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Universidade Rovuma
Nampula
2022
DALIMA MARCIA FELIX MANUEL NICONTE
Análise mineral e microbiológica das folhas de Lactuca sativa Comercializada nos Mercados
de Matadouro e Waresta - Cidade de Nampula
Universidade Rovuma
Nampula
2022
Índice
Resumo ......................................................................................................................................... xv
1.2. Problematização................................................................................................................ 10
vii
2.9. Segurança do alimento e a qualidade microbiológica ................................................... 16
5.1. CONCLUSÃO................................................................................................................... 29
viii
Índice de Tabelas
ix
Índice de Figuras
x
Lista de Siglas e Abreviaturas
xi
Declaração
Declaro por minha honra que esta monografia é resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.
_______________________________
(Dalima Márcia Felix Manuel Niconte)
Supervisor
____________________________________
(Prof. Doutor Lázaro Gonçalves Cuinica)
xii
Dedicatória
Dedico neste trabalho de cada letra e palavra existente, aos meus pais, Félix Manuel Niconte e
Iauehaca Joana Meha, os quais me educaram e proporcionaram˗me para a concretização dos meus
estudos;
Dedico ao meu filho Edson Francisco Marqueza, que soube corresponder as minhas ausências no
lugar de mãe.
xiii
Agradecimentos
➢ Agradeço á Deus pelo dom de vida que me concedeu; ao meu supervisor, Prof. Doutor Lázaro
Gonçalves Cuinica, que soube orientar ˗ me com toda sua paciência para a elaboração desta
Monografia.
➢ Á minha família, em especial aos meus irmãos, filho, pelo amor, carinho, compreensão e apoio
incondicional.
➢ Aos meus pares colegas e amigos de licenciatura em «Ciências Alimentares» pela partilha de
novas experiências de vida social, Política, Científica, Económica e Profissional que
constituíram um grande valor na formação da minha personalidade.
xiv
Resumo
A Lactuca sativa V. popularmente conhecido por alface é uma planta herbácea que possui um
pequeno caule a partir do qual, as folhas tenras crescem ao redor. A pesquisa foi desenvolvida nos
mercados da cidade de Nampula, com objectivo de analisar o conteúdo mineral e carga bacteriana
de Salmonella typhi em folhas de L. sativa comercializada nos mercados de Matadouro e Waresta.
Através da técnica de entrevista, obteve-se os dados sobre o nível de saneamento e segurança na
manipulação de alface. O conteúdo mineral de potássio, fósforo, ferro e cálcio, assim como a carga
bacteriana de Salmonella nas folhas de alface foram analisados através de protocolos específicos e
padronizados. Verificou-se que os vendedores têm seguido as normas de higiene na manipulação
da alface. Identificou-se nesta espécie vegetal um maior teor de ferro em relação a cálcio, fósforo
e potássio, porém, todos os minerais testados estão acima dos padrões. Em análises microbiológicas
verificou-se a ausência da Salmonella. Conclui-se que a alface vendida nos mercados de Matadouro
e Waresta possui um alto teor mineral e não oferece risco para surgimento de casos da febre tifoide
aos potenciais consumidores.
xv
Abstract
Lactuca sativa V. popularly known as lettuce, is a herbaceous plant that has a small stem from
which tender leaves grow around it. The research was developed in the markets of Nampula city,
with the objective of analyzing the mineral content and bacterial load of Salmonella typhi in leaves
of L. sativa commercialized in the markets of Matadouro and Waresta. Through the interview
technique, data were obtained on the level of sanitation and safety in handling lettuce. The mineral
content of potassium, phosphorus, iron and calcium, as well as the bacterial load of Salmonella in
lettuce leaves were analyzed using specific and standardized protocols. It was found that sellers
have followed the hygiene rules in handling lettuce. It was identified in this plant species a higher
content of iron in relation to calcium, phosphorus and potassium, however, all the minerals tested
are above the standards. In microbiological analyzes the absence of Salmonella was verified. It is
concluded that the lettuce sold in the markets of Matadouro and Waresta has high levels of minerals
and does not offer a risk for the emergence of cases of typhoid fever to potential consumers.
