das empresas que desejam tomar
empréstimos para realizar investimentos. A taxa de juros é o preço de um
empréstimo. Representa o montante que os tomadores pagam pelo empréstimo
e o montante que os que emprestam recebem por sua poupança.

POLÍTICA MONETÁRIA
(Gremaud, 9)
 Por política monetária, entende-se a atuação do Banco Central para definir as
condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de moeda, nível de
taxa de juros entre outros.

FUNÇÕES E TIPOS DE MOEDA


 Moeda como tudo aquilo que é geralmente aceito para liquidar as transações,
isto é, para pagar pelos bens e serviços e para quitar obrigações.
o Moeda é o ativo utilizado para realizar as transações porque é o que
possui maior liquidez.
o Liquidez é a capacidade de um ativo converter-se rapidamente em poder
de compra, isto é, transformar-se em mercadorias.

 Funções:
o MEIO DE TROCA: A moeda permite a separação temporal entre o ato de
compra e o de venda. O indivíduo não é obrigado a comprar
instantaneamente apenas pelo fato de ter vendido. Ele pode vender uma
mercadoria hoje e só utilizar a moeda para comprar outra depois de
determinado período de tempo; intermediário entre as mercadorias.
o UNIDADE DE CONTA/DENOMINADOR COMUM DE VALOR: Outra
função desempenhada pela moeda e que também reduz os custos de
transação na economia é a de unidade de conta, isto é, a de fornecer
um padrão para que as demais mercadorias expressem seus valores.
Em um sistema de troca, em cada transação determina-se o preço de
uma mercadoria em relação a outra (relação de troca); ser o referencial
das trocas, o instrumento pelo qual as mercadorias são cotadas.
o RESERVA DE VALOR: A terceira função desempenhada pela moeda é a
de reserva de valor. Note-se que esta função é uma necessidade
decorrente de sua primeira função - meio de troca. A separação entre os
atos de compra e de venda em termos individuais só pode ocorrer se o
poder de compra adquirido ao vender sua mercadoria mantiver-se ao
longo do tempo, isto é, a moeda deve, ao menos durante certo intervalo
de tempo, ser reserva de valor (preservar o poder de compra); poder de
compra que se mantém no tempo, ou seja, forma de se medir a riqueza.

 Tipos de moeda:
o MOEDA-MERCADORIA: determinada mercadoria é usada como moeda.
Um tipo de moeda-mercadoria é a moeda metálica, isto é, o ouro, a
prata etc., metais preciosos ou semipreciosos que foram usados como
moeda;
o MOEDA-PAPEL: corresponde a uma nota de papel que expressa
determinado valor de ouro, isto é, possui lastro em determinada
mercadoria;
o PAPEL-MOEDA OU MOEDA FIDUCIÁRIA: notas de papel emitidas pelo
governo que não possuem lastro em nenhuma mercadoria, isto é, não
existe uma garantia física sustentando o valor da moeda e sua
aceitação se deve à imposição legal do governo.

DEMANDA DE MOEDA
 Enquanto meio de troca, a moeda começa a afetar o sistema econômico. Para
realizar as trocas, para poder comprar, os indivíduos devem ter moeda. Nesse
sentido, porém, os indivíduos não demandariam, não reteriam moeda por ela
mesma, mas pelos bens que ela pode adquirir. Essa é a chamada demanda de
moeda por motivo transacional. Se a moeda se restringisse a essa função,
haveria a seguinte relação: como os indivíduos não demandam moeda por si
mesma, toda moeda no sistema seria utilizada para realizar as trocas; Os
indivíduos, contudo, não recebem renda diariamente na economia. Por
exemplo, o salário é pago de mês em mês. Por outro lado, os agentes realizam
gastos diariamente (alimentação, transporte etc.). Assim, os indivíduos devem
fazer frente a essas defasagens entre recebimentos e pagamentos, guardando
moeda para poderem realizar as transações necessárias. A demanda de
moeda para transações depende do padrão de gastos dos indivíduos e estes
do nível de renda. Assim, quanto maior for a renda, maior será a demanda de
moeda para transações.

 Quando se considera a moeda como reserva de valor, tem-se novos motivos


para demandar moeda. Um primeiro motivo a ser considerado é o motivo
precaução. Os indivíduos têm incerteza em relação ao futuro e guardam
moeda para precaver-se dos infortúnios.

 Um terceiro motivo para demandar moeda, salientado por Keynes, é o motivo


especulação. O indivíduo, segundo Keynes, guarda moeda para esperar o
melhor momento para adquirir títulos que permitam rendimento.

FUNÇÃO DO BANCO CENTRAL E INSTRUMENTOS DE CONTROLE


MONETÁRIO
 O Banco Central é o órgão responsável pela condução da política monetária,
mediante a utilização dos instrumentos disponíveis para controlar a oferta de
moeda no país.
 No controle monetário, as atribuições do Bacen são: emissão do papel-moeda,
guardião das reservas dos bancos, empréstimos de liquidez aos bancos,
realização das operações de mercado aberto, controle seletivo do crédito.

TAXA DE JUROS
 TAXA DE JUROS: o que se ganha pela aplicação de recursos durante
determinado período de tempo, ou, alternativamente, aquilo que se paga pela
obtenção de recursos de terceiros (tomada de empréstimo) durante
determinado período de tempo.
 DETERMINAÇÃO DA TAXA DE JUROS:
o A primeira vê a taxa de juros como o prêmio pela “espera”, ou seja. pela
renúncia ao consumo presente em favor do consumo futuro. A taxa de
juros é vista como o prêmio pela poupança. Essa concepção parte da
idéia de que a única forma de guardar poupança é adquirindo ativos
financeiros, dado que ninguém demandaria moeda como reserva de
valor, uma vez que ela não rende juros.
o A segunda concepção considera a possibilidade de se guardar a poe-I
pança na forma monetária, uma vez que a moeda também é reserva ir
valor, vê a taxa de juros como o prêmio pela renúncia à liquidez.

