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INDICADORES ECONÔMICOS: A DEFINIÇÃO E O USO
DO ÍNDICE DE MOVIMENTAÇÃO ECONÔMICA
RESUMO
O objetivo deste trabalho é apresentar o que são e qual a importância do uso de
indicadores de movimentação econômica, no processo de formulação de políticas
públicas, no planejamento e na tomada de decisões pelas organizações. A falta de dados
econômicos locais precisos é um empecilho para a gestão das organizações e na
formulação de suas políticas, pois na tomada de decisões o gestor, em muitas situações,
tem que decidir baseado na intuição, por persuasão de pessoas influentes ou baseado em
dados defasados. Por esse motivo, há a necessidade da construção de indicadores
econômicos para um conhecimento mais aprofundado da realidade local e regional. Para
estruturação deste trabalho a referência teórica utilizada são as formulações de Carlos
Roberto Azzoni; Zeina Abdel Latif, que fundamentam o Índice de Movimentação
Econômica da FIPE (IMEC-FIPE), desenvolvido para mensurar a movimentação da
economia da Região Metropolitana de São Paulo. Para alcançar os objetivos propostos a
metodologia utilizada lançou mão de revisão bibliográfica das principais produções
referentes ao tema e realizaram-se comparações entre os diversos índices para ter
conhecimento das suas semelhanças e particularidades (RIBEIRO, C. G; BARROS, A.,
A., 1999; RIBEIRO, V. Sc.; DIAS, J., 2003), e análise documental (SEI, Notas
Metodológicas do IMEC, s/d). Constatou-se que o Índice de Movimentação Econômica
(IMEC) é elaborado em cidades como Maringá-PR, São João Del Rei-MG e Salvador.
Em São Paulo, além do IMEC municipal verificou-se a existência de IMEC nacional
(IBC-BR) e de alguns bairros (Pinheiros e Lapa). A partir destes índices observou-se
que o IMEC é um indicador antecedente da atividade econômica, por causa da sua
correlação com indicadores tradicionais, sendo uma prévia do PIB. A sua utilização
ainda não é comum e a metodologia de construção não é homogênica, visto que para
cada espaço (região) há especificidades econômicas. Nesse sentido, o IMEC trabalha
com variáveis que podem (e devem) ser acompanhas mensalmente, a exemplo do
consumo de energia elétrica, impostos municipais, estaduais e federais, consumo de
combustíveis entre outros. Portanto, através do conhecimento do perfil das cidades e
quais são as atividades e setores que mais agregam valor a produção, seleciona-se as
variáveis que irão compor o IMEC. O Índice de Movimentação Econômica é uma
ferramenta de mensuração da produção, consumo e circulação de bens e serviços, já que
os referidos indicadores são um conjunto de dados estatísticos, que são capazes de
sinalizar a situação econômica da região analisada, por esse motivo, são conhecidos
como indicadores de conjuntura. Podendo ser utilizada pelos gestores, por causa da sua
peculiaridade de aferir a dinâmica econômica num intervalo temporal menor e contínuo,
enquanto outros índices que mensuram a atividade econômica a exemplo do Produto
Interno Bruto (PIB) trabalham com dados agregados e numa temporalidade maior.
Portanto, conclui-se que o uso do IMEC auxilia os gestores na tomada de decisões e a
construção dessa ferramenta demonstrou ser amplamente viável no âmbito das cidades
médias e grandes.
De acordo com Keynes (1992, p. 94) “O consumo [...] é o único fim e objetivo
da atividade econômica”. Portanto os IMECs irão medir como a renda se movimenta e
como é consumida. Os indicadores de movimentação econômica, então, entram em
destaque no que tange à mensuração da circulação econômica e na dinâmica causal e
consequencial da produção da riqueza e da renda econômica atrelando-se, diretamente,
ao processo do consumo. Por esta causa, são de fundamental importância para a
sociedade, pois os agentes econômicos (governos, empresas, investidores etc.) através
da incorporação deste instrumento nas suas decisões permitem que minimizem perdas e
maximizem ganhos. Para o setor público (Estado), permite aos governantes locais
planejarem, no que concerne à formulação de políticas de incentivo Ribeiro; Dias
(2003). Propiciando um entendimento maior da situação e conjuntura econômica,
podendo fazer previsões de como a economia irá se comportar futuramente.