xvi
CAPíTULO I: INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
Doenças transmitidas por alimentos (DTAs), na maior das vezes são causadas pela ingestão de
alimentos contaminados, os principais agentes etiológicos sendo, as bactérias, vírus, parasitas,
produtos químicos, agrotóxicos, que corre devido manipulação inadequada de alimentos, as
condições de espaço utilizado durante o trabalho, condições de higiene-sanitárias, transporte e local
de armazenamentos dos gêneros alimentícios (Aguiar, 2019; Brassica, Minimamente, Em, & Df,
2012). A consequência da contaminação dos alimentos estes podem ocasionar problemas
gastrointestinal leve até graves, como diarreias sanguinolentas, febres no caso de contaminação por
Salmonelas e problemas de insuficiência renal (Aguiar, 2019).
Conforme Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada dez pessoas são afectados pelas
DTCA, o que causa 420 mil mortes, sendo que um terço dessas DTCA acometem as crianças
menores de cinco anos (Aguiar, 2019). A incidência de casos provocados por DTCA, não é
conhecida na sua totalidade, pois existem muitos casos não notificados (Rahayu, 2014).
O consumo dos vegetais na forma in natura, constitui uma fonte de transmissão de várias doenças
de origem alimentar, independemente do meio do cultivo que é aplicado (Bayar, 2018). Assim, em
cada ano aumenta a preocupação do homem no que concerne a qualidade e a segurança dos
alimentos ingeridos (Bayar, 2018), pois o controle higiene-sanitário tanto do alimento assim como,
do manipulador é um factor importante (Bayar, 2018).
Os coliformes são microrganismos, que a sua presença indica ineficiência das condições sanitárias,
em particular quando são identificados em alimentos. A presença de bactéria Escherichia coli (E.
coli) no intestino é indicador de uma contaminação fecal recente (Brassica, Minimamente, Em, &
Df, 2012). Na maioria das vezes as doenças transmitidas por consumo de alimentos são ocasionadas
por bactérias da família Enterobactriaceae, na sua maioria esses patógenos eles podem ser
9
encontrados de forma em diferentes partes do corpo humano, como as mãos, pele, intestino, boca
e cabelo, outros ficam por horas, dias ou anos, depois do ocorrer a contaminação inicial. Quando
não é observada as medidas de higiene durante o manuseio dos alimentos, estes patógenos podem
entrar em contacto com os alimentos, podendo em outras vezes se multiplicarem, até ao ponto de
originar doenças aos consumidores.
Salmonellas são bactérias com morfologia em forma bastonete, gram negativo, anaeróbia e
facultativo, sendo que não são esporulados, onde a maioria das espécies são moveis, que são
encontradas no trato intestinal animais, tais como suínos, aves e homem, estas bactérias são agente
etiológico da febre tifoide e também entérica, na maioria das vezes os casos de intoxicação são
ocasionados por ingestão de carnes, ovos, hortícolas contaminadas com Salmonellas (Aguiar,
2019; Vieira, 2021).
1.2. Problematização
As doenças transmitidas por consumo de alimentos continuam a ser um problema de saúde em todo
mundo, na maioria das vezes são transmitidas dentro dos ambientes de serviços de alimentação
devido ao manuseio inadequado dos alimentos (Al-kandari, Al-abdeen, & Sidhu, 2019). Pois essas
doenças, correspondem um problema de saúde pública em Moçambique, verifica-se que, uma
grande parte dessas doenças ocorrem sob a responsabilidade das pessoas que manipulam os
alimentos destinados ao consumo (Cambaza, Gazeta, Anapakala, & Koseki, 2018). Conforme
Taquari (2020) afirma que um grande número de contaminação por enteroparasitoses,
enterobactericeas, transmitidas pelo consumo de alimentos contaminados é indicativo de uma baixa
qualidade do sistema higiênico-sanitário do local, e isso torna importante fazer esforços em criar
medidas que são voltadas a educação da população (Taquari & Taquari, 2020). Uma pesquisa
realizada por Pereira et, al. (2019), mostrou que a qualidade microbiológica e a segurança das
hortícolas principalmente frescas, é fundamental a sua garantia do produto, pois, neste de produtos
não passam por nenhum tipo de tratamento para o consumo.
