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Francisco António Lucas

COMPARAÇÃO DE CONTAMINAÇÃO POR COCCIDEOSE EM COELHOS


CRIADOS NO PISO DE TERRA BATIDA E EM GAIOLAS SUSPENSAS

Licenciatura em agropecuária

Universidade Rovuma
Lichinga
2021
2

Francisco António Lucas

COMPARAÇÃO DE CONTAMINAÇÃO POR COCCIDEOSE EM COELHOS CRIADOS NO


PISO DE TERRA BATIDA E EM GAIOLAS SUSPENSAS

Projecto elaborado na cadeira de


cunicultura
e apresentado ao departamento e
Ciências Alimentares
Delegação de Lichinga para fins da
monografia no curso da Licenciatura
para
ensino de Agropecuário
suprevisionaada pela Mcs ꓽ
Sónia Nido

Universidade Rovuma
Lichinga
2021
3

1.INTRODUÇÃO........................................................................................................................4
1.1 Contextualização................................................................................................................4
2. Objectivos.............................................................................................................................7
2.1 Geral.........................................................................................................................7
2.1 1 Comparar o grau de contágio de coccideose em coelhos jovens criados em gaiolas de
terra batida e em gaiolas suspensas.........................................................................................7
2.2.Específicos......................................................................................................................7
2.2.1Seleccionar os animais jovens em grupo de estudo sanitário......................................7
Enquadramento do tema.........................................................................................................8
Delimitação do tema................................................................................................................8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................8
1. Coelho..............................................................................................................................8
4. Cecotrofia...........................................................................................................................10
6. . Produção de coelhos no mundo e na África.................................................................11
Tabela 2: Produção mundial de carne de coelho em 2014..........................................................12
Europa....................................................................................................................................12
552,137..................................................................................................................................12
49,9........................................................................................................................................12
375.561..................................................................................................................................12
Asia.........................................................................................................................................12
447.942..................................................................................................................................12
40,5........................................................................................................................................12
390.785..................................................................................................................................12
África......................................................................................................................................12
85.591....................................................................................................................................12
7,7..........................................................................................................................................12
72.236....................................................................................................................................12
América..................................................................................................................................12
21.356....................................................................................................................................12
1.9..........................................................................................................................................12
4

18.215....................................................................................................................................12
Oceânia..................................................................................................................................12
0.............................................................................................................................................12
0,0..........................................................................................................................................12
0.............................................................................................................................................12
Mundo....................................................................................................................................12
1.107.025...............................................................................................................................12
100,0......................................................................................................................................12
856.797..................................................................................................................................12
Fonte: EFSA, 2015 adaptado de FAOSTAT..............................................................................12
7. Qualidade da Carne........................................................................................................12
8. Valor nutricional da carne de coelho..............................................................................12
9. Coccideose hepática nos coelhos jovens............................................................................13
3. METODOLOGIA..............................................................................................................16
1. Localização e caracterização da área de estudo..................................................................16
A identificação da Empresa onde a pesquisa aconteceu, foi baseada no facto de ser o único
explorador leiteiro com raças geneticamente registadas, visto que, as raças locais poderiam
produzir interferências de incompatibilidade com o propósito. Este foi um acordo de carácter
voluntário, sendo que o proprietário estava livre de resignar assim que achasse necessário.......16
2. Clima e hidrografia.........................................................................................................17
3. Tipo de pesquisa.............................................................................................................18
4. Método de pesquisa.......................................................................................................18
5. Técnicas de colecta de dados.........................................................................................19
Tipo de amostragem..............................................................................................................19
Materiais................................................................................................................................19
A execução desta pesquisa foram utilizados os seguintes materiais:....................................19
Parâmetros avaliados.............................................................................................................19

1.INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização
5

O coelho (Oryctolagus cuniculus) é um animal prolífero e a sua contribuição nas áreas


de reprodução, tecnologia de alimentos e de pesquisa é muito grande. Entretanto, seu
maneio ainda fica muito a desejar, visto que são poucos criadores que usam a
manutenção adequada nas suas criações, principalmente as de criação caseira
facilitando, com isso, a introdução e manutenção de agentes infecciosos na criação.

Contudo, em Moçambique, ela é pouco praticada em comparação a outras espécies


como frangos, suínos e bovinos e o consumo da carne de coelho é baixo.