Portanto, as decisões dos agentes econômicos, que aparecerá registrado nos
indicadores tradicionais de produção, impactam diretamente a circulação, produção e
consumo de bens e serviços. A confiança ou aquilo que se espera da economia para o
futuro, influencia nas decisões dos agentes econômicos, como consequência modificará
as suas atividades, já que a economia é impactada pelas expectativas dos agentes
econômicos. De acordo com Ribeiro; Dias (2003) os benefícios de um ciclo de
crescimento em nível nacional levam em média dois meses para afetar a economia local,
ou seja, os benefícios adquiridos pelo crescimento econômico em termo nacional se
refletem posteriormente na economia regional, mesmo que essa não tenha participação
direta na conjuntura nacional, ela irá usufruir dos benefícios e da mesma forma aplica-se
a um quadro recessivo nacional, em que um mau momento da economia em geral, afeta
a economia local, já que a mesma não é isolada e se relaciona com as demais
economias. Como exemplo, tem-se a situação em que a demanda externa por produtos e
serviços nacionais desacelera, impactando negativamente a macroeconomia e
provocando efeitos negativos como o desemprego, capacidade ociosa e redução na
oferta dos seus bens e serviços, refletindo, posteriormente, na economia local.
[...] uma compreensão adequada das flutuações causadas por esses ciclos,
por sua vez, é importante tanto para a formulação de políticas econômicas
como também para um planejamento eficiente dos negócios no setor privado.
Diversos autores usaram técnicas diferentes para construir o conjunto das séries
que medem a atividade econômica, pois os seus movimentos são regidos por um
conjunto menor de “fatores” ou por um conjunto contendo um único fator, sendo que os
mesmos captariam o comportamento das séries utilizadas para medir a atividade
econômica. Devido à simultaneidade da movimentação econômica o número de fatores
que o explicam é reduzido. A escolha das séries componentes dos índices é de grande
importância para o sucesso do modelo, independente de qual seja, Spacov (2001). Esse
é o principal filtro do IMEC da região de Vitória da Conquista.
Um dos motivos da utilização do IMEC se dá pela rapidez com que ele pode ser
obtido a cada período, desde a coleta e a manipulação dos dados, possibilitando assim a
divulgação sem tanta defasagem em relação aos dados coletados e sendo mais útil na
realização de planejamento, tomada de decisões e políticas públicas. Desta forma, a
falta de um índice composto que quantifique a atividade econômica local com maior
rapidez, impede que políticas e/ou decisões econômicas locais sejam implementadas
e/ou sejam mais eficientes, Ribeiro; Dias (2003, p. 1) afirma,
Bairros: Pinheiros e Lapa (SP) - Foram pesquisados os índices dos bairros da cidade de
São Paulo - SP, por se tratarem de grandes bairros, tornou-se importante ter um índice
para os mesmos, para medir o nível da atividade econômica nesses locais e dessa forma,
encontra-se menos dificuldades para administrar a cidade.
Municipais:
Regionais: Região do ABC paulista - Composto por Santo André, São Bernardo do
Campo e São Caetano do Sul, possui um Índice de Movimentação Econômica,
utilizando a metodologia idêntica a que foi usada nos bairros Pinheiro e Lapa da cidade
de São Paulo - SP.
Estaduais:
São Paulo - O Índice de Atividade Econômica regional, feito pelo Banco Central
(IBCr-SP), mede a atividade econômica paulista, registrando as oscilações,
observando no acumulado de 12 meses o comportamento da economia.
