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Declaração de Honra..................................................................................................................v
Agradecimentos........................................................................................................................vi
Dedicatória...............................................................................................................................vii
Lista de Tabelas........................................................................................................................ix
Resumo......................................................................................................................................xi
CAPITULO I: INTRODUÇÃO...............................................................................................12
1.2. Delimitação.......................................................................................................................13
1.3. Justificativa.......................................................................................................................13
1.4. Objectivos.........................................................................................................................14
1.5. Problematização................................................................................................................15
1.6. Hipóteses...........................................................................................................................16
1.7. Relevância.........................................................................................................................17
2.2. Má nutrição.......................................................................................................................19
iv
2.2.1. Desnutrição....................................................................................................................20
2.2.2. Hipernutrição..................................................................................................................22
3.3.1. Universo.........................................................................................................................30
v
4.1. Resultados da observação aos moradores do bairro Adine3.............................................34
5.1. Conclusões........................................................................................................................46
Sugestões..................................................................................................................................47
Referências Bibliográficas.......................................................................................................49
APÊNDICES............................................................................................................................LI
vi
Declaração de Honra
Declaro por minha honra que este trabalho de Monografia Científica é resultado da minha
pesquisa individual e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as
fontes consultadas estão devidamente mencionadas no corpo textual e na bibliografia.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra Instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
___________________________________
vii
Agradecimentos
Muitas pessoas contribuíram para que este trabalho fosse levado a bom termo pelo que quero
externar os agradecimentos:
À Deus, todo grande e poderoso, por ter me dado saúde e forças na realização deste trabalho.
Ao meu supervisor, dr. Adelino Mualape, que duma forma incansável me ajudou na
orientação do presente trabalho.
Aos meus pais, que me deram o prazer e a responsabilidade de eu nascer nesta maravilhosa
África continente do futuro, com abraço, pela honestidade e educação informal que contribuiu
para a minha personalidade individual.
À minha irmã Ana Lúcia Papusseco, que considero ser heroína por me ter dado o seu apoio
moral e psicológico assim como incentivo nas horas difíceis e de desânimo ao longo da
formação.
À todos docentes do curso de Licenciatura em Ensino de Biologia que fizeram parte desta
formação académica, que duma forma enérgica, se dedicaram tanto contribuindo para minha
transformação intelectual e científica, através das disciplinas por eles leccionadas durante os
quatro anos que durou o curso.
À todos que de uma forma directa ou indirecta não se cansaram de me dar forças, dando-me
apoio incondicional para o estudo se tornasse realidade.
viii
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais, que me deram o prazer e a responsabilidade de eu nascer
nesta maravilhosa África continente do futuro, com abraço, pela honestidade e educação
informal que contribuiu para a minha personalidade individual.
À minha irmã de nome Ana Lúcia Papusseco, que considero de ser heroína por me ter dado o
seu que me deu amor e apoio moral e psicológico assim como incentivo nas horas difíceis de
desânimo.
ix
Lista de Símbolos e Abreviaturas
a.C - antes de Cristo
CED- Centro de Ensino à Distância
E.T.D.S.C.C. - Enfermeiros e técnicos da Direcção da Saúde da Cidade de Cuamba
SPSS- Pacote Estatístico para as Ciências Sociais
O.M.S. – Organização Mundial da Saúde
D.D.S. – Direcção Distrital de Saúde
T.D.D.S.M.A.S.C.C. – Técnicos da Direcção Distrital da Saúde Mulher e Acção Social da
Cidade de Cuamba
dr. – Doutor
DP – Desvio padrão
x
Lista de Tabelas
Tabela 1: composição amostral ……………………...…………….……..…………...……...30
Tabela 2: Causas da falta de acompanhamento hospitalar …………….………...….………..37
Tabela 3 – 10: Vide nos anexos ……………………………………...……………............…60
xi
Lista de Gráficos e figuras
Gráfico1: Distribuição das idades dos residentes questionados…………………...…………34
Figura 1: Desnutrição em Moçambique por faixa etária, 2008 ……………………...………28
Gráfico 2: Distribuição dos residentes questionados por sexo …………………...………….35
Gráfico 3: nível de ensino dos participantes deste estudo ………………..…...……………..35
Gráfico 4: distribuição dos participantes nesse estudo por profissão. ……………...…..……36
Gráfico 5: distribuição das mulheres grávidas atendidas “pré-natalmente” ………….……...37
Gráfico 6: condição de nascimento das mulheres inqueridas ……………...…...…………....38
Gráfico 7: distribuição dos residentes por abastecimento de água ………...………...………39
Gráfico 8: distribuição dos inqueridos por iluminação eléctrica …………………...………..39
Gráfico 9: distribuição das idades dos enfermeiros entrevistados ………...………...……… 40
Gráficos 10 – 22: vide nos anexos …………………………………...……………...........….60
xii
Resumo
O presente trabalho intitulado: “Avaliação das Causas da Má Nutrição em Crianças de 0-5 anos de Idade –
Caso do bairro Adine3 (2016 à 2017) ”, tem como objectivo encontrar e explicar as suas principais causas. Foi
usado o método teórico, hipotético-dedutivo e estatístico com vista a compreender o modo de vida e fazer um
levantamento de crianças mal nutridas pertencentes à famílias do mesmo bairro. Os dados deste estudo foram
recolhidos através de referência bibliográfica, questionário, entrevistas e a observação; de uma amostra de 99
indivíduos da Cidade de Cuamba. Nestas condições foi constatado, durante a pesquisa, que há famílias do bairro
Adine3 com crianças mal nutridas devido as condições sanitárias inadequadas, consumo de alimentos de baixo
teor de vitaminas e nutrientes e insuficiência da alimentação das mães no período pôs parto. Os resultados
mostram que a maioria dos casos de má nutrição em crianças de 0-5 anos do bairro em causa é devido,
igualmente, a outros factores tais como baixo poder económico, maus hábitos alimentares e diarreias. Conclui-se
que a má nutrição é um problema da saúde pública ligada a insuficiência de orientação e/ou informação e os
cuidados de saúde inadequados são causas marcantes desta problemática. Foi sugerida a intervenção de todos,
pondo em prática os conhecimentos adquiridos neste estudo, de forma a mudar as atitudes e acções de modo a
melhorar a saúde das crianças mal nutridas.
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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema ʺavaliação das Causas da Má Nutrição em Crianças de
0-5 anos de Idade – Caso do bairro Adine3 (2016 à 2017). ʺ Sabe-se a má nutrição em
crianças de 0 aos 5 anos de idade é um problema actual que preocupa as autoridades mundiais
e principalmente o Governo moçambicano. Diante dessa preocupação mundial e em particular
do crescente registo de crianças malnutridas no bairro Adine 3, formulou-se o problema
estudado nesta pesquisa.