ALMEIDA (2012) sugere que a falta de oferta de carne e de organização no sector


da cunicultura são responsáveis pela falta de estímulo no consumo.

A carne de coelho possui baixo teor de gordura, é macia, possui alto valor nutritivo e
baixo valor calórico. Vários estudos demonstram que a carne possui taxa de gordura,
calorias e colesterol menor do que a carne bovina, de frango, cordeiro e porco.

Para a garantia de bons índices assegurando rentabilidade e redução de riscos, deve-se


realizar um maneio eficiente, de tal forma que garanta o bem-estar dos animais,
possibilitando que eles expressem seu potencial ao máximo de forma saudável e
evitando possíveis distúrbios comportamentais e enfermidades.

As instalações devem proporcionar comodidade e conforto para os coelhos, garantindo


boas condições ambientais, sanitárias e nutricionais.São diversos os factores que
determinam o bem-estar dos animais na criação de coelhos, podendo impactar no seu
dia-a-dia, influenciando negativamente a curto, médio e longo prazo.

Por meio da condução correta da actividade, é proporcionado aos animais um óptimo


status de saúde, um ambiente seguro e limpo, o fornecimento de alimento e água de
qualidade, livre de agentes contaminantes, e, consequentemente, uma rotina que não
provoque estresse aos animais. Além do conhecimento das doenças, entender o
comportamento dos animais é uma ferramenta que auxilia na tomada de decisão para
elaboração do plano preventivo.

A Coccidiose em coelhos pode estar associada a um quadro grave e até ser responsável
por causar óbitos,principalmente em animais jovens, criados de forma intensiva para
produção de carnes. Pode actuar como agente primário, e como factor predisponente à
enterite bacteriana, particularmente colibacilose (Soulsby, 2018).

A falta de maneio adequado e o isolamento de agentes infecciosos no plantel vêm se


tornando cada vez mais aparentes. Em virtude destes aspectos, a implantação de
métodos de diagnóstico na cunicultura faz-se necessária, como forma auxiliar nas
medidas profiláticas de controlo e de tratamentos adequadas às diversas situações.

1.2 Problematização
6

Actualmente, a actividade de exploração de coelhos se encontra em expansão, e assim,


intensificou-se a preocupação quanto ao controle de patógenos no intuito de reduzir as
perdas na produção e, consequentemente, maximizar os lucros. Entre as enfermidades
que acometem coelhos, destaca-se a coccideose, é razão das graves alterações orgânicas
que pode ocasionar em animais infectados. Os animais jovens são os mais susceptíveis à
infecção. Em geral, apresentam quadro clínico de anorexia e queda no peso vivo e de
carcaça, causado principalmente pela redução da ingestão de alimento que ocorre nas
primeiras quatro semanas, chegando até a morte (Gómez-Bautista et al., 1986)

Entretanto, seu maneio ainda fica muito a desejar, visto que são poucos criadores que
fazem manutenção adequada à sua criação, principalmente as de criação do sector
familiar com isso, a introdução e manutenção de agentes infecciosos e os factores que
determinam o bem estar dos animais e podendo impactar no seu dia a dia,
influenciando negativamente a curto, médio e longo prazo nas unidades de criação
afectando significamente a baixa renda.

Sendo assim, este trabalho levanta um problema extremamente importante a medida em


que o governo está apostado no aumento de produção no sector pecuário e seus
derivados. Face a essa situação surge a seguinte questão:

Qual será o efeito da contaminação de coccideose em diferentes tipos de criação de


coelhos jovem?

1.3 Justificativa

A escolha do tema surgem numa altura em que a Província do Niassa possui poucos
praticantes desta cultura no sector familiar e muito menos na produção comercial,
tendo contribuído muito no fraco desenvolvimento das camadas que muito precisam
das proteínas animal considerando a carne de coelho como é grande contribuinte
desta.

Por falta de conhecimento pratico e científico leva a maior parte de praticante desta
cultura a reduzir sua produção e ainda outros abandonar na sua totalidade considerando
como inadequado.

Em outro caso os coelhos felizmente, não são muito sujeitos as doenças sendo mesmo
bastante resistentes a elas. Estando bem alimentados, alojados em boas instalações e
quando são adoptados, como rotina rigorosas medidas de higiene e um bom manejo,
elas dificilmente adoecem. Sendo assim, torna-se necessário o conhecimento das
enfermidades que acometem os coelhos para que se possa realizar um plano preventivo
a fim de ser implantado no maneio do sistema de produção.
7

Por meio da condução correta da actividade, é proporcionado aos animais a um


ambiente saudável, seguro e limpo, o fornecimento de alimento e água de qualidade,
livre de agentes contaminantes, e, consequentemente, uma rotina que não provoque
estresse aos animais.

