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Universidade Rovuma
Nampula
2022
LIGÓRIO SAMUEL MATHUA
Universidade Rovuma
Nampula
2022
Índic
e
Índice de tabelas....................................................................................................................................iv
Índice de figuras.....................................................................................................................................v
Lista de Siglas e Abreviaturas...............................................................................................................vi
Declaração....................................................................................................................................vii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO............................................................................................................10
1.1Justificativa.................................................................................................................................11
1.2 Problematização...................................................................................................................11
Objectivo Geral................................................................................................................................12
Objectivos Específicos.....................................................................................................................12
Hipótese........................................................................................................................................12
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA..............................................................................13
2..1. Álcool...................................................................................................................................13
Classificação do álcool de acordo com a posição do grupo funcional..................................13
Propriedades físicas do álcool...............................................................................................13
Acção do álcool no organismo..............................................................................................13
Aplicação dos álcoois...........................................................................................................14
Efeitos do Álcool..................................................................................................................14
Consequências do consumo do álcool..................................................................................14
Bebidas Alcoólicas...................................................................................................................15
Classificação das bebidas alcoólicas.....................................................................................15
Matéria-prima para produção de bebidas alcoólicas.............................................................16
2..2. Produção de aguardentes de cana-de-açúcar e de caju..........................................................18
Processo de fabricação de aguardentes de cana-de-açúcar e de caju.....................................18
Fluxograma ilustrativo do processo de produção de aguardente de cana e caju....................19
b) O processo de Fermentação..................................................................................................23
c) Factores que influenciam na fermentação.............................................................................23
Preparação do pé de cuba.....................................................................................................24
Destilação.................................................................................................................................25
Fraccionamento do destilado................................................................................................26
Destilação contínua...............................................................................................................26
Avaliações sensoriais................................................................................................................26
2.3. Composição química do Aguardente de cana-de-açúcar /caju...................................................27
2.4. Perfil nutricional do aguardente de cana de acucar e de caju.....................................................28
2.5. Perfil toxicologico do aguardente de cana de acucar e de caju..................................................29
2.6.1.Propriedades físico-químicas do etanol...............................................................................30
Tabela 1: propriedades físico-químicas e ambientais do etanol............................................................30
2.6.2. Toxicidade do consumo de etanol..............................................................................................31
Tabela: 2 Toxicologia do etanol...........................................................................................................31
2.7. Metanol.....................................................................................................................................32
2.7.1. Propriedades físico-químicas do metanol...........................................................................32
Tabela: 3 Propriedades físico-químicas de metanol..............................................................................32
2.7.2. Efeitos nutricionais e toxicológicos do consumo do metanol em aguardentes....................33
Tabela: 4 Propriedade toxicológica do metanol....................................................................................33
CAPITULO III: METODOLOGIA......................................................................................................35
3.1 Estudo do Campo.......................................................................................................................35
3.2 Estudo Laboratorial....................................................................................................................36
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇAO E DISCUSSAO DE RESULTADOS.........................................37
4.1 Estudo do Campo.................................................................................................................37
Tabela 5: Questões colocadas aos consumidores da aguardente de cana-de-açúcar.............................37
Tabela 6: Questões colocadas aos consumidores da aguardente de caju...............................................37
3. Bibliografia..................................................................................................................................40
Tabela 6: Questões colocadas aos consumidores da aguardente de cajú...............................................43
Índice de tabelas
Declaro por minha honra que esta monografia é resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
O autor
_______________________________
(Ligório Samuel Mathua)
vii
Dedicatória
Dedico à minha família em geral e em especial a minha mãe Maria Niquenlero, minha irmã
Rontina Samuel Mathua e aos meus filhos, pela paciência, compreensão e encorajamento que
me deram para a realização do trabalho e que nunca se cansaram em lutar para que eu
conseguisse superar todos os obstáculos da vida e a obtenção deste nível fosse uma realidade.
viii
Agradecimentos
À Deus pelas forças que me tem dado em todas as horas, por me capacitar para cumprir com
excelência aquilo que me destinou.
Ao meu supervisor Prof. Doutor Lázaro Gonçalves Cuinica, pelas suas disponibilidades sem
restrições, pelo apoio material e técnico-científico e pelas suas incansáveis críticas e
contribuições que melhoraram em muito esta monografia.