A matéria revela-se escassa nas fontes bibliográficas e o seu tratamento merece destaque na
tentativa de melhorar a qualidade de vida das crianças de 0 aos 5 anos, contribuindo assim
para a erradicação de futuras doenças que possam surgir, pois o estado nutricional na faixa
etária escolhida determina a condição de saúde do futuro adulto. Partindo do pressuposto de
que a alimentação é essencial para o desenvolvimento integral da criança nos seus primeiros 5
anos, a presente pesquisa teve como objectivo encontrar e explicar as causas da má nutrição
em crianças de 0-5 anos de idade do bairro Adine3. Para o alcance deste objectivo, levou-se a
cabo uma pesquisa do tipo explicativa, cujos procedimentos foram de estudo de campo e
pesquisa-acção e com uma abordagem do tipo quali-quantitativa. Os dados pertinentes ao
estudo foram recolhidos através de questionário, entrevistas e a observação; a partir de uma
amostra de 99 indivíduos escolhida de uma forma aleatória.
Os resultados mostram que a maioria dos casos de má nutrição em crianças de 0-5 anos de
idade no bairro Adine3 é devido ao baixo nível económico, insuficiência de cuidados de saúde
aliada a falta de informação sobre cuidado que deve ser dada à alimentação das crianças.
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Capitulo IV onde é feita a análise, interpretação e discussão dos resultados do estudo, e por
fim Capítulo V, onde são dadas as conclusões e sugestões consideradas pertinentes para a
melhoria da saúde das crianças mediante os resultados obtidos.
Segundo Lakatos (1991,p.102) “tema é um assunto que deseja provar ou desenvolver, que
pode surgir de uma dificuldade prática enfrentada pelo coordenador da sua curiosidade
científica, desafios encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria teoriaˮ.
Este trabalho tem como tema: Avaliação das Causas da Má Nutrição em Crianças de 0-5 anos
de Idade - caso do Bairro Adine 3 (2016 à 2017). E o seu objecto de estudo focalizou-se na
abordagem sobre nutrição infantil (crianças de 0-5 anos de idade), com objectivo de encontrar
e explicar as causas da má nutrição em crianças de 0-5 anos de idade do bairro Adine 3.
1.2. Delimitação
Este estudo decorreu no distrito de Cuamba concretamente no bairro Adine 3, no período de
2016 à 2017. Portanto, o trabalho tem dimensão espácio-temporal, pois identificou factores
associados a má nutrição em crianças de 0-5 anos de idade no bairro Adine 3, Cidade de
Cuamba, nos últimos 2 anos.
O presente tema enquadra-se na disciplina de Biologia, 8ª classe, concretamente na unidade 3,
que trata sobre metabolismo no organismo.
1.3. Justificativa
Segundo Lakatos e Marconi (1991, p. 15) justificativa “consiste numa exposição sucinta,
porém, completa razões de ordem teoria dos motivos de ordem prática que tornam importante
a realização da pesquisa.”
As razões da escolha deste tema é pelo facto de o autor verificar um elevado número de
crianças no bairro Adine3 malnutridas. Diante deste facto, surgiu o interesse de desenvolver a
temática desta natureza. Além disso, durante debates protagonizados pelo autor com colegas,
amigos e representantes de famílias residentes na cidade de Cuamba sobre a má nutrição nas
crianças de 0 aos 5 anos, despertou interesse no autor a abordar este tema, visto que segundo
Martins (2009, p.07) “a má nutrição também pode ser devido ao consumo excessivo de
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nutrientes”, que é um problema decorrente do desenvolvimento e no bairro Adine3 é possível
encontrar famílias de diferentes níveis económicos e hábitos alimentares.
Há quem pode querer questionar por que um professor se interessou sobre este tema muito
ligado a saúde. Mas a razão é muito convincente. Um educador comprometido com o seu
trabalho procura sempre resolver os problemas da população inserida no meio onde se
localiza a sua escola e a sua comunidade. Por que as crianças hoje malnutridas futuramente irá
trazer esse problema na escola na qualidade de aluno. E nesse momento, pode ser tarde, para
uma intervenção sustentável. Por isso, o autor julga ser imprescindível traçar linhas de
orientação das comunidades, segundo um perfil educativo para a melhoria da vida dos
cidadãos.
A escolha da faixa etária de 0 aos 5 anos de idade é pelo facto de Zancul (2004) afirmar que
“o estado nutricional na faixa etária escolhida determina a condição de saúde do futuro adulto,
contribuir no aumento do nível de desenvolvimento cognitivo”, que resultará em alto
aproveitamento escolar, como também o aumento das habilidades no local de trabalho e o
potencial ao longo da vida activa, assim como para a economia.
Os resultados desta pesquisa serviram de base para melhorar não só a saúde da criança, mas
também contribuiu para proporcionar uma vida livre de doenças, porque é nesta fase que se
verifica um intenso desenvolvimento da criança, contribuindo desde cedo, para uma boa
qualidade de vida e prevenção de infecções e patologias, que pode trazer consequências
(obesidade, subnutrição e outros distúrbios alimentares), imediatas e futuras para a criança,
família e ao país em geral.
1.4. Objectivos
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Identificar actividades realizadas pelo sector da saúde na disseminação da informação
sobre má nutrição.
1.5. Problematização
Segundo Gil (2006, p. 50), “problema é qualquer questão não resolvida e que é objecto de
discussão, em qualquer domínio do conhecimento”.
Desde a sua existência, o ser humano se preocupou em prolongar a sua vida, evitando a morte
precoce, ou seja, recorrendo a vários métodos de prevenção e combate a doenças ou
enfermidades. Apesar deste esforço e de avanço tecnológico no geral e da medicina em
particular, persistem casos de doenças que levam a morte de milhares de pessoas no mundo,
com mais destaque nos países em via de desenvolvimento, em que Moçambique faz parte, tais
como: doenças diarreicas (a cólera), doenças de pele (sarna), a desnutrição, a obesidade, entre
outras doenças negligenciadas.
Contudo, verifica-se que não é só uma diminuição na ingestão de nutrientes que pode
condicionar a má nutrição, pois também pode ser devido ao consumo excessivo de nutrientes;
além disso, determinantes biológicos, como a constituição genética, sexo, ambiente intra-
uterino, estatura dos pais, assim como factores ambientais, sócio económicos, culturais e
também influenciam o processo de crescimento e desenvolvimento do Homem. Estes aspectos
resultam de um desequilíbrio entre as necessidades corporais e o consumo de nutrientes
essenciais.
Ora, o crescimento do corpo humano é um processo complexo e não linear durante as várias
fases da vida, considerando-se os primeiros anos de vida, um dos períodos mais vulneráveis.