2. Objectivos

2.1 Geral

2.1 1 Comparar o grau de contágio de coccideose em coelhos jovens criados em


gaiolas de terra batida e em gaiolas suspensas.

2.2.Específicos

2.2.1Seleccionar os animais jovens em grupo de estudo sanitário

2.2.2 Comparar a contaminação de coccidiose em criação de coelhos no piso de


terra batida e em gaiolas suspensas;
2.2.3 Relacionar as manifestações de coccidiose em coelhos jovens criados em
piso de terra batida e em gaiolas suspensas.

1.Questões da pesquisa.

1.1 Qual será o nível de contaminação de coelhos criados no piso de terra batida
e em gaiolas suspensas?
1.2 Qual será as manifestações de coccidiose em coelhos jovens criados no piso
de terra batida e em gaiolas suspensas?
8

1.3 Quais serão os sinais de coccidiose que os coelhos jovens criados no piso de
terra batida e em gaiolas suspensas apresentaram?
1. Hipóteses
Ho ꓽ Os coelhos criados no piso de terra batida e em gaiolas suspensas
dificilmentesão contaminados pela coccidiose.;

Há ꓽ Os coelhos criados no piso de terra batida e em gaiolas suspensas facilmente não


são contaminados pela coccidiose.
Enquadramento do tema

O tema de pesquisa enquadra-se nas disciplinas de Zootecnia dos Ruminantes e Suínos,


Saúde e Gestão de Manada, Fisiologia Animal, Nutrição Animal, Reprodução Animal,
Genética Geral e Aplicada, Pastos e Forragens e Agrometeorologia. Visando para tal
aprofundar conhecimentos ligados a Zootecnia dos Ruminantes e Suínos, Saúde e
Gestão de Manada, Fisiologia Animal e Agrometeorologia.
Delimitação do tema

A pesquisa foi realizada com os coelhos, nas futuras instalações do ISCED, bairro de
Tapassa, Cidade de Lichinga, Província de Niassa, num período de tres (3) meses
Fevereiro Março e Abril.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1. Coelho

Os coelhos são mamíferos lagomorfos da família dos leporídeos, em geral dos


géneros Oryctolagus e Sylvilagus. Caracterizam-se pela cauda curta e as orelhas e patas
compridas. Esses pequenos mamíferos encontram-se facilmente em muitas regiões do
planeta (VIEIRA, 1995).
9

Seu sistema digestivo é adaptado para uma dieta herbívora, incluindo adaptações
específicas desde os dentes até um grande segmento ceco-cólico com microbiota activa
e a separação de partículas da digesta cecal que permitem a cecotrofia.
O coelho possui elevada taxa de crescimento, o que possibilita alcançar o peso
de mercado em oito a dez semanas, com ritmos de crescimento de 35 a 40 g por dia. Se
explorada de forma intensiva pode proporcionar elevado desempenho produtivo, sendo
que num período de 40 dias de engorda, o ganho diário gira em torno de 38 g (DE
BLAS, 1989).

2. Origem
"Segundo alguns pesquisadores, os coelhos tem sua origem do norte da África e
da Península Ibérica" (COUTO, 2002). "Os coelhos selvagens são descendentes da
região noroeste da África e região oeste da Europa onde foram criados e domesticados"
(MOURA, 2007).
" São considerados animais dóceis e convencionais devido a suas diversas
características. Mesmo se tratando de animais descendentes de coelhos selvagens e
agressivos, graças ao convívio com os humanos, e a selecção genética, tratar essa
espécie se tornou um trabalho fácil e de grande docilidade" (COUTO, 2002).

As principais diferenças, entre coelhos e lebres, aparecem quando são recém-nascidos.