Os resultados de pesquisas em hortícolas mostram, que vegetais folhosos frescos são considerados
como reservatórios importantes de Enterobactriaceae que provocam as doenças e são resistentes a
antibióticos. O que torna um problema de saúde pública (Manhique, Alberto, 2020).Várias
10
bactérias resistentes ao trato intestinal humano tem sido encontradas em cargas elevadas nas
hortícolas, assim como no meio ambiente. A alface pode ser veículo de doenças quando
contaminada por parasitas contidas água de regadio, provenientes de restos de excrementos de
humanos ou outros animais (Taquari & Taquari, 2020). Verifica-se que em diversos mercados da
cidade de Nampula, tem se vendido diversas variedades de alface sem, no entanto, conhecer-se a
sua carga bacteriana e seu teor mineral, o que pode estar associado ao aumento de casos da febre
tifoide nesta urbe e o índice de desnutrição. Neste contexto, surge a seguinte questão da pesquisa:
1.3. Justificativa
Esta pesquisa foi motivada através da experiência vivada no dia-a-dia, pelo facto de aumento
significativo de casos de febre tifoide e problemas gastrointestinais em vários bairros da cidade de
Nampula, pois esses problemas a sua etiologia podem ser ocasionados pelo consumo de hortaliças
contaminadas por microrganismos em especial destaque as consumidas cruas, como alface, em
forma de salada. Segundo a forma de manuseio das hortaliças, água utilizada para lavagem, a forma
de higienização tantos das hortaliças, bem como os próprios vendedores e os consumidores em
diferentes mercados antes visitados.
Outro problema que potenciou a realização dessa pesquisa, é o facto de escassez de estudos sobre
a qualidade mineral e microbiológica de hortícolas, principalmente a alface que é uma das
hortícolas mais consumidas (cruas) na cidade de Nampula em particular e no pais em geral.
11
1.5. Objetivo do trabalho
1.6. Hipóteses
Alface consumida na cidade de Nampula contém níveis aceitáveis de minerais e elevada carga
bacteriana de Salmonella typhi.
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CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A alface é uma planta cujo nome científico é Lactuca sativa V., pertence a família Asteraceae,
género Lactuca, grupo Lactuceas, nome popular é Alface-crespa Nacional. Originou-se de espécies
silvestres, ainda encontradas em regiões de clima temperado, no sul da Europa e na Ásia Ocidental
(Filgueira, 2003).
Segundo Filgueira (2003), a alface é de origem asiática, mas segundo as informações, essa verdura
foi utilizada por egípcios, gregos e romanos. Essa verdura tem preferência em solos arenosos
argilosos com baixa acidez e com bastantes matérias orgânicas, poderá ser recolhidas 70 dias
depois da semeadura. Outros nomes, Alface-comum ou Leituca.
Presa a um pequeno caule, as folhas da alface podem ser lisas ou crespas e verdes, arroxeadas ou
amareladas. Pode ou não formar “cabeça”, dependendo das inúmeras variações. Seu ciclo é anual.
Na fase reprodutiva, emite uma haste com flores amarelas agrupadas em cacho, e produz em maior
quantidade uma substância leitosa e amarga chamada lactoaria. Suas sementes podem ser
aproveitadas para novos plantios (Filgueira, 2003).
Segundo Filgueira (2003), as variedades podem ser separadas em Seis grupos: Primeiro grupo
variedade Brasileira: repolhuda-manteiga, folhas lisas, verde-amareladas, forma cabeça compacta.
Segundo grupo Variedade Americana: repolhuda-crespa, folhas crespas, bem consistentes, forma
cabeça compacta. Terceiro grupo Variedade Babá-de-verão: folhas lisas, soltas, não forma cabeça.
Quarto grupo Variedade Verônica: folhas crespas, soltas, consistentes, não forma cabeça. Quinto
grupo Variedade Mimosa: folhas delicadas, aspecto arrepiado, não forma cabeça. Sexto grupo
Variedade Romana, folhas alongadas, consistentes, forma cabeça fofa.
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2.3. Descrição Botânica
Na medicina a alface é usada as folhas, é extraído leite; sua substância leitosa é muito usada em
cosméticos, para rejuvenescer e acalmar a pele; De baixo teor calórico, esta hortaliça é ideal para
os dias de verão e seu teor de fibras é óptimo para o funcionamento intestinal. Cem gramas de
alface fornecem 15 calorias (Viggiano, 1990 citado por Fernandes et al., 2002).