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(JELLIFFE & JELLIFFE, 1989, p. 123), pois, o organismo encontra-se ainda frágil e em
processo de desenvolvimento.
Diante dos factos acima arrolados, levanta-se a seguinte questão: Quais as principais causas
associadas à má nutrição em crianças de 0-5 anos de idade no bairro Adine3?
1.6. Hipóteses
1.6.1. Hipótese básica
A falta de boa nutrição em crianças de 0 - 5 anos de idade do bairro Adine3 pode estar
associada ao baixo nível económico da comunidade daquele bairro.
b) Variáveis independentes
Variáveis biológicas
i. Sexo: masculino, feminino
ii. Idade da criança: em meses
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Variáveis socioeconómicas
i. Renda mensal familiar per capita
ii. Posse de bens de consumo das famílias: geladeira, ventilador, televisão.
iii. Alfabetização: analfabeta, lê e escreve
iv. Nível de ensino: 5ª classe, 7ª Classe, mais que 7ª Classe,
Variáveis ambientais
i. Número de pessoas por casa: 1-3 pessoas, 4-6 pessoas, mais que 6 pessoas
ii. Condições das habitações
iii. Abastecimento de água: com ou sem canalização interna
iv. Destino do lixo: colecta pública ou não
v. Presença de casa de banho
Variáveis reprodutivas
i. Idade materna: em anos
ii. Assistência pré-natal: sem assistência, menos de 6 consultas, seis ou mais
consultas
iii. Peso ao nascer: baixo peso (menor de 2500g), peso insuficiente (2500 a
2999g), peso adequado (maior ou igual a 3000g). As crianças com peso ao
nascer igual ou superior a 4000g foram agrupadas juntamente com as de peso
adequado.
iv. Aleitamento materno: Não recebeu leite materno e recebe ou recebeu leite
materno.
A associação entre as variáveis foi mesurada através da razão de prevalência e do teste qui-
quadrado, considerando-se o nível de significância estatístico de 5%.
1.7. Relevância
1.7.1. Relevância Social
O estudo da má nutrição em crianças de 0 aos 5 no bairro Adine3 é pertinente, pois contribuiu
para a erradicação de futuras doenças em crianças da cidade de Cuamba. O tema ajudou a
solucionar o problema da má nutrição em crianças observadas naquela região em estudo. A
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avaliação das causas da má nutrição em crianças de 0 aos 5 no bairro Adine3 é pertinente,
pois contribuiu para a erradicação de futuras doenças, aumento no nível de desenvolvimento
cognitivo que resultará em alto aproveitamento escolar, como também o aumento das
habilidades no local de trabalho e o potencial ao longo da vida activa, contribuindo assim para
a economia da cidade de Cuamba, pois sustenta-se que o estado nutricional na faixa etária
escolhida determina a condição de saúde do futuro adulto.
Olhando a parte a académica a pesquisa, serve como fonte de estudo e obras do homem do
amanhã. Por se tratar de um trabalho de pesquisa, permitiu o aprofundamento dos conteúdos
adquiridos durante a formação na disciplina de Bioquímica e Fisiologia Animal e Humana,
bem como a produção de um conhecimento científico de iniciação à pesquisa. Além disso, os
resultados desta pesquisa serão aproveitados no enriquecimento literário do público em geral
nos aspectos relacionados com a má nutrição.
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CAPÍTULO II: MARCO TEÓRICO
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2009), a nutrição pode ser definida como a
ingestão de alimentos ou ciência que estuda a composição dos alimentos, levando em
consideração as necessidades nutricionais do indivíduo.
A boa nutrição com dieta adequada e balanceada, combinada com actividade física regular
são fundamentais para uma boa saúde. A má nutrição pode levar à redução da imunidade,
aumento da susceptibilidade a doenças, sendo prejudicial ao desenvolvimento físico e mental,
reduzindo a produtividade.
Portanto, podemos perceber que oferecer uma boa alimentação a criança é questão de atenção
especial, pois é importante variar a alimentação para que o organismo receba todos os tipos de
nutrientes, vitaminas, proteínas, carbohidratos, etc., e possa assim desenvolver-se durante seu
crescimento para a vida adulta com o máximo de qualidade.
2.2. Má nutrição
Má nutrição é definida como algo global, resultado do desequilíbrio entre as necessidades do
corpo e a ingestão de nutrientes. Com isso, a consequência é a deficiência, a toxicidade ou a
obesidade. (MARTINS, 2009, p.07).
Para Ismael (2013, p.5), “pode ser o resultado de uma diminuição da ingestão de nutrientes
(desnutrição) ou de um consumo excessivo (hipernutrição). Ambas as condições são o
resultado de um desequilíbrio entre as necessidades corporais e o consumo de nutrientes
essenciais”. Em suma entende-se por má nutrição como sendo a falta ou excesso de nutrientes
no organismo, resultando num desequilíbrio corporal que de acordo com a gravidade pode
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levar a morte. A má nutrição é causada pela diminuição de nutrientes, que seria a
subnutrição/desnutrição, ou pelo aumento excessivo da alimentação, mais conhecida como
hipernutrição/ a toxicidade ou a obesidade.
2.2.1. Desnutrição
A desnutrição também chamada subnutrição ocorre quando o aporte de alimento é
insuficiente para suprir as necessidades nutricionais. “É responsável por mais de 1/3 das
mortes de crianças em todo o mundo. As crianças desnutridas são menos capazes de resistir a
infecções, agravando ainda mais o estado de nutrição.” (ROMANI; LIRA, 2004).
A desnutrição infantil é a principal causa subjacente contribuinte para o elevado nível de
mortalidade infantil em Moçambique.
A desnutrição crónica é definida como baixa estatura para a idade (crianças baixinhas), a
baixa estatura para a idade desenvolve-se no período entre a concepção e os dois anos, e
dificilmente é recuperada depois desse período.
Assim, a desnutrição crónica, é causada pela desnutrição tanto da mãe antes e durante a
gravidez, e na lactação, bem como da criança durante os primeiros dois anos de vida. Esta
falha precoce de crescimento aumenta a mortalidade na primeira infância e diminui a função
cognitiva, mental e motora da pessoa, reduzindo o rendimento escolar e produtividade da
pessoa. Alguns autores estimaram que, em Moçambique, as perdas de produtividade por
desnutrição crónica são da ordem de 2-3% do Produto Interno Bruto (KHAN et al., 2004)
apud Martins (2009, p.60). A desnutrição crónica pode ser eliminada em crianças menores de
dois anos de idade; ela não tem origem genética, e crianças de todas raças têm o mesmo
potencial para crescer (WHO, 2006, p.56) apud Martins (2009, p.64).