Os coelhos nascem de olhos fechados, não tem pelagem e apresentam dificuldades de
locomoção. Por outro lado, as lebres já nascem enxergando, com presença de pelos e
conseguem saltar algumas horas depois do nascimento (RIOS etal., 2011). Um coelho
vive 8 a 10 anos, mas há registos de animais que ultrapassam os 15 anos de vida. Sua
vida útil em relação ao aproveitamento industrial é 4 a 5 anos, após esse tempo os
animais declinam a produção adquirindo peso excessivo e ficando mais sujeitos a
enfermidades, em decorrência desses factores estes animais serão destinados ao abate
(RIOS etal., 2011). Moçambique apresenta condições favoráveis a cunicultura, mas a
sua pratica verifica se em pequena escala, sobre tudo em criação familiar. A cunicultura
tem tido um rápido crescimento em virtude da elevada prolificidade dos coelhos, sendo
que sua gestação é de aproximadamente 30 dias. Por outro lado, os coelhos não exigem
instalações sofisticadas e são poucos exigentes quanto ao manejo (SINOMATO, 2011).

3. Históricos
O escritor VARRÃO (116 a.C. - 27 a.C.) foi um dos primeiros escritores a falar
sobre a criação de coelhos. Em escavações feitas em um sítio arqueológico galo-
10

romano, encontraram vários esqueletos de coelhos dentro de poços, esse foi um dos
primeiros vestígios da criação controlada de coelhos.
A maioria desses cadáveres tinha de um a seis meses, aparentando serem coelhos
que eram destinados ao consumo, e que foram criados possivelmente, próximos às
casas.
Porém, aparentemente essa experiência de reprodução regional não teve continuidade, pois,
não se encontrou concentração de esqueletos desses animais em outros locais (CUNÍCOLA,
2018).

O coelho é um animal muito prolífero (vários descendentes em curto período de tempo),


seu ciclo produtivo é curto, podendo, portanto ser explorado comercialmente. Sua
criação recebe o nome de “cunicultura”, o qual pode extrair produtos como carnes,
peles, filhotes (animais de estimação). A carne de coelho apresenta ainda um alto valor
nutricional, em pouco tempo conseguem produzir grandes quantidades de proteínas com
elevado valor biológicas (SIMONATO, 2008). Os coelhos são animas gregários que
cavam galerias e possuem hábito noturno, apresentam características muito semelhantes
e as vezes são confundidos com as lebres. Apesar de pertencerem à mesma ordem
(Lagomorfa), visualmente os coelhos são menores e têm orelhas mais curtas
(SILVA,1998).

4. Cecotrofia
A cecotrofia é um fenómeno de vital importância para os coelhos que consiste na
ingestão pelo animal de uma modalidade de fezes denominada cecotrofos que são
elaborados no ceco (intestino grosso). Os cecotrofos são definidos como partículas ou
porção contendo material do cólon em forma de esfera rodeada por uma película de
muco. Assim, o coelho não consome as fezes, mas, um produto intestinal de
características muito diferentes (RIOS et al., 2011;).

5. Classificação zoológica do Coelho


Os coelhos são animais prolíferos, isto é, que se multiplicam com facilidade, devido ao
seu curto período de gestação (30 dias). Possuem o hábito de roer gaiolas e comedouros,
mas não estão classificados como roedores, por possuírem 2 (dois) dentes incisivos
superiores pequenos, atrás dos incisivos grandes, o que não ocorre nos roedores
(VIEIRA, 1980, p. 21).

A classificação zoológica do coelho:

Tabela nº1: Classificação biológica de coelho doméstico.

Categoria Nome Científico


11

Reino Animal

Filo Chordata

Subfilo Vertebrados

Classe Mamalia

Ordem Lagomorfa

Género Oryctolagus

Espécie Oryctolagus cunículus

Fonte: (VIEIRA, 1980, p. 21)

6. . Produção de coelhos no mundo e na África

Segundos os dados mais recentes da FAO, referentes ao ano de 2014 a produção


mundial de carne de coelho atingiu 1.559.927 toneladas. Analisando a produção
mundial por região no ano de 2014 (Tabela 2) a Europa aparece destacada como maior
produtor mundial de carne de coelho com 49,9% do total da produção mundial,
seguindo-se a Asia com 40,5% e a África com 7,7%.

No ano de 2014, ao analisar-se a lista dos países produtores de carne de coelho a China
aparece destacada como maior produtor, com um total de 762.627 toneladas, seguida da
Itália, com 268.980 toneladas e da Coreia do Norte com 151.909 toneladas. Nesta
mesma lista seguem-se o Egipto e a Espanha, respectivamente, com 64.867 e 63.790
toneladas. Importa destacar que Portugal e a sua produção não estão contabilizados
nestes dados da FAO (FAOSTAT 2017).

Segundo a FAOSTAT (Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) (2014), o


efectivo mundial de coelhos apresentou variações de forma alternada, sendo que em
2002 o efectivo mundial foi de 592.918,3 cabeças, já em 2012 apresentou um
crescimento de 35,42% (918.218,48).

Gomez-bautista M, GARCIA MV, ROJO-VAZQUEZ FA. The levels of total protein


fractions in the serum of rabbits infected with Eimeriastiedae. AnnParasitol Hum Comp
61: 393-400, 1986 GUTIÉRREZ, J.F. (2003).

Tabela 2: Produção mundial de carne de coelho em 2014.


Continente Produção de carne de Número de
12

coelho coelhos

Toneladas (%) (x 1000)

Europa 552,137 49,9 375.561


Asia 447.942 40,5 390.785
África 85.591 7,7 72.236
América 21.356 1.9 18.215
Oceânia 0 0,0 0
Mundo 1.107.025 100,0 856.797

Fonte: EFSA, 2015 adaptado de FAOSTAT

7. Qualidade da Carne

Segundo Marques (2006), animais alimentados com produtos e subprodutos da


mandioca, não apresentam alteração negativa na qualidade da carne, tornado
perfeitamente possível seu uso para alimentação animal, mantendo a qualidade do
produto final e reduzindo custos já que estes produtos geralmente apresentam valor
competitivo.

Para os consumidores os atributos mais importantes na carne de coelho são a cor, a


textura e o sabor (ZOTTE et al., 2002).

Segundo Lucianoet al. (2007), a maciez é uma das mais importantes características da
carne, quando se refere à qualidade sensorial. As perdas no cozimento vão determinar o
grau de maciez e suculência da carne. Quanto maiores às perdas, menor a maciez e mais
secam a carne.

8. Valor nutricional da carne de coelho

Na comparação com as carnes de rãs, aves e suínos, a carne de coelho apresenta maior
teor de proteínas, cálcio e fósforo, bem como menor teor de lipídeos (LEBAS et al.,
1986).

A carne de coelho é considerada altamente digestível, palatável, pouco calórica e é


recomendada por nutricionistas em substituição àquelas das outras espécies (CAVANI e
PETRACCI, 2004).
13

9. Coccideose hepática nos coelhos jovens


Coccideose é uma infecção provocada por protozoários do gênero Eimeria ssp., cuja
acção parasitária ocorre no fígado, e Cryptosporidium spp., no intestino. O contágio
pelos animais ocorre via oral pela ingestão de oocistos.

Os sinais clínicos observados são diarreia aguda, principalmente em filhotes de criações


intensivas, redução da ingestão de alimentos e dificuldade da digestão de lipídeos
presentes na dieta (Almeida et al., 2006; Fekete & Kellems, 2007). Coelhos com
coccidiose diminuem significativamente a ingestão voluntária de alimentos e a
digestibilidade das gorduras.

Infecção é causada por protozoários, organismo unicelular microscópico, pertencentes


ao género Eimeria, sendo esta a principal parasitose que afecta coelhos.Muitos destes
animais carregam os parasitas unicelulares sem, no entanto, desenvolverem coccidiose.

A doença desenvolve-se em especial em animais ou mais jovens ou mais velhos, ou


seja, coelhos com sistemas imunitários incapazes de lutar contra os patógenos. Em
consequência de situações de stress ou de outra doença que tenha enfraquecido o
sistema imunitário, os coccídiose podem de repente multiplicar-se, exibindo o animal
sintomas da doença.

Acoccideose doença mais comum nos láparos, atacam principalmente entre 2 a 4 meses
de idade causando muita mortalidade, quando não são tomadas providencias. Os
coelhos adultos são mais resistente em coincidese hepática que as crias, podendo estes
transportar no seu organismo por muito tempo e o que os tornam muitas vezes
propagadores desta doença.

9.1 Ciclo de Vida Coccideose

As avezes infectam-se ao ingerir oocistos esporulados, presentes noambiente, junto com


cama, alimento ou água. Os oocistos têm sua parede rompida pela acção mecânica da
moela, liberando os esporocistos que após sofrerem acção da “tripsina quinase” tem os
esporozoítos liberados (ALLEN &FETTERER, 2002).

