Discente: Paula Francisco

Curso: Estatística e Gestão de Informação 3o ano

Cadeira: Contabilidade Nacional
Evolução do Sistema de Contas Nacionais
O Sistema de Contas Nacionais (SCN) é uma estrutura fundamental para a análise da
atividade econômica de um país. Ele fornece uma visão abrangente e detalhada das transações
econômicas que ocorrem dentro das fronteiras de uma nação durante um determinado período
de tempo. O SCN não se limita apenas à mensuração do produto interno bruto (PIB), mas
também engloba uma série de outras variáveis macroeconômicas que ajudam na compreensão
do funcionamento da economia de um país.

A história do SCN remonta ao século XX, quando economistas e formuladores de políticas

perceberam a necessidade de desenvolver um sistema padronizado e abrangente para medir a
atividade econômica. Antes disso, as estatísticas econômicas eram frequentemente coletadas
de maneira fragmentada e inconsistente, dificultando a comparação entre diferentes países e
períodos de tempo.

Durante o período entre as duas guerras mundiais, surgiram os primeiros esforços para
desenvolver sistemas de contabilidade nacional. Um marco importante foi o desenvolvimento
do System of National Accounts (SNA), que estabeleceu conceitos e definições básicas para a
mensuração da atividade econômica. No entanto, foi após a Segunda Guerra Mundial que o
SCN começou a se consolidar como uma ferramenta essencial para a análise econômica.

Na década de 1950, organizações internacionais, como o Fundo Monetário Internacional

(FMI) e a Organização das Nações Unidas (ONU), começaram a desempenhar um papel ativo
na elaboração de diretrizes e padrões para o SCN. Em 1953, a ONU publicou o primeiro
Manual de Contas Nacionais, fornecendo orientações sobre a compilação e apresentação de
dados econômicos.

Desde então, o SCN passou por várias revisões e atualizações para acompanhar as mudanças
na economia global e nas demandas por informações mais precisas e relevantes. Uma das
revisões mais significativas ocorreu em 1993, quando foi lançado o System of National
Accounts 1993 (SNA 1993), que introduziu novos conceitos e metodologias para refletir
melhor a evolução da economia moderna.

Uma das características distintivas do SCN é sua abordagem de contabilidade de fluxo, que
rastreia as transações econômicas à medida que ocorrem ao longo do tempo. Isso permite uma
análise dinâmica da economia, capturando não apenas o tamanho do produto e da renda, mas
também as interações entre os diferentes setores e agentes econômicos.
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O SCN é composto por uma série de contas inter-relacionadas, que juntas fornecem uma
imagem abrangente da atividade econômica de um país. Algumas das contas mais importantes
incluem a Conta de Produção, que mede o valor bruto da produção de bens e serviços, a Conta
de Renda, que rastreia a distribuição de renda gerada pela produção, e a Conta de Patrimônio,
que registra os ativos e passivos financeiros de uma nação.

Além disso, o SCN também incorpora conceitos como consumo final, investimento,
exportações e importações, que ajudam a entender as principais fontes de demanda na
economia. Essas variáveis são essenciais para a formulação de políticas econômicas e a
avaliação do desempenho econômico de um país ao longo do tempo.

Uma das principais aplicações do SCN é a mensuração do produto interno bruto (PIB), que é
amplamente utilizado como indicador do tamanho e da saúde da economia de um país. O PIB
é calculado somando-se o valor adicionado bruto gerado por todos os setores da economia,
incluindo agricultura, indústria, serviços e governo.

No entanto, o PIB por si só não é suficiente para fornecer uma imagem completa do bem-estar
econômico de uma nação. Por isso, o SCN também inclui outras medidas, como o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), que leva em consideração fatores como expectativa de
vida, educação e padrão de vida.

Nos últimos anos, a incorporação de novos indicadores, como o Produto Interno Verde (PIV),
que leva em consideração os impactos ambientais da atividade econômica.