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Desnutrição Aguda (Peso/Altura) é definida como baixo peso para a altura (criança magra
para a altura; magrinha). A desnutrição aguda pode aparecer em qualquer época da vida como
resultado duma redução de consumo ou associado a infecções. Pode ser recuperada
facilmente, através de boas práticas alimentares e cuidados de saúde adequada (KHAN et al.,
2004) apud Ismael (2013).
Desnutrição actual (Peso/idade) é definida como baixo peso para a idade. É o indicador
normalmente usado pelo sistema de Saúde para o controle de crescimento dos menores de 5
anos (cartão de saúde da criança); e serve para monitorar o crescimento da mesma (ISMAEL,
2013, p.6).
Segundo ROCHA, et al (2007, p.288), dentre os factores que contribuem para a desnutrição
na criança encontram-se as suas necessidades relativamente maiores, tanto de energia como
de proteínas, em relação aos demais membros da família; o baixo conteúdo energético dos
alimentos complementares utilizados e administrados com frequência insuficiente; a
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disponibilidade inadequada de alimentos devido à pobreza, desigualdade social, falta de terra
para cultivar e problemas de distribuição intra-familiar; as infecções virais, bacterianas e
parasitárias repetidas, que podem produzir anorexia e reduzir a ingestão de nutrientes, sua
absorção e utilização, ou produzir a sua perda; as fomes causadas por secas ou outros
desastres naturais ou guerras; as práticas inadequadas de cuidado infantil tais como
administração de alimentos muito diluídos e/ou não higienicamente preparados.
Muitos outros factores podem contribuir para as elevadas taxas de desnutrição infantil,
principalmente a instabilidade política, fraco crescimento económico, doenças infecciosas
frequentes, falta de educação, fraca qualidade de cuidados primários de saúde (UNICEF,
2007; BLACK, 2008; VICTORA, 2008) apud Monte (2000, p.288).
2.2.2. Hipernutrição
Ela também é chamada por má nutrição por excesso de nutrientes ou obesidade. Ela é
decorrente da ingestão em excesso de nutrientes essenciais para o corpo ou por meio da
utilização exagerada de vitaminas ou suplementos alimentares. A hipernutrição ocorre em
estágios, sendo que no primeiro estágio acontecem alterações na concentração de nutrientes
no sangue. Posteriormente, as alterações são notadas nos níveis das enzimas e no mau
22
funcionamento de órgãos e tecidos do corpo, resultando em doenças que são prejudiciais à
saúde, podendo levar inclusive à morte.
A hipernutrição – é determinada pelo Índice de Massa Corporal, que se calcula através do
peso da pessoa dividido pela altura ao quadrado; quando o resultado é igual ou superior a 25
diz-se que a pessoa tem sobre-peso e quando é igual ou superior a 30 diz-se que a pessoa é
obesa. (ISMAEL, 2013, p.6).
Segundo Coana, et al (2012), diversos factores podem causar obesidade infantil. Entre as mais
comuns estão factores genéticos, má alimentação, sedentarismo ou uma combinação desses
factores. Além disso, a obesidade em crianças também pode ser decorrente de alguma
condição médica, como doenças hormonais ou uso de medicamentos a base de corticoides.
Apesar de ser uma doença com influência genética, nem todos os pais e mães com obesidade
também terão filhos com o problema, assim como pais e mães dentro do peso podem gerar
filhos com obesidade. Isso porque a obesidade infantil também tem ligação com os hábitos
alimentares da criança e da família, bem como a realização de actividades físicas. Dessa
forma, a alimentação da criança a quantidade de exercício que ela pratica são factores
determinantes para o aparecimento da obesidade infantil, ainda que exista histórico familiar
do problema. (COANA, et al , 2012).
Segundo Martins (2009, p.67) “o estado nutricional é o resultado da relação entre o consumo
de alimentos e as necessidades nutricionais.” A avaliação do estado nutricional serve para
identificar indivíduos em risco, colaborar para a promoção ou recuperação da saúde e
monitorizar a sua evolução. Um parâmetro isolado não pode ser usado como indicador fiável
da condição nutricional de um indivíduo, sendo necessário associar vários indicadores do
estado nutricional para aumentar a precisão do diagnóstico.
“Na prática clínica, utilizam-se vários métodos, tais como a análise da história clínica,
dietética e psicossocial, dados antropométricos e bioquímicos.” (MARTINS, 2009, p.67-68).
23
2.3.1. Diagnóstico da desnutrição
Existem diversos métodos de diagnosticar a desnutrição. Eles vão desde uma avaliação clínica
(observação de características como peso, altura e idade) até uma completa avaliação do
estado nutricional do paciente, incluindo, além da análise clínica, dados sobre alimentação,
avaliação bioquímica e imunológica, avaliação metabólica e diagnóstico nutricional. Os
profissionais capacitados para fazer tal diagnóstico são o nutricionista e o médico. (MAHAN,
1995).
a) História clínica
A avaliação e cuidadoso acompanhamento clínico da criança é o guia mais importante para o
diagnóstico e para definir e monitorizar o tratamento da criança. A clínica da criança é
soberana em todos os momentos do tratamento, inclusive nas situações de impossibilidade de
realização ou de dificuldades de interpretações de exames laboratoriais. Onde os recursos
permitirem, exames laboratoriais podem ser feitos para ajudar no tratamento. (MONTE, 2000,
p.289).
b) Exame clínico
No entanto, é importante lembrar que, no caso da criança desnutrida grave, a interpretação dos
resultados dos exames deve ser cuidadosa, uma vez que os mesmos podem ser alterados pela
própria desnutrição, confundindo os trabalhadores de saúde menos experientes. (MONTE,
2000, p.290).
c) Determinação do estado nutricional
A antropometria é o método básico utilizado para avaliar o estado nutricional e estabelecer o
perfil nutricional de populações em virtude de sua praticidade e baixo custo. Baseia-se na
medição das dimensões físicas do corpo humano, o que pressupõe o uso de referências,
cuidadosamente definidas e descritas, para a padronização dos seus procedimentos e medidas.
A avaliação antropométrica é considerada a técnica mais utilizada, quer em epidemiologia,
quer na prática clínica, uma vez que é um método não invasivo, de fácil utilização e
padronização, indolor, de baixo custo, permitindo uma avaliação rápida do risco de
desnutrição no ser humano.
Segundo Martins (2009, p.79) “os parâmetros antropométricos mais avaliados são o peso,
altura, perímetro cefálico, pregas tricipital, subcutânea, e a circunferência muscular do braço
esquerdo. Os dados antropométricos permitem calcular indicadores do estado nutricional:
altura por idade (A/I), peso por altura (P/A) e peso por idade (P/I)”.
24
O índice A/I é um indicador que reflecte uma situação de desnutrição reportado ao passado.