Em Minas Gerais o VAF (Valor Adicionado Fiscal) é o indicador econômico-
contábil, que tem como análise o valor que se acrescentou nas operações
relativas à circulação de mercadorias e prestação de serviços, durante o ano em
exercício (SEF/MG, s/d).
Nacionais: Brasil – O IBC-Br é um indicador criado pelo Banco Central para tentar
antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), o desempenho da economia e
ajudar a autoridade monetária na definição da taxa básica de juros (Selic). Constituindo
uma medida antecedente da evolução da atividade econômica e incorporando
estimativas da produção para os três setores da economia, a agropecuária, indústria e
setor de serviços, além dos impostos. Segundo o (BANCO CENTRAL, 2010, p. 1) “Foi
considerada pertinente à criação do [...] [IBC-BR] que, incorporando as características
dos IBCRs regionais, refletisse a evolução contemporânea da atividade econômica do
país e contribuísse para a elaboração da estratégia de política monetária”.
4. METODOLOGIAS UTILIZADAS
Neste sentido, Azzoni e Latif (1995) citado por Ribeiro; Dias (2003, p. 1) tecem
os seguintes comentários,
este índice [o IMEC] tem como principal característica o fato que os agentes
econômicos ao se movimentarem (deslocarem-se), o faz com a perspectiva
voltada para a execução de uma atividade econômica qualquer. Assim, o
aumento ou redução neste agregado de movimentação dita o comportamento
do índice [sendo a variável mais importante].
Em São José do Rio Preto, o IMEC, é calculado como uma média ponderada de
três variáveis, arrecadação de impostos (ICMS, IPVA e IPI), movimentação bancária e
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Na construção de um número-índice, observam-se alguns parâmetros básicos. A amplitude do número-
índice indica o tamanho da amostra utilizada. A capacidade de um número-índice refletir a variação real
de um fenômeno econômico depende não apenas dos cuidados técnicos anteriores como também da
eficácia com que as informações foram obtidas, isto é, da sua veracidade (SANDRONI, 1999).
consumo de energia elétrica. As séries são dessazonalizadas e posteriormente são
utilizados Números-Índices, aplicando as fórmulas de média ponderada dos setores da
Agricultura, Indústria e Serviços. No setor primário a energia elétrica tem um peso
maior que as outras variáveis, tendo dois terços do total. No setor secundário os maiores
pesos se encontram no consumo de energia elétrica, IPI e ICMS. No setor terciário o
ICMS e a energia elétrica ocupam o peso maior do cálculo. Após ter feito o cálculo para
cada setor (o somatório dos índices setoriais irá resultar no índice geral), é aplicado o
IMEC ao valor do PIB do ano anterior, como resultado têm-se as previsões do PIB para
os anos posteriores (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, 2006).
IAEMga – As séries foram feitas com base 100 para o ano de 2001, as variáveis
com valores monetários foram deflacionadas através do índice de preços ao consumidor
da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-FIPE). Fora proposto utilizar 40
variáveis, mas apenas 18 variáveis foram usadas na construção do IAMEga, por causa
que algumas variáveis possuem muito atraso no seu fornecimento, por não serem
permanentes e variáveis que não possuíam oscilações. As variáveis remanescentes dessa
seleção foram as seguintes:
4.1 IMEC-SSA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Ou sejam mais eficientes, no caso dos serviços e comércio, pois a depender da atividade a ser exercida,
é possível executa-la sem o uso da energia elétrica.
Portanto, sugere-se que a falta de dados econômicos de longo prazo (série
histórica) impede que se conheça a realidade econômica, pois, ao analisar somente os
dados do presente momento, têm-se informações superficiais da conjuntura, visto que,
não é possível ter ciência aprofundada da real situação econômica local. E pelo fato de
não dar continuidade no levantamento de dados estatísticos e a utilização dos
indicadores serem apenas momentâneas, o problema persistirá.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS