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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

(FAGREFF)

Licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos

Zoneamento edafoclimático de áreas elegíveis para o


estabelecimento do Eucalyptus grandis

Daniel Jonas Félix Augusto - N 711180143

Lichinga, Outubro de 2022


Zoneamento edafoclimático de áreas elegíveis para o
estabelecimento do Eucalyptus grandis

Daniel Jonas Félix Augusto - N 711180143

Monografia a ser submetido á Faculdade de Gestão


de Recursos Florestais e Faunísticos na
Universidade Católica de Moçambique, como
requisito parcial para a obtenção do grau de
Licenciado no Curso de Gestão de Recursos
Florestais e Faunísticos

Supervisor

_____________________________

/Engenheiro: Artur A. Titos/

Lichinga, Outubro de 2022


ÍNDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA ................................................................................................... I

AGRADECIMENTO ................................................................................................................ II

DEDICATÓRIA ...................................................................................................................... III

EPIGRAFE ..............................................................................................................................IV

LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................. V

RESUMO .................................................................................................................................VI

ABSTRACT ........................................................................................................................... VII

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1

1.1. Contextualização ............................................................................................................. 1

1.2. Problematização .............................................................................................................. 2

1.3. Justificativa...................................................................................................................... 3

1.4. Objectivos........................................................................................................................ 4

1.4.1. Objectivo geral ......................................................................................................... 4

1.4.2. Objectivos específicos .............................................................................................. 5

1.5. Delimitação do tema........................................................................................................ 5

1.5.1. Delimitação temática ................................................................................................ 5

1.5.2. Delimitação espacial ................................................................................................. 5

1.6. Estrutura da monografia .................................................................................................. 5

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 6

2.1. Zoneamento ..................................................................................................................... 6

2.2. Uso e cobertura do solo ................................................................................................... 7

2.3. Tipos de zoneamento ....................................................................................................... 8

2.3.1. Zoneamento edáfico ................................................................................................. 8

2.3.2. Zoneamento climático .............................................................................................. 8

2.3.3. Zoneamento edafoclimático ..................................................................................... 9

2.4. O género Eucalyptus ....................................................................................................... 9


2.5. Eucalyptus grandis ........................................................................................................ 10

2.5.1. Origem .................................................................................................................... 10

2.5.2. Descrição botânica .................................................................................................. 10

2.5.3. Habitat natural ........................................................................................................ 11

2.5.4. Classificação taxionómica ...................................................................................... 11

2.6. Principais usos do Eucalyptus grandis .......................................................................... 11

2.6.1. Usos locais da madeira ........................................................................................... 12

2.6.2. Usos não madeireiros.............................................................................................. 12

2.7. Silvicultura .................................................................................................................... 12

2.8. Exigências climáticas .................................................................................................... 13

2.9. Características de solos ................................................................................................. 13

2.10. Áreas de ocorrência do Eucalyptus grandis em Moçambique .................................... 14

CAPÍTULO III: METODOLÓGIA DA PESQUISA .............................................................. 15

3.1. Quanto a abordagem...................................................................................................... 15

3.2. Quanto aos objectivos ................................................................................................... 15

3.3. Localização da área de estudo ....................................................................................... 15

3.3.1. Clima ...................................................................................................................... 16

3.3.2. Relevo ..................................................................................................................... 17

3.3.3. Solos ....................................................................................................................... 18

3.3.4. Florestas e fauna bravia .......................................................................................... 18

3.4. Técnica de colecta de dados .......................................................................................... 18

3.4.1. Colecta de dados......................................................................................................... 19

3.4.1.1. Aquisição e processamento de dados secundários .............................................. 19

3.4.1.2. Delimitação da área de estudo ............................................................................. 20

3.4.1.3. Definição das classes de altimetria ...................................................................... 20

3.4.1.4. Classificação dos tipos de solos........................................................................... 22

3.4.1.5. Classes de aptidão edafoclimática da espécie florestal ....................................... 23


3.5. Técnicas de análise de dados ......................................................................................... 25

3.5.1. Análise de dados ..................................................................................................... 25

3.8. Limitações da pesquisa.................................................................................................. 25

3.9. Ética de pesquisa ........................................................................................................... 25

CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ........................................... 26

4.1. Zoneamento edáfico ...................................................................................................... 26

4.2. Classificação do uso e cobertura do solo ...................................................................... 29

4.3. Identificação das classes de altimetria .......................................................................... 34

4.4. Zoneamento edafoclimático do Eucalyptus grandis ..................................................... 37

4.5. Resumo detalhado das classes aptidões de solos .......................................................... 40

CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...................................................... 41

5.1. Conclusões .................................................................................................................... 41

5.2. Recomendações ............................................................................................................. 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 43


Índice de Ilustrações
Ilustração 1: Representação da localização espacial da área de estudo. .................................. 16
Ilustração 2: Gráfico de precipitação e pluviosidade do Lago ................................................. 17
Ilustração 3: Ilustração organograma de delimitação da área de estudo .................................. 20
Ilustração 4: Fluxograma referente as técnica de colecta de dados ......................................... 24
Ilustração 5: Distribuição das classes edáficas para o Eucalyptus grandis ............................. 27
Ilustração 6: Estatística da aptidão de solo para o Eucalyptus grandis ................................... 29
Ilustração 7: Mapa de classificação de uso e cobertura do solo da área de estudo. ................. 30
Ilustração 8: Estatísticas das classes de uso e cobertura do solo na área de estudo ................. 34
Ilustração 9: Distribuição das classes altimétricas da área de estudo ...................................... 35
Ilustração 10: Descrição das estatísticas das classes altimétricas ............................................ 37
Ilustração 11: descrição das classes de zoneamento edafoclimático do Eucalyptus grandis. . 38
Ilustração 12: Descrição das estatísticas das classes de aptidão edafoclimática do Eucalyptus
grandis ..................................................................................................................................... 39
Índice de Tabelas
Tabela 1: Descrição das classes de declividade ....................................................................... 21
Tabela 2: Descrição das classes de zoneamento edafoclimático do Eucalyptus grandis ........ 40
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu Daniel Jonas Félix Augusto, candidato a licenciatura em Gestão de Recursos Florestais e
Faunísticos na Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos da Universidade
Católica de Moçambique, declaro por minha honra que o presente trabalho de investigação é
fruto da minha investigação, e nunca foi apresentado por mim ou alguém nesta ou qualquer
outra instituição para obtenção de qualquer outro grau que não seja indicado.

O autor

___________________________________________

Daniel Jonas Félix Augusto

I
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida e saúde, em seguida aos meus pais, por sempre
me apoiarem e aceitarem a pessoa que sou. Aos meus irmãos pela força dada.

Agradeço ao meu supervisor Engo. Artur A. Titos por toda a ajuda, orientação, ensinamentos
e contribuições disponibilizadas em cada reunião e pela capacidade de compreensão durante
toda orientação que me providenciou para a realização deste trabalho de investigação.

Aos meus amigos Alzira D.M. Mulèmbwé, Halima B. Mirange, Ivanilson António, Mucacha
Martinho, Casmuca Decasse, Valdimiro Fonseca, Omar Chilungamo pelo apoio e motivação
sempre para prosseguir com a minha formação académica.

Por fim agradeço a todos que directa ou indirectamente, contribuíram para a realização da
presente pesquisa. O meu muito obrigado.

UM SINCERO MUITO OBRIGADO A TODOS.

II
DEDICATÓRIA

A Deus.

As memórias do meu querido pai Félix Augusto Timo e a sua


triste ausência.

Dedico a minha mãe Argentina D. Atanásio, aos meus queridos


irmãos Esménia M. F. A. Timo, Hélder E. F. A. Timo, Josefina
C. F. A. Timo e Ivan. A. F. Augusto e a todos os meus amigos
pelo apoio, incentivo e carinho sempre.

A todos vocês a minha gratidão e homenagem.

III
EPIGRAFE

“Um ladrão rouba um tesouro, mas não furta a


inteligência. Uma crise destrói uma herança, mas
não uma profissão. Não importa se você não tem
dinheiro, você é uma pessoa rica, pois possui o
maior de todos os capitais: a sua inteligência.
Invista nela. Estude! ”.

Augusto Cury

IV
LISTA DE ABREVIATURAS

A.P.P – Áreas de Preservação Permanente

- Grau Celsius

DAP – Diâmetro a Altura do peito

FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação

ha – Hectare

m - Metro

MDE – Modelo digital de elevação

mm – milímetros

SIG – Sistema de Informação Geográfica

STRM – Shuttle Radar Topography Mission (missão de mapeamento do relevo


terrestre SRTM)

WGS – World Geodetic System (Sistema Geodésico Mundial)

PEN – Plano Estratégico do Niassa

V
RESUMO

A pesquisa intitulada de “Zoneamento edafoclimático de áreas elegíveis para o estabelecimento do


Eucalyptus grandis” apresenta como objectivo principal, realizar o zoneamento edafoclimático de
áreas elegíveis para o estabelecimento do Eucalyptus grandis na bacia hidrográfica do rio Lualeze e
visou responder a seguinte questão de reflexão “Quais são os melhores locais para o estabelecimento
do Eucalyptus grandis na bacia hidrográfica do rio Lualeze?” O presente estudo quanto a abordagem
é de natureza quantitativa e quanto aos objectivos é de natureza descritiva. A aplicação dos sistemas
de informação geográfica no zoneamento permitiu a determinação de áreas elegíveis e não elegíveis
para o estabelecimento do Eucalyptus grandis subsidiando no fornecimento de conhecimento das
condições edafoclimáticas da área e características da espécie reduzindo o risco de insucesso no
estabelecimento da espécie em locais inadequados e permitindo que se faça o uso adequado dos
recursos naturais da região preservando assim o meio ambiente. Para identificação de áreas elegíveis e
não elegíveis foram efectuados levantamentos semi-detalhado de solos, uso e cobertura do solo,
usando o Software ArcGIS 10.8 e Google Earth Pro permitindo a identificação das regiões que
apresentam as melhores condições para o estabelecimento e o uso do SIG contribuiu de forma
satisfatória para a obtenção dos resultados. Do total da área de estudo, verificou-se que a área não
recomendada para o estabelecimento de povoamentos florestais (áreas com restrições/não elegíveis)
corresponde a 50% da área total, enquanto os restantes 50% com potencial para o estabelecimento
(elegíveis) foram classificadas em: preferêncial (26%), pouco preferencial (4%) e recomendadas
(20%). Por fim conclui-se que na metade da área de estudo possuiu a classe de aptidão elegível e outra
metade não é elegível para o estabelecimento do Eucalyptus grandis.

Palavras-chave: Eucalyptus grandis, zoneamento edafoclimático, Sistema de Informação Geográfica


(SIG).