Um afastamento deste indicador abaixo de -2 desvios padrões (DP) indica que a criança tem
um défice de altura para a idade, mas um desvio menor que -3 DP indica uma situação mais
severa de desnutrição crónica. Por conseguinte, o índice A/I mede os efeitos de uma
desnutrição crónica. Por esta razão não serve para avaliar mudanças bruscas ou sazonais da
disponibilidade de alimentos.
O índice P/A é um indicador que reflecte o estado nutricional presente. Quando o seu valor
está abaixo de -2 DP é indicativo de que a criança é portadora de desnutrição aguda. Este é
um indicador útil para monitorizar intervenções clínicas em casos de desnutrição e na
reabilitação nutricional.
Em crianças, os índices antropométricos mais frequentes utilizados são o peso-para-idade, a
estatura-para-idade e o peso-para-altura e, mais recentemente, o índice de massa corporal-
para-idade (IMCidade). Esses índices são obtidos comparando-se as informações de peso,
altura, idade e sexo com curvas de referências recomendadas pela organização mundial de
saúde, sendo a curva actualmente adoptada a WHO-2006.
25
2.4. Tratamento da má nutrição
2.4.1. Tratamento da desnutrição
Na dependência da sua gravidade, as crianças desnutridas podem ser tratadas em hospital,
centros de nutrição, ambulatórios e na comunidade/domicílio.
26
os medicamentos não substituem a adopção de hábitos saudáveis, como dieta e prática de
exercícios.
A figura 1 mostra que a desnutrição crónica aumenta até aos 24 – 36 meses, demonstrando
assim qual é o período mais importante para acções de prevenção. De acordo com a figura 1, a
27
prevalência da desnutrição crónica em crianças menores de seis meses é alarmante, já que esta
é uma idade em que não se espera que a prevalência seja muito alta. De acordo com MIDS
2003 (2006, p.12), isto pode ser o resultado de três factores:
Estado nutricional das mães antes e durante a gravidez.,
Altas taxas de baixo peso a nascença,
Baixas taxas de aleitamento materno exclusivo.
28
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
Como enfatiza o Ventura (2002, p. 79), “a pesquisa de campo deve merecer grande atenção,
pois devem ser indicados os critérios de escolha da amostra, a forma pela qual serão
colectados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos”.
Pesquisa-acção
Este estudo considera-se como sendo uma pesquisa-acção, pois a sua classificação apoiou-se
nas ideias de Thoillent (1986), que realça que “este tipo de pesquisa é concebida e realizada
em estreita associação com uma acção ou com a resolução de um problema colectivo e no
qual os pesquisadores e participantes do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo. (p. 14).
29
3.1.3. Quanto à abordagem
Quanto à abordagem a pesquisa pode ser classificada em qualitativa e quantitativa. E para a
presente pesquisa enquadra-se na pesquisa qualitativa. Considera-se que é qualitativa
apoiando-se nas ideias de Cervo e Bervian (1983), que argumentam o seguinte:
30
Tabela 1: Composição amostral
Indivíduos Tamanho
Enfermeiro 5
Residentes 91
Técnicos 3
Total 99
Fonte: autor
3.3.3. Processo de amostragem
A técnica de selecção da amostra foi por extractos e aleatório, pois tirou-se uma parte de cada
um dos 3 grupos que constitui a população, isto é, escolheu-se aleatoriamente enfermeiros,
residentes do bairro e técnicos. No entanto, cada elemento da população envolvido neste
estudo teve a mesma probabilidade de ser escolhido e fazer parte do mesmo. Para isso, foi
feita uma distribuição aleatória dos instrumentos conforme descritos aos 99 participantes
deste estudo.
Permite uma descrição fina dos componentes de uma situação, nomeadamente, os sujeitos e
seus aspectos pessoais e particulares, o local e suas circunstâncias, o tempo e as variações,
as acções e suas significações, os conflitos e a sintonia de relações interpessoais e sociais e
atitudes e os componentes diante da realidade, uso de fotografias.
Por sua vez, o autor permaneceu fora da realidade a ser estudada. Seu papel foi de espectador,
não interferindo ou envolvendo-se na situação. Portanto, o contacto com as famílias das
crianças mal nutridas identificadas naquele bairro (Adine3), permitiu observar seus hábitos
alimentares e de higiene durante 120 minutos num período de 3 vezes em cada 2 semanas.
Outro facto de privilégio da técnica de observação directa, está relacionada com a exiguidade
de fontes sobre o tema a pesquisar, deste modo, houve a necessidade de se deslocar ao campo,
com vista a observação directa dos pormenores importantes sobre o tema estudado. Através
31
deste meio conheceu-se as condições de habitação, hábitos alimentares e os alimentos mais
frequentemente consumidos.
Questionário
Neste estudo, aplicou-se também o questionário misto, com dois tipos de questões: questões
fechadas e outras abertas. Muitas das questões são fechadas do tipo sim ou não.
O questionário foi entregue pessoalmente ao líder comunitário do bairro Adine3 que por sua
vez entregou aos seus moradores, e a devolução foi feita ao autor dias depois. Portanto, a
recolha do questionário preenchido foi feita indirectamente através da entrega de um terciário
(o líder do bairro).
Pessôa (2007, p. 40) afirma que “este instrumento de colecta de dados é constituído por uma
série ordenada de perguntas que devem ser respondidas, por escrito, e sem a presença do
entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou
por um portador”.
Entrevista
As duas entrevistas foram direccionadas aos enfermeiros do centro de saúde do bairro Adine3
e aos técnicos da direcção distrital de saúde da cidade de Cuamba. Elas consistiram na recolha
de informações, através de perguntas direccionadas aos técnicos, sobre as actividades feitas
pelo Governo para o combate a má nutrição e, também aplicou-se a entrevista com intuito de
perceber dos enfermeiros do centro de saúde do bairro no tocante a questão da má nutrição.
De acordo com Gil (2008, p.109) uma entrevista é um diálogo efectuado face a face, em que
uma das partes busca colectar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. Para o
efeito, desenvolveu-se uma entrevista estruturada ou padronizada – pois seguiu-se muito de
32
perto um roteiro de perguntas feitas a todos os entrevistados de maneira idêntica e na mesma
ordem; o que permitiu uma comparação dos dados e melhor tratamento estatístico, pois
muitas respostas foram uniformes umas as outras.
Neste estudo procurou-se seleccionar pessoas que realmente tem o conhecimento necessário
para a informação requerida neste estudo – enfermeiros do centro de Saúde de Adine03 e
técnicos da Direcção distrital da saúde Cuamba.
Entre as principais vantagens das entrevistas estão “a eficiência para a obtenção de dados em
profundidade acerca do comportamento humano, a sua rapidez e o facto de não exigirem
exaustiva preparação dos pesquisadores, o que implica custos relactivamente baixos”. (GIL,
2008, p.110).