Princípios activos que constituem a alface-crespa são as Vitaminas A e C, fósforo e ferro. Apresenta
em sua constituição nutricional, cálcio, ferro e fósforo e vitaminas A e C e vitaminas B1 e B2.
Possui propriedades tranquilizantes, alto teor de vitaminas A, B e C, além de cálcio, fósforo,
potássio e outros minerais. Apresenta baixo teor calórico (Viggiano, 1990; Fernandes et al., 2002).
A qualidade de um produto pode ser observada por duas óticas: do ponto de vista do produtor, a
qualidade associa-se à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades
do cliente e, do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à utilidade
reconhecidos no produto (Bonilla, 2003).
A importância da alface na alimentação e saúde humana se destaca por ser fonte de vitaminas e
sais minerais, constituindo-se na mais popular dentre aquelas em que as folhas são consumidas.
Seu consumo é feito in natura, e nessas condições apresenta a seguinte composição química: água:
94%; valor calórico: 18 Kcal; proteína: 1,3 g; extracto etéreo: 0,3 g; carboidratos totais: 3,5 g; fibra:
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0,7 g; cálcio: 68 mg; fósforo: 27 mg; ferro: 1,4 mg; potássio: 264 mg; tiamina: 0,05 mg; riboflavina:
0,08 mg; niacina: 0,4 mg; vitamina C: 18,0 mg, para alface produzida no solo (Ohse et al., 2001).
Carboidratos são polímeros de açúcares simples, como a glicose, com elevadas massas
moleculares. Liberam e armazenam energia e também são elementos estruturais extracelulares.
Considerados a fonte primária de energia para o organismo, uma vez que o seu catabolismo
possibilita a liberação de energia química para a formação de ATP (Motta, 2007).
Proteínas são compostos nitrogenados, consideradas macros moléculas formadas a partir da união
de vários aminoácidos entre si. Várias são as classificações que se podem empregar para as
proteínas. Uma destas classificações, por exemplo, subdivide as proteínas em duas categorias,
proteínas solúveis e proteínas estruturais. As proteínas estruturais geralmente encontram-se
ligadas a outros compostos e são constituintes das membranas celulares, enquanto as proteínas
solúveis participam directamente do metabolismo vegetal, notadamente como enzimas, (Carvalho
et al. 2002 como citado em Instituto Adolfo Lutz, 2008).
Gorduras são substâncias de origem vegetal ou animal, insolúveis em água, formadas de triglic-
erídeos e pequenas quantidades de não glicerídeos, principalmente fosfolipídeos (Carvalho et al.
2002 citado por Instituto Adolfo Lutz, 2008).
Humidade é o conteúdo de água das plantas, também denominado de teor de humidade, varia de
uma espécie vegetal para outra e, dentro da mesma espécie, varia de um órgão para outro, bem
como, com o estágio de desenvolvimento da planta. É importante conhecer o teor de humidade dos
tecidos e das amostras, porque a preservação das mesmas está relacionada com o teor de humidade,
além disso, para se comparar o valor nutritivo de dois ou mais alimentos, tem-se que levar em
consideração os respectivos teores de matéria seca. A matéria seca é a amostra senta de humidade
(Carvalho et al. 2002 citado por Instituto Adolfo Lutz, 2008).
Cinzas de um alimento são os resíduos inorgânicos que permanecem após a queima da matéria
orgânica. Não possui necessariamente a mesma composição que a matéria mineral presente
15
originalmente no alimento, pois pode haver perda por volatilização ou alguma interacção entre os
constituintes da amostra (Cecchi, 2003).
Fibras são um tipo de carboidrato presentes em muitos tipos de alimentos de origem vegetal, como
frutas e hortaliças, pães integrais e outros. A presença delas na nossa alimentação é essencial. A
ingestão de fibras diminui o risco de doenças do coração, câncer de intestino, diabetes e
hemorróidas. (Lima, Costa & Oliva, 2001).