VI
ABSTRACT

The research entitled “Edaphoclimatic zoning of eligible areas for the establishment of Eucalyptus
grandis” has as main objective, to carry out the edaphoclimatic zoning of eligible areas for the
establishment of Eucalyptus grandis in the Lualeze river basin and aimed to answer the following
reflection question “ What are the best locations for the establishment of Eucalyptus grandis in the
Lualeze river basin?” The present study, in terms of approach, is of a quantitative nature and in terms
of objectives, it is of a descriptive nature. The application of geographic information systems in
zoning allowed the determination of eligible and non-eligible areas for the establishment of
Eucalyptus grandis, subsidizing the provision of knowledge of the area's edaphoclimatic conditions
and species characteristics, reducing the risk of failure to establish the species in inappropriate
locations. and allowing the proper use of the region's natural resources, thus preserving the
environment. To identify eligible and non-eligible areas, semi-detailed surveys of soils, use and land
cover were carried out, using ArcGIS 10.8 and Google Earth Pro software, allowing the identification
of regions that present the best conditions for the establishment and use of GIS. contributed in a
satisfactory way to obtain the results. Of the total study area, it was found that the area not
recommended for the establishment of forest stands (restricted/ineligible areas) corresponds to 50% of
the total area, while the remaining 50% with potential for establishment (eligible) were classified as:
preferred (26%), little preferred (4%) and recommended (20%). Finally, it is concluded that half of
the study area had the eligible fitness class and the other half is not eligible for the establishment of
Eucalyptus grandis.

Keywords: Eucalyptus grandis, soil and climate zoning, Geographic Information System (GIS).

VII
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização

O Eucalyptus é um dos géneros florestais mais plantado no mundo, através da sua


versatilidade e seu potencial para se desenvolver em diversas condições podendo ser plantado
nas regiões tropicais e temperadas.
Moçambique é um país tropical, e possui cerca de 36 milhões de hectares de terras aráveis
com potencial para a produção diversificada de varias culturas agrícolas incluindo para o
desenvolvimento de plantações florestais, dos quais apenas 12 milhões de hectares estão
sendo usados para a produção agrícola. Estima-se que para a satisfação das necessidades
alimentares seria necessário cerca de 15 milhões de hectares, restando ainda cerca de 21
milhões de hectares para a produção de outras culturas incluindo o estabelecimento de
plantações florestais para produção de madeira.

Estudos realizados recentemente revelam que as áreas com aptidão para o estabelecimento de
plantações florestais com espécies de rápido crescimento, foram identificados cerca de 7
milhões de hectares com o potencial para o reflorestamento nas províncias de Sofala, Manica,
Zambézia, Nampula e Niassa. O país conta com cerca de 24 mil hectares de plantações
florestais que satisfazem uma pequena fracção das necessidades locais com produtos de
origem madeireira (Ministério da Agricultura, 2006).

Segundo os dados do inventário florestal realizado em 2006, a província do Niassa possui a


maior área florestal do país com cerca de 9.4 milhões de hectares representando uma área
acima da média nacional de 77% da área florestada no país. Em termos da área de floresta
produtiva no país, dos 26.9 milhões de hectares a província do Niassa possui cerca de 6
milhões de hectares que correspondem a área de floresta produtiva da Província e esta é a
Província que possui a maior capacidade de produção madeireira no país com um total de
23% (PEN, 2017).

PEN (2017), refere ainda que, a província do Niassa dispõe de um potencial florestal
estimado em 2.4 milhões de hectares para o estabelecimento de plantações florestais com
espécies de rápido crescimento nomeadamente dos géneros Eucalyptus e Pinus, este potencial
é baseado em critérios de selecção das áreas aptas para o estabelecimento de plantações
comerciais e na Província destacando-se os distritos de Ngauma, Muembe, Sanga, Lago e
Lichinga.

1
1.2. Problematização

Actualmente tem vindo a registar-se um aumento progressivo na implantação de diversos


tipos de culturas agrícolas bem como o estabelecimento de povoamentos florestais em
extensas áreas, em particular nas regiões Centro e Norte do País. Entretanto, a não selecção
de áreas adequadas para o estabelecimento dessas culturas ou espécies florestais, tem levado
a redução de áreas destinadas a conservação da biodiversidade, em especial aquelas
destinadas para a preservação permanente de espécies protegidas e de corredores ecológicos.

Para Ribeiro (2011), na silvicultura actual a busca por metodologias que visam melhorar a
produção das culturas tanto em quantidade e qualidade bem como na redução dos custos e
dos riscos de insucessos no estabelecimento de povoamentos florestais, aumento dos lucros e
a sustentabilidade são constantes e proporcionam maior adequabilidade a sua realidade.

O estabelecimento de povoamentos florestais é uma actividade que tem acção directa sobre o
meio ambiente e capaz de causar profundas modificações nos ecossistemas. A falta de um
ordenamento territorial, que possa clarificar as áreas elegíveis e não elegíveis para o
estabelecimento de povoamentos florestais, em particular para a espécie Eucalyptus grandis,
tem sido uma das razões que faz com que diversas empresas florestais, realizem o plantio
desta espécie em áreas que possam não ser adequadas para um rápido desenvolvimento, e
consequentemente a não obtenção de bons rendimentos volumétricos, acarretando deste
modo baixa rentabilidade económico após a sua comercialização.

A partir dessas, experiencias foi possível constatar que o eucalipto pode a atender as
necessidades de suprimentos de madeira, por ser uma espécie que apresenta rápido
crescimento possui uma capacidade de produzir uma madeira qualidade desejada para os usos
requisitados e inicia-se amplo desenvolvimento e difusão do reflorestamento com o eucalipto
(Lima, 1996, cit. em Correia, 2014).

Nos últimos anos, a demanda por madeira proveniente de plantações florestais tem vindo
aumentando e consequentemente há necessidade de criação de novas áreas para o
estabelecimento de novas plantações. A falta de políticas claras no processo de licenciamento
durante a atribuição de áreas para a implantação de povoamentos florestais, faz com que não
se respeitem as áreas designadas para a conservação permanente, nomeadamente; vegetação
em afloramentos rochosos, florestas densas, vegetação ribeirinha e áreas periodicamente
inundadas, pois trata-se de áreas com maiores probabilidades de ocorrência de espécies
endémicas ou em vias de extinção.

2
A organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) pediu medidas
urgentes para melhorar fontes limitadas do solo do mundo como forma de garantir que as
gerações futuras tenham comida, água e energia suficientes. Especialistas destacam que cerca
de 33% dos solos mundiais sofrem degradação de nível moderado a alto devido a erosão,
diminuição de nutrientes, urbanização e poluição química. Neste sentido, as inovações
tecnológicas e políticas devem capacitar e fortalecer as comunidades na protecção dos
recursos naturais (Flores e Alba, 2015).

A medida que os povoamentos florestais de Eucalyptus grandis se estendem ao longo da


bacia hidrográfica do rio Lualeze verifica-se que em algumas regiões esta espécie não se
desenvolve adequadamente e consequentemente há um aumento nos custos de produção para
se alcançar os objectivos previstos a quando da realização do seu estabelecimento. Contudo o
uso desordenado dos recursos de solo, tem vindo a influenciar negativamente no processo de
aumento de áreas em processo de degradação, uma vez que, na nalguns casos, para o
estabelecimento de plantações florestais, tem como actividade primordial a remoção da
vegetação nativa para posterior implantação de monoculturas florestais, processo esse que
requer o uso de máquinas florestais, causando deste modo o aumento de áreas erodidas.
Entretanto, face as constatações acima apresentadas, levanta-se a seguinte questão de
reflexão.

Quais são os melhores locais para o estabelecimento do Eucalyptus grandis na bacia


hidrográfica do rio Lualeze?

1.3. Justificativa

Para a selecção de áreas elegíveis e não e elegíveis para o plantio espécies florestais, em
particular para o Eucalyptus grandis, é imperioso que seja realizado o zoneamento
edafoclimático, por esta constituir-se de uma ferramenta que permite a eleição de áreas
adequadas para o estabelecimento de empreendimentos florestais, permitindo deste modo o
uso sustentável dos diversos recursos naturais com a harmonia dos diferentes níveis de
aptidão de cada área. Por outro lado, o zoneamento edafoclimático permite definir as áreas
para cada classe de uso de terra de acordo com as suas aptidões e potencialidades.

Para Souza et al., (2004, cit. em Francisco et al., 2011), as técnicas de identificação de áreas
elegíveis com base em informações de solo e clima possibilitam a definição de ambientes
agroecologicamente favoráveis para a exploração florestal contribuindo com a redução dos
riscos de degradação do meio ambiente. Com o avanço da informática e disponibilização de
3
programas computacionais para análise ambiental torna-se imprescindível identificar,
quantificar e mapear a áreas favoráveis para o plantio das culturas.

Durante o processo de atribuição de áreas para a implantação de povoamentos florestais, as


politicas nos processos de licenciamento devem avaliar os principais factores preponderantes
para o estabelecimento e desenvolvimento de povoamentos florestais respeitando os diversos
tipos de usos de ocupação de solos que ocorrem nessas regiões. De acordo com Silva (2006,
cit. em Correia, 2014), propôs para melhorar e facilitar a elaboração e diagnóstico dos
zoneamentos, as técnicas de análise multivariada que são capazes de relacionarem um amplo
conjunto de variáveis ambientais e o uso dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs)
(p.9).

A aplicação dos SIG no zoneamento permite a determinação de áreas elegíveis e não


elegíveis para o estabelecimento do Eucalyptus grandis, o cultivo dessa espécie esta
directamente ligado aos factores ambientais, como solo e clima que actuam no processo de
crescimento e desenvolvimento, os SIG subsidiam fornecimento de conhecimento das
condições edafoclimáticas da área e características da espécie permitindo o alcance da
rentabilidade económica do povoamento, ou seja reduz o risco de insucesso do
estabelecimento do espécie em locais inadequados e permite que se faça o uso adequado dos
recursos naturais da região preservando assim o meio ambiente. Com isso pode-se observar
que esta modelagem mostra resultados mais próximos da realidade natural e tonando assim o
processo de conhecimento sobre as áreas elegíveis e não elegíveis para uma determinada
cultura mais confiável e reduzindo os erros (Correia, 2014).

Para um uso adequado do solo, faz-se necessário que se realize o devido planeamento para o
uso do mesmo, e para tal a obtenção de informações necessárias da área em estudo onde a
selecção de áreas elegíveis e não elegíveis para o estabelecimento de florestas ou para a
conservação, constituem uma alternativa que permite a obtenção de informações mais
detalhadas para que a expansão do cultivo destas espécies florestais seja realizado da melhor
forma, aproveitando o espaço e a fim de minimizar os impactos sobre o solo e ambiente.

1.4. Objectivos

1.4.1. Objectivo geral


 Realizar o zoneamento edafoclimático de áreas elegíveis para o estabelecimento do
Eucalyptus grandis na bacia hidrográfica do rio Lualeze.

4
1.4.2. Objectivos específicos
 Descrever as características espaciais de clima e solos que possibilitem
desenvolvimento do Eucalyptus grandis na bacia hidrográfica do rio Lualeze;
 Elaborar o mapa de uso e cobertura de solos na bacia hidrográfica do rio Lualeze;
 Elaborar o zoneamento edafoclimático de áreas elegíveis para o estabelecimento do
Eucalyptus grandis em função das características edafoclimáticas.

1.5. Delimitação do tema

1.5.1. Delimitação temática


A presente pesquisa delimitou-se a investigar o tema “Zoneamento edafoclimático de áreas
elegíveis para o plantio do Eucalyptus grandis associado a mudança de uso e cobertura do
solo” a escolha do tema surge de forma a perceber os actuais mecanismos que se tem
implementado face o actual nível de desflorestamento que se tem registado a nível nacional.

1.5.2. Delimitação espacial


O presente estudo foi desenvolvido na província do Niassa, distrito de Lago, Posto
Administrativo de Maniamba ao longo da Bacia Hidrográfica do Rio Lualeze.