Para a colecta de dados sobre as causas da reforma foi elaborada uma das entrevistas compõe-
se por uma série de 5 perguntas previamente elaboradas objectivamente, abertas e destinadas
especificamente ao enfermeiros do centro de Saúde de Adine03 e outras 4 aos técnicos da
Direcção distrital da saúde Cuamba, o que permitiu obter o conhecimento dos mesmos em
relação ao tema.
A opção por uma entrevista estruturada reside nas vantagens que ela oferece no tocante à
facilidade de articulação e clarificação dos factos e fenómenos abordados pelo entrevistado. A
entrevista foi respondida verbalmente e em contacto directo entre os entrevistados e o
entrevistador e as respostas foram registadas em bloco de notas.
Feitas as actividades no campo, seguiu-se a fase de tratamento de dados, onde foi usado o
Pacote Estatístico de análise de dados SPSS versão 13.0 com auxílio do Microsoft word-
Microsoft Excel para a obtenção dos resultados (tabelas e gráficos).
Foi aplicado o teste N (teste de distribuição normal), com um nível de confiança de 95% com
um erro de 0.5, isto é, com incerteza de 5% na inferência dos resultados e os desvios de erros
durante a análise dos dados seja inferior a 0.5 para maior confiabilidade dos resultados o que
conduziu a autora a tirar conclusões do estudo.
33
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
34
Fonte: autor a partir dos resultados do Estudo (2017)
35
Gráfico 3: nível de ensino dos participantes deste estudo
6% 1%
Os dados colhidos revelam que a maior parte dos residentes no bairro Adine3, participantes
neste estudo são camponeses. O gráfico abaixo ilustra essa constatação.
3%
6%
4%
Campones
Professor
Seguranca
Outras
87%
Segundo MOURA (2009, p.39) “a prevalência da má nutrição também tem na renda familiar
um factor importante na sua determinação, pois esta possibilita a aquisição de bens que, por
sua vez irão contribuir para o desenvolvimento da capacidade de enfrentamento das condições
36
biológicas e de morbidade”. Assim, medidas que aumentem a renda familiar e a qualidade das
moradias são potencialmente úteis para melhorar a saúde das crianças.
Também houve associação entre o nível de escolarização das mães e a desnutrição das
crianças. Isto é, quando as mães tinham menor nível de ensino em comparação com as mães
alfabetizadas também as crianças tendem ser desnutridas.
Foi observado por Facchini apud Moura (2000, p.40) que,
Um dos factos analisados neste estudo foi a falta de oportunidade, a ausência de serviços
públicos básicos, isto é, formulou-se uma questão que compreende-se a insuficiência ou não
de orientação e/ou informação e cuidados de saúde inadequados por parte da população do
bairro Adine3. Os resultados revelam que a maior parte das mulheres das famílias inqueridas
e moradoras no bairro não teve recebeu atendimento pré-natal, conforme ilustra o gráfico
abaixo.
22%
Sim
Não
78%
37
As causas da falta de acompanhamento hospitalar para recepção ao atendimento pré-natal por
parte de mulheres grávidas constata-se que muitas mulheres acharam desnecessário o
acompanhamento hospitalar.
41%
Normal
Cesariana
59%
Um outro dado constatado durante a realização do estudo é que 87% dos residentes do bairro
Adine3 e inqueridos não tem água canalizada, eles recorrem a nascentes e/ou poços ali
disponíveis.
39
Gráfico 7: distribuição dos residentes por abastecimento de água
13%
Canalizacao interna
Poco ou nascente
87%
Em termos de iluminação eléctrica, os dados indicam que poucos inqueridos têm iluminação
eléctrica. O gráfico 8, a seguir, mostra essa constatação.
22%
Tem
Não tem
78%
40
Considerando as variáveis ambientais, foi evidenciado risco de maior má nutrição em casas
com 6 ou mais pessoas, em casas sem casa de banho. As demais variáveis não apresentaram
associação significante com a má nutrição.
É importante ressaltar que os restantes 22 gráficos e/ou tabelas estão disponíveis nos anexos
deste trabalhos, páginas 60-67.
41
Será que tem registado situações de desnutrição de crianças neste centro de saúde?
Resposta: Sim, nos últimos anos, neste centro de saúde temos vindo a registar casos de
desnutrição sobre tudo provenientes na maioria das vezes no bairro Adine3, em seguida o
bairro de Nacaca. Há registos de casos que são possíveis de reverter com uma boa orientação
e acompanhamento hospitalar, no entanto há outros que digamos são irreversíveis.
1. Será que todas as crianças mal nutridas melhoram com o tratamento que é
diagnosticado pelos enfermeiros deste Centro de saúde?
As respostas dos entrevistados em volta desta pergunta se resumem nos seguintes pontos
fortes:
Em geral, quando uma pessoa padecer de uma doença é aconselhável buscar uma ajuda
médica. O peso e desenvolvimento das crianças devem ser acompanhados por profissionais de
saúde. Se você tiver quaisquer preocupações com o desenvolvimento do seu filho ou filha ou
você tem alguma condição que pode aumentar o risco de desnutrição, procure ajuda médica.
Existem diversos métodos de diagnosticar a desnutrição. Eles vão desde uma avaliação clínica
(observação de características como peso, altura e idade) até uma completa avaliação do
estado nutricional do paciente.
Há tratamentos em volta dessa doença. A dieta e educação alimentar pode ser uma alternativa.
Mas, em alguns casos, a desnutrição é tão grave que deve ser tratada no hospital. Nesses
casos, a pessoa pode precisar se alimentar por meio de tubos, como a sonda nasogástrica (que
liga o nariz ao estômago) e a gastrostomia endoscópica (um tubo cirurgicamente colocado no
estômago através do abdómen). Se um tubo de alimentação não pode ser colocado, a nutrição
pode ser feita directamente na veia. A pessoa também pode necessitar de tratamento adicional
para a causa subjacente de sua desnutrição.
Uma dieta equilibrada e saudável é a maior arma na prevenção da desnutrição. Ter uma
alimentação rica em frutas, verduras e cereais integrais, bem como proteínas magras, ajuda no
combate à desnutrição. Alimentos e bebidas ricos em gordura ou açúcar não são essenciais
para a maioria das pessoas e só devem ser consumidos em pequenas quantidades. Se você
possui alguma condição que aumenta o risco de desnutrição, busque tratamento.
42
No caso de adultos: Se você perder de 5 a 10% do seu peso corporal ao longo de três a seis
meses e não está fazendo dieta, você pode estar em risco de desnutrição.
43
- A ausência das vitaminas pode ocorrer pela falta de alimentos na dieta das pessoas. Por
exemplo, a carência de vitamina A pode causar a famosa “cegueira nocturna”, a qual, se não
for tratada, pode provocar lesões na córnea e deixar a pessoa cega. Além desta consequência,
o sistema imunológico na infância pode ser afectado e assim levar à morte por infecções, já
que o combate sem a vitamina A, mostra-se mais difícil. Mas as vitaminas são importantes na
medida certa, tendo a quantidade calculada pela idade e necessidade de cada pessoa. O
excesso de vitamina A pode causar, pele seca, dores no osso e articulação, tontura, queda de
cabelo, entre outros.
Dependendo da gravidade, a doença pode ser dividida em primeiro, segundo e terceiro grau.
Existem casos muito graves, cujas consequências podem chegar a ser irreversíveis, mesmo
que a pessoa continue com vida. Entretanto, a desnutrição pode ser leve e traduzir-se, sem
qualquer registo de sintomas, numa dieta inadequada.
1. Quais são as acções concretas que são feitas pela Direcção distrital sobre a sensibilização
das comunidades no consumo de alimentos variados?
Resposta: Tem se feito trabalhos no sentido de promover a educação alimentar, passando nos
bairros assim como também a mobilizar e incentivar os centros de acolhimento de crianças
com uma carência económica. O exemplo, é o centro nutricional são Miguel que cita no
mercado cajueiro. Eis algumas actividades feitas no sentido de sensibilizar as comunidades no
consumo de alimentos ricos em vitaminas e outros nutrientes:
44
Resposta: A prioridade é o fornecimento equilibrado dos nutrientes considerados essenciais
para o desenvolvimento da criança como um todo. São medidas simples, como organizar as
refeições por horários e pelos seus nutrientes. Não desmamar cedo o bebe, pois o desmame
precoce também está entre as causas de desnutrição, uma vez que o leite materno contém
nutrientes essenciais que dificilmente são encontrados em quantidades adequadas na
alimentação sólida.
Desse modo, para prevenir que seu filho fique desnutrido você deve antecipar o tratamento
mesmo que ele não dê sinais de desnutrição. A alimentação saudável e equilibrada é a chave
para evitar o problema.
45
CAPITULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1. Conclusões
Segundo os resultados obtidos com base nos objectivos propostos e nas condições em que foi
realizado o presente estudo, conclui-se que a má nutrição é uma questão de saúde pública,
intrinsecamente ligada às condições sócio-económicas da população. A má nutrição também
pode ser determinada por questões orgânicas, relacionadas à história de gestação e condições
de nascimento (normal ou cesariana).
O problema da má nutrição está relacionado não apenas aos hábitos alimentares ou questões
fisiológicas, mas também a falta de oportunidade e, a ausência de serviços públicos básicos,
ou seja, insuficiência de orientação e/ou informação e os cuidados de saúde inadequados que
interferem na saúde da população.
Diante do exposto acima, pode-se refutar a hipótese de que a falta de acesso a fontes e
alimentos ricos em vitaminas e o baixo nível económico são factores determinantes na má
nutrição, pois evidencia-se neste estudo que só o consumo de alimentos variados e
equilibrados é que podem proporcionar a boa nutrição.
É de salientar que para uma criança levar uma vida saudável, é necessário ter o apoio de todos
que estão a sua volta para ela não perder a linha de raciocínio de se ter uma alimentação
equilibrada e, de que isso é benéfico para sua vida futura. Ou seja, pais, familiares,
professores, FIPAG, a escola e a sociedade em geral são responsáveis por esse estímulo, e se
46
não seguem uma alimentação saudável em suas vidas, é muito provável que a criança também
não vá seguir.
Sugestões
O estudo mostrou que a alimentação e nutrição adequadas são condições básicas para que se
alcance um desenvolvimento físico, emocional e intelectual satisfatório, factor determinante
para a qualidade de vida e o exercício da cidadania, em particular para a aprendizagem.
Neste contexto, para minimizar casos de má nutrição naquele bairro e em Moçambique em
geral podem resultar de muita utilidade a transmissão de conhecimento às crianças em idade
escolar, aos cuidadores de menores de cinco anos e aos técnicos de saúde das Unidades
Sanitárias é um passo para o desenvolvimento e para a luta contra esse mal. Assim, sugere-se
que:
As famílias por serem os primeiros responsáveis pela formação das crianças, devem
incentivar preferências alimentares mais saudáveis possíveis aos indivíduos desde a
infância de cada indivíduo, pois factores genéticos e hereditários interferem e muito
nesses hábitos.
Ainda as famílias devem ter um cuidado nutricional baseado na pirâmide alimentar,
diminuindo as gorduras e ingerindo produtos lácteos magros como carnes magras e
aves sem pele. Contudo, vale ressaltar que todas essas alterações e mudanças de
hábitos devem ser acompanhadas por um profissional da área da saúde. É muito
interessante envolver as crianças nas compras e preparação dos alimentos para tornar a
relação e a refeição mais agradáveis e saudáveis, com conversas e partilha, dando às
crianças uma sensação de cumplicidade
Aos pais devem oferecer diariamente alimentos sadios e nutritivos, como frutas e
legumes; Ficarem atentos a sinais de fome e de saciedade de seus filhos e servir
porções adaptadas à sua idade, para evitar que comam demasiado. Ainda devem
ensinar a seus filhos a reconhecer seus sinais de saciedade e a comer lentamente,
fazendo com que a hora das refeições seja agradável, sem estresse nem
distracção; Ainda aos pais devem oferecer acessórios adaptados para que seus filhos
possam comer mais facilmente (por exemplo, utensílios adaptados à sua idade, copos
com bico tipo canudo, cadeirões altos) e encorajar as refeições em família sempre que
possível; evitar, igualmente, expor as crianças às telas (televisão, computador, etc.)
antes da idade de 2 anos, a partir desta idade, limitar o tempo passado diante de uma
tela a 1-2 horas por dia. E deve-se encorajar seus filhos a manter actividade física.
47
Finalmente, um dos melhores meios de encorajar seus filhos a se alimentar de forma
saudável consiste em dar o bom exemplo. Sendo assim os líderes e secretários dos
bairros devem promover acções de plantio de árvores frutíferas nos quintais, fazendo
igualmente a inclusão da fruta nas refeições do dia-a-dia das pessoas.
As direcções das escolinhas/creches, possam implementar acções de orientação e
educativas com um papel importante no combate a males como a desnutrição, pois
quando eles estão na escola, os pais não têm como ter um acompanhamento de perto.