A primeira fase é chamada de esquizogonia, ou fase assexuada, e teminício com a


invasão dos enterócitos pelos esporozoítos, formando oesquizonte, unidade repleta de
merozoítos (DANFORTH, 1999).

A fase sexuada ou gamogonia tem início ao final da fase assexuada quando a ultima
geração de esquizontes penetra em novos enterócitos diferenciando-se em
macrogametas (gametas femininos) e microgametas (gametas masculinos),
posteriormente o macrogameta é fecundado pelo microgameta, formando o oocisto e
finalizando a fase endógena a parede celular é formada, e o oocisto “imaturo” liberado
na luz intestinal (ALLEN &FETTERER, 2002).

A fase externa, também chamada de esporogonia ocorre mediante algumas condições


determinantes de temperatura, humidade e oxigénio, outra característica intrínseca do
14

géneroEimeria é a condição de especificidade, ou seja, parasitam apenas uma espécie de


hospedeiro, todavia, varias espécies podem estar envolvidas em um quadro de
coccidiose (KAWAZOE, 2000).

9.2 Patogenia
As infecções por Eimerias, causam uma modificação nas estruturas das vilosidades
intestinais provocando o encurtamento na altura das mesmas,diminuindo a capacidade
de absorção. Muitas vezes ocorre a destruição das células epiteliais do intestino,
impedindo a renovação das vilosidades levando a perda de fluidos, hemorragia e
susceptibilidade a outras doenças (KAWAZOE, 2000).

9. 3 Sinais Clínicos

Os sinais clínicos da coccidiose variam conforme as espécies decoccídiose envolvidos


na infecção, algumas espécies patogénicas causam diarreia que varia de mucóide a
sanguinolenta, desidratação, pelos arrepiadas,anemia, despigmentação da pele e
prostração,dentre outros sinais clínicos(ALLEN & FETTERER, 2002).

9.4 Diagnóstico
O diagnóstico da doença pode ser feito ao nível de campo e laboratorial sendo
baseado nos achados macroscópicos e confirmado microscopicamente, para a
sua realização, deve-se seleccionar ao acaso um grupo de animais do galpão, os
quais serão sacrificados e submetidos à necropsia (KAWAZOE,2000).A
selecção não deve se limitar a animais doentes e debilitados, assim como não se
deve necropsia animais mortos no galpão, pois as alteraçõespost-mortem nos
intestinos dificultarão o diagnóstico.

9.5 Controle, prevenção e tratamento

Para que se faça um bom controle e consequentemente obter aprevenção de surtos, é


necessário o uso de vários métodos associados ao maneio adequado, desinfecção e
limpeza isoladamente, não são suficientespara o controle, para tal, é necessário lançar
mão do uso de anti-coccidianos nas rações ou usar vacinas existentes no mercado, em
função de que osoocistos de Eimeria permanecem viáveis por mais de um ano no
ambiente em condições ideais de temperatura e humidade (ALLEN & FETTERER,
2002)..
15

3. METODOLOGIA

1. Localização e caracterização da área de estudo

A identificação da Empresa onde a pesquisa aconteceu, foi baseada no facto de ser o


único explorador leiteiro com raças geneticamente registadas, visto que, as raças
locais poderiam produzir interferências de incompatibilidade com o propósito. Este
foi um acordo de carácter voluntário, sendo que o proprietário estava livre de
resignar assim que achasse necessário.

A pesquisa foi realizada nas futuras instalações do ISCED um período de 72 dias


(Fevereiro Março e Abril), cita no bairro Tapassa, Cidade de Lichinga e dista cerca de 3
quilómetros da Cidade.
16

A cidade de Lichinga está situada no planalto do mesmo nome, na parte ocidental da


província de Niassa, cuja coordenada geográfica referente à parte central da cidade é de
13º18'00 de Latitude Sul e 35º14'45'' de Longitude Este. Quanto aos dados relativos a
morfologia do relevo e hidrografia, é de realçar que a cidade de Lichinga possui uma
morfologia característica de planalto, com altitude que variam entre 980 m a 1.520 m.
Em termos de superfície, a cidade de Lichinga ocupa uma pequena parte da província de
Niassa, tem uma área de 258 km², correspondente a 0,20% da superfície total da
província (Masquete, 2017).