Ao meu pai Samuel Mateus Mathua (em memoria), à minha mãe Maria Niquenlero pelo
amparo e incentivos durante a vida estudantil.
A minha esposa Assina Chauri, pelo carinho que demonstra por mim, por entender minhas
dificuldades e me ajudar a vencê-las.
Aos meus filhos Belmiro Ligório, Alicia Ligório, Graciela Ligório e Dilane Ligório por serem
tão pacientes com as minhas ausências nos momentos estudantis.
Agradeço de igual modo a todos aqueles que directas ou indirectamente me apoiaram de todas
as formas em todos os momentos estudantis.
ix
Resumo
10
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
Segundo FELTRE Álcool são compostos orgânicos contendo um ou mais grupos hidroxilo
(OH) ligados directamente a átomo de carbono saturados.
A produção e o consumo de bebidas alcoólicas constituem uma tradição presente na cultura
de todos os povos. Utilizando de forma ritual ou social, o álcool é apreciado em função do seu
sabor, encanto, cor, aroma e outros efeitos inebriantes que dele provém.
O consumo de bebidas alcoólicas começa a ser um problema social, colectivo quando se dá
em circunstâncias socioculturais que por um lado fomentam e fazem possível o seu uso
generalizado, assim tem sido referido que o alcoolismo tornou-se numa sombra da nossa
sociedade.
De acordo com CANTÃO (2006, p. 76) bebida alcoólica é definida como aperitivo ou
estimulante, destinado à ingestão humana no estado líquido, sem finalidade medicamentosa e
contendo mais de 0,5º G.L. de álcool etílico.
1.1Justificativa
Uma pequena observação feita pelo proponente da presente pesquisa no Distrito de Liupo,
especialmente na Localidade de Mocone foi de verificar que da parte do aguardente produzido
e comercializado, é consumido pela população sem no entanto ter em conta o seu nível
padronizado e os aspectos que nele trás. Pois, sem estes conhecimentos a saúde Pública dos
consumidores está em jogo.
No entanto, a escolha do tema deve-se primeiro pelo facto do pesquisador ser residente na
Localidade de Mocone desde 2014, onde no seu dia-a-dia vive a realidade daquele povoado.
De seguida por verificar que cada dia que passa a produção e consumo do aguardente de cana-
de-açúcar e caju tem tido cada vez mais um aumento exponencial, mesmo com a falta de
alguns conhecimentos em termos das suas características e propriedades químicas. Portanto,
determinar-se o seu teor alcoólico pode ser muito importante para a população consumidora
da aguardente de cana-de-açúcar e caju naquela parcela do país porque poderão saber se
podem ou não consumir e, no entanto, livrarem-se de certos problemas de saúde.
1.2 Problematização
A aguardente de Cana-de-açúcar e Caju é uma das bebidas alcoólicas produzidas
caseiramente em toda a Província de Nampula ou mesmo em todo o Território Moçambicano
e o seu consumo tem sido demasiado pela população devido a sua fácil aquisição, em termos
de custos, transporte entre outros aspectos, embora não se conheça o seu teor alcoólico e
outras propriedades químicas nelas presentes.
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
Hipótese
A aguardente de cana-de-açúcar e caju produzida na Localidade de Mocone – Distrito de
Liúpo, apresenta um teor de metanol e etanol acima dos padrões recomendados para o
consumo humano.
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2..1. Álcool
Segundo FELTRE Álcool são compostos orgânicos contendo um ou mais grupos hidroxilo
(OH) ligados directamente a átomo de carbono saturados.
Os álcoois são muitos usados como solventes e como matéria-prima para obtenção de
inúmeros compostos orgânicos.
Os álcoois mais simples são líquidos incolores, de cheiro característico, solúvel em água e de
temperatura de ebulição superiores às de outros compostos de iguais massas moleculares.
Estas duas últimas propriedades são explicadas pela formação de pontes de hidrogénio entre
as moléculas (pontes de hidrogénio são ligações entre o hidrogénio e um outro átomo) (MAIA
PEREIRA, 1990, p. 95).
Segundo ANDRADE (2015), a acção das bebidas alcoólicas no organismo depende da sua
concentração em local puro. Não devemos esquecer que o álcool puro provoca a morte
imediata das células que ele contacta (utilizada em laboratório como fixador e nos primeiro a
socorros como desinfectante).