O Sistema Nacional de Estatísticas

O Sistema Nacional de Estatísticas (SNE) é uma infraestrutura organizacional, metodológica
e tecnológica dedicada à coleta, processamento, análise e disseminação de dados estatísticos
sobre uma ampla gama de aspetos sociais, econômicos e demográficos de um país. O SNE
desempenha um papel fundamental na produção de informações confiáveis e abrangentes que
são essenciais para a formulação de políticas públicas, planejamento econômico, pesquisa
acadêmica e tomada de decisões em todos os níveis da sociedade.

O surgimento do SNE remonta ao século XIX, quando os governos começaram a reconhecer a

importância de coletar dados estatísticos para fins administrativos e de planejamento. No
entanto, foi durante o século XX que o SNE começou a se desenvolver de maneira mais
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estruturada e abrangente, à medida que a demanda por informações estatísticas cresceu com o
aumento da complexidade da sociedade e da economia.

Uma das primeiras organizações estatísticas importantes foi o Bureau of the Census nos
Estados Unidos, fundado em 1902, que tinha como objetivo realizar o censo decenal da
população e coletar informações sobre agricultura, indústria e comércio.

Durante o século XX, o papel do SNE expandiu-se significativamente, abrangendo uma

variedade de áreas, incluindo estatísticas econômicas, demográficas, sociais, ambientais e de
saúde. Isso refletiu a crescente demanda por informações estatísticas em todas as esferas da
vida pública e privada, à medida que os governos, empresas e organizações da sociedade civil
passaram a depender cada vez mais de dados para tomar decisões informadas.

Uma das características distintivas do SNE é sua capacidade de produzir estatísticas

confiáveis e imparciais que refletem com precisão a realidade social e econômica de um país.
Para garantir a qualidade e a integridade dos dados, o SNE adota uma série de padrões e
procedimentos metodológicos, incluindo a padronização de definições, conceitos e
classificações estatísticas, a utilização de técnicas de amostragem representativa e a garantia
de confidencialidade e anonimato dos respondentes.

Ao longo das últimas décadas, o SNE tem passado por uma série de transformações
impulsionadas pelo avanço da tecnologia da informação e comunicação (TIC). A digitalização
da economia e a proliferação de dispositivos eletrônicos tornaram possível coletar, processar e
analisar grandes volumes de dados de forma mais rápida, eficiente e econômica do que nunca.
Isso permitiu ao SNE expandir suas operações e desenvolver novas fontes de dados, como
registros administrativos, dados de sensoriamento remoto e informações provenientes de
fontes não tradicionais, como redes sociais e dispositivos conectados à Internet.

Além disso, a Internet e as tecnologias de comunicação online revolucionaram a forma como

as estatísticas são disseminadas e acessadas pelo público em geral. Portais online, bancos de
dados e aplicativos móveis permitem que os usuários acessem uma ampla gama de
informações estatísticas de forma rápida, fácil e interativa.

Outra tendência importante na evolução do SNE é a crescente ênfase na produção de

estatísticas integradas e multidimensionais que abordem os complexos desafios sociais e
econômicos enfrentados pelos países hoje em dia. Isso inclui a combinação de diferentes
fontes de dados para fornecer uma visão mais completa e holística da realidade.
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Um exemplo disso é o desenvolvimento de indicadores compostos, como o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice de Progresso Social (IPS), que combinam uma
variedade de dimensões, como saúde, educação, renda, segurança, liberdades civis e meio
ambiente, para avaliar o progresso social e o bem-estar humano de uma maneira mais
abrangente do que o PIB per capita tradicional.

Além disso, o SNE também está explorando novas técnicas e metodologias estatísticas, como
a análise de big data, a inteligência artificial e a aprendizagem de máquina, para extrair
insights úteis e preditivos de conjuntos de dados cada vez maiores e mais complexos. Isso tem
o potencial de transformar radicalmente a forma como as estatísticas são produzidas,
interpretadas e utilizadas para informar políticas e práticas em todas as esferas da sociedade.

Sistema de Contas Nacionais e Estatísticas Nacionais de Moçambique: Instrumentos

Legais, Disposição e Evolução
Moçambique, um país situado no sudeste da África, tem investido significativamente no
desenvolvimento de seus sistemas de contas nacionais e estatísticas nacionais ao longo das
últimas décadas. Estes sistemas são fundamentais para compreender a dinâmica econômica,
social e política do país, além de fornecer informações valiosas para a tomada de decisões
tanto a nível governamental como para a sociedade civil e o setor privado.

Sistema de Contas Nacionais de Moçambique

O Sistema de Contas Nacionais (SCN) de Moçambique é responsável pela mensuração dos
agregados macroeconômicos do país, fornecendo uma visão abrangente da atividade
econômica. Este sistema é regido por instrumentos legais que estabelecem as diretrizes e
metodologias para a coleta, compilação e análise dos dados econômicos do país.

Instrumentos Legais:
Um dos principais instrumentos legais que regem o Sistema de Contas Nacionais de
Moçambique é a Lei nº 6/2003, de 1 de Julho, que institui o Sistema de Estatísticas de
Moçambique. Esta lei estabelece as bases para a produção, coordenação e divulgação das
estatísticas oficiais no país, incluindo as estatísticas econômicas produzidas pelo SCN.

Além disso, o Instituto Nacional de Estatística (INE) de Moçambique desempenha um papel

central na implementação do SCN, atuando como a principal instituição responsável pela
coleta, compilação e análise dos dados econômicos do país.
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Disposição e Funcionamento:
O SCN de Moçambique é composto por uma série de contas inter-relacionadas que fornecem
uma visão abrangente da atividade econômica do país. Algumas das principais contas incluem
a Conta de Produção, que mede o valor bruto da produção de bens e serviços em
Moçambique, a Conta de Renda, que rastreia a distribuição da renda gerada pela produção, e a
Conta de Despesa, que registra o consumo final, investimento e outras despesas.

Para compilar e analisar os dados econômicos, o INE de Moçambique utiliza uma variedade
de fontes de dados, incluindo pesquisas domiciliares, registros administrativos, dados de
empresas e instituições financeiras, entre outros. Estes dados são compilados e processados de
acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Sistema de Contas Nacionais.

Evolução
O SCN de Moçambique passou por uma evolução significativa ao longo das últimas décadas,
refletindo as mudanças na economia do país, nas demandas por informações e nas melhores
práticas internacionais em estatísticas econômicas. Nos primeiros anos após a independência
de Moçambique em 1975, o país enfrentou desafios significativos na construção de suas
capacidades estatísticas, resultando em dados econômicos limitados e de baixa qualidade.

No entanto, nas décadas seguintes, o governo de Moçambique e organizações internacionais,

como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, investiram recursos
significativos na melhoria do Sistema de Contas Nacionais do país.

Uma das principais etapas na evolução do SCN de Moçambique foi a realização do primeiro
Sistema de Contas Nacionais em 1997, que representou um marco importante na produção de
estatísticas econômicas do país. Desde então, o SCN de Moçambique tem passado por várias
revisões e atualizações para garantir a relevância e a precisão dos dados produzidos.

Sistema Nacional de Estatísticas de Moçambique:

Além do Sistema de Contas Nacionais, Moçambique também possui um Sistema Nacional de
Estatísticas (SNE) mais amplo, que abrange a medição de todas as grandezas quantificáveis
do país, incluindo estatísticas econômicas, sociais, demográficas, ambientais e de saúde.
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Instrumentos Legais:
O principal instrumento legal que rege o Sistema Nacional de Estatísticas de Moçambique é a
Lei nº 6/2003, de 1 de Julho, que institui o Sistema de Estatísticas de Moçambique. Esta lei
estabelece as bases para a produção, coordenação e divulgação de todas as estatísticas oficiais
do país, incluindo as estatísticas econômicas produzidas pelo SCN.