Esquema de distribuição

N̊ᵒ⁄⁄Q Idade em semanas Peso em gramas


5 6 709
10 8 832
4 9 680
11 12 500,4
2 10 612,3
7 667

Os animais foram submetidos em pesagem para obter o peso de cada animal

Foi montado um experimento para verificar o grau de contaminação em 36 animais,


dividido em grupo de estudo para avaliar o estado sanitário. O método usado foi
Delineamento de blocos completos casualizado, com dois tratamento e seis repeticoes.

Tabela 3

Blocos
Tratamentos 1 2 3 4 5 6
s
1 3 3 3 3 3 3
2 3 3 3 3 3 3

O experimento obedeceu o seguinte: Primeiro 18 coelhos foram distribuidos em seis


gaiolas, do seguinte ꓽ 9 no piso de terra batida e 9 coelhos em gaiolas suspensas, tres
coelhos em cada gaiola do piso e suspensa, . Tinha única alimentacaao foragemv e agua
limpa para disatracao do alimento, As limpezas eram escalonadas , dois em dois dias.o
tratameto teve a duracao de 27 dias. O segundo foi depois de 2 dias, d e em seguida 9
17

coelhos em gaiolas no piso de terra batida e 9 coelhos em gaiolas de cima em pavilhões


separados.

No total foram 72 dias do experimento; teve inicio no dia 24 de Janeiro de 2021 com
identificação do campo;

No dia 25 de Janeiro de 2021 arrumação de gaiolas;

26 de Janeiro de 2021 povoamento de animais.

Procedimento

O fornecimento de massa verde como único alimento, uma dieta desequilibrada


também estimula a coccidiose em coelhos.

Depois de 11 dias do povoamento verificou se o seguinte: os primeiros sinais deterra


batida. Duas semanas mais tarde verificou-se alguns animais com aumento do ventre
nas gaiolas de terra batida e primeira morte de um animal numa das gaiolas do piso de
terra batida. Esta acção continuou tendo culminado com a morte de 12 coelhos, dos
quais 11 de gaiolas de terra batida e 3 de gaiolas suspensa. Feito o diagnóstico de
abertura de barrigas mostraram pequenos inchaços nos fígados.

Assim concluiu se que criando coelhos em piso de terra batida com uma limpeza
deficiente facilmente contaminar o coeccideose diferentemente criando coelhos em
gaiolas suspensas no tempo quente nas condições climáticas de Lichinga.

2. Clima e hidrografia

O clima relativo à cidade de Lichinga é caracterizado por apresentar duas estações


nítidas ao longo do ano, uma quente e chuvosa (de Outubro a Março), com temperatura
máxima média de 29ºC e mínima de 17ºC e outra fria e seca (de Abril a Setembro), com
temperatura máxima media de 21º e mínima de 10ºC, sendo os meses Maio, Junho e
Julho regista-se o frio passando agravar-se no mês de Julho. Em geral Lichinga
apresenta temperaturas médias anuais inferiores a 18ºC e precipitação superior a 1.200
mm, chegando a atingir os 2.000 mm (Masquete, 2017).

Segundo Masquete, (2017, p. 130) “a hidrografia na cidade de Lichinga é assinalada


pela presença de numerosos corpos de água, havendo de destacar: Lucheringo,
Lussanhando, Sambula, Lunguenha, Lucinge, Luquesi, Naluila, Nhassatemba e
Chilubuêge”.

3. Tipo de pesquisa

Sob ponto de vista da suanatureza, é uma experimental, porque o tema em estudo


objectivou gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas
específicos. Do ponto de vista de seus objectivos, é uma pesquisa descritiva, pois o
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pesquisador apenas foi observar, registrar, descrever, analisar e ordenar os dados sem
interferir neles ou manipula-los (Freitas & Prodanov, 2013).

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, é uma Pesquisa qualitativa e


quantitativa. Na abordagem qualitativa, o ambiente natural foi a fonte directa para
colecta de dados e o pesquisador foi o elemento-chave, que manteve o contacto directo
com o ambiente e o objecto de estudo em questão, necessitando de um trabalho mais
intensivo de campo. Nesse caso, as questões foram estudadas no ambiente em que elas
se apresentavam sem qualquer manipulação intencional do pesquisador. Na abordagem
quantitativa, foi possível traduzir em números, opiniões e informações para classificá-
las e analisá-las. Recorreu-se ao uso de recursos e técnicas estatísticas (percentagem e
média) que auxiliaram na tabulação dos resultados (Lakatos & Marconi, 2003).