14
De acordo com o autor acima citado, o álcool uma vez ingerido em excesso afecta
principalmente os centros nervosos provocando a perda de timidez, da autocrítica, da inibição
e consequentemente perda do controlo. Para além disso, a capacidade de julgar fica muito
diminuída e as reacções motoras tornam-se mais lentas; e a voz fica confusa, a coordenação
dos movimentos menor, explicando-se este modo a caminhar cambaleado do bêbado.
Efeitos do Álcool
Os efeitos agudos do consumo do álcool são sentidos em órgãos como o fígado, coração,
vasos sanguíneos e estômago. Segundo a OMS, o consumo de álcool quando superior a 60
gramas por semana é considerado abusivo e extremamente nocivo para a saúde. No mundo,
11,5 % dos consumidores de álcool bebem em excesso semanalmente. Estima-se que pelo
menos 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo morrem por ano por causa do consumo
inadequado de álcool.
que ocorreram durante esse consumo, e que no dia seguinte a pessoa não se lembrará de quase
nada. Isso ocorre porque circuitos do hipo campo, área do cérebro que tem papel crucial em
consolidar as memórias do nosso quotidiano, são inibidos pelo álcool. Outro grave síndrome
neuropsiquiátrica associado ao consumo exagerado do álcool é a Síndrome de Wernicke-
Korsakoff.
Bebidas Alcoólicas
De acordo com CANTÃO (2006, p. 76) bebida alcoólica é definida como aperitivo ou
estimulante, destinado à ingestão humana no estado líquido, sem finalidade medicamentosa e
contendo mais de 0,5º G.L. de álcool etílico.
Segundo CANTÃO (2006, p. 77) as bebidas alcoólicas podem ser classificadas em dois
grupos:
Fermentadas
Fermento -destiladas
De acordo com o autor acima citado os dois grupos são obtidos por fermentação, e o último
passando posteriormente pelo processo de destilação.
As bebidas que contêm baixos teores de álcool (10-12%) são produzidas por fermentação e as
bebidas com elevadas concentrações de álcool são obtidas por meio da destilação do produto
fermentado.
a. Bebidas fermentadas
Segundo CANTÃO (2006, p. 81), As bebidas fermentadas são preparadas por fermentação
de suco de frutas, como uva, caju, maçã, pêra; grãos ou outras partes do vegetal. Entre elas
está o vinho, a sidra, a cerveja e outros fermentados.
De acordo com o autor acima citado, as bebidas fermentadas possuem composição complexa,
apresentando componentes sólidos dissolvidos (açúcares não fermentados, sais minerais,
substâncias nitrogenadas, pectina, células de leveduras e bactérias), líquidos (água e álcool
etílico, representando 99% do total) e gases (principalmente gás carbónico).
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De acordo com o autor acima citado, as bebidas alcoólicas possuem características próprias de
aroma e sabor conferidas pela presença de diversos constituintes do processo fermentativo.
Além do etanol, muitos compostos orgânicos, como álcoois superiores, ácidos orgânicos e
ésteres podem estar presentes. Do ponto de vista microbiológico, a variação qualitativa e
quantitativa desses produtos é devida à estirpe de levedura utilizada.
De acordo com LIMA (1975, p. 52) as matérias-primas para produção de bebidas alcoólicas
podem ser classificadas em:
i. Matéria-prima açucarada
Entre os materiais que contêm carbohidratos mais complexos, como o amido, que podem ser
transformados por hidrólise com ácido ou por acção de enzimas em moléculas simples com
seis ou doze carbonos, estão o milho, o sorgo, as batatas e a mandioca. Tais produtos, muito
ricos em amido e podem, depois da cana-de-açúcar, ser considerados os mais viáveis
economicamente para a produção de álcool combustível.