Disposição e Funcionamento:
O Sistema Nacional de Estatísticas de Moçambique é coordenado pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), que atua como a principal agência responsável pela produção e coordenação
de todas as estatísticas oficiais do país. O INE trabalha em estreita colaboração com outros
órgãos governamentais, organizações da sociedade civil, setor privado e organismos
internacionais para garantir a coleta, compilação e disseminação de dados estatísticos
abrangentes e confiáveis.

O INE de Moçambique também é responsável por coordenar a implementação de inquéritos e

pesquisas em todo o país, bem como por garantir a padronização e a qualidade dos dados
produzidos por diferentes instituições estatísticas em Moçambique.

Evolução:
Assim como o SCN, o Sistema Nacional de Estatísticas de Moçambique passou por uma
evolução significativa ao longo das últimas décadas, refletindo as mudanças nas demandas
por informações e nas melhores

Apresente as principais limitações do Sistema de Contas Nacionais

O SCN possui suas limitações e desafios que podem afetar a precisão e a relevância das
informações produzidas. Abaixo estão algumas das principais limitações do SCN:

1. Subestimação de atividades informais e ilegais: O SCN baseia-se principalmente em

dados provenientes de fontes oficiais, como registros administrativos e pesquisas de
domicílio. Isso pode resultar em uma subestimação da atividade econômica informal e ilegal,
que muitas vezes não é capturada pelos métodos tradicionais de coleta de dados. Como
resultado, o tamanho real da economia pode ser subestimado, levando a uma visão distorcida
da situação econômica de um país.
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2. Padrões de contabilização inconsistentes: Os métodos de contabilização utilizados no
SCN podem variar entre os países e ao longo do tempo, o que torna difícil a comparação de
dados entre diferentes países e períodos de tempo. Por exemplo, as definições de setores
econômicos, categorias de despesas e métodos de avaliação podem diferir, dificultando a
análise comparativa da atividade econômica global.

3. Qualidade dos dados: A qualidade dos dados utilizados no SCN pode variar
significativamente, dependendo da disponibilidade e confiabilidade das fontes de dados. Em
alguns casos, os dados podem estar sujeitos a erros de medição, omissões ou distorções
deliberadas, o que pode comprometer a precisão das estimativas produzidas pelo SCN.

4. Deficiências na mensuração de serviços não comerciais: O SCN tem dificuldade em

mensurar adequadamente a contribuição de serviços não comerciais, como trabalho
doméstico, educação informal e cuidados de saúde fornecidos pela família. Isso pode levar a
uma subestimação do valor econômico desses serviços e à subestimação do bem-estar real da
população.

5. Desafios na mensuração de ativos intangíveis: O SCN enfrenta desafios na mensuração

de ativos intangíveis, como propriedade intelectual, marcas registradas e capital humano.
Esses ativos desempenham um papel cada vez mais importante na economia moderna, mas
sua mensuração e valoração são frequentemente complexas e subjetivas.

6. Impacto das mudanças estruturais na economia: O SCN pode ter dificuldade em

capturar adequadamente o impacto das mudanças estruturais na economia, como a
digitalização, a globalização e a economia do compartilhamento. Essas mudanças podem
afetar a natureza e a composição da atividade econômica, tornando necessário ajustar os
métodos de coleta e análise de dados.

7. Limitações na mensuração do bem-estar: O SCN se concentra principalmente na

mensuração do produto interno bruto (PIB) e outras variáveis econômicas, mas pode ter
dificuldade em capturar aspectos importantes do bem-estar humano, como saúde, educação,
segurança e qualidade de vida. Isso pode levar a uma visão incompleta do progresso social e
do desenvolvimento humano.
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Referências Bibliográficas
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European Union.
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and Wealth, 60(4), 727-746.
WORLD Bank. (2017). World Development Indicators 2017. World Bank Publications.
ESTEVES, C. M. (2016). Impacto da Medição da Economia Informal nas Contas
Nacionais: Estudo de Caso para Portugal. (Dissertação de Mestrado, Universidade de
Lisboa).