 ESTRUTURA DA TAXA DE JUROS E SISTEMA FINANCEIRO


o RISCO: pode ser definido como a probabilidade de perda de recursos
pelo aplicador em decorrência da incapacidade de pagamento do
emitente do título.
o LIQUIDEZ: O segundo fator que explica as diferenças de taxas de juros
é a liquidez. Como dito anteriormente, o grau de liquidez refere-se à
facilidade com que determinado ativo converte-se em poder de compra.
Assumindo-se que os indivíduos tenham uma preferência por ativos
mais líquidos, tem-se uma relação inversa entre o grau de liquidez e a
taxa de juros paga.
o PRAZO: Em geral, considera-se que os indivíduos tenham uma
preferência maior por títulos de menor prazo. Assim, os mercados de
títulos de curto prazo deverão ser maiores do que os de longo prazo e,
portanto, apresentarem uma maior liquidez, o que resultará em uma
menor taxa de juros.

 TAXA DE JUROS NOMINAL E REAL


o A taxa de juros nominal corresponde ao ganho monetário obtido por
determinada aplicação financeira, independente do comportamento do
valor da moeda.
o Já a taxa de juros real corresponde ao ganho que se obtém em termos
de poder de compra por determinada aplicação. Ou seja, corresponde à
taxa de juros nominal recebida, descontada a perda de valor da moeda,
isto é, a inflação no período da aplicação.

INFLAÇÃO
(Gremaud, 5)
INFLAÇÃO E ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 A inflação é definida como um aumento generalizado e contínuo dos preços.
Quando, ao contrário, ocorre uma baixa generalizada e contínua dos preços,
tem-se o conceito inverso ao de inflação: a deflação.
o A contrapartida desse aumento dos preços é a perda de poder aquisitivo
da moeda, ou seja, uma mesma unidade monetária pode adquirir
menos bens e serviços, pois estes estão mais caros.

 De forma geral, pode-se dizer que a hiperinflação é uma situação em que a


inflação é tão alta que a perda do poder aquisitivo da moeda faz com que as
pessoas abandonem aquela moeda. Passam a utilizar outra moeda como
unidade de conta, isto é, como forma de definir os preços das mercadorias; e
também como meio de pagamento, isto é, como instrumento para realizai os
pagamentos
TIPOS DE INFLAÇÃO
 INFLAÇÃO DE DEMANDA: A inflação de demanda deve-se à existência de
excesso do demanda em relação à produção disponível. Nesse sentido, essa
inflação aparece quando ocorre aumento da demanda não acompanhado pela
oferta; portanto, é mais provável que ela apareça quanto maior for o grau de
utilização da capacidade produtiva da economia, isto é, quanto mais próximo
estiver-se do pleno emprego.
 INFLAÇÃO DE CUSTOS: A inflação de custos pode ser considerada uma
inflação de oferta, que decorre do aumento de custos das empresas repassados
para preços. Várias podem ser as pressões de custos:
o Aumento no preço das matérias-primas e de insumos básicos
decorrentes de quebra de safra agrícola, por exemplo, ou desvalorização
cambial que aumenta o preço da matéria-prima importada;
o Aumentos salariais, via negociações ou política governamental, sem
estarem ancorados em aumentos de produtividade do trabalhador;
o Elevações nas taxas de juros etc.

CONSEQUÊNCIAS DA INFLAÇÃO
 Provoca distorções na alocação de recursos da economia, uma vez que os
preços relativos deixam de ser sinalizadores da escassez e dos custos relativos
de produção. Sem inflação, sabe-se que um produto custa x reais e outro y
reais; o preço relativo desses produtos é x/y. Esses preços relativos são a base
das tomadas de decisão dos agentes. Com inflação, especialmente quando ela é
elevada e está em aceleração, perde-se a noção de preços relativos, não se sabe
se as coisas estão caras ou baratas. O papel dos preços relativos, de indicar
produção excessiva ou cara de determinados produtos, deixa de existir,
comprometendo a chamada eficiência dos mecanismos de alocação de recursos
do mercado.

 Outro efeito é sobre a distribuição de renda, uma vez que com a inflação a
média dos preços está subindo, mas não necessariamente todos os preços
estão subindo no mesmo ritmo ou ao mesmo tempo. Assim, se alguns preços,
como os salários de determinadas categorias,1 não sobem no mesmo ritmo que
outros, existe uma tendência de perda para aqueles que recebem os preços em
atraso e um ganho para aqueles que recebem os preços que estão subindo
mais rapidamente. Então, existem alguns grupos de pessoas que tendem a
perder com o processo inflacionário. São aquelas que não têm como se proteger
desse processo, ou seja, têm os preços relativos a seus gastos subindo mais
que aqueles relativos a seus recebimentos

 Aumento dos custos em que pessoas e empresas incorrem para saber o preço
(e o preço relativo) dos bens e serviços. Assim, normalmente, quando há
inflação, as pessoas gastam muito mais tempo pesquisando preços para
encontrar os melhores, a elaboração de contratos é bem mais complicada, as
empresas montam estruturas apenas para lidar com o processo inflacionário, a
fim de definir e redefinir (remarcar) seus próprios preços e comparar os de
fornecedores e concorrentes. Tecnicamente, diz-se que com a inflação
aumentam os custos de transação da economia.

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