De acordo com o autor acima citado, a produção de aguardente já existe actualmente mais de
5 mil marcas registadas e estima-se haver ainda mais de 3011 mil produtores clandestinos
espalhados por todo país. Porém, apesar de todo o potencial dessa bebida, as exportações
representam ainda apenas 1% da produção total. Embora a actividade do sector de aguardente
seja economicamente importante, estima-se que aproximadamente 90 % da produção
artesanal ainda sejam produzidos em alambiques clandestinos. O aumento do consumo de
aguardente e a possibilidade de exportação exigem portanto que o processo de fabricação
18
Aguardente “é a bebida com graduação alcoólica de 38% vol. (trinta e oito por cento em
volume) a 54% vol. (cinquenta e quatro por cento em volume) a 20 °C (vinte graus Célsius),
obtida do destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar ou pela destilação do mosto
fermentado de cana-de-açúcar, podendo ser adicionada de açúcares até 6g/L (seis gramas
por litro), expressos em sacarose”.
De acordo com LIMA, (1975) aguardentes são bebidas fortemente alcoólicas, obtidas pela
fermentação e posterior destilação de mostos açucarados, oriundos do caldo, e de macerados
vegetais ou não. Assim, a definição de aguardente é genérica, e, como tal, pode-se encontrar:
Como boa matéria-prima para a produção de aguardente, deve-se entender como um produto
em estágio ideal de maturação, sadio, recém colhido e livre de matéria estranha (NOVAIS,
1971).
Transporte
Recepção e limpeza
Moagem
Filtração
Aproveitamento Caldeira ou fornalha
para alimentação
animal
Diluição
Fermentação
Destilação
Aguardente
Comercialização
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O produtor deve escolher as variedades que melhor se adaptam ao solo, período de safra e
clima de sua região, levando em conta as características de produtividade, riqueza em açúcar e
facilidade de fermentação. A cana queimada (prejudica a qualidade da cachaça, deteriora mais
rápido, permite a inversão mais rápida da sacarose em glicose e frutose, acúmulos de cinzas
nas zonas adornas, gosto de queimado, furfural).
A matéria-prima recepcionada deve estar madura, com °Brix acima de 18 e com menos de 24
horas de corte, para evitar queda no rendimento do processo (SEBRAE, 1999).
Segundo SEBRAE (1999), grande parte da matéria-prima recepcionada vem suja de terra,
cinza, palha, entre outros. Quando uma cana ou caju nestas condições é enviada para o
processo, pode-se desencadear um decréscimo na produção, pois esta traz com sigo
microrganismos indesejáveis, que afectam principalmente a fermentação, comprometendo a
comercialização final do produto. Contudo, só o emprego desta pré-limpeza não é suficiente,
sendo necessária posteriormente uma filtração e decantação da garupa obtida.
aspersão de caldo e/ou água sobre o bagaço, de acordo com as características do processo
(NOGUEIRA; FILHO, 2005).
Após a moagem, o caldo obtido passa por um processo de tratamento, com o uso de sistemas
de filtração e decantação, visando à limpeza da garupa obtida. O tratamento é importante, pois
minimiza ou elimina totalmente inconvenientes que promovem focos de infecções,
entupimento de canalizações e bicos de equipamentos, além da formação de produtos
indesejáveis para a qualidade da bebida. Este caldo limpo passa então a ser conhecido como
mosto, estando apto para inoculação das leveduras (LIMA, 2001; VENTURINI, 2010).
Fermentação
De acordo com o autor acima citado, neste processo que ocorre a transformação da glicose em
etanol e outros compostos secundários, como butanol, isobutanol, acetato de etila (benéficos
ao sabor) e ácido acético, propanol, acetaldeído etc. (maléficos ao sabor da bebida). O
controlo apurado desta etapa, como monitorização de temperatura (entre 28 e 33 °C), pH
(entre 4,5 e 6), contagem de leveduras, tempo de fermentação e formação de excessiva de
bolhas é fundamental para a eficiência do processo. O processo de fermentação dura em torno
de 24 horas, sendo o teor de sólidos solúveis o indicativo do final do processo. É
imprescindível a assepsia deste processo, já que a contaminação bacteriana pode resultar em
compostos indesejáveis no produto final.
A área de fermentação deve ter iluminação e ventilação suficiente para a boa condução dos
trabalhos e o revestimento do piso não deve favorecer a contaminação microbiológica. Este
local deve ser mantido limpo e livre de quaisquer materiais estranhos ao processo. A
22
fermentação ideal ocorre com o caldo de cana a uma concentração de 15 Brix. Como
normalmente a concentração natural de açúcares deste caldo varia entre 14 e 22°Brix,
geralmente faz-se necessária a diluição do caldo para melhorar a padronização do processo
fermentativo, que deve ser feita apenas com o uso de água potável, ficando muito na
dependência do modelo de condução da fermentação adoptado por cada produtor.