Segurança do alimento ou alimento seguro está relacionada ao termo inglês foodsafety, que é a
garantia do consumidor adquirir um alimento com atributos de qualidade que sejam de seu
interesse, entre os quais se destacam os atributos ligados à saúde e segurança. Está ligada ao
fornecimento do alimento em quantidade suficiente, seguro e nutritivo e que vai ao encontro às
suas necessidades e preferências, necessárias para uma vida activa e saudável (Spers, 2003 citado
por Fao, 2013).
Substâncias que podem causar perigo para a saúde humana geralmente não podem ser visualizadas
externamente em um alimento. Assim, nem todos os atributos podem ser avaliados pelos
consumidores no momento da compra. Por isso, o processo produtivo, desde as matérias-primas
até a entrega do alimento ao consumidor, deve ser realizado sob padrões específicos de higiene,
limpeza e segurança, e estar em constante avaliação para que possa sinalizar ao consumidor que o
alimento é seguro (Talamini et al., 2005).
16
Enterobacteriaceaea 37 °C é um grupo, de microrganismos aeróbios anaeróbios facultativos. O
ensaio preconizado nos "Valores-guia INSA" é realizado de acordo com a norma ISO 21528-2, a
37 ºC, devendo a fermentação da glucose ser total às 24 horas. O ensaio em géneros alimentícios
contendo frutos ou produtos hortícolas crus deve ser preconizado enumerando as
Enterobacteriaceae indicadoras de higiene e não sendo consideradas as Enterobacteriaceae
ambientais (Ricardo, 2019).
Coliformes totais são uma classe de bactérias que possui como principal característica a
fermentação de lactose com produção de ácidos, aldeídos e gás a 35°C entre 24 e 48 horas. Essas
bactérias abrangem os seguintes géneros: Klebsiella, Escherichia, Enterobacter e Citrobacter.
Incluindo cerca de 20 espécies (Silva et al., 1997).
17
CAPíTULO III: METODOLOGIA
18
3.1.2 Universo e Amostra
O universo deste estudo é constituído por todos os potenciais comerciantes de alface nos mercados
de Matadouro e Waresta na cidade de Nampula, e tomou-se como amostra, 12 vendedores com
idades acima de 18 anos, dos quais 6 do Mercado de Matadouro e 6 do Mercado Grossita de
Waresta.
Como técnica de recolha de dados usou-se a entrevistas para coletar-se dados sobre o nível de
saneamento e segurança alimentar, proveniência da água que é utilizada para lavagem de alface
que é comercializado nos mercados da cidade de Nampula. E características demográficas dos
manipuladores de alface comercializada nos Mercados de Matadouro e Waresta na cidade de
Nampula.
a) Determinação de Fósforo
Para a construção da curva de calibração, diluiu-se a solução padrão de 50.0 ppm de fósforo para
as seguintes concentrações: 0.00 ppm; 0,50 ppm; 1.00 ppm; 1.50 ppm; 2.00 ppm e 2.50 ppm,
adicionou 0.0; 0.5; 1.0; 1.5; 2.0 e 2.5 mL em balões volumétricos de 50.0 mL; Adicionou-se 4.0
mL da mistura de reagentes A, 2.5 mL do ensaio branco e completou-se volume com água destilada
para volume final de 50.0 mL. Deixou-se em repouso as amostras e a curva de calibração durante
5 minutos. Procedeu-se com a leitura no Espectroscopia de Absorção Molecular UV-Visível à 420
nm. Esta leitura obedeceu se a seguinte ordem: Curva de calibração, soluções em branco, soluções
de planta padrão e as soluções das amostras. Anotou-se os valores. Construiu-se a curva analítica
e a folha de Cálculo e estimou se a concentração de P no digerido e em g/Kg das amostras.
b) Determinação de Ferro
Para a construção da curva de calibração diluiu-se a solução padrão de 50 ppm de ferro para as
seguintes concentrações: 0.0 ppm, 0.50 ppm, 1.00 ppm, 1.50 ppm, 2.00 ppm, 2.50 ppm, em tubos
de ensaios de plástico de 10.0 mL adicionou 0.0; 0.1; 0.2; 0.3; 0.4 e 0.5 em tubos de ensaios de
10.0 mL. Adicionou se 2.0 mL da solução de ácido acético à 1 M à pH = 4.50, 1.0 mL de solução
o-fenantrolina, e perfez-se o volume com água destilada para completar 10.0 mL. Deixou-se em
20
repouso as amostras e ligou se o aparelho para a estabilizar, durante 30 minutos; procedeu-se com
a leitura no Espectroscopia de Absorção Molecular UV-Visível à 508 mm. Esta leitura obedeceu a
seguinte ordem: Curva de calibração, soluções em branco, soluções de planta padrão e as soluções
das amostras. Anotou-se os valores.
c) Determinação de Cálcio
O princípio do método é o cálcio é determinado pelo EDTA ajustando-se o pH do meio a 12, por
meio de solução de KOH, empregando calcon como indicador. Em função do número de moles de
EDTA gasto nessa titulação, determina-se a concentração de Ca2+ no tecido vegetal (Rodella, et al,
2007). Pipetou-se 1,0 mL digerido do tecido vegetal, 5,0 mL de KCl à 1N e 19,0 mL de H2O para
um erlenmeyer de peréx de 125,0 mL. Colocou-se na capela de segurança, adicionou-se 3.0 mL de
solução de KOH à 100g/L e adicionou-se 0,30 mg de ácido ascórbico e indicador calcon. Titulou-
se com solução de EDTA à 0,0125M e registou se o volume gasto em gotas.
Observou-se após a adição do indicador Calcon, tanto na solução do branco quanto nas amostras,
a solução tomou a cor vermelha-de-tijolo e no ponto de equivalência (no ponto final da titulação),
verificou-se o aparecimento da cor azul puro.
d) Determinação de Potássio
Determinou-se por espectroscopia de chama, esse método é baseado na atomização das partículas
da solução através da projecção da solução sobre uma chama. Há uma excitação dos átomos, isto
é, o deslocamento dos electrões para níveis energéticos mais elevados, quando os átomos voltam
ao nível energético normal, há emissão da energia absorvida na forma de radiações. O átomo
excitado do nutriente potássio emite luz no comprimento de onda entre 766 e 767nm. Como a
intensidade da luz emitida por cada nutriente depende da concentração de seus átomos, a medida
possibilita sua determinação quantitativa. Com as amostras obtidas na digestão, incluindo ensaio
em branco e planta padrão. Pipetou-se para os tubos de ensaio de plástico de 10.0 mL, 0.5 mL da
amostra e perfez-se o volume com água destilada para completar 10.0 mL.
21
Para a construção da curva de calibração, diluiu-se a solução padrão de 100.0 ppm de K para as
seguintes concentrações: 0.00 ppm, 4.00 ppm, 8.00 ppm, 12.00 ppm, 16.00 ppm, 20.00 ppm, em
balões volumétricos de vidro de 50.0 mL adicionou-se 0.0; 2.0; 4.0; 6.0; 8.0 e 10.0 em balões
volumétricos de vidro de 50.0 mL. Adicionou-se 2.5 mL da solução branco das amostras e perfez-
se o volume com água destilada para completar 50.0 mL. Deixou-se em repouso as amostras e ligou
se o aparelho para a estabilizar, durante 20 minutos. Procedeu-se com a leitura no Espectroscopia
de Emissão Atómica-EEA ou Fotometro de Chama-FC. Esta leitura obedeceu se a seguinte ordem:
Curva de calibração, soluções em branco, soluções de planta padrão e as soluções das amostras.
Fez-se a leitura para a curva de calibração e em seguida a leitura do K+ das amostras e anotou-se
os valores.
Retirou-se 1m l da solução mãe para o tubo (10-2), e deste, tirou-se 1ml para o tubo (10-3) e agitou-
se. Assim sucessivamente e terminou-se a diluição no tubo 10-5. Após terminar as diluições, retirou-
se 1mL do inoculo de cada tubo para uma placa de petri estéril, adicionou-se o meio de cultura
Plate Count Agar (PCA) a aproximadamente 45˚C, misturou-se em movimentos circulares.
Deixou-se as placas a arrefecerem em superfície fria e horizontal, inverteu-se e levou-se a estufa
de 30º C por 72h. Por fim, retirou-se da estufa e depois de esfriar fez-se a contagem de
microrganismos em placas com menos de 300 colónias ou onde foi possível fazer a contagem.