A direcção do curso de licenciatura em ensino de Biologia são sugeridas a promover
nas Práticas Pedagógicas com recurso a palestras nas escolas/comunidades sobre
educação nutricional, de modo a melhorar a saúde das crianças;
Aconselhamento nutricional nos serviços de atenção à criança, incluindo
demonstrações culinárias sobre alimentação complementar adequada, usando
alimentos locais;
Aos Ministérios da Educação e Desenvolvimento Humano e da Saúde que
estabeleçam, em conjunto, um programa de capacitação dos agregados familiares
sobre práticas melhoradas de processamento e conservação de alimentos, incluindo
aspectos de nutrição, horários alimentar, higiene e segurança alimentar;
Que os futuros estudos aprofundem o temo trazendo mais elementos que melhor
ajudem as comunidades a colmatar a problemática da ma nutrição tendo em conta que
é tema poucas fontes de consulta.
48
Referências Bibliográficas
3. Chizzotti, A. (1998). Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais (3a ed.). São Paulo:
Cortez Editora.
4. Coana, C. et al. (2012). Krause Alimento, Nutrição e Dioterapia. 13ª Edição. Rio de
Janeiro: Elsevier;
7. Gil, A. C. (1999). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo, Atlas editora;
8. Gil, A.C. (2006). Como elaborar Projectos de Pesquisa (4ª ed.). São Paulo: Atlas.
10. Jelliffe D.B, Jelliffe E.F.P: Direct assessment of nutritional status. Anthropometry:
major measurements. In: JELLIFFE B, JELLIFFE eds. Community Nutritional
Assessment with special reference to less technically developed countries. (1989).
New York: Oxford University Press;
11. Lakatos, E.M. & Marconi (1991,) Metodologia de trabalho Cientifico (2a ed.).São
Paulo.
12. Lakatos, E. M. e Marconi, M. de A. (2003). Metodologia de Investigação Cientifica.
5ª Edição. São Paulo. Editora atlas A.A.
13. Lima, A. B. (2005). Metodologia da Pesquisa Científica. Portugal.
49
14. Mahan, L. K.; e Arlin, M. T. (1995). Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. 8ª
Edição. São Paulo: Roca;
16. Monte C.M.G, Sá MLB, eds. (1998). Guias alimentares para as crianças de 6-23
meses do Nordeste do Brasil: da teoria à prática. 1ª Edição. Fortaleza: The British
Council Northeast Brazil/OPS/MS;
17. Monte, C.M.G. (2000). Desnutrição: um desafio secular à nutrição infantil. Jornal de
Pediatria,Brasil. Vol. 76, Supl.3,;
22. Ventura, D. (2002). Monografia jurídica. Porto Alegre: Livraria do Advogado.
24. WHO Department of Equity, Poverty and Social Determinants of Health Report on
inequities in Maternal and Child health in Mozambique, 2006;
50
APÊNDICES
51
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA (CED) CUAMBA
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA
Apêndice I: Ficha de observação das famílias com crianças mal nutridas
Objectivos desta observação:
Identificar crianças mal nutridas de 0 – 5 anos de idade no bairro Adine3.
Inteirar-se dos mecanismos usados pelos responsáveis pelas crianças de 0 aos 5 anos mal
nutridas, observando seus hábitos alimentares e de higiene durante 120 minutos num
período de 3 vezes em cada 2 semanas.
Aspectos a observar:
1. Observação do número das crianças malnutridas no bairro.
2. Observação das características do bairro Adine3.
3. Observação dos alimentos que as famílias consomem frequentemente.
4. Observar a quantidade de comida consumida pelas crianças nas suas refeições.
5. Observar a regularidade de horas de comida.
6. Observar o nível económico da comunidade.
7. Observar os hábitos alimentares da comunidade.
52
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA (CED) CUAMBA
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA
Masculino Feminino
B. REGISTO DA MULHER
8. Idade:
9. Com que idade teve a primeira gravidez? anos
10. Quando esteve grávida, recebeu atendimento pré-natal? Sim Não
53
11. Se não, por que não fez?
Não fiz por falta de informação sobre as consequências provocadas por falta de atendimento
pré-natal.
Não teve problema de saúde Achou desnecessário Teve dificuldade de acesso ao
posto de saúde? Outra:
54
26. Abastecimento de água:
Com canalização interna: rede geral Poço ou nascente
27. Iluminação eléctrica: Tem Não tem
Fim
55
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA (CED) CUAMBA
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA
O presente inquérito faz parte de uma pesquisa com o tema: Avaliação das Causas da Má Nutrição em
Crianças de 0-5 anos de Idade - caso do Bairro Adine03 (2016 à 2017). O mesmo tem intuito de Perceber
dos enfermeiros do Centro de Saúde do bairro Adine-03, se tem registado situações de má nutrição de
crianças naquele bairro.
3. Será que todas as crianças desnutridas melhoram com o tratamento que é diagnosticado
pelos enfermeiros deste centro de saúde?
4. Quais são os sinais de desnutrição?
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA (CED) CUAMBA
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA
1. Quais são as acções concretas que são feitas pela Direcção distrital sobre a sensibilização das
comunidades no consumo de alimentos variados?
2. O que deve ser feito para evitar a má nutrição das crianças em idades muito menores de 5
anos de idade?
3. A Direcção Distrital da Saúde, tem explicado aos residentes do bairro Adine-03 sobre o tipo
de alimentos a consumir rico em vitaminas?
4. Quais são os alimentos ricos em vitaminas de fácil acesso em que a comunidade deve
consumir para obtenção das vitaminas para o bom funcionamento do organismo?
Fim
Obrigado pela colaboração!
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA (CED) CUAMBA
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA
Apendice V : Parte 2 dos resultados do questionario direccionado aos residentes do bairro
Adine3
A. RENDA MENSAL E DESPESAS
5. Quantas pessoas moradoras na casa que trabalharam nos últimos 2 anos? pessoas E
qual foi o rendimento?
Tabela 3: Quantidade de pessoas que trabalharam nos últimos 2 anos moradoras na casa
Frequência Percentagem Validade Percentual Cumulativo Percentual
Validade
Tabela 4: Quantidade de pessoas moradoras nesta casa que receberam pensão, nos últimos dois
anos
Frequência Percentagem Validade Percentual Cumulativo Percent
Validade
7. Quanto pediu emprestado a alguém de fora para completar as despesas da casa no último
mês? Meticais
Tabela 5: Valor pedido por emprestado a alguém de fora para completar as despesas da casa no
último mês
Frequência Percentagem Validade Percentual Cumulativo Percentual
0
1 – 500
Valido
501 – 1000
Mais que 1000
58
Total
B. REGISTO DA MULHER
8. Com que idade teve a primeira gravidez? ____________ Anos
Validade 1-2
2
3
3–5
59
Total
Fonte: autor (2017)
Leite insuficiente
Criança doente
Mãe estudava/trabalhava
Problema no seio
Valido
Ainda mama
Criança não queria
Não sabe
Total
Fonte: autor (2017)
60