A fermentação do mosto resulta no vinho volante, que é o resultado desta fase. Pode ser
centrifugado, isentando-o de leveduras, ou simplesmente decantado como no sistema clássico
utilizado pela maioria dos produtores da aguardente.
a) Sistema de fermentação
Segundo LIMA (1975, p. 52), para a fermentação são utilizados dois tipos:
Convencional ou Batelada.
Consiste em associar, de uma só vez, todo o fermento em todo o meio a ser fermentado;
Consiste na alimentação do caldo de cana ou caju, de modo que o teor de açúcar nunca
ultrapasse um valor pré-fixado.
b) O processo de Fermentação
Oxigénio do Ar
Acima de 16º Brix, o álcool produzido na fermentação exerce efeito tóxico às leveduras,
prejudicando o seu trabalho de produção de aguardente e sua reprodução.
pH - As leveduras
Nessa condição, o índice de acidez favorece a actividade reprodutiva das leveduras. Para a
produção da aguardente, o pH ideal deve situar-se na faixa de 4,0 a 5,0. Geralmente, a acidez
do caldo é suficiente para uma boa fermentação.
Uma colheita cuidadosa, sem queimar a cana, uma boa limpeza e diluição do caldo, um
acompanhamento da vitalidade do fermento e ajustamentos da quantidade do pé-de-cuba,
normalmente, superam as necessidades de correcção do pH.
Temperatura
Na fase de produção do fermento, entre 26 a 32ºC, passando para 32ºC, começam as infusões.
Nesse ponto é necessária à refrigeração à base de banho de água na adorna. As temperaturas,
acima desse limite, trazem como consequência o desenvolvimento de outros tipos de
fermentação, tais como: acética, láctica, butírica, dextrânica, prejudiciais à qualidade da
aguardente (MIRANDA, 1992).
Preparação do pé de cuba
De acordo com o autor acima citado, esse tratamento do pé-de-cuba pode ser realizado, pelo
menos, de 15 em 15 dias. Após encerrar o esgotamento do vinho para o alambique, deve-se
promover tanto o revigoramento do pé-de-cuba, quanto a assepsia da adorna. Uma vez
retirado o pé-de-cuba, deve-se lavar a adorna com bastante água, de preferência pré-aquecida
(40-50 ºC). As paredes das adornas, sempre que possível, devem ser escovadas, de modo a
promover a retirada de mucilagens e outros materiais que se depositam, tornando-se futuros
focos de contaminação.
Destilação
De acordo com o autor acima citado durante o esvaziamento da adorna, deve-se ter o cuidado
de deixar no fundo entre 10 e 12% do pé-de-cuba, para a fermentação seguinte. A destilação
do vinho é feita em aparelhos, de diversos tipos, denominados alambiques.
A cada início de safra, o alambique deve ser totalmente desmontando e lavado com água,
limão e sal ou com água e bicarbonato. Cuidado especial deve merecer a serpentina do
refrigerador, principal parte do aparelho a contaminar a aguardente com o cobre. Depois da
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lavagem e limpeza do aparelho, a primeira destilação deve ser realizada com água, de modo a
eliminar todos os resíduos de cobre e de produtos utilizados na limpeza.
Fraccionamento do destilado
Cabeça
Coração
Destilação contínua
De acordo com o autor acima citado, o desempenho destes processos depende principalmente
do desenho e da construção dos destiladores, da eficácia da eliminação de produtos de cabeça
e cauda, e das de mais condições operacionais (vazões de vinho de cana e de vapor, grau
alcoólico e pressão de trabalho).
Avaliações sensoriais
Segundo NOGUEIRA (2005), as avaliações sensoriais podem ter dois objectivos principais:
De acordo com o autor acima citado, a maneira mais prática para saber o que é uma óptima
aguardente é através da degustação do produto, para verificar se ele agrada pessoalmente.