1.6. Estrutura da monografia

O presente trabalho de pesquisa apresenta a seguinte estrutura:


Capitulo I - Introdução: este capítulo é composto pelos aspectos básicos da pesquisa
relativamente, a contextualização, problematização, justificativa e relevância, objectivos da
pesquisa, hipóteses e sua delimitação.

Capitulo II – Fundamentação Teórica: este é composto pela conceptualização teórica dois


conceitos básicos que compõem a pesquisa, o que facilita na percepção da linguagem
empregue no decorrer do presente trabalho.

Capitulo III – Metodologia de Investigação: este é composto pelos aspectos metodológicos


que contribuíram para a concretização dos objectivos da presente pesquisa.

Capitulo IV – Análise e Interpretação de Dados: apresentação dos dados colectados de


forma a dar resposta as questões da presente investigação e os objectivos do trabalho.

Capitulo V - Conclusão e Recomendações: apresenta e narra o alcance dos objectivos


propostos para a presente pesquisa.

5
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Zoneamento

De acordo com o artigo 1 da lei 16/2014 estabelece que o zoneamento é a divisão e


classificação do património florestal, faunístico e cultural, incluindo elementos afins, de
acordo com o tipo, uso e finalidade.

De acordo com Silva (2003, cit. em Correia, 2014), “ o zoneamento é a disposição de áreas
homogéneas do ambiente, baseado em algumas características físicas e na determinação de
zonas para inserir determinadas culturas de acordo com as suas características fisiográficas”
(p. 8).

Sperandio et al., (2010, cit. em Correia, 2014), o zoneamento é uma técnica que permite a
delimitação de áreas apropriadas para o desenvolvimento de diversas culturas em condições
ambientais e económicas favoráveis e estabelece áreas que estão de acordo com os requisitos
legais relativos ao uso e ocupação do solo. O zoneamento foi concedido como uma
ferramenta de planeamento e constitui o conjunto de normas que regulam o uso do solo
mediante a divisão em distritos ou zonas, nas quais certas actividades são proibidas e outras
permitidas. O zoneamento tem sido uma das actividades que visam identificar os locais de
maior potencialidade ou com restrições a uma determinada espécie florestal, e assim evitar
riscos para desenvolvimento das espécies e perda de capital, optimizando o uso dos recursos.

Desta forma o zoneamento fornece aos produtores as bases técnico científico para o
planeamento da produção sustentável das suas áreas respeitando assim o equilíbrio necessário
entre os três pilares da sustentabilidade o social, económico e ambiental. O zoneamento é um
instrumento que permite a realização do ordenamento da paisagem através do conhecimento
das suas aptidões e fragilidades de cada região baseados nos aspectos do meio físico,
biológico e sócio-económico.

Diferentes abordagens, vem sendo levado acabo nas últimas décadas acerca do zoneamento,
para que o planeamento seja bem realizado. Assim, torna-se necessário o conhecimento dos
recursos disponíveis em quantidade e a qualidade dos mesmos e o destino dos mesmos.
O zoneamento constitui um instrumento de carácter preventivo que permite acompanhar o
desenvolvimento económico e social com vista ao estabelecimento de um diálogo entre os
objectivos de protecção da qualidade do meio ambiente e promoção do uso sustentável dos

6
recursos naturais para o atendimento das demandas socioeconómicas da população (Batistela,
2007).
O zoneamento ambiental embora pese as diferentes visões acerca do seu papel, no contexto
que é discutido e aplicado é indiscutível o seu entendimento e compreensão como uma
ferramenta de ordenamento territorial, ou seja é um instrumento de que deve incorporar a
componente ambiental no âmbito do ordenamento territorial de modo que as actividades
desenvolvidas sejam viáveis (Santos & Ranieri, 2013).
Para Santos & Ranieri (2013), o zoneamento permite a visualização de forma clara as áreas
susceptíveis a processos naturais como de áreas com maior ou menor aptidão para a
implantação de actividades específicas com a implantação florestal, isto de acordo com os
níveis de aptidão das áreas para a realização de cada actividade.

2.2. Uso e cobertura do solo

O estudo do uso e cobertura do solo consiste em buscar conhecimentos de toda a sua


utilização por parte do homem ou, quando não utilizado pelo homem, a caracterização dos
tipos de categorias de vegetação natural que reveste o solo, como também suas respectivas
localizações (Rosa, 2007, cit. em Leite & Rosa, 2012).

De acordo com Scheldwien et al., (2007), “o uso e cobertura do solo expressa a parte do
conjunto de actividades de uma sociedade, isto é, pode dizer é a expressão espacial da
reprodução social” (p.1103).

O monitoramento sobre o uso e cobertura da terra é uma das ferramentas mais importantes
para a investigação e monitoramento do avanço da ocupação antrópica sobre os recursos
florestais. Desta forma forma um mapeamento actualizado do uso e cobertura do solo pode
contribuir nas acções e estratégias de reflorestamento e conversação dos recursos naturais
(Reis et al., 2009).

Para Leite & Rosa (2012), as informações referentes ao uso e cobertura do solo podem ser
sintetizadas através da realização de mapas que indicam a distribuição espacial dos diferentes
tipos de acção antrópica que pode ser identificada pelos padrões homogéneos na superfície
terrestre através da análise das imagens de satélites, ou seja esta informação é maus acessível
numa imagem de satélite porque esta permite a visualização e identificação directa dos
elementos apresentados.

7
Desta feita os conhecimentos sobre o uso e cobertura do solo são bastante importantes para a
realização e compressão dos padrões de zoneamento de uma determinada área visto que esta
permite que as suas tendências possam ser analisadas. A obtenção das informações como os
mapas de uso e cobertura do solo de uma determinada área constitui uma condição primordial
para a realização da actividade de zoneamento e na tomada de decisões, fornecendo o auxílio
necessário para o desenvolvimento sustentável a nível local ou regional.

2.3. Tipos de zoneamento

2.3.1. Zoneamento edáfico


O zoneamento edáfico consiste no levantamento dos factores que influenciam a aptidão das
culturas que delimita as regiões usando o parâmetro solo para delimitar estas áreas. Contudo,
a organização das Nações Unidas para alimentação (FAO) solicitou medidas urgentes para
melhorara a saúde do solo no mundo, pois aproximadamente 33% dos solos mundiais sofre
com algum tipo de degradação. Sabe-se que a população mundial ira aumentar, e assim, é
necessário inovar tecnologias e politicas que visem proteger os recursos naturais e produzir
sustentavelmente. Geralmente, os estudos edáficos publicados em área geralmente grandes,
utilizam o clima para indicar os locais adequados para o estabelecimento de espécies
florestais, em quanto que em escalas locais, os solos tem sido o factor de grande importância.

O zoneamento edáfico é uma actividade que visa a identificação de áreas de maior potencial
ou com limitações para o estabelecimento de uma dada cultura e com o propósito de reduzir
os riscos para o desenvolvimento da espécie e dinamizando desse modo o uso dos recursos
naturais. O zoneamento edáfico constitui uma tarefa de fundamental para auxilio no trabalho
e suporte no planeamento para o estabelecimento de uma determinada cultura, mas por causa
da sua variabilidade temporal e espacial de seus elementos edáficos, o zoneamento deve ser
actualizado e incorporar novas metodologias de estudo e conhecimento sobre as culturas.

2.3.2. Zoneamento climático


O zoneamento climático consiste no levantamento dos factores que influenciam a aptidão das
culturas, que delimita regiões climaticamente homogéneas além de fazer a identificação de
áreas com condições homogéneas de actividades e dos recursos naturais nela existente que
sejam adequadas para o cultivo de uma determinada cultura (Cecílio et al., 2003, cit. em
Ribeiro, 2011).

8
Como afirma Reboucas, 2010, cit. em Ribeiro, 2011), o zoneamento climático é uma
ferramenta de planeamento e acção que tem como o objectivo reduzir os riscos de perdas na
produção em razão do desequilíbrio climático. O zoneamento climático exige informações
climáticas baseadas nos parâmetros como: balanço hídrico climatológico, destacando-se a
precipitação pluvial, a temperatura do ar e exigências climáticas da cultura (Embrapa, 2007,
cit. em Ribeiro, 2011).

Zoneamento climático de uma determinada espécie depende de uma série de etapas


fundamentais, como o estudo das condições climáticas da região e produção de seu respectivo
mapa a posterior levantamento das classes de aptidão climática da espécie a ser zoneada e a
análise final com a elaboração do seu mapa final de zoneamento (Pereira et al., 2002, cit. em
Ribeiro, 2011).

2.3.3. Zoneamento edafoclimático


Para Camargo et al., (2013, cit. em Ribeiro, 2011), para a definição da aptidão do meio físico
de uma região para uma dada espécie são essenciais dois factores de mera importância os
quais: o clima e o solo. O zoneamento edafoclimático é um estudo de complementação da
potencialidade natural de uma determinada região para cada cultura onde se faz a inserção do
clima e aspectos edáficos na mesma escala de análise do zoneamento.

O zoneamento edafoclimático consiste em avaliar os principais factores que podem afectar o


estabelecimento, crescimento e máxima produção da cultura, a fim de se obter um
diagnóstico sobre a aptidão de determinado ambiente para o plantio da espécie em questão e
auxiliar no maneio adequado (Nappo, 2005, cit. em Correia, 2014).

O zoneamento edafoclimático indica as áreas aptas para a realização da implantação florestal


ou reflorestamento podendo esta actividade carecer da realização de alguns estudos
ambientais, económicos e sociais mais aprofundados antes da realização do cultivo.

2.4. O género Eucalyptus

O Eucalyptus tem sua ocorrência natural na Austrália, possuindo cerca de 600 espécies
adaptadas as mais diversas condições de clima e solo e desta sua grande variabilidade de
espécies e apenas duas que não são originárias da Austrália nomeadamente o E. uruphyla e o
E. deglupta (Alzate, 2004).

9
Árvores típicas de florestas altas e possuindo alturas que variam de 30 a 50 m de altura, e em
florestas abertas, estas possuem alturas que variam de 10 a 25 m de altura. As árvores deste
género possuem características como: elevadas taxas de crescimento, plasticidade, variações
nas propriedades da madeira, entre outras.

Arantes (2009), refere que:

O eucalipto é a designação comum para as várias espécies vegetais deste género Eucalyptus,
apesar que este nome também se aplique para outros géneros das mirtáceas a destacar os
géneros Corymbia e Angophora. O género Eucalyptus engloba mais de 700 espécies quase
todas nativas da Austrália, existindo apenas um pequeno número de espécies originárias de
alguns territórios vizinhos como a Nova Guine e Indonésia e mais uma do Sul das Filipinas.

2.5. Eucalyptus grandis

2.5.1. Origem
O Eucalyptus grandis Hill ex Maiden é uma espécie nativa do Norte de Nova Gales do Sul e
da costa sul de Queensland, na Austrália e se distribui principalmente entre as latitudes 26 a
32 Sul e altitudes de 0-300 m e se adapta muito bem em regiões com uma precipitação entre
1000 e 1750 mm e com temperaturas médias máximas entre 29-32 e médias mínimas entre
5e6 (FAO, 1981, cit. em Alzate, 2004).

Devido a seu elevado potencial de rápido crescimento o E. grandis é actualmente utilizado


nos programas de reflorestamento e alguns estudos realizados indicam que esta espécie
possui grande potencial para fornecimento de matéria-prima para as indústrias de
processamento mecânico, destacando-se pelo seu rápido crescimento desde que sub-
condições ambientais adequadas proporcionam um insuperável incremento de volume, boa
forma de fuste, boa desrama natural, pequena quantidade de casca, elevado percentual de
cerne e madeira adequada para múltiplos usos (Aguiar, 1986, cit. Alzate, 2004).