Análise de dados
As análises foram realizadas em triplicata e os dados obtidos foram expressos pela média e desvio
padrão (Média±DPa). A comparação de grupos experimentais foi feita estatisticamente por teste t
de Student e análise de variâncias (ANOVA), com um nível de significância considerado quando p
< 0,05.
23
CAPíTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE ESULTADOS
Verificou-se que os vendedores de alface nos mercados da cidade de Nampula estão conscientes
sobre higiene na manipulação da alface, tendo reportado que tem lavado bem as mãos e a alface
para não ser veículo de doenças de origem microbiana (Ver Apêndices 2 e 3).
Para a análise de Potássio (K), usou-se Espectroscopia de Emissão Atómica por Chama, para a
análise de Fósforo (P) e Ferro (Fe), usou-se Espectroscopia de Absorção Molecular, e o Cálcio
(Ca) foi analisado através da volumetria de complexação.
a) Potássio
0.25
Abs = 0,010x [K]+ 0,002
0.20 R² = 0,998
0.15
Aborvầncia de K
0.10
0.05
0.00
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00
-0.05
Concentração de K em ppm
24
Com ajuda da equação da curva de calibração do Gráfico 2 e com as absorvâncias obtidas, calculou-
se a concentração de Fe presente em cada réplica da amostra da alface e obteve-se a concentração
de 503,67 g/Kg (ver Tabela 1).
1.200
Absorvância de Fe
1.000 Abs Fe = 0,384x[Fe] - 0,015
R² = 0,998
0.800
0.600
0.400
0.200
0.000
0.00 1.00 2.00 3.00
Concentração de Fe em ppm
0.080
0.070 Abs = 0,023x [P] - 0,001
R² = 0,996
0.060
Absorvância de P
0.050
0.040
0.030
0.020
0.010
0.000
0.00 1.00 2.00 3.00
Concentração do P em ppm
0.25
0.15
Aborvầncia de K
0.10
0.05
0.00
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00
26
O teor de cálcio encontrado foi de 149,94 g/kg este resultado é maior em relação ao valor
determinado pelo TACO (2011) que foi de 0,38 g/kg. Em relação as diferenças existentes entre os
resultados dos teores de cálcio na Tabela 1, Carrijo; Souza e Marouelli (2004) sustentam que para
a determinação de cálcio em alface-crespa vária de acordo com a fertirrigação com Ca em água
salobra ou em mistura com P e Mg. Portanto, a presença destes, podem provocar precipitações de
sais. O aumento do teor de cálcio nos resultados encontrados na amostra pode ser o mesmo factor
de gotejamento ou nível de minerais do solo.
Em relação ao teor de potássio, Vidigal et al. (1995) Fazendo um estudo semelhante constatou que
houve decréscimo no teor de potássio nas folhas de alface, com a elevação das doses de composto
orgânico. Ao passo que o teor de Fósforo constatou o contrário, ou seja, houve um aumento nos
teores foliares de fósforo com o incremento das doses aplicadas. A variação dos teores de macro e
micro nutrientes da alface-crespa derivam de muitos factores como a localização geográfica, solo,
as doses de adubos orgânicos como descreve Vidigal et al. (1995). Assim sendo a diferença
existente entre os resultados obtidos e os de referência do teor de potássio, também pode-se
associar-se aos factores como, as doses aplicadas de adubos e o solo.
Para fósforo o teor encontrado na amostra foi de 2,03g/kg este resultado encontra-se um pouco
maior do padronizado pela TACO (2011), que foi de 0,26g. Relativamente a isso Vidigal et al.
(1995), estudando a resposta da alface-crespa ao efeito residual do composto orgânico, também
constataram aumentos nos teores foliares de fósforo com o incremento das doses aplicadas. Neste
trabalho, a variação do teor encontrado, em relação o padronizado pela TACO, pode ser
influenciado pelo mesmo factor do incremento das doses elevadas de composto orgânico.
De acordo a Tabela 1 o teor de ferro encontrado na alface foi de 503,67g/kg, este resultado é maior
em relação ao valor de referência estabelecido pela TACO (2011). Assim sendo, a diferença
existente entre o resultado obtido e os valores de referência estabelecido pela Taco (2011), um dos
factores que pode ter contribuído para esse elevado teor, foi solo, como descreve Vidigal et al.