Utiliza-se para o exame sensorial do aguardente a seguinte frequência:
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a) Aspectos visuais
A cor da aguardente é outro aspecto importante a ser notado. As boas aguardentes são
transparentes e brilhantes. Quando envelhecidas ou descansadas em tonel de madeira podem
ser amarelas ou rosadas. Aguardentes turvas demonstram defeitos de fabricação
principalmente no que diz respeito à mistura de aguardente de cabeça conhecida
popularmente por primeirinha com o coração da caguardente conhecida também por segunda
(MUAMBE, 1995, p.45).
b) Odor
De acordo com o autor acima citado, o aroma da aguardente não pode agredir o olfacto.
Bebidas que exalam cheiro desagradável ou que o odor chega a irritar os olhos podem ser
associadas principalmente à falta de higiene em sua fabricação. Aguardentes de qualidade
apresentam aroma furtado e adocicado.
c) Sabor
A verdadeira aguardente artesanal deve ser agradável ao paladar. Sua acidez é comprovada
nas laterais da língua e o paladar adocicado na ponta da língua. A aguardente deve ser
colocado e mantido na boca por alguns segundos. Não deve apresentar gosto de álcool.
De acordo com o autor acima citado, após a fermentação, o mosto fermentado recebe a
denominação de vinho e apresenta constituições variáveis, envolvendo substâncias gasosas,
sólidas e líquidas. As primeiras são representadas, principalmente, pelo dióxido de carbono
dissolvido em pequena proporção no vinho. As sólidas se fazem presentes pelas células de
leveduras, bactérias, sais minerais, açúcares não fermentados e impurezas não filtradas depois
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da moagem que ficam em suspensão no vinho. A água e o etanol são as substâncias líquidas
mais importantes presentes nos vinhos. Produtos secundários como aldeído acético, ácido
succínico, ácido acético, ácido láctico, ácido burítico, ésteres, álcoois superiores e, às vezes, o
furfural, estão presentes. A água e o etanol, nos vinhos comuns, são encontrados em
percentagens que variam, respectivamente, de 88-93 % a 7-12 %.
Uma aguardente de boa qualidade não deve possuir em sua composição concentrações de
substâncias fora do permitido pela legislação. Assim sendo, a bebida deve ser submetida a
controle de qualidade por meio de análises físico-químicas para evitar que esses compostos
influenciem negativamente nas características sensoriais da aguardente e na saúde do
consumidor (ISIQUE; LIMA NETO; FRACO, 2002).
Já está bem estabelecido que o álcool afecta negativamente a microbial levando à simbiose, o
que pode explicar os sintomas de abstinência e a progressão da doença hepática induzida por
álcool (WISS; SCHELLENBERGER; PRELIP, 2018); (MUTLU et al., 2012); (FOSTER;
MARRIOTT, 2006).
Quando se trabalha com caldo de cana directo, faz-se uma correção mais cuidadosa para
oferecer à levedura condições de nutrição que normalmente não se encontram no caldo.
Juntam-se fosfatos, sais de amônio e vitaminas. Nas destilarias de aguardente, usualmente
adicionam-se superfosfatos, sulfato de amônio e farelos de arroz na quantidade de 1g por litro
de mosto. O farelo de arroz é boa fonte de vitaminas e de proteínas. Melhores rendimentos
obtem-se quando se trata o caldo de cana-de-acucar com 0,1g por litro de sais de magnésio, e
0,01g por litro de sais manganês e cobalto. Alem da diluição e dos nutrientes, adicionam-se os
antissépticos ou antibióticos e ajusta-se a temperatura.
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Apesar de a bebida alcoólica possuir aceitação social por alguns grupos e seu consumo ser
estimulado pela indústria de bebidas alcoólicas, é importante ressaltar que o aguardente de
cana de acucar e caju pode causar embriaguez e é considerado uma droga psicotrópica que
atua no sistema nervoso central, podendo causar dependência e mudança no comportamento
(Martins, 2013).
2.6. Etanol
Por possuir poucos elementos químicos em sua formação, a molécula de etanol apresenta
apenas dois átomos de carbono, o que torna o etanol um composto orgânico muito leve, e o
mais leve dos combustíveis comuns se comparado com a gasolina (que possui cadeias entre
quatro e doze carbonos), e com o diesel (que possui mais de doze carbonos). Isso faz com que
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ele seja mais fácil de ser obtido e que teoricamente polua menos, facto que depende também
da tecnologia empregada no motor dos veículos.