Esta espécie é uma das mais versáteis e indicadas para múltiplos usos, esta supera qualquer
outra no aumento volumétrico em condições ambientais adequadas sendo a mais plantada na
província do Niassa através da sua plasticidade genética.

2.5.2. Descrição botânica


O Eucalyptus grandis, na sua região de origem pode chegar a atingir de 30 m a 54 m de altura
e de 120 cm a 180 cm de diâmetro. Sua casca é lisa e esbranquiçada, cinzenta ou mesmo

10
esverdeada. Possui folhas ovado-lanceoladas, ligeiramente onduladas nas margens, finas,
oblíquas ou horizontais com 10 a 20 cm de comprimento e 2 a 3,5 cm de largura. Flores em
umbelas, pedúnculos achatados, pedicelos curtos mas perceptíveis. E possui uma copa densa
que facilita no controle das plantas invasoras e produz sementes após ao 4 a 5 anos.

Para Lorenzi et al. (2003, cit. em Gontijo, 2018), o E. grandis apresenta uma casca pulverulenta que
se descasca em tiras longas deixando o seu fuste deixando amostra uma superfície lisa de cor branca
acinzentada e meio esverdeada. As suas folhas verde-escuras, brilhante com ápice aguda e margens
levemente onduladas com comprimento de 10 á 20 cm. Suas sementes são pequenas e marrons.

2.5.3. Habitat natural


A principal área natural desta espécie situa-se no norte de Nova Gales do Sul e ao sul de
Queensland na Austrália sendo encontrados entre as latitudes 16°S e 33°S. A maior área de
ocorrência desta espécie está entre as latitudes 26°S e 33°S, em altitudes de até 500 e 1000 m
com regime pluviométrico anual que varia entre 1.000 e 1.800 mm A espécie apresenta
relativa resistência à deficiência hídrica e é sensível a geadas fortes.

2.5.4. Classificação taxionómica


Reino: Plantae
Divisão: Magnoliohyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Myrtales
Família: Myrtaceae
Subfamília: Lepsospermoidae
Género: Eucalyptus
Espécie: E. grandis
Nome binomial
Eucaliptos grandis W. Hill ex Maiden
Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Eucalyptus grandis

2.6. Principais usos do Eucalyptus grandis

O Eucalyptus grandis é a espécie de eucalipto mais cultivado no país por causa dos seus
inúmeros usos associados a suas características como o rápido crescimento, características
silviculturais, suas propriedades variadas de sua madeira, importância económica e sua
variabilidade genética (Miranda, 2012, cit. em Gontijo, 2018).

11
Além de ser a maior fonte de matéria-prima para as indústrias produtoras de celulose, a
espécie Eucalyptus grandis também é recomendada para serraria e laminação. É amplamente
utilizada para se produzir caixas e para a construção. Por somente produzir madeira de alta
densidade a partir dos 12 anos após o plantio, essa espécie não é recomendada na indústria de
geração de energia (IBA, 2019).

2.6.1. Usos locais da madeira


A madeira do Eucalyptus grandis possui amplos usos, sendo destinado na sua maioria para a
produção de celulose e papel, painéis de fibra e aglomerado, combustível industrial e
domestico e produtos de serraria. E madeira desta espécie ainda é utilizada na construção
civil (Soares et al., 2003, cit. em Calsavara, 2016).

O Eucalyptus grandis é utilizado para a produção de biomassa (para produção de papel e


lenha) e a sua madeira é apropriada para a construção civil (subterrâneas), para soalhos,
mobiliários, caixotes, para produção de laminados, indústria de papel, lenha, carvão vegetal e
produção de postes (Lamprecht, 1990, cit. em Frechauth, 2011). Na Austrália o Eucalyptus
grandis é usado principalmente na construção habitacional, produção de embalagens e
produção de pasta celulósica. No entanto o E. grandis quando é produzido em plantios de
ciclos curtos a sua madeira apresenta alguns defeitos como: problemas de empenamento,
contracções e rachaduras. Quando esta em produzida em plantios bem planificados, esta
produz uma madeira excelente que pode ser destinada para serrarias e para a produção de
laminados.

2.6.2. Usos não madeireiros


O Eucalyptus grandis é uma espécie excelente para a produção de mel e pólen de abelha. Ele
também é generalizado para plantios ornamentais.

2.7. Silvicultura

Calsavara (2016), privilegia que o Eucalyptus grandis é a espécie deste genro mais cultivada
no pais devido os seus enormes usos associados com os factores como o rápido crescimento
da espécie, características silviculturais desejáveis, propriedades diversas da sua madeira,
importância económica e a sua ampla variabilidade genética. O eucalipto reduz a pressão
sobre as florestas nativas, recupera os solos degradados e queimadas e combate a erosão,
mantem a cobertura do solo através da disposição dos seus resíduos florestais.

12
Além do seu rápido crescimento, esta espécie possui uma capacidade de regeneração/rebrota
podendo ser produzida em três ciclos e também possui uma tolerância a vários níveis de
temperatura. Em algumas áreas de ocorrência esta espécie é atingida por geadas severas,
assim recomenda-se a adopção de mecanismo de silviculturais complementares para que as
áreas não sejam afectadas pelas geadas. No entanto, é necessário realizar um preparo do solo,
adubação e tratos silviculturais adequados para favorecer o crescimento e desenvolvimento
inicial para reduzir o período de susceptibilidade a ocorrência de geadas. Assim é
recomendável realizar o estabelecimento de plantios em regiões não sujeitas a ocorrências de
geadas.

2.8. Exigências climáticas

O desenvolvimento do Eucalyptus grandis, esta directamente relacionado com a temperatura


ambiente sendo o factor clima como um dos mais importantes na sua produção. O E. grandis
deve ser plantado em áreas livres de geadas e de períodos muito longos de seca estando
susceptível a ocorrência de doenças foliares e do tronco além de apresentar defeitos na
madeira serrada (Paludzyszyn et al., 2006, cit. em Marangon, 2015).

O E. grandis não é recomendado para zonas de baixa altitude devido a sua susceptibilidade a
diversas pragas e doenças que podem causar grandes prejuízos na sua produtividade. O
mesmo problema pode ocorrer em locais de alta temperatura e humidade, como é o caso das
regiões litorâneas. A espécie também não apresenta boa adaptação a geadas, que pode causar
danos severos à plantação (IBA, 2019).

O clima é principalmente quente e húmido com as temperaturas máximas nos meses mais
quentes variando entre 24 e 30 e com temperaturas mínima nos meses mais frios variando
em torno dos 3 a 8 , na região norte estas variam entre 29 a 32 nos meses mais quentes e
10 a 17 nos meses frios. A sua precipitação em vária entre 1000 a 3500 mm para as zonas
costeiras e 1000 a 1750 mm nas áreas centrais com predomínio de verão.

2.9. Características de solos

O solo é um produto de varias combinações de factores como o clima, relevo, material de


origem e tempo, que podem limitar ou potencializar a produtividade e o cultivo de diferentes
culturas (Flores et al., 2009, cit. em Carvalho, 2021).

13
De acordo com Boland et al., (1984, cit. em Filho et al., 2006), “esta espécie na sua região de
origem esta espécie se desenvolve em solos com boa capacidade de retenção de água, bem
drenados, profundos e argilosos, de origem aluvial ou vulcânica” (p.34). Esta espécie não
suporta períodos prolongados de seca e nem solos com baixa capacidade de retenção de
humidade como os solos francamente arenosos. O E. grandis se desenvolve de preferência
em solos profundos, permanentemente húmidos, bem drenados e férteis. O solo constitui o
factor do ecossistema para o abastecimento de água e nutrientes, cuja sua disponibilidade esta
na dependência do clima, do relevo, dos processos físicos do solo.

O Eucalyptus grandis ocorre em planícies ou em vales férteis, nas margens de florestas


pluviais, preferindo solos húmidos, bem drenados, profundos, solos de textura média de
origem vulcânica ou aluviões. Quando esta espécie é estabelecida em locais adequados, esta
supera outros tipos de eucaliptos em crescimento, forma do seu tronco e o processo de
desrame natural. Esta espécie é menos exigente em termos edáficos, podendo se desenvolver
em uma diversa gama de solos, desde que estes sejam profundos e bem drenados, podendo
estes serem solos argilosos a arenosos, estes devem possuir períodos curtos de déficit hídrico
e sem friáveis.

2.10. Áreas de ocorrência do Eucalyptus grandis em Moçambique

Os primeiros plantios florestais foram estabelecidos em Mafalala, pouco antes de 1910, com
o objectivo de enxugar os pântanos para o controle dos mosquitos. Em 1916, foram
estabelecidos os primeiros plantios em Namaacha, numa área de 3.200, para o controle das
cheias e para fins de ornamentação, produção de tanino de acácia, produção de madeira para
usos estruturais, energia e produção de celulose no futuro (Shimizu, 2006).

Nos anos 1950 e 1960, ocorreu a segunda fase de plantações florestais na província de
Manica onde foram estabelecidos cerca de 12.000 há de Pinus com objectivo de criar uma
formação de uma base florestal para atender futuramente o projecto de produção de papel a
nível nacional, e também foram estabelecidos outros plantios como por ex: plantio de
Eucaliptos e Pinus em Salamanga, eucalipto no Vale do Limpopo e Pinus trópicos em
Lichinga (Shimizu, 2006).

14
CAPÍTULO III: METODOLÓGIA DA PESQUISA
No presente capítulo, apresenta-se os procedimentos metodológicos utilizados para a
elaboração do presente estudo com principal enfoque ao tipo de pesquisa, quanto aos
objectivos, bem como as técnicas de recolha de dados.

3.1. Quanto a abordagem

O presente estudo quanto a abordagem segue a abordagem quantitativa. O uso desta


abordagem nesta pesquisa revela-se importante na medida em que o autor pretende usar da
quantificação para chegar a resultados. Como refere Richardson (1999, apud Oliveira, 2011),
esta abordagem é caracterizada pelo emprego da quantificação das informações tanto na
modalidade de colecta como no seu tratamento através do uso de técnicas estatísticas.

Prodanov & Freitas (2013), sustenta que a abordagem quantitativa busca a relação entre
causa-efeito entre os fenómenos e também pela facilidade de poder descrever a complexidade
de determinada hipótese ou de um problema, analisar a interacção de certas variáveis,
compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais.

3.2. Quanto aos objectivos

Quanto a natureza, a pesquisa é descritiva. Na medida em que este tipo de pesquisa visa
registar e descreve os fatos observados sem interferir neles. Visa a descrever as características
de determinado fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de
técnicas padronizadas de colecta de dados: questionário e observação sistemática. Assume,
em geral, a forma de levantamento (Silva e Menezes, 2005).

Este tipo abordagem é a mais usados em estudos quantitativos para descrever a realidade a
ser estudada, ou seja o método descritivo é habitualmente usado estudos quantitativo para
descrever a realidade que será estudada e a partir dos resultados obtidos permite produzir
generalizações para outros contextos semelhantes. Neste tipo de estudo, não se parte de
hipóteses, uma vez que não se procura estabelecer relações causais entre variáveis.