(1995) solo rico em ferro influencia excessivamente na alface.
27
4.3. Análise Microbiana da Alface
28
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E SUGESTÕES
5.1. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos nas análises feitas, a alface comercializada no Mercado
grossista de Waresta e Mercado de Matadouro possui o teor de minerais acima do recomendado e
não são fator de risco para surgimento de casos de febre tifoide nos potenciais consumidores com
base nas legislações padronizadas por TACO (2011), PORTARIA No 451-Brasil e INSA (2019)
que ditam os parâmetros de qualidade de alface.
5.2. SUGESTÕES
29
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33
APÊNDICES
34
APÊNDICE 1: Questionário para colheita de dados sobre nível de saneamento e segurança
alimentar de alface comercializada nos mercados de Matadouro e Waresta na cidade de Nampula.
1. Gênero
0 = Masculino ( ) 1=Feminino ( )
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5- Você usa joias durante a manipulação de alface?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. Não sei ( )
6- Você fuma, bebe álcool ou come alimentos durante a manipulação de alface?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. Não sei ( )
7- Você limpa as superfícies de trabalho antes e após a manipulação de alface?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. Não sei ( )
8- Você lava alface em água potável (torneira)?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. Não sei ( )
9- Você limpa as superfícies de trabalho durante a manipulação de alface?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. Não sei ( )
10- Você usa as mãos desprotegidas para manusear a alface?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. Não sei ( )
11- Quando faz muito sol, onde armazena a alface?
1. Mergulho água ( ) 2. Deixo assim ( ) 3. Aguardo em plásticos e mergulho na água
12- Você recolhe alface que caem no chão e os descarta ou junto com outras folhas?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. Não sei
Terceira parte: Proveniência da alface da água utilizada para lavagem das hortícolas
1. Onde compra a alface para comercializar?
1. Horta própria ( ) 2. Horta do amigo 3. Compro em retalho e revendo
2. Onde se localização a machamba/ local de compra?
1. Na extremidade do rio Napipine ( )
2. Na extremidade do rio Muatala ( )
3. Na extremidade do rio Marrere ( )
4. Na extremidade do rio Namicopo ( )
5. Mercado grossista de Waresta ( )
6. Outros locais onde tem horta para cultivo de alface, especifique _______________________
3. Faz a lavagem de alface após colheita na horta?
1. Sim ( ) 2. Não ( )
4. Qual é a proveniência da água que utiliza para a lavagem da alface?
1. Rio ( ) 2. Torneira ( ) 3. Água sanitária (hipoclorito de sódio) ( ) 4. Escova
5. Não lavou 6. Uso produto especifico para lavagem.
36
Quarta parte: Questões relacionadas com as doenças de transmissão por alimentos
1. Sabe dizer se alface inadequado de forma inadequada pode ocasionar doenças?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. Não sei
2. Se sim, quais as possíveis doenças causadas por consumo de alimentos contaminados?
1. Problemas gastrointestinais ( ) 2. Febre tifoide ( ) 3. Problemas de pele ( )
Quinta parte: Atitudes de segurança alimentar de manipuladores de alface
1. Acredita que o armazenar os alimentos de forma adequado é crucial para a segurança alimentar?
1. Sim ( ) 2.Não ( ) 3. Não sei ( )
2. Acredita que o conhecimento de segurança alimentar é importante para você?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. Não sei ( )
3. Acha que as doenças transmitidas por alimentos são um problema sério?
1. Sim ( ) 2. Não ( ) 3. Depende da doença 4. Não sei ( )
4. Acha que os manipuladores de alface com feridas ou cortes nas mãos não devem manipular está
hortícola?
1. Sim ( ) 2. Não 3. Às vezes ( ) 4. Não sei
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38
39
APÊNDICE 3: Resultados do estudo do campo – Mercado Grossista de Waresta
40
41
42
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ANEXOS
44
Anexo 1: Credencial
45
46
47
Anexo 2: Procedimento de Análise Microbiológica de Salmonella nos Alimentos
48
Anexo 2: Resultados de Análise Microbiológica nas folhas de Alface
49
50