Em temperatura ambiente, o etanol é sempre encontrado na fase líquida, pois ele só atinge seu
ponto de ebulição (transformação em gás) quando submetido a uma temperatura de 78,4 ºC,
enquanto seu ponto de solidificação (transformação em sólido) é de -114,3 ºC.
O etanol não e tóxico se consumido no estado liquido. No estado gasoso, é irritante para os
olhos, nariz e garganta. Porém, o sistema nervoso central é o órgão onde o etanol tem acção
mais rápida, causando redução de ansiedade, fala arrastada, afazia, desinibição e redução da
capacidade de julgamento. Apesar de muitas pessoas pensarem que o álcool é estimulante, na
verdade trata-se de um depressor do SNC.
2.7. Metanol
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico com fórmula
química CH3OH. Líquido, inflamável, possui chama invisível, fundindo-se a cerca de -98 °C
0,792 g/ml a 20 ◦C. É um solvente polar, solúvel em água, álcool etílico, éter, acetona,
clorofórmio e com odor alcoólico levemente adocicado.
Na espécie humana sua absorção ocorre pela via digestiva, respiratória ou pele. Caso uma
pessoa consuma cerca de 30 a 100 ml do solvente pode ser fatal. Uma vez no corpo humano,
sucede a sua transformação oxidando e gerando metabólicos como metanol e ácido
metanoico, que interferem no sistema nervoso, fígado e no nervo óptico, causando cegueira.
O grau de intoxicação depende da quantidade ingerida, que pode variar de 20 ml a 60 ml. Nos
casos de ingestão excessiva são incluídos sintomas como: dor de cabeça, vertigens,
embriaguez, astenia, sonolência, dilatação das pupilas, diminuição da acuidade visual e
cegueira, devido à degeneração das terminações da retina e do nervo óptico. Pacientes com
intoxicação mais grave podem apresentar neurite óptica, decorrente de edema no nervo
óptico.
As análises foram realizadas em triplicata e os dados obtidos foram expressos pela média e
desvio padrão (Média±DPa). A comparação de grupos experimentais foi feita estatisticamente
por teste t de Student e análise de variâncias (ANOVA), com um nível de significância
considerado quando p < 0,05.
38
Os resultados das análises laboratoriais sao ilustrados na tabela 3 ensaios ilustrados na Tabela
2 indicam que a amostra 6 (composta apenas por aguardente) possui maior teor de álcool
etílico (83,34%), seguido das amostras 4, 2 e 5 que contém o bagaço, com as concentrações
de 72,64; 67,62 e 67,48% respectivamente.
encontrou valores de pH em aguardentes não envelhecidas com variação entre 3,57 e 5,08,
enquanto que ao analisar amostras de aguardente envelhecidas encontrou variação nos
valores de 3,52 a 4,51.
3. Bibliografia
17. FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: ensino médio. – 2. Ed. – São Paulo:
Ática, 2016.
18. GRAVATÁ, Carlos Eduardo. Manual de Cachaça Artesanal. Belo Horizonte, 2002.
19. LIMA, U., de A., etall. Biotecnologia: Tecnologia das Fermentações. São Paulo –
Brasil, Editora Edgar BlucherL, 1975.
20. LIMA, U. A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W. Biotecnologia Industrial –
Processos Fermentativos e Enzimáticos. Ed. Edgard Blucher, capítulo 1, v. 3, São
Paulo, SP, 2001.
21. LIMA NETO, B. S.; FRANCO, D. W. Aguardente e o controle químico de sua
qualidade. Engarrafador Moderno, v. 33, n. 4, p. 5-8, 1994.
22. MAIA, A. B. R. A. PEREIRA, A. J. G. LIMA, L. A. Fermentação alcoólica Semi-
contínua destinada à produção de aguardentes. Rio de Janeiro, Sá Editora, 1990.
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43
APÊNDICES
44
Bo
Nº Questões Raz. Mau
m
01 Qual é a qualidade do aguardente de caju?
02 Qual é o sabor do aguardente?
03 Que cheiro apresenta?
Qual é o estado higiénico dos locais de produção e de
04
venda do aguardente de caju?
Raz. - Razoável
ANEXOS
47
48