3.3. Localização da área de estudo

A bacia hidrográfica do rio Lualeze, está localizada na parte Norte da Província do Niassa,
concretamente na localidade de Bandeze, e esta limitado a Norte pelo posto administrativo de
Maniamba, a Sul pelo posto administrativo de Meponda, a Este pelo distrito de Sanga, e a

15
Oeste esta pelo Lago Niassa, a bacia hidrográfica localiza-se entre as seguintes coordenadas:
731799 de latitude e 8598904 longitude Norte; 716960 de latitude e 8557763 de longitude
Sul; 727664 de latitude e 8575979 de longitude Este e 705742 latitude e 8566649 de
longitude Oeste. A área de estudo possui uma superfície total de 68 638.9 ha.

Ilustração 1: Representação da localização espacial da área de estudo.


3.3.1. Clima
Para MAE (2005), o clima do distrito do Lago é tropical húmido com duas estacões bem
distintas sendo o verão (chuvoso e húmido) e invernos (frio e seco), com uma temperatura
média que varia entre de 22 à 24 com a pluviosidade média anual que oscila entre os
1000 mm a 1400 mm, com uma época chuvosa que decorre entre os meses de Novembro a
Abril com precipitações fortes e acompanhadas de tempestades. A figura abaixo, ilustra os
valores da temperatura e precipitação média anual.

16
Ilustração 2: Gráfico de precipitação e pluviosidade do Lago
Fonte: Climate data, 2022.

3.3.2. Relevo
Segundo MAE (2005), a zona costeira do distrito do Lago insere-se na zona das montanhas
que circundam o Vale do Rift, numa área de montanhas dobradas, que incluem unidades
geomorfológicas conhecidas por região Montanhas do Niassa; Região de Serra de Sanga;
Região de Depressão Sinclinar Entre-escarpas de Messinge e a Região de Montanhas
Anticlinais de Tchissango (p.11).

Apesar de existirem áreas planas, este apresenta um relevo muito acidentado, dominado por
montanhas e vales dentre os quais podem ser distinguidos em três partes importantes: a faixa
de baixas costeiras; a porção de altas montanhas sub-costeira e a porção de encostas
pendentes do oriente.

Quanto a morfologia das margens, distinguem-se duas formas básicas: um tipo


correspondente a superfícies baixas e arenosas, associadas a praias e aos caniçais lamacentos
e, ainda, a foz dos rios. O outro é de trocos de arribas, altos, declivosos, rochosos ou
pedregosos e com vegetação rara. Na zona costeira, existem dois complexos geológicos
nomeadamente o complexo gnaisso-migmatitico e o complexo sedimentar do Karroo
indiferenciado.

17
3.3.3. Solos
Para MAE (2005), o distrito do Lago possui solos que tem sua origem em rocha, em geral os
solos são castanhos e avermelhados, profundos, de textura média a grossa, franco argilosos,
de fertilidade variáveis de moderada a excelente, com uma aptidão boa para actividade
agrícola incluindo a irrigação. E as principais limitações em alguns dos tipos de solos do
Distrito estão associadas a sua forte sensibilidade a erosão e a formação de crostas que
dificulta a germinação das sementes.

3.3.4. Florestas e fauna bravia


Segundo MAE (2005), o Distrito e a zona leste do Lago Niassa são constituídos por manchas
ou domínios vegetais individualizados na forma de pradarias arborizadas; matagais (baixos,
médios e altos) e florestas, territorialmente zoneaveís do seguinte modo:

Zona norte: entre a fronteira norte e sul do Kobwe é vegetado pro matagal baixo e pradarias;

Zona centro: a partir da Ponta meta ao sul de Metangula é dominado por pradarias
arborizadas junto as margens, enquanto no seu interior ocorre o matagal baixo;

Zona sul: entre o rio Timba e o marco 17 encontra-se uma associação de pradarias
arborizadas com uma mancha de baixo matagal na área marginal (p. 12).

3.4. Técnica de colecta de dados

A técnica de colecta de dados corresponde ao conjunto de normas ou métodos que serão


utilizados pelo pesquisador para a obtenção dos dados para a presente pesquisa. Contudo para
o presente trabalho, as técnicas e instrumentos de recolha de dados que serão usados são:

Quanto as técnicas serão usadas as seguintes:

 Observação directa;
 Consulta bibliográfica;
 Levantamento de dados no campo.

Observação directa

Para esta técnica deslocar para a área de estudo, especificamente no distrito de Lago, no posto
administrativo de Maniamba com intuito de realizar observações com auxílio de uma câmara
fotográfica para a obtenção de algumas fotos e anotações em cadernetas.

18
A observação também é considerada uma colecta de dados para conseguir informações sob
determinados aspectos da realidade. Ela ajuda o pesquisador a identificar e obter provas a
respeito de objectivos sobre os quais os indivíduos não tem consciência, mas que orientam
seu comportamento e obriga o pesquisador a ter um contacto mais directo com a realidade
(Marconi e Lakatos, 1996, cit. em Oliveira, 2011).
Marconi e Lakatos (2003), referem que:

A observação é uma técnica de colecta de dados para conseguir informações e utiliza


os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas
em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se desejam
estudar (p. 190).

Consulta bibliográfica

A consulta bibliográfica é uma técnica de colecta de dados que auxilia na colecta dos dados
através do uso de fontes primárias e secundárias existentes que abordam sobre a temática em
questão. Para esta técnica se fara a recolha de informações em obras já existentes que versão
sobre esta temática.

Levantamento de dados no campo

Para a realização do levantamento de dados no campo, foram pontos amostrais, onde em cada
ponto foi estabelecido uma parcela circular com um raio de 12.62 metros correspondente a
0.05 há, foram realizados levantamentos do DAP e altura total de todas as árvores dentro da
parcela. E também fez-se a validação dos tipos de solos existentes na área de estudo.

As técnicas de colecta de dados descritas detalhadamente abaixo na (Ilustração 3).

3.4.1. Colecta de dados

3.4.1.1. Aquisição e processamento de dados secundários


A descrição da metodologia, será efectuada baseando-se nos dados secundários, os quais
corresponderam ao uso imagens SRTM obtidas na internet, documentos existentes sobre os
tipos de solos (base DINAGECA) e Google Earth Pro 2021. Esta fase compreendeu a
caracterização da composição e estrutura dos principais tipos de solos, elaboração de mapa de
altimetria e caracterização geológica da área de estudo.

19
3.4.1.2. Delimitação da área de estudo
A área de estudo, compreendeu a bacia hidrográfica do rio Lualeze, a qual para sua
delimitação teve como base no uso de modelo digital de elevação (MDE) derivado da
imagem SRTM, obtida a partir do site: http://srtm.csi.cgiar.org.

Após a obtenção do MDE, procedeu-se a extracção da rede hidrológica, com o uso do


Software ArcGIS 10.8, através da ferramenta ArcToolbox – Spatial Analyst Tools. Em
seguida definiu-se aleatoriamente um ponto, o qual, constitui a parte jusante da bacia
hidrográfica que posteriormente foi delimitada a bacia hidrográfica. Como a bacia
hidrográfica foi obtida em formato raster, assim, fez-se a conversão para o formato vectorial
(polígono) para a realização dos cálculos de área a qual correspondeu a 68 638.9 ha. A figura
abaixo mostra a forma esquemática e resumida da metodologia usada para obter a área de
estudo.

Ilustração 3: Ilustração do processo de delimitação da bacia hidrográfica

3.4.1.3. Definição das classes de altimetria


Para a definição das classes de altimetria, recorreu-se ao uso do Software ArcGIS 10.8,
através da ferramenta Hillshade, calculou-se as classes de altimetria, derivado da imagem

20
DEM (modelo digital de elevação). As classes de altimetria fora classificadas em vales ou
planas, baixa, medianamente alta e montanhoso. A tabela a seguir mostra as classes de
altimetria e os parâmetros usados para a sua classificação.

Classes de declividade Limites percentuais (%) Descrição


Vale ou plano 1022 – 1218 Desnivelamentos são muito pequenos
Superfície de topografia pouco movimentada,
constituída por conjunto de colinas elevações de
Baixa .1218 – 1331
altitudes até 50m e de 50 a 100m, com declives
suaves
Superfície topográfica pouco movimentada,
constituída por conjunto de colinas e/ou
outeiros, apresentando declives moderados
Medianamente alta 1331 – 1485 Superfície de topografia movimentada, formada
por outeiros e/ou morros (elevações de 50 a
100m e de 100 a 200m e raramente colinas, com
declives fortes
Superfície de topografia vigorosa, com
predomínio de formas acidentadas, usualmente
constituídas por morros, montanhas, maciços
montanhosos e alinhamentos montanhosos,
apresentando desnivelamentos relativamente
Montanhoso > 1485 grandes e declives fortes e muito fortes;
Áreas com predomínio de formas abruptas,
compreendendo superfícies muito íngremes e
escarpamentos, tais como: aparados, itaimbes,
frentes de costas, falésias, vertentes de declives
muito fortes

Tabela 1: Descrição das classes de declividade


Fonte: Camana (2016), adaptado por Daniel, 2022
3.6.4. Classificação do uso e cobertura de solos
Primeira fase

Para o processamento de imagens no presente estudo, teve-se como base a obtenção das
imagens Google Earth Pro, adquiridas gratuitamente no site www.glovis.usgs. Após a
obtenção das imagens do Google sobrepôs-se a área da bacia hidrográfica sobre o rio
Lualeze, obtida com os procedimentos descritos anteriormente, onde digitalizou-se as áreas
não elegíveis para o estabelecimento da espécie Eucalyptus grandis, como: assentamentos
humanos, áreas rochosas, áreas periodicamente inundadas (áreas pantanosas), vegetação
ribeirinha e vegetação em afloramentos rochosos. Posteriormente exportou-se as áreas
delimitadas no Google Earth Pro, para o Software ArcGIS 10.8, onde fez-se a sobreposição

21
da área sobre a bacia do rio Lualeze. Após a sobreposição extraiu-se a área correspondente
aos polígonos delimitados no Google Earth Pro através do uso da ferramenta Erase, obtendo-
se assim uma redução da área de estudo.

Segunda fase

Nesta fase, utilizou-se as imagens Landsat 8 TM (Thematic Maper) adquiridas gratuitamente


no site www.glovis.usgs. Uma vez que as imagens se encontravam no formato DAT (),
inicialmente fez-se:

Posteriormente fez-se a composição de bandas a partir do Software ArcGIS 10.8 com uso da
ferramenta composit band para que todas as seis bandas (1,2,3,4,5,6) estivessem com uma
única imagem em formato IMG e depois fez-se a composição de bandas 4, 3, 2,
correspondente a cores naturais. Após a composição de bandas, sobrepôs-se as imagens de
satélite a área remanescente do processo anteriormente descrito (área de estudo sem áreas não
elegíveis) e procedeu-se a classificação supervisionada, tendo-se definido apenas duas classes
de cobertura com mesma reflectância, com o propósito de identificar as áreas com cobertura
florestal e áreas não florestais. Para tal, teve-se como base a designação as áreas como sendo
de florestas, aquelas que eram compostas por vegetação com cobertura acima ou igual a 20%
e não florestas as áreas ocupadas por campos cultivados, áreas descobertas, áreas herbáceas e
áreas arbustivas, sendo esta ultima classificação aquela que foi considerada como elegível
para o estabelecimento de povoamentos florestais.

3.4.1.4. Classificação dos tipos de solos


Para a classificação dos tipos de solos da bacia hidrográfica do rio Lualeze usou-se o método
convencional de solos, uma vez que já se possuía a informação de tipos de solos, que ocorrem
na área de estudo, tendo desse modo se estabelecido pontos amostrais com tipos de solos e
características previamente conhecidas e posteriormente extrapolou-se para todas as áreas,
considerando áreas com as mesmas características de vegetação.