Sob ponto de vista dos procedimentos técnicos, é uma pesquisa de campo e


bibliográfica. Considerou-se como uma pesquisa de campo, pois o objectivo foi de
conseguir informações e/ou conhecimentos a cerca de um problema para o qual
procurava-se uma resposta, ou de uma hipótese, que se pretende comprovar e explicar
os fenómenos. Por outro lado, foi considerada como pesquisa bibliográfica, por
apresentar um referencial teórico que foi elaborado na base de material publicado,
constituído principalmente de: livros, revistas, artigos científicos, monografias,
dissertações, teses, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto directo com
as teorias escritas sobre o tema de pesquisa (Freitas & Prodanov, 2013).

4. Método de pesquisa

Neste trabalho sera utilizado o método de Abordagem, concretamente o Hipotético-


Dedutivo de Karl R. Popper (Gil, 2008).

Segundo Freitas & Prodanov (2013) em concordância com Lakatos & Marconi (2003) e
(GIL, 2008) resumiram o seguinte:
A pesquisa científica, com abordagem hipotético-dedutiva de Karl. R.
Popper, inicia-se com a formulação de um problema e com sua descrição clara e
precisa, a fim de facilitar a obtenção de um modelo simplificado e a
identificação de outros conhecimentos, relevantes ao problema, que auxiliarão o
pesquisador em seu trabalho. A fase seguinte é a formulação de hipóteses. Essas
hipóteses são utilizadas para fazer prognósticos, as quais serão comprovados ou
não por meio de testes, experimentos ou observações mais detalhadas. Em
função dos resultados desses testes, as hipóteses podem ser confirmadas ou
refutadas (Pp.32-33).

5. Técnicas de colecta de dados

Para a colecta de dados foram utilizadas as seguintes técnicas:


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1.Documentação directa, que constituiu no levantamento de dados no próprio local


onde os fenómenos ocorreram;

2.Pesquisa de campo do tipo descritiva;

3.Observação directa intensiva; onde foi feita a observação sistemática, participante


artificial, individual e por fim na vida real.

Tipo de amostragem

A selecção dos coelhos na base será de amostragem não probabilística por


acessibilidade (conveniência), pois segundo Freitas & Prodanov, (2013), nesse tipo de
amostragem o pesquisador apenas selecciona os elementos a que tem acesso, admitindo
que esses possam, de alguma forma, representar o universo.

Materiais

A execução desta pesquisa foram utilizados os seguintes materiais:

1.Bloco de campo, caneta, lápis e borracha;


2.Balde, comedouro, Bebedouro;
3.Vassoura;
5.Computador e relógio;
6.Máquina fotográfica.

Parâmetros avaliados

1.Nível de contaminação;
2.Temperatura de galpao;
3.Sinais da coccidiose.

Análise estatística dos dados

Após a colecta dos dados, será feita selecção e com ajuda do computador utilizado o
pacote Microsoft Office 2010 concretamente a folha de cálculo Excel 2010, para a
tabulação e apresentação dos dados.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida A.J. de, Mayen F.L. & Oliveira F.C.R. de. Espécies do gênero Eimeria
observadas em fezes de coelhos domésticos (Oryctolagus cuniculus) criados no
município de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, Brasil.
21

Al-Rukibat R.K., Irizarry A.R., Lacey J.K., Kazacos K.R., Storandt S.T. & DeNicola
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2001.
Behmer A.O., Tolosa E.N.C. & Freitas A.G.N. Manual Técnico para Histologia
Normal e Patológica. Edart, São Paulo, 1976. 265p. Freitas F.L. da C., Yamamoto
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Aspectos anatomopatológicos e bioquímicos da coccidiose hepática em coelhos. Rev.
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fractions in the serum of rabbits infected with Eimeriastiedae. AnnParasitol Hum Comp
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Guimarães Júnior J.S., Fonseca N.A.N., Ross G.M., Pereira A.B.L., Cardoso R.B.
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em coelhos por inóculo experimental de oocistos esporulados de Eimeria stiedai
(Lindeman, 1865), (Apicomplexa: Eimeriidae). Rev. Bras. Parasitol.Vet., 5:123- 125,
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naturally Eimeria stiedai - infected rabbits. J. Protozool. Res., 10:185-191, 2000.
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