Assim, foram colocados todos os pontos observados em campo, depois sobrepôs a uma carta
topográfica com curvas de nível que indicam a altitude e declividade e fez-se as delimitações
dos tipos de solos. Este modelo é designado solo paisagem. A classificação de solos foi feita
em apenas quatro classes: solos líticos, solos hidromórficos, solos vermelhos de textura
média e solos argilosos vermelhos óxidos.

22
3.4.1.5. Classes de aptidão edafoclimática da espécie florestal
O zoneamento consistiu em identificar locais de maior potencial ou restrições para a espécie
Eucalyptus grandis, e assim evitar riscos de selecção de áreas que possam resultar em perdas
de capital, optimizando os usos dos recursos naturais e preservação de áreas destinadas a
conservação (Correia, 2014).

Para o presente estudo foram definidas 4 classes de aptidão seguindo o modelo usado por
Cunha et al., (2020), a realização do zoneamento edafoclimático, foram consideradas
características do solo e do uso e cobertura de solos. Assim, foi avaliada uma (1) espécie
florestal (Eucalyptus grandis) usualmente produzida para a produção biomassa florestal, e
para vários produtos florestais como: madeira serrada, torros para postes, vedação, lenha,
laminados entre outros. Os solos foram enquadrados em classes distintas de aptidão edáfica,
conforme suas características, como sendo favoráveis ou não ao desenvolvimento desta
espécie. As classes de aptidão expressam o potencial de desenvolvimento da espécie
Eucalyptus grandis, em função das limitações que afectam os solos de uma determinada
região. Para o presente estudo foram definidas quatro classes de aptidão edafoclimática para o
Eucalyptus grandis nomeadamente:

1. Preferencial (P): compreende áreas sem limitações significativas, com uma excelente
produtividade, ou seja, neste sitio o desenvolvimento e a produtividade para a espécie
Eucalyptus grandis são altos.
2. Pouco preferencial (PP): compreende as áreas que apresentam limitações baixas para
a produção da espécie Eucalyptus grandis, mas com um elevado potencial para uma
boa produtividade, desde que haja uma boa intervenção de silvicultural.
3. Recomendada (R): compreende as áreas que apresentaram limitações fortes e com
redução de produtividade, aumentando a necessidade de uso de insumos para o
aumento da produção e produtividade, isto é, neste sitio o desenvolvimento e a
produtividade da cultura é baixa.
4. Não recomendado (NR): compreende as áreas com limitações para o uso e cobertura
de solos. Nestas áreas foram tidas em conta, os locais designados como de alto valor
para a conservação ou áreas de preservação permanente, não sendo elegíveis para o
estabelecimento de povoamentos florestais. Para além das áreas descritas
anteriormente, inclui-se também as áreas com assentamentos humanos e áreas
rochosas.

23
A sequência do trabalho é apresentada na figura a seguir:

Ilustração 4: Fluxograma referente as técnica de colecta de dados

24
3.5. Técnicas de análise de dados

Para a análise dos dados do presente usou-se as seguintes ferramentas o Microsoft Excel 2010
e ArcMap 10.8 para a produção de mapas de aptidão da espécie.

3.5.1. Análise de dados


Para a caracterização da vegetação foram efectuadas as seguintes análises e compilação de
informação:

1. Identificação e mapeamento da área de estudo bacias hidrográficas sobre o rio


Lualeze.
2. Descrição e mapeamento do tipo de uso e cobertura da terra;
3. Selecção de áreas elegíveis e não elegíveis para a produção de Eucalyptus grandis;
4. Zoneamento das áreas com diferentes níveis de aptidão para o estabelecimento de
Eucalyptus grandis.

3.8. Limitações da pesquisa

O estudo tem como possíveis limitações as seguintes: dificuldade de acesso a certas


informações e financiamento para fazer o levantamento de dados mais exaustivos no campo.

3.9. Ética de pesquisa

O estudo cumpriu com todos procedimentos éticos recomendados em qualquer trabalho de


pesquisa e foram obedecidos diversos critérios de conduta ética.

25
CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Este capítulo visa fazer a análise e interpretação dos dados colectados a partir de instrumentos
adequados. Os resultados das áreas elegíveis e não elegíveis para o estabelecimento do
Eucalyptus grandis são apresentados a seguir e serão apresentados discussões para sustentar a
pesquisa. Assim o zoneamento edafoclimático constitui uma ferramenta essencial para o
planeamento para o estabelecimento de povoamentos florestais de Eucalyptus grandis tendo
com base a realização de levantamento de factores que definem as áreas elegíveis e não
elegíveis baseados nos atributos edáficos e climáticos.

4.1. Zoneamento edáfico

A figura abaixo, mostra que as classes de solos mapeados na área de estudo, onde grande
parte são constituídos por solos pouco profundos e bem drenados e variam desde solos
argilosos vermelhos óxidos, solos hidromórficos, solos líticos e os solos vermelhos de textura
média. Estas classes de solos podem ser encontradas isolados ou combinados, por tanto, cabe
ressaltar que as características de cada tipo de solo encontradas em cada unidade de
mapeamento requer um maneio diferenciado para garantir o desenvolvimento de todo o seu
potencial para uma produção sustentável e para manter a preservação do solo sem
comprometer o meio ambiente.

O mapeamento semi-detalhado dos solos na área de estudo permitiu realizar a avaliação das
classes de solos que compõem a unidade de mapeamento fornecendo maior número de
subsídios para a sua interpretação e de acordo com as necessidades edáficos exigidas pela
espécie para seu crescimento e desenvolvimento, as classes de aptidão variam de solos
favoráveis a não favoráveis em que expressam o máximo potencial da espécie.

O Eucalyptus grandis possui aptidão edafoclimática adequada por quase toda área estudo,
sendo esta espécie mais preferencial para as regiões com predominância de Solos Argilosos
Vermelhos Óxidos. Embora a espécie possua uma aptidão que se estende por quase toda área,
o seu estabelecimento é inviabilizado pela existência de áreas urbanas e áreas de preservação
permanentes.

26
Ilustração 5: Distribuição das classes edáficas para o Eucalyptus grandis
Solos argilosos vermelhos óxidos

Os solos argilosos vermelhos óxidos, estendem-se a sul e a oeste da área estudo, mas podem
ser encontrados intercalados em pequenas áreas ao longo da bacia hidrográfica ocupando uma
área equivalente a 38% da área de estudo. A designação destes solos deve-se ao facto destes
possuírem boa drenagem e serem profundos e muito férteis e preferidos para a realização das
actividades agrícolas pelas comunidades locais.

Solos hidromórficos
Os solos hidromórficos, estendem-se a norte da área de estudo e também podem ainda ser
localizados parcelas dos mesmos distribuídos ao longo da bacia ocupando cerca de 6% da
área de estudo. Os solos hidromórficos são característicos das baixas ou zonas planas e das
zonas próximas onde afluem as águas dos rios e lagos e apresentam maior taxa de humidade.
Estes solos vêm sendo usados actualmente para a actividade agrícola sendo estes solos

27
preferidos pelas comunidades através das suas características excepcionais e por serem
férteis.

Solos líticos
Os solos líticos estão mais situados a norte da área de estudo, estes solos têm sua ocorrência e
distribuem-se amplamente na bacia hidrográfica e possui uma ocupação equivalente a metade
da área de estudo com cerca de 53%. Estes solos são característicos das zonas com declives
acentuados e estão ligados a existência da rocha mãe e associados com a presença de cumes
íngremes, inselbergs e condições que podem ser poucos férteis e não sendo aconselhável
realizar o plantio do Eucalyptus grandis.

Solos vermelhos de textura média

Os solos vermelhos de textura média estendem mais para o Oeste possuindo uma ocupação
equivalente a 3% da área de estudo. Estes solos são característicos das regiões com
desnivelamentos acentuados. Para o presente estudo, esta categoria de solos foi classificado
como a categoria de aptidão recomendado para o estabelecimento do Eucalyptus grandis.

A figura abaixo, das classes de solos mapeadas na área de estudo, observou-se que os solos
líticos possuem maior percentagem de ocupação correspondente a metade da área equivalente
a 53%, sendo que maior parte das zonas que apresentam esta classe de solos são áreas
classificadas para o presente estudo com a classe de aptidão não recomendada para o plantio
do Eucalyptus grandis. Os Solos argilosos vermelhos óxidos possuem uma ocupação
equivalente a 38% da área de estudo, sendo que maior parte das áreas que apresentam estes
solos são as classificadas com classe de aptidão preferencial para o plantio do E. grandis.

Por último, os solos vermelhos de textura media e solos hidromórficos apresentaram menor
percentagem de ocupação com 3% e 6% respectivamente. Os solos vermelhos de textura
média apresentam a classe de aptidão recomendável e os solos hidromórficos não se pode
realizar o estabelecimento de povoamentos florestais por estas pertencerem a classe de solos
que devem ser preservados por estes constituírem uma área de preservação permanente.

28
Ilustração 6: Estatística da aptidão de solo para o Eucalyptus grandis
Em conformidade com os resultados obtidos pode verificar que estes são similares aos
encontrados por Soares (2017), fazendo o estudo da relação entre as mudanças de uso e
cobertura de terra e as queimadas em florestas de Miombo, Gurué, Moçambique, onde
descreve que em áreas montanhosas, são as que apresentam maiores restrições para o
estabelecimento de plantações florestais, por constituírem-se de áreas com floresta densa, e
nalguns casos, com afloramentos rochosos. Por outro lado, observou que as áreas mais
prevalecentes nas encostas das montanhas e das zonas baixas, são as mais degradadas com a
presença de campos de cultivo e áreas arbustivas, áreas essas potencialmente elegíveis para o
estabelecimento de povoamentos florestais.
Os resultados obtidos na presente pesquisa quando diferem do estudo realizado por Correia,
2014, devido a diferença de regiões e seguido pelos tipos de solos encontrados na região são
diferentes com os encontrados na área de estudo do presente estudo. Os solos encontrados por
Correia, foram: Latossolos, Argissolos vermelhos-amarelos, Gleissolos Salinos e/o
Tiomórficos, Neossolos e Cambissolos flúvicos, e os solos encontrados na região variavam
de solos profundos e bem drenados a solos pouco espessos e bastante lixiviados (Nascimento,
2005, Dantas, 2001, Conceicao,1989, cit. em Correia, 2014).

4.2. Classificação do uso e cobertura do solo

Na figura abaixo, pode-se observar os principais tipos de uso e cobertura de solo mapeados
na área de estudo, nomeadamente: machambas/herbáceas/arbustos; comunidades; florestas
em afloramentos rochosos; áreas inundadas; plantações exóticas; rochas e vegetação
ribeirinha. A classificação do uso e cobertura de terra mostra que as florestas ao longo da área

29
de estudo são mais prevalentes nas encostas das montanhas principalmente na zona norte,
mas também podem ser encontradas algumas formações florestais que ocorrem ao longo da
área de estudo. Já para os campos cultivados encontram-se mais centrados na região Sul em
direcção a zona Norte da área de estudo respectivamente.

Ilustração 7: Mapa de classificação de uso e cobertura do solo da área de estudo.


Campos cultivados e áreas de pousio
Correspondem a esta categoria, todas áreas de agricultura activa, áreas em pousio (áreas
herbáceas ou arbustivas), bem como área descobertas passiveis para a prática da agricultura.
Assim sendo, os campos cultivados e de pousio, na área de estudo estendem-se mais a sul da
área e também podem ser encontradas intercaladas por quase toda área ocupando uma área de
30278 hectares, equivalente a cerca de 44% do total da área de estudo.

O tipo de agricultura praticada na área de estudo é do itinerante, a população faz o uso de


uma porção de terra para a sua produção num intervalo de 2 a 3 anos, e depois abandona para
abertura de novas áreas deixando assim varias áreas degradadas pelas acções antrópicas. A
comunidade produz em pequenas parcelas com base no sistema de rotação de culturas, estas

30
áreas abandonadas são cedidas para outras actividades incluindo o estabelecimento das
plantações florestais (são normalmente cedidas para o estabelecimento de povoamentos
florestais por não ser necessário realizar o desmatamento da vegetação) já existente e também
ao mesmo constitui um mecanismo de recuperação de áreas degradadas na área de estudo e
redução dos níveis de emissões do dióxido de carbono através do sequestro do carbono.
Também, é possível observar que a comunidade produz em áreas húmidas de dambos sendo
que nestas áreas, os solos são mais férteis e podendo ser cultivados por longos períodos de
tempo.

Os habitats presentes nestas regiões são constituídos de áreas de miombos desmatados para
abertura dos campos para fins de produção agrícola num sistema de produção rotativa. Estas
áreas são essencialmente constituídas por áreas de pastos. Assim, para o actual trabalho de
pesquisa, estas áreas foram designadas como sendo elegíveis para o estabelecimento de
povoamentos florestais em particular do Eucalyptus grandis.

Florestas em afloramentos rochosos

Os afloramentos rochosos, estendem-se a norte da área de estudo, podendo ocupar uma área
de 30041 hectares, equivalente a cerca de 44% do total da área de estudo. A designação de
afloramentos rochosos, deriva pelo facto da ocorrência da vegetação em áreas
maioritariamente cobertas por rochas, geralmente em altitude que varia entre 1000 a 1350 m.

De modo geral, observou-se que este tipo de vegetação se encontra intercalada com as
florestas de baixa altitude, sendo a parte correspondente as áreas mais elevadas, pertence a
Serra Jesse, tendo como factor determinante os tipos de solos. Apresenta uma baixa
diversidade específica em toda sua extensão, mas com uma maior abundância, e nalguns
casos, com a ocorrência de espécies de maior preocupação para a conservação.

A sua estrutura vertical, é determinada por apresentar estratos diferenciados, na maioria dos
casos, três estratos, sendo o estrado superior com um dossel fechado. Os estratos abaixo,
apresenta espécies esciófilas, bastante tolerante a sombra. As espécies do estrato superior,
apresentam na sua maioria indivíduos com diâmetro a altura do peito (DAP) superior a 15
cm. Nas encostas das montanhas a diversidade específica, tem sido cada vez mais reduzida,
facto este, relacionado com as actividades antrópicas que ocorrem com maior intensidade,
destinadas ao abate de árvores de algumas espécies para a produção de carvão vegetal.

31
Para o actual estudo, estas áreas foram categorizadas como sendo não elegíveis para a
implantação de povoamentos florestais, em particular para espécie Eucalyptus grandis, facto
este relacionado com a alta densidade de espécies nativas, bem como a ocorrência de espécies
de maior preocupação para a conservação e de fauna. Por outro lado, a presença de rochas
tem uma grande influência para a exclusão destas áreas.

Áreas periodicamente inundadas


As áreas periodicamente inundadas, podem ser encontrados na parte sudoeste, em áreas
planas, podendo ocupar uma área de 1971.5 hectares, equivalente a cerca de 3% do total da
área de estudo. As áreas periodicamente inundadas na área de estudo ocorrem em áreas
planas, com um regime pluviométrico elevado, localizando-se a sudoeste na área de estudo,
particularmente nas comunidades de Mazogo e Lualeze, com extensas áreas usadas pelas
comunidades locais para a prática da pastagem de gado. Em termos específicos, são áreas
relativamente ricas em biodiversidade, sendo maioritariamente composto por espécies
herbáceas, alternadas por algumas espécies arbóreas com um número bastante irrisório. A
medida em que se afasta do centro, em direcção as bordas, regista-se um relativo incremento
de espécies arbóreas e da área basal das espécies.

A maioria das espécies arbóreas encontradas são de menor porte, com um número reduzido
dos indivíduos que compõem este tipo de formação florestal, e na maioria dos casos, podendo
a não chegar a atingir 15 metros de altura. Apresentam indivíduos, com diâmetros
relativamente menores, com diâmetro a altura do peito não superior a 20 cm.

Estas áreas geralmente sofrem grandes alterações durante os meses mais frios e secos, devido
a prática da agricultura, que consiste na abertura de pequenas áreas para a produção de
hortícolas por parte dos agricultores locais. Caracterizam-se por apresentar solos ligeiramente
ácidos com camada semi-permeável e boa drenagem. Entretanto, estas áreas são severamente
aptas para a implantação de empreendimentos florestais, uma vez que o volume por hectare
por ano esperado pode até chegar a atingir valores acima de 30 m3. Assim, estas áreas no
actual trabalho de pesquisa foram classificadas como sendo aptas.

Vegetação ribeirinha
A área de ocorrência da vegetação ribeirinha, corresponde a vegetação que se distribui na
margem do rio Lualeze, bem como nos rios secundários que formam uma rede hidrográfica
com o rio referenciado anteriormente, formando extensas áreas com uma função ecológica de
extrema importância, pelo facto de servirem como corredores ecológicos para diversas

32
espécies de animais, permitindo deste modo a conectividade entre os diversos habitats dentro
da área de estudo, bem como em áreas adjacentes. Este tipo de vegetação ocupa cerca de
1688.9 que equivale a 2% da área de estudo.

Esta tem a sua ocorrência na margem dos rios, pode ser determinado a vários factores, sendo
que o mais preponderante esta relacionado com os altos índices de humidade e tipos de solos.
Na sua composição vertical, tem apresentado dois estratos, embora nalguns casos, podendo
chegar a três, atingindo valores máximos de altura de cerca de 18 a 25 metros, com as copas
interlaçadas entre si propiciando para um total fecho do dossel.

Em termos da sua composição horizontal, apresentam uma elevada abundância de espécies,


com os indivíduos a apresentarem diâmetros vigorosos, podendo variar de 10 à 40 cm. Estas
áreas caracterizam-se por serem de grande preferência das comunidades locais para extracção
de lenha e abertura de campos de cultivo, facto que faz com que se registe uma enorme
redução da componente vegetal ao longo das margens dos rios.

Este tipo de formação vegetal, na actual pesquisa foi considerada como sendo áreas de grande
importância para preservação permanente, pelo facto de estes serem os responsáveis pela
regulação dos cursos de água, agindo como esponjas gigantes, e reterem a água durante as
inundações e solta-la durante o período seco. Assim, estas áreas foram categorizadas como
não elegíveis para o estabelecimento de povoamentos florestais.

Plantações exóticas
As plantações exóticas, correspondem as regiões povoadas por vegetação de espécies
exóticas como as plantações do género Pinus e Eucalyptus que se estendem mais para o
centro distribuídas mais a Este e Oeste da área de estudo, estas ocupam cerca de 3810
hectares, equivalente a cerca de 6% do total da área de estudo. As plantações distinguem-se
do outro tipo de vegetação através da sua estrutura e composição homogénea.

As plantações florestais desempenham um papel importante para a comunidade tanto para o


meio ambiente contribuindo para a redução da pressão sobre a madeira proveniente das
florestas nativas, ajudam na conservação do solo através da sua cobertura e também fornece
madeira de boa qualidade e com inúmeros fins. Por outro lado, as florestas plantadas
contribuem para a económia da comunidade e fornecem serviços ecossistémicos a nível local
e global, protegem as bacias hidrográficas combatendo a erosão e melhorando na qualidade
da água da região e servem de habitat para diversas espécies. No actual trabalho, estas áreas
foram classificadas como sendo elegíveis para o estabelecimento de povoamentos florestais.
33
O gráfico abaixo, mostra os principais usos da área de estudo onde as áreas de uso para a
produção agrícola (campos cultivados) corresponde a 44% da área total, estas terras
pertencentes a esta categoria correspondem a aquelas destinadas para o aproveitamento para
os fins de produção (áreas herbáceas, áreas em pousio, áreas descobertas e áreas arbustivas).
As florestas em afloramentos rochosos apresentam uma ocupação equivalente a 44% da área
de estudo sendo estas áreas cobertas por vegetação. As plantações exóticas correspondem a
5% da área de estudo sendo esta ocupada pelas plantações florestais/exóticas com espécies do
género Pinus e Eucalyptus, áreas pantanosas que encontram-se intercaladas com áreas
ocupadas por vegetação periodicamente inundadas ao longo de toda a extensão da área de
estudo correspondem a 3%. Por fim a vegetação ribeirinha em termos de cobertura ocupa 2%
da área de estudo, constituindo locais que mantem a conectividade entre os diferentes estratos
florestais. Para além das áreas ocupadas por diferentes tipos de vegetação, encontram-se área
com assentamentos humanos e áreas rochosas, 1% de ocupação para cada um conforme a
figura abaixo.

Ilustração 8: Estatísticas das classes de uso e cobertura do solo na área de estudo

4.3. Identificação das classes de altimetria

Após a realização do levantamento das classes altimétricas, obtiveram-se 4 classes


altimétricas nomeadamente: zonas baixas, vales ou zonas planas, zonas medianamente altas e
as zonas montanhosas, sendo estas bem distintas ao longo da área de estudo e as suas
altitudes variam de 1000 a 1800 m. A altimetria permitiu a realização da classificação das
classes de solos ao longo da bacia hidrográfica do rio Lualeze. Conforme ilustra figura
abaixo.
34
Ilustração 9: Distribuição das classes altimétricas da área de estudo
Em conformidade com os resultados alcançados na presente pesquisa pode-se verificar que
estes se assemelham com os resultados obtidos por Correia, 2014 onde apesar da diferença
existente entre as regiões. Em relação as classes de altimetria, constatou também que
aproximadamente metade do território, era composto por zonas com altitudes inferiores a 200
metros correspondentes as zonas baixas sendo que estas regiões foram mais observadas
principalmente ao longo da planície costeira. E o aumento da elevação do terreno no território
era observado principalmente no sentido SE-NO, sendo que as áreas com altitudes acima de
1.200 m eram em menor percentagem.

35
Zonas planas ou vales

Corresponde a zonas com superfícies de topografia horizontal ou com pequenos


desnivelamentos com altitude que variam de 1022 à 1218 m, esta classe possui uma ocupação
equivalente a %19 da área de estudo, estas áreas estendem-se mais a para Norte da área.

Zonas Baixas

Corresponde a regiões com superfície topográfica pouco movimentada apresentando declives


moderados com altitudes que variam de 1218 à 1331 m com uma ocupação equivalente a
69% da área de estudo e estas zonas estendem-se mais a Sul da área e podem ser também
localizadas em quase toda área de estudo estando intercaladas em pequenas áreas. Estas
regiões são constituídas por vegetação ribeirinha e são zonas preferidas pelas comunidades
locais para a prática da actividade agrícola por estas áreas possuírem boas condições
ambientais para esta prática.

Zonas Medianamente Altas

Corresponde a regiões com superfície topográfica movimentada constituídas por colinas


apresentando declives com altitudes que variam de 1331 à 1485 m com uma ocupação
equivalente a 10% da área de estudo, estas zonas estendem-se mais para Este e Oeste da área.
Nestas zonas a predomínio de vegetação arbustiva.

Zonas Montanhosas

Corresponde a regiões com uma superfície topográfica vigorosa com montanhas e


alinhamentos montanhosos possuindo desnivelamentos grandes e muito fortes com altitudes
superiores a 1485 metros. Esta classe pode ser encontrada estendida mais para Este e Oeste
da área de estudo. Estas zonas são caracterizadas por possuírem uma vegetação em
afloramentos rochosos e sendo áreas compostas por vegetação sempre verde. O tipo de solos
que ocorrem nestas regiões, são em geral rasos.

O gráfico abaixo, nota-se que aproximadamente mais da metade da área de estudo apresenta
altitudes inferiores a 1331 m nomeadamente, zonas baixas possuem maior ocupação
equivalente 69%. As zonas planas ou vales possuem uma ocupação de 19%. As zonas
medianamente altas possuem uma ocupação de 10% e por fim as zonas montanhosas com
uma ocupação de 3%. Das classes altimétricas encontradas na área de estudo as zonas baixas
foram as que mais se destacaram com maior percentagem de ocupação.

36
Ilustração 10: Descrição das estatísticas das classes altimétricas

4.4. Zoneamento edafoclimático do Eucalyptus grandis

O zoneamento de áreas elegíveis e não elegíveis para o estabelecimento de povoamentos


florestais, para o Eucalyptus grandis, providenciou informações de ocorrência de áreas de
maior potencial e de áreas com limitações ambientais, edáficas e climáticas. O mapa de
classificação das zonas para estabelecimento da espécie, ilustrado na figura abaixo foi obtido
a partir de avaliações feitas das características dos solos, altimetria e usos e cobertura de
solos. Em toda a extensão da área foram observadas apenas quatro classes de aptidão
edafoclimáticas: preferencial, pouco preferencial, recomendada e não recomendada.

Observando a figura abaixo, pode-se observar que o Eucalyptus grandis é uma espécie que
possui boa aptidão edafoclimática e as suas áreas aptas se estendem por quase toda a área de
estudo, limitando-se apenas na região Norte da área de estudo através da existência de
floresta densa. As regiões aptas para o estabelecimento do Eucalyptus grandis centram-se
mais em regiões predominância de solos argilosos vermelhos óxidos sendo os solos com
aptidão preferencial na área de estudo. Importa ainda referir que, as áreas não aptas para o
estabelecimento do Eucalyptus grandis, tem como factores limitantes a ocorrência de
florestas densas, áreas rochosas, áreas periodicamente inundadas e vegetação ribeirinha, por
se tratar de áreas destinadas a conservação.

37
Ilustração 11: descrição das classes de zoneamento edafoclimático do Eucalyptus
grandis.
O zoneamento edafoclimático permite definir uma ordem de prioridade dos factores
ambientais que podem influenciar directamente ou indirectamente no crescimento e
desenvolvimento do Eucalyptus grandis. Os mapas temáticos mostram as regiões aptas e
inaptas para o estabelecimento dessa espécie de acordo com os parâmetros edáficos e
climáticos da bacia hidrográfica do rio Lualeze, em relação aos factores de temperatura e
precipitação media anual a bacia hidrográfica possui condições favoráveis para o
estabelecimento da espécie. Resultados similares também foram encontrados ainda por
Gonçalves et al., (2004 cit. em Correia, 2014), que constatou que maior parte das regiões
Centro, Norte e Nordeste apresentaram a classificação de áreas inaptas para o cultivo dessa
espécie e que a produtividade das plantações do E. grandis são limitados pela existência de
afloramentos rochosos que ocorrem em áreas mais elevadas e áreas designadas para a
conservação de espécies de flora (vegetação ribeirinha, áreas inundadas e florestas densas).

38
Em conformidade com os resultados obtidos no presente estudo pode-se verificar que estes
diferem dos resultados obtidos por Higa et al., 2008, devido a diferença de espécie que foi
estudada. Para a espécie p. taeda verificou-se que as áreas com a classe de aptidão
preferencial estavam localizadas nas regiões com maior altitude e nessas áreas não ha
restrições de solos e com uso de sementes e práticas silviculturais adequadas, a espécie pode
apresentar altas produtividades. Já para a classe de aptidão recomendada, De acordo com
Bognola (2007, cit. em Higa et al., 2008), entre as classes de solos mais adequados, estão os
profundos e bem drenados com grande espessura do horizonte A (alto teor de matéria
orgânica). Por fim verificou-se que para a classe de aptidão não recomendada consta as
regiões de transição, onde embora não existam restrições do ponto vista climático, mas o
incremento volumétrico é inferior em relação as outras classes.

Na figura abaixo, pode-se observar que, de forma geral as áreas disponíveis na área de estudo
(não contabilizando as áreas de preservação permanente APP), a área referente ao conjunto
destas restrições corresponde a 50% da área de estudo, estas regiões possuem a classe de
aptidão não recomendada para o plantio do Eucalyptus grandis, já para as áreas potenciais
disponíveis sem considerar as limitações perfazem 50% da área remanescentes. Dos 50%
elegíveis, 26% correspondem a classe de aptidão preferencial; 20% correspondem a classe de
aptidão recomendada e 4% correspondem a classe de aptidão pouco preferencial.

Ilustração 12: Descrição das estatísticas das classes de aptidão edafoclimática do


Eucalyptus grandis

39
4.5. Resumo detalhado das classes aptidões de solos

Uso e cobertura de
Classificação do solo ha ha ha Há Drenagem Aptidão
solos
Campos cultivados Argilosos vermelhos óxidos 8943,5 1613,3 1829,1 3339,4
Boa Preferencial
Plantação exótica Argilosos vermelhos óxidos 1286,4 285,2 275,8 454
Subtotal 10230 1898,5 2104,9 3793,4

Líticos 815,2 148,9 251,5 646,1 Excessiva


Campos cultivados
Vermelhos de textura média 649,2 39,6 11,4 14 Boa Recomendado
Plantação exótica Líticos 33,8 0,8 1,5 0,3 Excessiva
Subtotal 1498,2 189,3 264,4 660,4

Líticos 5584,9 1131,3 1465,9 3030,5 Excessiva


Campos cultivados
Vermelhos de textura média 562 55,9 72,5 74,2 Boa Pouco preferencial
Plantação exótica Líticos 640 167,1 212 453,9 Excessiva
Subtotal 6786,9 1354,3 1750,4 3558,6

Argilosos vermelhos óxidos 77,5 21,8 16,5 24,6 Boa


Assentamentos Líticos 130 45 37,4 59,2 Excessiva
Vermelhos de textura media 0,5 Boa

Argilosos vermelhos óxidos 4479,6 768,4 948,4 2009,7 Boa


Hidromórficos 62,7 10,2 9,2 17,1
Floresta
Líticos 10603 2002,2 2654,2 5663,7 Excessiva Não recomendado
Vermelhos de textura media 734,1 26,2 23,5 28,2 Boa

Pântanos Hidromórficos 1220,3 217,3 207,5 326,4


Rochas Líticos 257 30,6 47,1 101,4 Excessiva

Vegetação ribeirinha Hidromórficos 907,9 194,4 209,1 377,5

Subtotal 18473 3316,1 4152,9 8607,8

Tabela 2: Descrição das classes de zoneamento edafoclimático do Eucalyptus grandis

40
CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusões

Com base nos resultados obtidos na presente pesquisa, pode concluir-se que:

Em relação ao mapeamento das classes de declividade conclui-se que mais da metade da área
de estudo caracteriza-se por possuir altitudes inferiores a 1331 m correspondente as zonas
baixas com uma ocupação equivalente a 69% da área de estudo. As zonas planas ou vales
apresentaram uma ocupação de 19%. As zonas medianamente altas apresentaram uma
ocupação equivalente a 10% e por fim as zonas montanhosas apresentaram uma ocupação
equivalente a 3% respectivamente.

Quanto as classes de solos mapeadas na área de estudo, constatou-se que os solos líticos foi a
classe de solos apresentou maior ocupação com cerca de 53% da área de estudo. Os solos
argilosos vermelhos óxidos apresentaram uma ocupação equivalente a 38%. Por último as
classes de solos vermelhos de textura media e solos hidromórficos foram as que menos se
destacaram apresentando menor percentagem de ocupação com 3% e 6% respectivamente.

Quanto ao uso e cobertura do solo constatou-se que das 7 classes encontradas, as classes que
apresentaram maiores percentagens de ocupação foram: os campos cultivados e as florestas
em afloramentos rochosos com uma ocupação equivalente a 44% e 44% respectivamente.

As plantações exóticas apresentaram uma ocupação equivalente a 6%. As áreas


periodicamente inundadas apresentaram uma ocupação equivalente a 3%. A vegetação
ribeirinha apresentou uma ocupação equivalente a 2%. Por fim as classes de uso classificadas
como áreas rochosas e assentamentos humanos apresentaram as menores percentagens de
ocupação com 1 e 1 respectivamente.

Quanto as áreas elegíveis e não elegíveis para o estabelecimento do Eucalyptus grandis


constatou-se que 50% da área de estudo possui a classe de aptidão recomendada (não elegível
para o estabelecimento). As áreas aptas para o estabelecimento do Eucalyptus grandis
somaram cerca 34 089.2 ha do total equivalente a 50% da área, estas regiões foram
classificadas como sendo áreas elegíveis por possuírem condições edafoclimáticas para o
estabelecimento desta espécie. A classe de aptidão preferencial apresentou uma ocupação
equivalente a 26%. A classe de aptidão recomendada apresentou uma ocupação equivalente a

41
20%. E por fim a classe de aptidão pouco preferencial apresentou uma ocupação equivalente
a 4% da área de estudo. As melhores condições para o desenvolvimento do Eucalyptus
grandis são encontradas em regiões com precipitação acima dos 1200 mm e que estejam bem
distribuídas durante todo ano e quanto aos solos argilosos vermelhos óxidos apresentam
classificação de aptidão preferencial para o plantio do E. grandis. E os solos líticos e as zonas
que apresentam esta classe de solos são áreas classificadas para o presente estudo com
aptidão não recomendada para o plantio do Eucalyptus grandis.

5.2. Recomendações

Com base nas conclusões do presente estudo recomenda-se:

 A não realização do estabelecimento de povoamentos florestais com a espécie do


Eucalyptus grandis em áreas não elegíveis nomeadamente nas áreas de florestas
densa, áreas periodicamente inundadas, nos assentamentos humanos, nas rochosas;

 A realização de mais estudos deste género e sua divulgação a nível do pais,


abrangendo também mais espécies florestais de modo a reduzir os impactos
ambientais, sociais e económicos do estabelecimento das espécies em áreas não
elegíveis;

 Realização de mais estudos sobre as exigências edafoclimáticas do Eucalyptus


grandis, uma vez que a literatura carece dessas informações sobre esta espécie;

 Utilização de imagens de satélite isentas de nuvens para a minimizar erros no


processo de classificação e estimar com precisão as áreas de cada classe de cobertura
e cobertura do solo;

 Que a comunidade coopere com as entidades responsáveis pela gestão dos recursos
naturais para se manter um ambiente de integridade e interactivo nas tomadas de
decisões correctas de modo a garantir uma gestão integrada sobre os ecossistemas.

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